quinta-feira, novembro 30, 2006

DE ESPANHA - MERA COINCIDÊNCIA OU FICÇÃO















Este post foi baseado em dados do artigo "A Máfia do Tijolo" da VISÃO de hoje e assinado por Mário Rui Cardoso, recomenda-se pois a sua leitura na íntegra.

Brandos costumes nos distinguem de outros europeus, aqui parecem até ser inconstitucionais os fundamentos do caso apito-dourado (haverá lata para alegar isto em tribunal ?) , nas autarquias é tudo transparente bem como nas obras, desde as públicas às privadas. Ainda bem que esse é o retrato que nos passa uma justiça onde não vêmos casos destes a ír a julgamento...

É que por Espanha a coisa é distinta, a última década foi pasto de um boom de construção (conhecem outro país assim?) , mas os espanhóis reconhecem que ao mesmo ritmo se instalou a corrupção imobiliária. A última detenção teve como alvo 11 cidadãos de Marbelha e já esta semana foi detido o director geral de Ordenamento do Território das Baleares e um autarca de Maiorca.

Em Marbella explodem os edifícios de habitação e as unidades hoteleiras, consta que as facilidades concedidas por parte da autarquia era reconhecida com valores entre os 500.000 e dois milhões de euros, o centro desta máquina de extorsão era o acessor do urbanismo da autarquia Juan Roca...mas havia envelopes simpáticos para os restantes membros da autarquia, de vereadores ao vice-presidente e até ao chefe da policia municipal.

Em Março Juan Roca foi preso bem como a vice presidente que tinha na sua habitação 360 mil euros de "trocados". Envolvidos também no esquema foram os presidentes do Clube de Futebol Sevilha FC e o anterior alcaide e mulher .

Para ir ao fundo deste estado de coisas, podemos ir até 1991 com o célebre Jesús Gil y Gil que sendo promotor imobiliário, chegou a presidente de Câmara, tornando-se numa figura popular pela criação de postos de trabalho e investimento na região, mas que se traduziu num desordenamento brutal e em corrupção generalizada.

Achei curioso este léxico e a explicação inserida em caixa, passo a citar:

Em Espanha , são construídas 800 mil novas habitações todos os anos, tantas quantas em França, Alemenha, Reino Unido juntos. Muitas resultam dos mais variados esquemas:

Pelotazo - Reclassificação de terrenos não urbanizáveis em edificáveis, com os proprietários a obterem mais valias sem lá meterem um tijolo.

Convénios - Empreiteiros contratam com a câmara revisões do plano de ordenamento para obter reclassificação de terrenos e autorizações para construír mais do que é permitido.

Licenças - Pagamento de subornos para aceitar os licenciamentos.

Desvalorização artificial de terrenos - Cedência de solos municipais para construção a preços abaixo do valor real.

Ainda bem que em Portugal "não acontece" nada disto.....

quarta-feira, novembro 29, 2006

O "CHÁ" AMERICANO















O senhor Alfred Hoffman JR, escreve hoje nas páginas do PUBLICO algo que como português me custa ouvir de um estrangeiro, é a velha história de " Dos teus falarás, mas não ouvirás", no entanto não lhe posso dar mais razão.

Ah! É verdade o Sr. Hoffman é o embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, e escreveu o seguinte:

"Em virtude de comentários veículados pela imprensa nos últimos dias, gostaria de partilhar alguns apontamentos sobre a politica ambiental dos Estados Unidos. Muitos são os que parecem compartilhar da ideia de que - no que respeita ao empenhamento do governo na protecção do ambiente – a ratificação do Protocolo de Quioto divide os bons e os maus.

Ao viajar por Portugal ao longo do último ano, deparei-me frequentemente com o pressuposto errado de que, uma vez que não assinámos o protocolo de Quioto, não nos preocupamos com o ambiente e só estamos preocupados com a economia"

De seguida traça rasgados elogios à politica Bush que não partilho, uma visão simplista do Amerigan Dream e American way of life que tem muitos pontos positivos e admiráveis, mas que continua a ser um país que é um dos maiores poluidores e delapidadores de recursos.

Mas aqui, a grande questão é a legitimidade de em Portugal, pelo facto de ser país signatário do Protocolo de Quioto, se criticar a politica Bush ao não o assinar... quando a verdade é que a maioria de quem tem responsabilidades no poder, central ou local, não tem legitimidade moral e politica para tal.

Portugal assinou o protocolo, esteve presente no Rio em 92 , esteve presente em Joanesburgo 10 anos depois... mas e depois? A nível nacional o que se fez? Que politicas ambientais ? O que se fez para incentivar energias renováveis , para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, para garantir a sustentabilidade ambiental no país?

E os autarcas, sobretudo os ditos de esquerda (que subscrevem uma outra politica e uma maior superioridade moral) , sobretudo os da Margem Sul, que fizeram
Vossas Exªs que os distingue de um Bush que tanto criticam, quando ao mesmo tempo traçam planos de arrazo total da paisagem natural, da biodiversidade e da sustentabilidade da sua região?


O que os distingue dos coveiros ambientais , dos capitalistas selvagens, quando assinam de cruz urbanizações sobre urbanizações por mera engenharia eleitoral e razões económicas de sustentabilidade própria enquanto estrutura ?

E por mais que me custe, por mais vergonha que tenha em o reconhecer, só posso estar de acordo com o Embaixador Hoffman:

"Ao viajar por Portugal ao longo do último ano, deparei-me frequentemente com o pressuposto errado de que, uma vez que não assinámos o protocolo de Quioto, não nos preocupamos com o ambiente..."

– Pois tem toda a razão !

terça-feira, novembro 28, 2006

REGRESSO AO COMBOIO









De 2004 até ao final deste ano, enquanto se assistiu a uma paulatina subida do preço dos combustíveis, com a consequente diminuição do consumo, assistiu-se também a um aumento da procura no transporte ferroviário, são responsáveis por esse aumento, a CP e a Fertagus.

A este aumento da procura , nomeadamente na Fertagus, não é também alheio o prolongamento da linha, que deixou de terminar no Fogueteiro, mas que se prolonga agora até Setúbal.

O aumento deste número de passageiros é traduzido em mais dois milhões e meio de passageiros na CP. Na Fertagus, até agora , e só neste ano, em mais novecentos mil passageiros.

A este aumento da procura por um transporte não poluente está para além do aumento recente dos combustíveis, um crescente aumento da sensibilidade ecológica dos cidadãos, demonstrando que desde que sejam criadas condições práticas ,de qualidade , em termos de oferta e fiáveis em termos de horários, que as pessoas não exitam em deixar o carro em casa , ou no estacionamento das estações.

Mais uma prova da desadequação em termos de estrutura de linha e os penalisantes atrazos que o projecto do Metro Sul do Tejo traduzem. Um projecto que a ter entrado ao serviço como constava do projecto, traduziria num peso ainda maior na utilização da Fertagus, retirando consequentemente milhares de automóveis de circulação com ganhos para todos e para o ambiente.

segunda-feira, novembro 27, 2006

CAVACO O ECOLOGISTA (?)









Ontem em Coimbra o Presidente da República sublinhou da necessidade urgente de se requalificarem as cidades deste país , esperando que esse seja o grande e imediato objectivo dos municípios.

O P.R. declarou a propósito da inauguração de equipamentos no âmbito do Programa Polis : “ Temos de ser capazes de requalificar as cidades, tendo por base as melhores tecnologias e os melhores padrões ambientais (...).”

"A melhoria da qualidade de vida nas cidades , deve constituir um objectivo cimeiro da administração central, local e dos cidadãos. As cidades pelas suas capacidades e recursos , são decisivas para o desenvolvimento da nossa economia”, mostrando-se também preocupado com “os novos fenómenos de degradação do ambiente urbano” agravado pelo aumento das periferias e pelo surgimento “de novos fenómenos de exclusão social”.

Um discurso ecológico e de sustentabilidade ambiental e social , que encontra eco perfeito na Margem Sul, uma zona geográfica que enquadrada estes fenómenos sociais e de expansão urbana irracional.

São posições que aqui temos assumido, apesar de criticas de sectores bem definidos do leque partidário que constituem a representação factual de uma inércia que se arrasta há décadas, á medida que criam condições que só agravam os problemas existentes.

Por isso saudamos com regozijo este agendamento feito pelo Sr.Presidente da República na continuidade do que Jorge Sampaio tinha já assumido como prioridades para Portugal.

