sexta-feira, maio 29, 2009

FARSA 3



Já percebi , nesta conferência a autarquia de Almada funciona como o modelo a não seguir .

- A não seguir no modelo urbano.

- A não seguir na forma como não aproveita energias alternativas renováveis nos edifícios camarários.

- A não seguir na forma como introduziu um novo meio de transporte, o Metro, num meio urbano já construído.


- A não seguir na forma como concebeu e impôs um modelo único de zona pedonal.


- A não seguir na forma como aborda as ciclovias e o uso da bicicleta.

- A não seguir na forma como escorraçou o automóvel do centro da cidade e persegue os automobilistas e os residentes proprietários de viaturas.

- A não seguir na forma como criou alternativas para o trânsito automóvel para zonas secundárias da cidade.

- A não seguir na forma como aniquilou o Comércio Tradicional e promove uma grande superfície fora da cidade, desertificando o centro da cidade.

- A não seguir na forma como trata as suas mais valias ambientais e zonas protegidas.

- A não seguir na forma como gere os seus valores turisticos e culturais.

-
A não seguir na forma como trata os cidadãos.

- A não seguir, no valor cobrado aos cidadãos para participarem nesta conferência, ou melhor, para não participarem ...

quinta-feira, maio 28, 2009

FARSA 2


Como é que um município que não segue os principios básicos da Agenda XXI local se pode armar em bandeira do que alarda, para ser sede do Congresso Roteiro Local para as Alterações Climáticas , a menos que esta iniciativa sirva para a autarquia finalmente vir a adoptar o impossível, ou seja, a postura inversa da seguida nos últimos 35 anos, o que me parece impossível com este elenco autárquico.


Mas o que é a Agenda XXI Local ?

- « Agenda 21 Local é um processo através do qual as autoridades locais trabalham em parceria com os vários sectores da comunidade na elaboração de um Plano de Acção por forma a implementar a sustent
abilidade ao nível local. Trata-se de uma estratégia integrada, consistente, que procura o bem-estar social melhorando a qualidade do ambiente.»

Ora , diálogo e consensos é coisa que não existe na verdadeira Ditadura em exibição há quase tanto tempo como reinou a Ditadura Fascista .

O que há é uma verdadeira farsa, montada com recurso a uma máquina de propaganda monstruosa e sorvedora de recursos , recorrendo abusivamente de massivos spots na televisão e a meios de propaganda próprios .

Relembre-se toda a novela do Metro Sul do Tejo , e a manipulação feita sobre a progressão (e atraso) das obras , os percursos escolhidos, nomeadamente na zona da Ramalha para se ver como até uma obra potencialmente estruturante se tornou exactamente no oposto do que é preconizado na Agenda XXI Local ou no combate às emissões de CO2 , pois que se obrigou o trânsito automóvel a percursos mais longos e gastos acrescidos até na procura de estacionamentos.

Por outro lado matou-se o comércio de proximidade e compulsivamente se conduziu a população para um mega centro Comercial fora da cidade , por um lado ocupando área verde e por outro obrigando ao uso quase que exclusivo do automóvel .

Tudo politicas contrárias a uma ideia de sustentabilidade, de ambiente ou de combate às alterações climáticas.

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Se dúvida houvesse sobre as preocupações da CMA em divulgar e debater estas questões com os cidadãos, envolvendo a comunidade, com uma especial atenção aos desempregados e outros que se interessando por estes temas atravessam grandes dificuldades, veja-se o preçário para participar:

Custos de Inscrição:

Normal - 200 Euros
Municípios, Agências de Energia e Sócios da Associação Nacional de Engenheiros Técnicos; Associação Portuguesa de Engenheiros do Ambiente; Ordem dos Arquitectos e Ordem dos Engenheiros - 100 Euros
Estudantes - 75 Euros

Nem mais DUZENTOS EUROS !!! Meio salário mínimo !!!

SETENTA E CINCO EUROS para estudantes !!!

Palavras para quê... continuamos a ser um país de doutores , engenheiros e funcionários autárquicos , o resto é paisagem, aliás, o resto é indesejável ...a não ser para ír votar... e depois preocupam-se com a abstenção !!!

