segunda-feira, outubro 30, 2006

MARGEM SUL, NOVA ORGIA DE BETÃO














Os PDM's , Planos Directores Municipais ainda em vigor, datam do ínicio dos anos noventa (do século passado) , nasceram porque tiveram de ser... senão fechavam-se muitas torneiras de subsidios e subvenções, não eram leis para levar a sério.

Se assim não fosse , não teriamos nas zonas mais atreitas à especulação imobiliária e nos municipios mais permeáveis ao tráfico de influências , desvios sistemáticos à letra da Lei, bem como paulatinas alterações de uso do solo e Planos de Pormenor... agora com o advento dos PDM de segunda geração, vieram também os PIN...

Tal como muitas outras leis de planeamento e ordenamento (Reserva Agricola Nacional, Reserva Ecológica Nacional) os PDM's nasceram para serem contornados ao sabor de negócios autárquicos, ou de autarcas, ou de amigos, ou de partidos...

Todos conseguirão lembrar-se de pelo menos um caso... uma violação grosseira do prometido na letra da lei, que se encaixará numa destas tipologias. Aqui são muitos os casos que aqui temos focado ao longo dos ultimos dois anos, basta uma viagem ao passado dos nossos ficheiros... até pode clicar ao acaso que o dificil será não acertar...

Cada tiro cada melro, diz o povo...

Agora, começam a nascer os pomposamente apelidados PDM's de segunda geração... segunda geração, ou segunda betonização? É que é exactamente a ideia que fica dos projectos de betonização da LISNAVE, da QUIMIPARQUE, da SIDERURGIA, uma verdadeira orgia de betão que arrasta inevitávelmente uma nova travessia sobre o Tejo...com a desculpa do TGV...mas também rodoviária...veremos!!!

Só pergunto, quem planeia? Quem fecunda? Quem se reproduz desta maneira? É que já tinhamos PDM's que previam habitação para trinta milhões de Portugueses... Para quantos mais vão construir casas??? Quem pretendem importar? Como pretendem que essas casas sejam pagas?

É que já hoje há um mercado de casas devolutas, sem comprador, ou casas habitadas, mas sem que os seus donos cumpram os seus compromissos hipotecários... só na Margem Sul... de largas dezenas de milhar...

Por favor, expliquem-me a sustentabilidade deste no-sense...como se fosse muito burro!

5 comentários:

Luis Eme disse...

Acho que eles já perceberam que estes projectos não passarão de "flops"... e os 20 anos de concretização passarão a 50... ou seja, nada será como está a ser planeado.
As pessoas já começam a estar fartas de cimento, e nem mesmo a beleza do Tejo, será suficiente para fixações...futuras.

Anónimo disse...

esta semana estou em Genebra, e quando ando de autocarro, que chega sempre a horas, para o meu local de trabalho tenho comparado a cidade com o Seixal. A área da cidade é +/- igual ao Seixal (concelho) mas a compração acaba ai... aqui os prédios estão limitados em altura, entre eles existe sempre um espaço enorme ocupado por jardins e locais para os miudos praticarem desporto. Nas estações mais concorridas existem locais para deixar as bikes, ciclo vias é o que mais há por aqui... espaços verdes (não jardins!) para contacto com a natureza e pratica de desporto existem pelos menos 5, pelo menos que eu conheça.. e tb existe metro de superficie que por acaso começou a ser construido na mesma altira que o nosso... só que está parcialmente já a funcionar com várias linhas e outras tantas em fase de acabamento! quando me lembro aonde vivo fico chocado, parece que vivo noutro planeta!

nunocavaco disse...

Os PDM's , Planos Directores Municipais ainda em vigor, datam do ínicio dos anos noventa (do século passado) , nasceram porque tiveram de ser... senão fechavam-se muitas torneiras de subsidios e subvenções, não eram leis para levar a sério.- ponto verde

Diz tudo. Nem tenho palavras para tamanha sapiência.
Quanto ao antónio infelizmente Portugal não pode ser comparado com outros países e não é só o Seixal que é bem melhor do que muitos concelhos portugueses. Se fosse só o Seixal estava eu muito satisfeito.

Ponto Verde disse...

O autismo de Nuno Cavaco é extensivel às projecções sobre alterações climáticas e aquecimento global, ainda bem que não tem nada a acrescentar à minha humilde "sapiência", neste caso nem vejo o que poderia...

Anónimo disse...

Uma coisa boa para tanto betão: daqui a uns anos, quando todos se derem conta que andaram a ser gozados durante anos e que é inevitável fazerem-se alterações, os empreiteiros terão muita, mas muita coisa para demolir.

Aí a "febre do betão" vira "febre dos explosivos", mas acerca desta não vou ter nada contra.