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AGORA A OUTROS CAVACOS E RESPECTIVOS SILVAS

Dois post's atrás parece ter incomodado mais este parágrafo:

"O que fazer deste poder local ? Onde enquadrar a arquitectura em Câmaras (video) em que a formação técnica de um verador do urbanismo pode ser de serralheiro-mecânico ?" - que volto a subscrever e a sublinhar,- do que as responsabilidades que atribuo ao não urbanismo de trinta anos na Margem Sul, ou a conivência das Câmaras no boom de construção clandestina que grassou por todo o lado...e ao presente envenenado em que vivemos.

Dá para ver a cegueira colectiva desta gente, mas convinha explicar que o incómodo de aqui referir que Jorge Silva há muito que atingiu o Princípio de Peter, porque alegadamente...parece que apesar te há muito ter atingido o patamar supremo da incompetência técnica no cargo que desempenha ... parece afinal , haver quem (politicamente) queira dar-lhe mais um degrau para subir, parece que a purga do Sado terá pelo Seixal outros contornos... veja-se o que está a acontecer na bancada parlamentar...moral da história agora adaptado à lei de Murphy... se acha que está mal governado, lembre-se que pode ainda ser pior...

Que fique aqui bem claro, respeito o Senhor Jorge Silva operário, serralheiro mecânico da Sorefame (ponto final ) !, depois é que .... então ao atingir a posição cimeira do urbanismo na Câmara que mais constrói na Região , aí é que a minha admiração e respeito termina, basta ver o resultado!!! Bem como a forma como lida com problemas concretos, com consultas públicas, com abaixo-assinados... e com o cidadão comum (mesmo serralheiro mecânico) que como é óbvio, já não está no seu patamar...

domingo, novembro 26, 2006

A IMPUNIDADE NUMA BOLA















Do Editorial do PUBLICO Por Paulo Ferreira (26/11/06

(..) Por se ter tornado um negócio que envolve muito dinheiro - incluindo muito dinheiro do Estado - o futebol não pode continuar a ser o reino da impunidade. Essa sensação não é, diga-se , um exclusivo do mundo da bola. A corrupção e os chamados crimes de "colarinho branco" gozam da mesma fama. Mas a teia de interesses, muitas vezes conflituantes, de que o futebol soube rodear-se tornam o seu caso particularmente grave.

Dos partidos a grandes empresas, de autarquias a juizes, há muita gente que tem muito a perder ou a deixar de ganher se as coisas correm mal com o futebol.

A mistura entre politica e futebol é antiga e crescente mas ninguém parece preocupado com eventuais más companhias (...)

E há as autarquias e os governos , que se servem do futebol para dar circo ao povo, quase sempre á custa do dinheiro dos contribuintes (...).

Neste mundo de interesses e negócios, uns são mais legítimos e transparentes que outros ., naturalmente (...).

sábado, novembro 25, 2006

ESTUÁRIO DO SADO MONITORIZADO
















A Peninsula de Setúba é delimitada a Sul e a Norte com duas grandes zonas estuarinas., o Estuário do Tejo e o do Sado.

Nesse enquadramento e pela proximidade de uma desses estuários, foi a 17ª campanha Costwatch, um projecto europeu de monitorização do litoral, coordenado em Portugal pelo Geota. Escolhido para Setúbal na edição deste ano,indo já na sua 17ª edição constacta-se que os participantes têm preferido explorar as zonas de praia, relegando para segundo plano os estuários.

Segundo Carlos Costa do Geota , "O objectivo é fazer um levantamento, através de um inquérito definido a nível europeu, da evolução do litoral ao nível da deposição de resíduos, erosão, espécies animais e vegetais existentes ou densidade de construção.

No ano passado, a campanha cobriu 1086 quilómetros da costa portuguesa – dividida por blocos de 500 metros, atribuídos a cada grupo de participantes - e envolveu 4324 pessoas. Concluiu que, comparativamente com anos anteriores, todo o país regista novas construções na faixa dos 500 metros da costa. No capítulo dos resíduos, foram identificados mais de 119 mil objectos de diferentes tipologias, com as garrafas e sacos de plástico a ocuparam o topo da lista em volume encontrado. Materiais de construção e detritos de barcos são também frequentemente encontrados."

Esta acção vai durar até Dezembro e conta com algumas organizações ambientalistas locais, sendo pelos seua objectivos , uma organização a manter, apesar da ameaça de perda de apoios estatais em tão importante projecto.

Carlos Costa lamenta também e segundo o Região de Setubal on line , que os dados recolhidos não tenham um maior aproveitamento por parte das entidades nacionais e locais para definição de políticas de ordenamento do território e de gestão de resíduos. «Não somos detentores dos dados nem lhes conferimos qualquer confidencialidade, mas o certo é que este manancial de informação, que tem vindo a ser compilado há 17 anos, podia ter um aproveitamento muito mais estratégico»

sexta-feira, novembro 24, 2006

ARQUITECTURA A SUL






Decorre em Almada o 11º Congresso dos Arquitectos, é proposta dos seus organizadores “ reflectir sobre novos territórios como as periferias”.

Nada mais oportuno nesta Margem Sul vitima de décadas de não-arquitectura, como resultado, não deve ser um exercício fácil para arquitectos vaguear por estas banda onde o risco e o traço da harmonia e do ordenamento (video) está há muito ausente.

Criou-se durante anos a ideia , e a desculpa, de que as causas dessa má arquitectura e urbanismo estaria nos finais dos anos sessenta com o Ponte Sobre o Tejo, esperou-se que os novos tempos, os do “Poder Local Democrático” (“que nenhuma responsabilidade tinha com aquilo”) iam ser melhores , mas nada disso.

Logo depois veio a desculpa (“que nenhuma responsabilidade tinham naquilo”) dos clandestinos, todas as inações eram explicadas por essa vaga de “auto-construção, auto-urbanismo, auto-arquitectura” mas pergunta-se agora. Quem o permitiu? Quem tinha autoridade para o fazer e o não fez? As autarquias, como é óbvio, que não fiscalizaram, que fiscalizaram mal... que fecharam os olhos ... (“não tinham responsabilidade nenhuma naquilo ”).

Foi uma época marcante para a destruição da nossa paisagem , Fonte da Telha , Sobreda, Vale Figueira, Vale Fetal... Quinta do Conde, Pinhal do General, Pinhal dos Frades, Fernão Ferro... foram obra desse laissez faire . Desse construír à multa se encheram também os cofres das autarquias, e os bolsos a quem devia fiscalizar e teve um súbito ataque de cegueira selectiva .

Foi uma obra de arquitectura colectiva “pós-moderna – pop” quantas vezes Kitsh, com elementos arquitectónicos que se subrepunham e mal cabiam no terreno em “avos” (que deram lucro aos Antónios Xavieres de Lima que por cá proliferaram) onde se implantavam. O traço do arquitecto porém era ausente, como o do urbanista, ou de quem tinha sensibilidade e responsabilidade ambiental , o atentado foi geral em todos estes prismas, mas as comunidades humanas daí nascidas numa lógica e dimensão humana baseada numa vida de provincia recriada, suplantaram largamente em vivência humana e qualidade de vida , as urbanizações com patrocínio Camarário como o Pica-Pau-Amarelo, o Vale da Amoreira, a Quinta da Prata, a Quinta da Princesa...

Nos últimos anos, em desespero , as autarquias têm feito ainda pior, para quem pensava que tal não seria possivel. Nunca se construíu tanto (video) em área e em volume como nesta última década , os números da população aumentam na medida directa dos novos problemas que surgem , nunca houve também, tanta casa sem gente para nela habitar. Isto enquanto se degradam os centros mais antigos, os tais que têm a idade da Ponte e os núcleos históricos. E são as mesmas as estruturas viárias !

É por tudo isto oportuno o local escolhido (Almada) e este tempo que para os arquitectos não pode ser outro que, ou de exaltação pelo tudo o que há a fazer, ou de profunda frustração por nada ser feito, à excepção claro está, nos condomínios para ricos, com campo de “góoolfe” ao fundo do jardim...

O que fazer deste poder local ? Onde enquadrar a arquitectura em Câmaras (video) em que a formação técnica de um verador do urbanismo pode ser de serralheiro-mecânico ?