Se esta conferência é só para uma elite , porquê os spots na TV, os outdoors e tanta propaganda subliminar ?


quarta-feira, maio 27, 2009

FARSA


Ver a Câmara de Almada organizar uma conferência sobre Alterações Climáticas , é como ver Hugo Chavez organizar um seminário sobre liberdade de imprensa, ou o governo Norte Coreano organizar uma manifestação pelos direitos humanos e liberdades civícas.

Este elenco autárquico é o principal e único responsável local por uma politica que é exactamente o oposto de uma linha de desenvolvimento digna desse nome , e sobretudo um Desenvolvimento Sustentável .

Muito menos a politica posta em prática nos últimos 35 anos , transforma Almada em exemplo seja do que fôr e muito menos de “Roteiro Local para as Alterações Climáticas: Mobilizar, Planear e Agir”, que é o tema desta conferência.


Vai ser sim, mais uma operação de lavagem de imagem de uma gestão negra em termos ambientais - e sociais - que acarretará para as futuras gerações uma herança difícil de gerir . (continua)

terça-feira, maio 26, 2009

A NOVA REFORMA AGRÁRIA



Jerónimo de Sousa reiterou em entrevista à SIC (clique) , a defesa que o PCP faz de uma redistribuição da terra em Portugal.


Andam aqui resquícios de um PREC mal digerido , ou memórias de planos quinquenais ou campanhas do trigo.
Só que os portugueses não se esqueceram do desastre económico e ambiental da Reforma Agrária do PCP em 1975 no Alentejo.


Os Alentejanos e os portugueses não esqueceram o oportunismo de alguns ditos comunistas , os parques de tractores URSUS e BELARUS abandonados para apodrecer, quase novos, por mau uso e por não haver peças de substituição , as ocupações de propriedades produtivas que caíram, por impreparação dos seus novos donos , na desertificação ,ou as famílias destroçadas por ingerência doutrinária do PCP.


Mas caro senhor Jerónimo de Sousa, porque não começar essa redistribuição de terras nos municípios da margem Sul que estão na sua maioria nas mãos do PCP há 35 anos ?

Porque não utilizar terrenos camarários para a instalação de hortas populares , em vez das mesmas servirem para acertos com o grande capital do imobiliário ?


Porque não utilizar o apregoado superávit de algumas destas autarquias , para fomentar a livre iniciativa, com apoios de microcrédito , em vez de contraírem essas autarquias empréstimos bancários que como o senhor refere, só engorda o grande capital da Banca e os seus lucros astronómicos?


Porque não instalar familias carenciadas nos milhares de fogos à venda , sem comprador há largos meses ou anos, depois de licitados em leilão ou em concurso pela autarquia , em vez de continuarem com projectos de construção de mais e novos guetos em ajuste directo por meio de protocolo assinado com empresas offshore?

Porquê alterar os PDM´s das autarquias da Margem Sul, feitos por vós há pouco mais de dez anos e com uma filosofia de protecção ambiental, para novos PDM´s amigos do Betão e do alcatrão, quando hoje , mais que nunca, se torna fundamental proteger esses valores ambientais ?

Porque não redestribuír a Quinta da Atalaia pelo Povo?

Pois é Senhor Jerónimo ... é só na terra dos outros... tanta contradição numa entrevista de 30 minutos ! O que vale é que já ninguém o ouve.

segunda-feira, maio 25, 2009

MICRO ROTUNDA, MACRO INCOMPETÊNCIA!



Palavras para quê ? Nós por cá... bem sabemos o que a casa gasta !!!

Algo me faz crer que este programa voltará muitas vezes a este concelho ...

domingo, maio 24, 2009

A PROPÓSITO DA BELA VISTA (3)



« (...) No fundo , a Bela Vista e muitas outras urbes similares são produto e consequência de uma tormentosa acumulação de erros.


Entre muitos outros, há a destacar os seguintes : organização espacial, planeamento urbano, inserção e reinserção de minirias e franjas desfavorecidas, desinvestimento cultural e planificação social.