E o que pensam os arquitectos do cemitério de Almada-Feijó (video)?

quinta-feira, novembro 23, 2006

SEIXAL À VENDA


Quanto a autarcas, já pensava ter visto de tudo, pensava já estarem catalogados todos os tipos (desde os desportistas de electrodoméstico fácil, aos de saco azul passando pelos de pontapé fácil no àrbitro... até ao Vice-Rei da Ilha das Bananas), mas descendo um pouco mais na escala evolutiva , atigindo o estrato lodoso que nos remete ao descrédito como eleitores e cidadãos , eis que surge o "Autarca S.A."

E o que é o "Autarca S.A."? Bom , antes de mais é aquele que parece ter esquecido as suas competências mais nobres (eleito pelo povo) e a ética da função, tornando-se antes, naquele que tem o desplante de se assumir como a correia de transmissão do grande capital no seu munícipio, aquele que gere o municipio como coutada dos interesses empresariais em prejuízo dos interesses dos munícipes como um todo, incluindo as gerações vindouras.

O Autarca S.A. é aquele que se demitiu de desempenhar o papel mais digno do autarca eleito e representante do Povo, defensor dos valores ambientais e patrimoniais herdados das gerações anteriores, mas que pratica agora um papel semelhante ao de CEO (Chief Executive Officer) ou Presidente... mas de um conselho de administração qualquer... de uma “Empresa” chamada Câmara S.A. e do seu território.

Será que a Câmara do Seixal se tornou, numa Câmara S.A. (Sociedade Anónima) ? A Sociedade Anónima dos interesses instalados, dos interesses cruzados, dos interesses só de alguns... Para um Presidente que há meia dúzia de anos dizia em reunião de Câmara não saber o que era um off-shore, quando acusado de servir os interesses de um, na urbanização de uma zona protegida, não de sapal ( promovido agora finalmente a jóia ambiental), mas de pinhal... e tendo como braço direito um honesto serralheiro mecânico , não acredito...

Não gostaria de pensar assim, mas o que dizer quando na anterior edição do Salão Imobiliário de Lisboa (clique) os responsáveis pelo Município diziam que este tinha sido representado no evento pelo Grupo A.Silva & Silva, Quinta da Trindade, pela Urbindústia...como se estivesse a falar de uma selecção de desportistas amadores numa competição em representação da Câmara do Seixal.

A promiscuidade demonstrada ontem no encarte pirata do Público em que se misturam, demasiado, obras públicas e interesses privados ... a promiscuidade no Seixal com a concessão de construção de habitação social (PER e Custos Controlados) , ou a dependência do Grupo A.Silva & Silva em que a autarquia é inquilina nas Instalações Técnicas construídas à medida (clique) e para o efeito, o que alegadamente acontecerá também com os futuros Paços do Concelho... leva os cidadãos a pensar estarem perante uma Autarquia S.A. e não a uma Autarquia herdada dos princípios de Abril.

Quanto aos autarcas vão retirando o melhor dos dois mundos , a notoriedade dada pela eleição do cargo e o poder descricionário de poderem ser juízes em causa própria enquanto supostos reguladores sustentáveis do mercado.

Não há-de o povo estar desiludido

quarta-feira, novembro 22, 2006

SEIXAL ANÓNIMO E PIRATA








Aparentemente são oito páginas do PUBLICO, oito páginas das 52 do corpo pricipal do jornal (?) ...ou mais oito páginas do suplemento imobiliário que soma 48 (?)... olhando melhor, tal não é, o que será então ? Não sei ! mas talvez com os vossos comentários lá chegarei.

Alegadamente estamos na presença de oito páginas de jornal PIRATA no meio do PUBLICO, não se assume como encarte, não é parte de suplemento, não é jornal, não é nada disto sendo no entanto isto tudo, isto tudo e muito mais...

Fisicamente são páginas de jornal como todas as outras, mas formalmente não o são... são as únicas oito páginas não numeradas no meio de todas as outras 48+52=100...+8... No conteúdo diferem também de tudo o resto, a primeira página, parecendo o seguimento de uma qualquer anterior, é na realidade, a primeira página do que na prática é um encarte independente .

Nessa primeira página destaca-se , ao centro, a fotografia “de estado” de Alfredo Monteiro (o único presidente de Câmara retratado nas 108 páginas ) sob o título “ Seixal apresenta projectos de Turismo e Lazer no Salão Imobiliário de Lisboa.

A FIL realiza todos os anos um certame dedicado ao Turismo, e outro dedicado ao Lazer, respectivamente a BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa) e a Nauticampo , certames onde faria sentido, mais que numa feira de Imobiliário, o Seixal estar representado para “dar a conhecer o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo do Seixal (PEDTS).

Por outro lado o texto e as palavras de Alfredo Monteiro remetem-nos para o Ambiente e para as supostas orientações do Município neste sentido... mas não vimos na passada semana este projecto ser apresentado na AMBIURBE, nesse mesmo espaço de exposições... agora, a propósito do Imobiliário vemos o Seixal representado em 500m2...

Então porquê senhor Alfredo Monteiro, porquê aproveitar uma feira de projectos imobiliários para apresentar o (PEDTS) ? Óbviamente, basta abrir o referido suplemento pirata, para tirarmos as conclusões. Para além das institucionais primeira e ultima página descobrimos a verdadeira razão de tudo isto, é que numa Câmara falida que precisa de dinheiro, como de pão para a boca, parece que passou a valer tudo e temos um Presidente de Câmara eleito a "confundir-se" com um Presidente de Câmara S.A. (Sociedade Anónima) na "promoção de projectos"...não o será (?) mas confunde-se fácilmente!!!

A confusão vem para além dos equivocos fisicos do trabalho, já referidos , de nos levar também ao engano pelo texto cheio de subtilezas e mensagens "sub-liminares" . No seu capítulo de apresentação, passo acitar :

“ A Câmara Municipal do Seixal vai estar presente na próxima edição do Salão Imobiliário de Lisboa (SIL) (...) para dar a conhecer quatro projectos para a àrea da Baía do Seixal. O Municipio vai estar também respresentado pela Urbindústria, com o Estudo de Ordenamento Urbano e Paisagistico da Área da ex-Siderurgia Nacional, pela Empresa A.Silva & Silva, com a Urbanização Seixal Baía e pelo Grupo Libertas, com a Urbanização da Quinta da Trindade. Em conjunto constituem o Espaço Seixal, uma área de 500 m2 onde estarão presentes diversos planos para o concelho do Seixal “

Depois é dito num enorme acto de manuipulação de informação que “O Presidente fála-nos destes quatro projectos que vão estar no SIL (para quem acabou de ler os quatro projectos do parágrafo anterior, em bom português pensará que se tratam dos anteriores ... mas não ), Alfredo Monteiro, afinal, muito inocentemente (se algo de inocente houvesse em tudo isto... vai falar-nos dos “seguintes (4) espaços : Parque Ribeirinho da Amora , Estaleiro Naval da Quinta da Fidalga, Antigo Terminal do Seixal e Moinho Novo do Paulista “.

Este texto e todo o suplemento acabam por ser um dos melhores trabalhos do género que já vi, e desde já parabéns ao incógnito autor ou autores (aqui não tem importância para a CMS ou para a CDU/PCP o incógnito da publicação, a ausência de autor ) exímia a manipulação de informação , a utilização da imagem que com a colaboração ou não do Presidente Alfredo Monteiro - e era bom que este esclarecesse os Seixalenses sobre este ponto , bem como quanto custou á Câmara ...– na mistura de interesses públicos com negócios privados.

A julgar pelo Boletim Municipal publicado na sequência do ultimo SIL, em que é utilizado um meio pago pelos contribuintes para promover os mesmíssimos empreendimentos, é de crer que já tenhamos a resposta e que nada disto, para além de inocente, tenha sido feito por acaso...curioso o facto do Presidente ter chamado a si a presença no SIL, ao contrário do ano passado onde se fez representar pelo vereador do Urbanismo (clique) ...

Como é óbvio e voltando ao tal suplemento PIRATA e anónimo publicado no PUBLICO, o resto desse suplemento é dedicado a promover os grandes projectos imobiliários (porventura o seu único objectivo) já nossos bem conhecidos para o Seixal, promovendo os Grandes Grupos Económicos ligados aos projectos, numa promiscuídade inadmissivel com interesses públicos pondo a Câmara numa posição incomportável face a um mercado que deveria ser o fiel da balaça e da credibilidade nas instituições.

Ou estamos perante um novo e surpreendente tipo de autarca e autarquia (os S.A.) que aqui analisaremos amanhã?

terça-feira, novembro 21, 2006

"CITIZEN KANE" - VERSÃO CIDADÃO







A revista Time da semana passada apresentou um extenso trabalho sobre a “Invenção do Ano”, o curioso é que não consagrou nada de tangível fisicamente, nenhum objecto ou máquina, mas tão simplesmente um programa de computador ao qual está associado um muito democratizado e gratuíto serviço.

Falo óbviamente do “YOU TUBE”, a propósito do mesmo escreve a determinada passagem sobre a relação das “Estrelas” com o público; “How do you stay relevant when people can entertain themselves?”

A mesma questão de notoriedade parece ter atingido os media nacionais, estando a coisa no seguinte pé :
Como mantemos a nossa relevância e influência se as pessoas se podem informar a elas mesmas? (tal como se divertem com programas feitos por elas próprias...)

O meio aqui também tem como suporte a Internet, mas aqui o meio é a BLOGOSFERA , se no YOU TUBE a tentativa de bloqueio e resistência vai no sentido da protecção dos direitos de autor , aqui na Blogosfera o que está em causa para a tentar silenciar está nas supostas difamações feitas através deste meio.

Assistimos assim nas últimas semanas a um publicar por parte da imprensa “séria” de alguns artigos, entrevistados alguns supostos “caluniados” ( a maioria deles em meios mais comezinhos e históricos que pela blogosfera), nomeadamente saindo em defesa de Miguel Sousa Tavares e da acusação de plágio de que foi alvo, logo se foram meter com um dos “deles”...

Outro ambiente atreito a ser alvo da blogosfera são as comunidades locais, aí, destaca-se pelo provincianismo, o processo do Presidente da Câmara da Covilhã contra um “blogger local”.

O Senhor, Pinto de seu nome de certo nunca ouviu falar do caso do blog “mon-putteaux”, o primeiro alvo de um processo judicial por uma autarquia de Paris e da qual resultou um movimento global de apoio ao blogger e na sua notoriedade mundial, passando a autarquia de Putteaux pelo vexame de ver absolvido e de se ver ridicularizada perante o Mundo.

No caso das autarquias há uma nitida tentativa de abafar informação ou critica desfavorável, da mesma forma que o fazem com sucesso sobre a imprensa local, perfeitamente manietada com um lápis azul invisivel, em temas que não são do agrado dos cacíques locais .

Por sua vez , por parte dos jornais, ao aprovar o cercear da liberdade permitida por este meio (nomeadamente quando são jornalistas a serem expostos e criticados) tentando passar que pela blogosfera a informação que passa é meramente caluniosa e a não ter em consideração, estão também a entrar no domínio perigosos da censura que oxalá, para bem de todos , não venham a ser vítimas.

Nem todos têm esta opinião, como aqui (clique) já vimos. Há agora os anticorpos ad-hoc criados na própria blogosfera, como aqui pode ser também ser visto.

No meio de tudo isto o que resulta de tudo isto, Google-Maps, Google-Earth, You Tube, Blogger, é para já uma cidadania participativa (a mesma que fala Ramalho Eanes na sua tese de doutoramento), activa e actuante a ter em conta pelos poderes... a considerar pelo que antes foi escrito, já o é, Manuel Alegre e Al Gore sabem do que falo, mas parece que Miguel Sousa Tavares e alguns autarcas ainda não...

Pôr tudo no mesmo saco, desde as Doce ao Equador é perigosamente redutor . Querer reduzir este modo novo de comunicar, a meras calúnias e covardias "a coberto do anonimato" , é-o, tanto em muitos casos, quase como no tempo da ditadura, nesse tempo era a PIDE a fazer o trabalho sujo... hoje , outros, por iniciativa própria ou sob contrato fazem esse trabalho intimidatório e silenciador...

segunda-feira, novembro 20, 2006

ALMADA - DE NOVO O METRO , OS SUSPEITOS DO COSTUME DENUNCIAM-SE !















- O Metro Sul do Tejo (clique) tem as suas obras paradas há um ano.

- O Metro Sul do Tejo (clique) tem 25 composições Siemens-Combino paradas numa garagem em Corroios.
- O Metro Sul do Tejo tem largas dezenas de quilómetros de via construída ao abandono .
- O Metro Sul do Tejo tem há um ano estações construídas a serem diáriamente vandalizadas.
- O Metro Sul do Tejo Está parado quando devia ter entrado em funcionamento há um ano.

- Sobre os factos acima a Câmara Municipal de Almada (clique) diz " não ter qualquer responsabilidade neste processo".
- Sobre os factos acima a Câmara já efectuou 15 Forums de discussão com os munícipes.

Os factos acima são indesmentíveis para a Câmara Municipal de Almada. O que não se compreende é , como é que ," não tendo a Câmara nada a ver com a paragem forçada de um ano em todo este processo" , lesiva do País e do ambiente, como é que (agora) pelo facto de a Assembleia Municipal de Almada "aprovar a cedência dos últimos terrenos necessários ao andamento das obras do MST no centro da cidade. A proposta aprovada por unanimidade na última reunião de câmara" (como notíciou ontem o PUBLICO em notícia assinada por Claudia Veloso).

-Afinal bastava uma decisão da Câmara de Almada para desboquear todo este processo.
-Afinal era a Câmara de Almada que estava a bloquear todo este processo!

Ou seja, o MUNICIPIO DE ALMADA MENTE AOS CIDADÃOS , ao tentar enjeitar responsabilidades em toda esta estranha trama. A oposição vai mais longe com o PSD a sublinhar os enormes prejuizos "ambientais e ecológicos" resultantes desta criminosa paragem das obras, e com o PS a tirar quaisquer dúvidas sobre quem é responsavelo por esta situação "A escolha do traçado do metro é da responsabilidade das Câmaras e, nesse sentido, a presidente da Câmara de Almada sabia desde a primeira hora quais os terrenos que seriam necessários" .

Estaria a senhora Maria Emilia a pensar num Metro Virtual, ou numa mera "Ideia" à imagem da pesada "ideia" que na Câmara do Barreiro se queixa de ter herdado?

Só quem tinha poderes para bloquear este projecto durante todo este tempo, com os prejuízos daí decorrentes...os tem para desbloqueou agora a situação.
Se pretendem que o povo seja estúpido e veja nesta atitude heroísmo como pretendem vender, descansem que o Povo há muito viu onde estão os verdadeiros culpados , aqueles que até agora impediam que o Metro assumisse o espaço fisico que lhe era há muito recusado.

O Povo só pretendendo agora que os tribunais cumpram a sua parte a julgar a má-fé, a gestão ruinosa (clique) e danosa para os municípios envolvidos e para perto de 500.000 habitantes por parte da maioria CDU que caprichosamente "gere" Almada. E que a oposição cumpra a sua parte já que nitidamente identifica os culpados, causas , efeitos e motivações.

Pode ver aqui o filme:


domingo, novembro 19, 2006

BARREIRYWOOD - A IDEIA - LANÇA POLÉMICA UM ANO DEPOIS













Em Outubro de 2005 foi aqui publicado um post que poderão ler na íntegra no link abaixo , nesse texto em que fazia o balanço ds vereação PS na Câmara do Barreiro, escrevi o seguinte parágrafo:

"Foram criadas ciclovias,
encontrado uma nova finalidade para o Quimiparque, com investidores Americanos no dominio do cinema a querer ali construir estudios de produção cinematográfica, a Cidade do Cinema, o que me parece uma boa ideia, assim se concretize. (7/10/05)"

Como resultado de defender essa ideia fui presenteado ultimamente com alguns mimos de quem não sabe, nem do que fala, nem do que poderá ser melhor para um concelho a necessitar de uma renovação urgente como é o Concelho do Barreiro, o único (da AML) que na última década regrediu significativamente em número de habitantes e ao mesmo tempo viu subir a sua média de idades.

Na altura, ápoca pré-eleitoral, as forças cocorrentes não levaram a sério esta "IDEIA" do PS... o PS perdeu as eleições para a CDU, e agora, vem a CDU denunciar que a tal de "Cidade do Cinema" a instalar num projecto de requalificação da Quimiparque , não passava afinal de uma ideia...um bluff... o caricato, vindo de uma força politica que nos concelhos onde tem a maioria, não cumpre as suas promessas eleitorais (clique), agora a acusar outra força politica, que não ganhou as eleições, de que uma promessa eleitoral, que não tem hipótese de cuprir , não passava de uma "ideia"...