À semelhança da arquitectura, que promove o encaixotamento humano, centenas de famílias desenraizadas foram ali colocadas sem contexto, criando um pequeno grande gueto sem identidade mas com códigos e cultura próprios.

Estigmatizados ao longo dos tempos, assumindo a chancela de "um mundo à parte" ou "terra de ninguém" , a Bela Vista foi misturando o seu caldo de cultura em função de lógicas de sobrevivência e de retaliação. (...)

O estigma avolumou-se, as diferenças acentuaram-se e a tragédia irrompeu.

Agora é preciso tratar os despojos e acautelar o futuro próximo.

E essa é uma tarefa de todos e deve começar de imediato.»

Raul Tavares (Jornal da Região 16/5/09 - Editorial)
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Ao longo dos últimos três dias vimos aqui três artigos de opinião, de três jornais e de três autores diferentes. Todos eles , observadores independentes, diagnosticam os mesmos males, os mesmos erros.

Será que o Poder Central e Local , o Ministério da Habitação, do Ambiente, a Procuradoria Geral da República , a Provedoria de Justiça , as CCDR's , o Tribunal de Contas vão continuar a assinar de cruz estes projectos patrocinados pelas "autarquias" , quando muitos deles, como é o caso da Flôr da Mata , Pinhal dos Frades no Seixal, são acima de tudo , um caso de polícia, mais que de politica ... e muito menos de habitação?

sábado, maio 23, 2009

A PROPÓSITO DA BELA VISTA (2)



O bairro da Bela Vista esteve a ferro e fogo e toda a gente decidiu dar palpites. Existem duas escolas de ‘pensamento’. A primeira pede mais inclusão e diz que a culpa é da pobreza. A segunda pede mais repressão e diz que a culpa é dos delinquentes.


Eu, modestamente, peço mais reclusão e digo que a culpa é do Estado: ao enxotar os mais pobres para guetos imundos, longe dos centros de ‘socialização’, e ao sustentar vidas de indolência e irresponsabilidade familiar, o Estado apenas criou o monstro que agora se volta contra ele.

A Bela Vista é um problema de pobreza, sim, mas de pobreza moral, ou até espiritual, promovida pelo paternalismo abjecto do Estado.

Depois de enfiar os criminosos na cadeia, seria aconselhável que as políticas sociais de sucessivos governos também não ficassem por aí à solta.


João Pereira Coutinho (Correio da Manhã)

sexta-feira, maio 22, 2009

A PROPÓSITO DA BELA VISTA (1)



O Bairro da Bela Vista nunca devia ter existido e os recentes distúrbios de Setúbal são uma bela vista das políticas dos últimos 30 anos. [...]

Os responsáveis são todos os irresponsáveis que propiciaram o surgimento deste tipo de delinquência. E os responsáveis são muitos e vêm de longa data: autarcas, educadores, urbanistas, ministros vários, desde os da educação, da justiça, da administração interna, até aos da defesa… [...]

A polícia pode resolver este caso mas nunca ela poderá resolver o problema. Resolver o problema passaria por reconhecer os erros que os políticos que têm estado no poder não reconhecem. Seria exigir o impossível.

O Bairro da Bela Vista é, de facto, uma bela vista sobre a nossa sociedade.

Luís Campos e Cunha in Público, de 15 de Maio de 2009

quinta-feira, maio 21, 2009

GOOGLE ALMADA


A GOOGLE anda com uma viatura a fotografar as ruas de Almada. Trata-se de uma iniciativa que visa uma nova utilidade do GOOLE EARTH e que permite caminhar virtualmente pelas ruas de uma cidade.

Será um levantamento fantástico do presente e que servirá de base de comparação e entendimento para o futuro e para o julgamento que as futuras gerações farão de quem hoje toma decisões que põem em causa esse seu presente.

Mas já hoje, por exemplo, um qualquer europeu já pode viajar por inúmeras cidades e , em breve poderá viajar - virtual e radicalmente - num centro pedonal onde passam combóios em duas vias , a mais de 6o Km hora , onde se gastam milhões em propaganda eleitoral (isto num dos países mais pobres da europa) .