"A discussão do tema “Projecto da Cidade do Cinema” na última reunião pública da Câmara Municipal do Barreiro veio, afinal, por a nu, que toda esta “realidade” do Projecto Cidade do Cinema, nunca foi mais do que isto – uma ideia.
Ou, talvez, com mais rigor político, foi um bluff, lançado em vésperas eleições autárquicas – assim como uma espécie de um projecto para uma geração." (texto de A.S.Pereira enviado por João Afonso ).

Há aqui uma caso único, o surreal de uma força politica eleita e com poder executivo, criticar uma força politica , não eleita e sem quaisquer poderes por não pôr em prática uma ideia que (e isto é o lado mais surreal) era uma promessa eleitoral...logo, só passivel de ser posta em prática (ou não) se a força vencedora fosse a mesma que apadrinhava o projecto, o que já sabemos não ter acontecido, antes ganhou a CDU que ridicularizou desde o inicio aquela aposta.... mas que agora diz ter ficado com "aquela ideia nos braços"...pois o PS não a pode concretizar, logo é um "bluff"....como?

O que parece ter na realidade acontecido é que a "ideia " parecia realmente ter pernas para andar, tão real era esta ideia e o investimento associado que foi discutida no último congresso do PS, "Madalena Alves Pereira, levou ao Congresso Nacional do Partido Socialista a discussão do “Projecto Cidade do Cinema”, no Barreiro, no entanto, esta matéria, dada a posição definida no Congresso Nacional do PS, parece não ser, pelos vistos, Projecto de Interesse Nacional, pelo menos para o concelho do Barreiro."onde foi regjitada , uma rejeição que se lamenta para os Berreirenses e para o Barreiro uma vez que acalentava "para a criação de cerca de 3000 postos de trabalho e seria, sem dúvida, um projecto âncora que daria um importante contributo para a renovação do território da Quimiparque.
Era uma ideia, que nunca passou pelos vistos de uma ideia e que, afinal, parece que está a esvaziar-se…" (Rostos online)

O que temos entã agora de concreto? A perda, fala-se agora para Loulé deste projecto, que afinal se prova ter sido bem mais (e espera-se e mtermos nacionais que assim o seja) do que uma "ideia", mas o curioso é que quem me critica por considerar ser um bom investimento para o Barreiro, são os mesmos que criticam o facto de o terem perdido...ou a sua "ideia" ...o que não deixa de ser , no minimo, algo esquizófrénico.

Só realmente mentes destas (ausentes de ideias) podem criticar "uma ideia" mesmo que ela tenha exequidade e valor, remeto para a seguinte notícia no Publico de ontem " O realizador e produtor Luc Besson (...) recebeu autorização para construír uma cidade do cinema nos arredores de Paris.O projecto apresentado em Dezembro de 2004, vai ocupar uma antiga central térmica nas Margens do Sena, na provícia desfavorecisda de Seine-Saint-Denis. O ambicioso plano de transformação da área industrial com 6,5 hectare deverá custar 130 milhões de euros e inclui a criação de nove estudios, oficinas de construção de cenários e figurinos, um restaurante e espaços verdes (...) as obras devem durar entre 18 e 24 meses".

Aos iluminados que primeiro rejeitaram e ridicularizaram a ideia mas que agora lamentam tê-la perdido, sobretudo porque nunca a teriam tido , não sei o que lamentam agora, se em trinta anos e no cenário paradisiaco e único da Margem Sul , nada mais fizeram que delapidar o ambiente e alimentar clientelas e patos-bravos.

sábado, novembro 18, 2006

PINHAL DOS FRADES - FLÔR DA MATA NO SEIXAL UM TEMA INCÓMODO

















Apesar de a semana ter sido fértil em colaborações de muita qualidade , por parte dos nossos leitores, vou pegar na opinião mais desinteressante e irrelevante de todas,por acaso, a última deixada no posta de ontem , por ser aquela em que mais transparece o desejo de legitimar uma censura contra vozes incómodas e no seu entrender "sem legitimidade moral" - desde já recomenda-se ao autor a leitura da "Constituição da República - e que sobre a Flôr da Mata diz o seguinte:

"Estes pseudo ambientalistas deviam-se ter preocupado com as zonas húmidas quando fizeram um loteamento clandestino na Flor da Mata, e construiram por cima das linhas de água... Destruiram sem preocupações ambientalistas e agora vêm agitar a bandeira da ecologia? Falta-lhes autoridade moral para isso..."

O comentador anónimo refere-se , ao comentador anterior "ex-militante" que pressupõe ter construído "clandestinamente" na Flôr-da-Mata "sobre linhas de água"... bom , o comentador lá saberá de quem estará a falar, pela minha parte gostaria de perguntar , porque razão permitiu então a Câmara do Seixal "construir clandestinamente na Flôr-da-Mata", e ainda por cima "sobre linhas de àgua" ... tanto quanto conheço daquela realidade, a "clandestinidade" inicial de qualquer construção daquela zona terá sido ultrapassada , sendo qualquer cidadão residente, cidadão de pleno direito constitucional... senão, porque não evança a CMS com demolições?
Claro que tudo isto é um "suponhamos"... e nenhuma razão assistirá aqueles que tentem cercear a liberdade e os direitos de outrem, para além da sua ignóbil e cega ideologia senão, se é um estado de direito aquele em que vivemos, nada mais fácil à CMS do que fazer cumprir a lei!

Claro que tudo isto é para lançar um manto de nevoeiro, comum naquela zona, além do mais ,pior desde que o senhor vereador do Urbanismo Jorge Silva , assinou despacho para a instalação de uma central de betuminosos (alcatrão) poluidora do ambiente e de uma nuvem constante de diesel e pó naquela zona, em cima de uma linha de água "reserva ecológica nacional" e em terreno "reserva agricola nacional" favorecendo privados, a empresa "Teodoro Alho Lda."

Claro que tudo isto tem também a ver com a FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS POR PARTE DA CÂMARA DO SEIXAL (clique) e ALTERAÇÃO/ADIÇÃO DE DOCUMENTOS (clique) ocorrida naquele dossier, durante o período de discussão pública - o segundo - ... sobre a alteração do uso do solo, de "Mata e Maciço arbóreo" para terreno de construção (clique), beneficiando empresas de "vão de escada" como a BETOBEJA, proprietários registados no off-shore de Gibraltar, e a cedência de posição para a empresa de Construção Civíl HAGEN... em todos estes passos em todos estes casos encontramos um personagem comum,a mesma assinatura, a do vereador do urbanismo da Câmara do Seixal (clique) , o ilustre Serralheiro Mecânico Jorge Silva (clique)!!!

Há muito que se fala (na linha de Setubal) na purga do referido personagem (clique) da Câmara do Seixal , há tanto tempo que a não acontecer, se assume que o Partido Comunista está conivente com toda esta situação (clique) ... e , quiçá, em termos de partidos , nem só o PCP! Ainda está por esclarecer o secretismo por detrás da passagem de uma via-rápida (CRIPS) por cima daquela zona protegida...

É tudo isto que está em questão (!) e se pretende escamotear...

É tudo isto que tem sido alvo de investiigação por parte da P.J. e não se houve "clandestinios a construír sobre linhas de água", situação em que criticamos a Câmara do Seixal por ser a principal responsável ao tê-lo permitido e LEGALIZADO!!!

sexta-feira, novembro 17, 2006

DO LOCAL AO GLOBAL



Há pelos vistos por aí quem professe que o lema "Pensar global, agir local" é mais um perigoso lema "capitalista"...pois é o lema que por aqui nos norteia desde o inicio considerando que as grandes incidências globais são em grande parte, somatório de actuações locais.

Uma das orientações que os planos contra as globais alterações climáticas é tão só, parar a deflorestação e o aumento de àrea construída, nesse sentido há regras de protecção que pelo Sul do Continente - curiosamente quem mais sofrerá com as alterações climáticas e com a previsivel desertificação- não funcionam , e continua-se a dizimar floresta, particularmente em Portugal a um ritmo percentualmente superior ao da Amazónia.

Ele há regras...bem definidas, mas sempre contornáveis ao sabor do tráfico de influências e da corrupção instalada ao nível das autarquias, veja-se o que o El País noticia em Espanha e veja se conhece algo de parecido : "Durante os últimos cinco anos, os clubes de futebol espanhóis ganharam nada mais de mil milhões de euros só com as requalificações urbanísticas de terrenos que possuem" ... e também no El Mundo (clique) claro que em Portugal fazemos ainda melhor, determinado clube de futebol não possuía nenhum terreno em determinado concelho, então, requalificou-se umas largas dezenas de hectares de terreno ... para primeiro instalar lá o tal clube (um que volta e meia tem dirigentes a contas ou com o fisco ou com a justiça) ...e depois claro construír!!!

Isto para dizer que as tais regras, os PDM, os Planos Regionais, as Redes Natura, as Reservas Agricolas, as Reservas Ecológicas...que têm como objectivo preservar o ambiente e defender de situações que localmente contribuem para o fenómeno das Alterações Climáticas, são , por mais que os grandes do Mundo apregoem o contrário...sistemáticamente desrespeitadas pela ralé da politica alojada parasiticamente no aparelho de alguns partidos e que em alguns lugares pretende ser confundida e ter o respeito que merece a maioria dos autarcas.

Veja-se nas imagens acima a Flôr-da-Mata em Pinhal dos Frades , um local no Seixal, protegido no PDM como "Mata e Maciço arbóreo" , "zona de interesse ecológico a preservar" ( ...) e onde a Câmara do Seixal pretende, beneficiando interesses imobiliários escondidos por detrás de offshores e cedências de posição betonizar mais uma vasta àrea, deflorestando inclusivamente espécies protegidas como o sobreiro e pondo em causa uma zona húmida e florestal por excelência.

quinta-feira, novembro 16, 2006

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E EUROPA


















Aquecimento Global não é ficção científica...
Kofi Annan - Secretário Geral das Nações Unidas.
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Chegar ás primeiras páginas não é garantia de importância. Mas por vezes, as primeiras páginas justificam-se. As alterações climáticas não são uma questão de moda : trata-se do nosso futuro. Politicos, empresas, familias, cidadãos - todos aqueles que têm interesse no futuro sabem que é necessário actuar agora para gerir os problemas de amanhã (...).


A "solidariedade" surge por vezes como um conceito vago; mas a luta contra as alterações climáticas é neste momento o exemplo de solidariedade mais consistente que esta geração pode mostrar à geração seguinte (...).

Sabemos que o nosso planeta aquece ao ritmo mais rápido de sempre e que a espécie humana é a maior responsável pelo fenómeno.Todos podemos sentir os efeitos .Eis alguns exemplos: Desde 1995 registaram-se os 11 anos mais quentes desde 1850; recuo rápido da maioria dos glaciares do planeta: derretimento acelerado nos últimos anos.

A análise do Professor Stern sobre os aspectos económicos das alterações climáticas publicada em 30 de Outubro de 2006. Indica com grande clareza os elevados custos da inacção.Porém estes custos não são só económicos (...).

É difícil não parecer alarmista ao abordar a questão da alteração climática e do aquecimento global; pelo que pela minha parte, prefiro confirmar a nossa determinação quanto ao modo de actuar. É óbvio que para enfrentar as causas e os efeitos das alterações climáticas são necessárias mudanças essenciais (...).

A luta contra as alterações climáticas merece um lugar no topo da lista das prioridades da UE. A Europa tem ideias, tem experiência e tem também a visão necessária para promover melhorias reais. temos decisões dificeis pela frente, que implicarão seriamente cada cidadão europeu.

José Manuel Durão Barroso Presidente da Comissão Europeia in PUBLICO 16 Nov 2006 (excertos).

quarta-feira, novembro 15, 2006

PORQUÊ NEGAR? OU QUAIS OS INTERESSES DA NEGAÇÃO ?














Há estudos, muitos, relatórios, imensos, dados estatisticos, "palletes" deles. É aliás consensual no meio ecologista e cientifico - não querendo misturar as coisas para desde já não ferir susceptibilidades - que há já dados substanciais que apontam para que ocorram alterações climáticas (clique), nas quais o homem não é só mero espectador , mas causador.


Os dados que estão na mesa revelam que há um padrão que permite considerar que se se mantiverem as tendências actuais há, generalizada a ideia, (dentro da referida comunidade) de que tudo aponta que as alterações climáticas vão no sentido de um aumento da temperatura global. Uma das grandes causas apontadas, grosso modo, são a libertação para a atmosfera de gases com efeito de estufa.

Certas ou erradas, estas previsões , para muitos alarmistas, têm recomendações , que farão todo o sentido , verifiquem-se ou não as consequências para onde apointam, reduzir a delapidação de recursos e a destruição da natureza , quer numa perspectiva global, quer numa perspectiva de conservação (clique) da própria espécie, caracteristica básica em qualquer ser vivo.

Os relatórios existentes e que defendem um reequilibrio do actual estado das coisas, o que defendem é que perante determinadas possibilidades (mesmo que se não venham a verificar) , há determinadas orientações que farão todo o sentido, emtermos de sobrevivência ou de uma melhoria ou sustentabilidade da qualidade de vida.

Que se acautele por exemplo, a ineficiência energética (de forma a gastarmos menos e melhor as fontes de energia não renováveis), não delapidarmos a este ritmo, a floresta, os recursos hidricos, os solos considerando que em Portugal um dos factores que para isso mais contribuem é o desordenamento do território (clique), a pressão e expansão urbana (clique) e o turismo não sustentado, e por outro lado temos que em Portugal, acautelar a erosão da nossa costa , salvaguardando o que é erosão natural e a provocada pelo homem com sobreocupação populacional de muitas zonas.

Parece ser natural que se acautelem situações que potencialmente podem ocorrer, como se fazem edificios com estruturas que respondam a ondas sismicas, na hipótese de ocorrer algum tremor de terra. Os estudos mais recentes, nomeadamente o relatório Stern ou o trabalho de divulgação de Al Gore (clique) , é nesse sentido que vão. Um sentido que prevê alterações do comportamento das sociedades actuais, do consumo desenfreado e muitas vezes desnecessário, o uso e abuso e dependência urbana do automóvel , a entrega a construtores civis cujo unico fim é o lucro , de muitas zonas naturais a preservar e onde constroem espaços para morar, mas perfeitamente inabitáveis e profundamente desumanizados de raiz.

O que não se compreende é que perante estudos que orientam a sociedade de consumo actual para trilhos mais sustentáveis e equilibrados para a existência de futuras gerações (clique) para além das actuais, muitos se dediquem exclusivamente a pôr em causa a validade destes estudos (clique) - (aqui clique) e (aqui) -, ignorando de todo a sua valia e o seu objectivo de melhor ambiente e melhor qualidade de vida, mesmo que se não verifiquem as premonições que no limite se prevê poderem vir a ocorrer.

terça-feira, novembro 14, 2006

PORTUGAL SECULO XXI QUE AMBIENTE?



















O Diário de Noticias de domingo trouxe-nos um extenso relatório sobre o estado do ambiente em Portugal e suas perpectivas futuras, transpondo para Portugal os alertas do relatório Stern.

O retrato ambiental para Portugal nas próximas décadas não é nada de animador, sobretudo de nada for feito para inverter as politicas actuais . Portugal é mesmo apontado como um dos países que em todo o mundo mais vão sofrer com as alterações climáticas na perspectiva de um cenário de aquecimento global.

O DN colheu a opinião de algumas personalidades ligadas à temática ambiental, começando por Helena Freitas, "os recursos naturais são a base da sustentabilidade ecológica e sem ela não há sustentabilidade económica e social". A sua dilapidação equivale à destruição dos sistemas que suportam a vida: a água, o solo, a floresta, as fontes de energia, criando situações irreversíveis, acrescenta ainda a ex-presidente da Liga para a Protecção da Natureza. "Sem eles, não ficam assegurados os ciclos hidrológicos e o equilíbrio dos ecossistemas." Ou seja, põe-se em causa a sobrevivência dos solos, os recursos alimentares, a continuidade de actividades económicas como a agricultura, a pesca ou o turismo e, em última instância, "a própria segurança das populações."

Hélder Spinola da Quercus por sua vez refere "A perda do equilíbrio dos ecossistemas tem consequências gravíssimas. Os exemplos estão à vista." Quando as construções ocupam zonas protegidas e espaços naturais, leitos de rios ou a orla costeira, o solo deixa de ser permeável, de ser fértil, de se regenerar. Cheias, incêndios florestais, secas graves ou aluimentos de terra são consequências óbvias que já começaram a ser sentidas. E o território fica cada vez mais à mercê das catástrofes naturais".

A socióloga Luísa Shmidt declara "Aliado ao desordenamento do território que povoa não apenas a orla costeira está o crescimento desenfreado das áreas metropolitanas. Arrastando uma mão-cheia de agravantes: mais poluição sonora e atmosférica, mais consumo de energia, mais problemas de saneamento e tratamento dos resíduos, entre outros."