O que acharão dos pendões da CDU a desfeiar ainda mais todas as ruas, toda a cidade ? E da mega campanha ALMADA TERRA... ?

- Um desperdicio certamente .


Não tarda temos as autarquias desta banda a reclamar ao Google, um photoshop na boa filosofia Estalinista, para embelezar as maravilhas que tanto elogiam, mas que ninguém vê !!!

quarta-feira, maio 20, 2009

O DESERTO



Quando o ex. militante comunista , hoje ministro das Obras Públicas, Mário Lino se referiu à Margem Sul como um deserto, devia conhecer a filosofia destas autarquias CDU que têm uma incompatibilidade visceral a tudo o que é campo, a tudo o que é árvore e espaço verde .

A mais recente notícia de desflorestação veio-nos de junto da A2, Estação de Serviço Seixal e é visível por todos os que ali passam. Agora já não há àrvores que regenerem o ar ou que absorvam os maus cheiros do aterro mesmo ali ao lado.

De Miratejo chega-nos também a denúncia e a crítica do corte das àrvores de maior porte de alameda principal .
Mas alguém consegue explicar esta politica de desertificação ?

Será que a filosofia é zonas de qualidade na Margem Sul, bem urbanizadas e arborizadas ? Jamais ! (em francês... leia-se JAMÉ)

terça-feira, maio 19, 2009

ALMADA TERRA PROPAGANDA


Numa época de crise como a que atravessamos, os partidos gastam à tripa-forra em propaganda política , como se nada se passasse . O Campeão é no entanto , o que mais sublinha as consequências da crise, o partido do poder na Margem Sul , o Partido Comunista, versão CDU , quantas vezes recorrendo a propaganda escondida atrás de "informação" municipal e ... paga pelos cofres autárquicos.

São as suas regras para chegar ao poder nesta nossa democracia de slogans e abstensão , mas são sobretudo as regras para se manterem no poder a todo o custo , quem tem - dos cargos transitórios que devem ser o apanágio da alternância democrática - uma visão de tacho definitivo e imutável , sustentado por uma propaganda avassaladora.

A campanha agora decorrer em Almada é de uma dimensão perfeitamente descabida , quais os valores envolvidos no mamarracho do Centro Sul e na campanha ALMADA TERRA ?... faltam no entanto ainda alguns cartazes, deixo aqui , gratuítamente as sugestões:


- ALMADA TERRA DESPERDÍCIO

- ALMADA TERRA FAZ DE CONTA

- ALMADA TERRA PROPAGANDA

segunda-feira, maio 18, 2009

ALMADA TERRA DITADURA


Num fim de semana em que Almada esteve nos olhos do País nas comemorações dos 50 anos do Cristo Rei , os comerciantes de Almada mostravam o seu desespero e o seu protesto afixando nos seus estabelecimentos o dístico acima.

Logo a diligente máquina de propaganda local, contrapunha com a habitual tática do comunicado a desmentir e a desvalorizar as razões de um protesto que há muito existe mas que agora tomou forma visível , ao mesmo tempo que o Jornal da Região publicava um artigo dando conta do descontentamento do comércio local face ao plano de mobilidade imposto pela autarquia para o centro de Almada.

O que aconteceu depois é que foi intolerável e mostra a interpertação que alguns têm de democracia .

É que, segundo dados recolhidos, alguns dos lojistas que demonstraram o seu desagrado , viram as suas montras partidas e vandalizadas durante a noite num acto intolerável num estado de direito.

domingo, maio 17, 2009

HABITAÇÃO SOCIAL , DA AUTOCONSTRUÇÃO À CORRUPÇÃO (3)


No ído período pós revolucionário ,vulgo PREC , as politicas de habitação social que assentaram na Operação SAAL , tinham a sustentá-las um envolvimento do Estado numa dinâmica de diálogo tripartida com os cidadãos e com os técnicos (arquitectos e sociólogos...) envolvidos nesse processo e até com o Movimento das Forças Armadas .