Viriato Sorumenho Marques por sua vez afirma "No litoral assiste-se a uma combinação explosiva de problemas. "Aí conjugam-se todas as ameaças, desde o aumento de erosão e a provável subida do nível do mar devido às alterações climáticas, até à pressão sobre solos protegidos tanto pela Reserva Ecológica como pela Reserva Agrícola dentro e fora das áreas protegidas." E aí o que está em causa não é só a perda de biodiversidade mas a "capacidade de produção agrícola".

Perante isto há ainda por entre os nossos ilustres autarcas quem ache que não se passa nada, para continuarem impunemente e para benefício próprio, a arrastar para o abismo as futuras gerações , em troca de um imediato bem estar próprio ou ilusório poder.

segunda-feira, novembro 13, 2006

METRO SUL DO TEJO - O ESCÂNDALO DOS NÚMEROS E DO ATRAZO


Como é possível que um projecto cujos estudos tiveram início nos anos 80, já lá vai um quarto de século . Com anteprojecto apresentado em 1995 , há portanto, mais de 10 anos...com concurso lançado em 2002.

Com as composições sujeitas a concurso, escolhido o fabricante, construídss e entregues entre Maio e o final de 2005.

Com linha construída, (desarticuladamente) o metro "testado" para a propaganda eleitoral das últimas autárquicas (2005) .... só entrará em exploração comercial , e reduzida ... em finais de 2007.

Entretanto há a degradação natural dos veículos (há 24 comboios parados no local de recolha em Corroios) e das estruturas construídas, vandalização de linha, de paragens, de equipamentos de apoio, sem que um só metro circule, mas já com um orçamento suplementar para estas factores de atrazo já na calha.

Lembre-se que está em causa um investimento (inicial) do Estado, de 275 MILHÕES DE EUROS e por parte do consórcio vencedor, de 75 MILHÕES DE EUROS e fundos comunitários da ordem dos 74.8 MILHÕES DE EUROS .

Mas em Almada talvez tudo se explique nos próximos Furums de Discussão sobre o tema... e que já vão em 15...!!!

O filme mostra as volumosas obras feitas e os investimentos aplicados em viadutos, linha e seu suporte, passagens desniveladas, postes, cantenárias... para que tudo esteja parado e tenhamos que pagar por isso.

Não bastou os meses e meses de abre buraco, tapa buraco, pó e lama, de Corroios a Almada agora mais impostos por causa da maior das incompetências , isto contado ninguém acredita. Como lembrou aqui há dias um leitor, Genéve tem um metro em pleno funcionamento construído na mesma altura!!!

domingo, novembro 12, 2006

AMBIURBE - SALÃO INTERNACIONAL DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL



















Decorreu desde 8 de Novembro e até hoje na FIL, a AmbiUrbe, Salão Internacional do desenvolvimento sustentável. Presentes estiveram uma multiplicidade de empresas que trabalham e desenvolvem projectos na àrea do ambiente.

As empresas representadas iam desde a àrea da recolha de lixo, reciclagem e gestão de resíduos, até empresas de ponta nas àreas do tratamento de àguas (tratamento de efluentes e separação de hidrocarbonetos e óleos alimentares) até empresas que trabalham na área das energias renováveis , fotovoltaica, solar para aquecimento de àguas, e eólica, a maioria apresentando soluções não só com uma aplicabilidade "macro" mas também com aplicações domésticas concretas.

Várias foram as autarquias presentes, com um destaque para a de Lisboa com um dos maiores stands e disponibilização de documentação , tivemos também a possibilidade de acompanhar a visita feita esta tarde pelo Professor Carmona Rodrigues.

Da margem sul a única representação era a da AFLOPS (Associação de produtores florestais), de salientar a total ausência das autarquias , da margem Sul, mais assíduas do Salão do Imobiliário.

Presentes estiveram também a QUERCUS e o Ministério do Ambiente.

sábado, novembro 11, 2006

ENERGIA


















O ambiente está finalmente, e espera-se que definitivamente na ordem do dia, das publicações mais especializadas ás mais gerais têm ultimamente sido publiacados inúmeros dossiers e trabalhos de investigação.

Hoje a xis , suplemento do PUBLICO dedica o seu número semanal à Energia, sob o título elucidativo "O que fizermos hoje determina a vida amanhã" e inclui uma entrevista com o Engº Carlos Pimenta que se recomenda a leitura.

A entrevista a Carlos Pimenta extravasa o tema "energia" e acaba mesmo por focar o incontornável filme de Al Gore. Também Carlos Pimenta relembra que "O impacto (das alterações climáticas) vai ser brutal, exactamente em que contornos , não se sabe bem.Nós temos um estudo muito bom sobre os impactos em Portugal de toda esta crise, chamado SIAM, onde se faz uma análise das consequências. Sobre a desertificação, em relação ao que se perde, ao tecido hidrológico, etc. É uma autêntica catástrofe. (...)

Hoje em dia já estamos acima da máxima concentração de gases de efeito de estufa que existiram no último milhão de anos. Com valores mais e menos extremos, o mundo conheceu uma alternância de períodos glaciares e períodos quentes. Portanto algo de dramático se vai passar. Exactamente o quê, não se consegue prever"

Úteis neste trabalho da xis são também as dicas para poupar energia, nas contas e no ambiente.

sexta-feira, novembro 10, 2006

METRO SUL DO TEJO - AS INDEMNIZAÇÕES!!!














Querem trazer para aqui, mais construção escudando-se num Metro que impedem de pôr nos carris.

Era legítimo e de esperar! Segundo o Diário de Noticias (clique) de hoje, a empresa concessionária do Metro Sul do Tejo negoceia com o Estado as indemnizações compensatórias pelo atrazo na entrada em circulação desse meio de transporte.

E Agora Dona Emília?

Pagamos todos, nós cidadãos contribuintes...MAIS!!! E porquê? Pela sua incompetência e teimosia? Por orientação do seu partido? Por determinação do colectivo que domina a autarquia???

De nada serve fazerem campanhas do género "Contra o aumento de impostos" ou " A Saúde é um direito, não um negócio", quando depois nos metem em negócios lesivos do Estado que somos todos nós (os que pagam impostos!!!) a pagar!

De nada serve este tipo inconsequente de slogans enquanto alegremente, ao fazer "politica" se obriga a pagar mais do que o necessário do Orçamento de Estado ou das contrapartidas negiociadas para cobrir um investimento inicial de 350 MILHÕES DE EUROS e que devia já estar nos carris a servir a população há cerca de um ano! (já não falo da propaganda feita à custa de uma mentira...) . Um projecto que relembre-se, está parado por deliberação da Assembleia Municipal de Março de 2004, dois anos e meio depois de se terem iniciado as obras.

Entretanto a Siemens cumpriu o contrato para a construção das 24 (VINTE E QUATRO) composições, que não foram oferecidas... e que se encontram agora fechadas numa garagem em Corroios.

Esta situação, a par do prejuízo financeiro, significa um prejuízo para os cidadãos triplamente penalizados.
- Por um lado, são penalizadops ao serem privados de um meio de transporte que potencialmente e fisicamente já existe.

- Por outro lado são penalizados ambientalmente por este ser um meio de transporte não poluente que em muito ajudaria à melhoria da qualidade do ar e à mobilidade (uma mobilidade , ou falta dela que vai obrigar à construção de um novo hospital) retirando automóveis de circulação.

- Para terminar, e como se estas duas penalizações não bastassem, vão ter que ser ainda os cidadãos (Estado) a suportar os encargos extra com as indemnizações que agora estão a ser negociadas.

Como é que isto pode passar impunemente num regime democrático sem que ninguém seja responsabilizado? (continua).

quinta-feira, novembro 09, 2006

PONTES SOBRE O TEJO














Ontem foi anunciada com a costumeira pompa e circunstância, a construção, ou a possibilidade de se vir a construir uma nova travessia rodo ferroviária sobre o Tejo... não discordei ...antes... da decisão de construir uma ponte que una o Barreiro e a Margem Norte... discordo, como antes discordei, da opção tomada para a construção da Ponte Vasco da Gama em deterimento desta opção então posta de parte.


Porquê? Porque se perdeu uma oportunidade de requalificar o Barreiro e de evitar o que se temia e veio a acontecer, a betonização de Alcochete e do Montijo... Pinhal Novo...Moita... num decalque do que sucedera décadas antes com a Ponte 25 de Abril e Almada e Seixal...

Uma ponte rodo ferroviária agora entre a Margem Norte e o Barreiro vem suburbanizar ainda mais a Margem Sul , insiste novamente na dependência do automóvel e de novo vai dar um impulso desregrado e insustentável à construção civil a quem uma vez mais é prestada vassalagem.

Veja-se o aumento as variações populacionais nos Concelhos da margem Sul entre 1991 e 2001:

1991
2001
Val. Abs.
Val. Rel. (%)
Alcochete 10169 13010 2841 27.9
Almada 151783 160825 9042 6.0
Barreiro 85768 79012 -6756 -7.9
Moita 65086 67449 2363 3.6
Montijo 36038 39168 3130 8.7
Palmela 43857 53353 9496 21.7
Seixal 116912 150271 33359 28.5
Sesimbra 27246 37567 10321 37.9
Setúbal 103634 113934 10300 9.9


Agora o que se demonstra é que a opção Vasco da Gama estava errada e que esta sim, teria sido (na altura) a opção certa a contar com a ligação ferroviária de alta-velocidade, a outra é uma ponte bonita sim senhor, mas o custo-beneficio para além de ainda estar por fazer, bem como o estudo comparativo da outra opção (a agora tomada) jámais será comparado... é como a história do aeroporto da Ota, meia dúzia de anos depois de ser construído, descobrir-se-á que outra teria sido a melhor opção... a questão é que antes como hoje , ou amanhã, ninguém será responsabilizado, nem nunca será investigada a teia de interesses e os lobies que favorecem as opções destas obras faraónicas...

Amanhã, como hoje, desceremos mais lugares no ranking da credibilidade, da competividade, do desenvolvimento mas atingiremos os lugares cimeiros da corrupção , das desigualdades sociais, e da perda de qualidade de vida e ambiente...

E os responsáveis até se autopromovem de tantos em tantos anos , não em fotos de policia, mas em cartazes gigantes, como se fossem estrelas num firmamento à parte dos restantes mortais.

A opção por esta nova ponte e localização vai encaixar na perfeição no anunciado projecto da mega urbanização nos terrenos da siderurgia, mas baralha quer a construção, quer a anunciada loicalização do ex-futuro Hospital do Seixal, já questionável com a anunciada construção pa ponte Seixal-Barreiro.

Uma palavra para o Engenheiro Carlos Pimenta que sempre defendeu a opção Chelas-Barreiro e não a decisão tomada Montijo-Sacavém.

quarta-feira, novembro 08, 2006

PLANOS DIRECTORES MUNICIPAIS DE SEGUNDA BETONIZAÇÃO













PDM da Moita em revisão, renegar cultura e origem.

Estão em fase de revisão os Planos Directores Municipais chamados de primeira geração, aqueles, feitos com tanto rigor e perspectivas de sustentabilidade que previam qualquer coisa como habitação para entre 30 e 50 milhões de portugueses...

A segunda vaga, findo o seu "periodo útil de vida" aproxima-se, e as perspectivas são as mais negras, a ver pela autarquia que na região está na dianteira nesse processo, a autarquia da Moita, pode aqui ler uma noticia de "O RIO" (clique) sobre o tema onde se vê o quanto diametralmente opostas são as perspectivas da oposição e da maioria, sobretudo "os vereadores da oposição manifestaram as suas posições, argumentando contra o projecto de Revisão do PDM, particularmente, no que se refere à forma como foi realizado o Inquérito Público e às alterações introduzidas na área de Reserva Ecológica do Nacional (REN), no concelho."

Um caso sobejamente conhecido é o caso da luta da "Barra Cheia" e da "Várzea da Moita" cujas posições e luta pode aqui seguir (clique), ou aqui no Plano da Moita (clique) , também aqui no Brocas Vetus , continuam as criticas sobretudo à falta de democraticidade que tem envolvido todo o processo , bem como a forma de "desenvolvimento" encontrada e as linhas orientadores para os próximos anos, ao presidente João Lobo , parece interessar sobretudo "votei favoravelmente esta proposta porque considero que este Plano Director Municipal revisto contém uma estratégia e encerra em si um desenvolvimento para este município, estrutural, e que se coaduna com um desenvolvimento dum município da Área Metropolitana de Lisboa onde estamos inseridos”.

O desenvolvimento na cabecinha "saloia" destes autarcas da Margem Sul passa por esquecer as especificidades locais e querer decalcar para a Margem Sul os erros da margem Norte, com um arrazo sistemático da paisagem natural e dos valores culturais das povoações históricas Desta Banda criando uma amálgama de betão indistinta e arrazando tudo o que são raizes históricas e culturais de antes da industrialização, é a velha máxima de manter viva uma História que para eles só começou em Outubro de 1917, (como foi ridiculo e fora do contexto os almocinho a comemorar a data e presidido por Jerónimo de Sousa).

Tem havido por parte da população uma oposição a esta cedência ao betão e ao corte e custura no que se refere à REN e RAN e feito muito à medida , alegadamente de alguns interesses mais ou menos difusos. Por sua vez a blogosfera tem sido espaço de oposição ao processo e à proposta que podem ver para além dos já mencionados na referência que é o alhosvedrosaopoder .

Face ao proposto para a Moita e ao já anunciado no caso de Almada, "Cidade da Água", no Seixal com a Siderurgia e com o que mais se verá, não estamos perante Planos Directores Municipais de Segunda Geração, mas sim de Definitiva Betonização da Margem Sul, os responsáveis têm um nome e uma teia de interesses instalada , construida laboriosamente e aguerridamente defendida , há mais de trinta anos e são fáceis de identificar quer por estas, quer pelas futuras gerações que apelidarão estes tempos certamente como a Idade do Betão!!!

terça-feira, novembro 07, 2006

O DESCONTROLO DO PARAÍSO 2 - A BLOGOSFERA












A Capa e o número 713 da Visão ainda aí estão nas bancas e recomenda-se por várias razões a sua leitura, mais não seja, pelo texto de opinião publicado na página 102 , assinado por Manuel António Pina na coluna
Portofólio, sob o título "Anónimos, dizem eles" , ao mesmo tempo que recomendo a sua leitura na íntegra. Gostaria de destacar as seguintes passagens num artigo sobre o "grande alvoroço na net (e fora dela) acerca do anonimato. A coisa vem de longe mas acendeu-se com a publicação num blogue de transcrições de um best sellerb alegadamente copiadas de um livro alheio"...

Passo a citar breves excertos dessa análise oportuna que peço que comparem, por exemplo pelos comentários recebidos ao post de ontem, ou a qualquer um do A-Sul:

"Por um golpe de rins comum em debates do género, a polémica plágio tem sido, em alguns jornais transferida para a questão do anonimato na blogosfera, segundo o sabido modelo daquilo que , em informação e contra-informação, se chama de «técnica de desautorização», pois « não se devem discutir as ideias do adversário (...), e antes, ao invés de debater uma tese, deve desconsiderar-se o adversário» (...) é parte da nossa cultura comunicacional, e qualquer recém chegado à politica ou qualquer estagiário de jornalista já vem equipado com a desconversa no código genético . (...)

(...) Os meios tradicionais de comunicação apontam frequentemente o dedo acusador à natureza anónima de muitos blogues como se grande parte daquilo que hoje se publica nos jornais não tivesse origem em fontes anónimas (...)

Sobre o direito de resposta no caso de "informações incorrectas ou incompletas, acusações sem provas, opiniões e comentários ofensivos..." : Ao menos nos blogues...correcções e rectificações são publicadas em directo e no mesmo exacto local (...)

(...) Como nos jornais, há blogues mais crediveis e menos crediveis, e há blogues, como há jornais, sem qualquer espécie de credibilidade. Convenhamos, no entanto, que factos são factos, independentemente de virem com assinatura (pseudónima ou ortónima que ela seja) ou não. Não deixa aliás de ser sintomático do clima que hoje se vive em algumas redacções a circunstância de muitos bloggers serem jornalistas que publicam na blogosfera factos que não podem publicar nos órgãos de informação em que trabalham. Anonimamente, pois o preço da liberdade começa a ser de novo muito alto (...).

A questão do anonimato tem também sido posta na China, onde se pretende que os bloggers sejam identificados e tenham ficha na polícia.

Mas a blogosfera, na China como por estas mansas paragens é um espaço de liberdade e pluralidade que veio para ficar, é melhor irem-se habituando a isso os donos da informação."