Isto numa fase em que o país se encontrava sem dinheiro, mergulhado nas consequências do primeiro choque petrolífero , e práticamente ingovernável .


Nos finais de 1975 dáva-se o 25 de Novembro , em 1976 era aprovada a Constituição e aconteciam as primeiras eleições para o Poder Local . Emergiam associações de moradores e uma grande dinâmica de intervenção social.

Foi neste enquadramento histórico que nasceu a Operação SAAL que pretendia , aplicar , com o envolvimento dos actores acima mencionados, politicas de habitação em ruptura com os Bairros Sociais da ultima fase do Estado Novo e que aplicava a politica de bairros sociais segregadores para as periferias urbanas.


Da discussão entre todos os intervenientes no processo surgiram objectivos que conduziram este programa para políticas urbanas e de habitação com as seguintes linhas mestras :

- O direito a uma habitação decente e o «direito ao lugar».

Estes objectivos eram encarados como objectivos realistas e tangíveis, suficientemente precisos para permitir a mobilização ampla de um leque diversificado de actores, especialmente de populações locais, e suficientemente progressistas para se «encaixarem» no projecto mais amplo de transformação socialista da sociedade portuguesa.

Enquanto o primeiro objectivo - a habitação decente - ecoava directamente nas necessidades mais básicas de amplos sectores das populações urbanas, o segundo objectivo - o «direito ao lugar» -, enraizava-se numa longa história de resistência das populações de bairros urbanos contra a sua transferência, pela força ou por via de decisões administrativas - ainda que com a melhor das intenções - para outros bairros, normalmente situados nas periferias da cidade.


Depois de 1976, contudo, este tipo de política habitacional, associado à recusa do «direito ao lugar», foi frequentemente utilizado como meio para a redistribuição de populações em função das dinâmicas de especulação fundiária e dos negócios da construção civil, dando origem a graves situações de exclusão social. Populações de vários bairros urbanos continuam, hoje, a resistir a essa política. (João Arriscado Nunes , Nuno Serra
in «Casas decentes para o povo»: movimentos urbanos e emancipação em Portugal ).

Outra marca do SAAL era a vincada vertente arquitectónica dos seus projectos que hoje são referência internacional , com as assinaturas de Siza Vieira (imagem 1 Bairro das Bouças Porto) , Eduardo Souto Moura , Hestnes Ferreira ou Gonçalo Byrne (imagem 2 Bairro Casal da Figueira Setúbal ) entre outros , marca abandonada pelos blocos descaracterizantes e estigmatizantes , da habitação social mais recente.

O que se fez posteriormente à extição do SAAL , pode-se dizer que foi o recuperar das politicas de habitação social do final da ditadura , com as consequências que passados trinta anos se conhecem, quer socialmente, quer do ponto de vista urbano.

O que é ainda mais triste é verificar que, as autarquias que seguiram supostamente , desde essas primeiras eleições autárquicas de 1976 , a alegada via da participação popular acabaram por seguir o mesmo caminho fascista, autoritário, segregador e guetizante das ideias que supostamente combatiam.

Houve um aproveitamento político e clientelismo na subversão de princípios dos programas de habitação social posteriores, como o PER (Plano Especial de Realojamento já extinto ) , ou CDH (Contrato de Desenvolvimento de Habitação) que entraram na especulação fundiária, na procura das mais valias por alteração de uso do solo e construção civíl , que nem os Planos Directores Municipais vieram pôr cobro, antes serviram como mais um instrumento de delapidação territorial, saque ambiental e tráfico de influências marginalizando ao mesmo tempo populações carenciadas para as periferias em verdadeiros guetos com resultados que diáriamente fazem notícia .

sábado, maio 16, 2009

HABITAÇÃO SOCIAL , DA AUTOCONSTRUÇÃO À CORRUPÇÃO (2)



A Aldeia da Meia Praia em Lagos foi também ela uma operação SAAL tornada famosa por uma canção de José Afonso , a "canção da autoconstrução" .

Hoje a "canção é a da chave na mão" , paga paternalisticamente por todos nós , com o orçamento mínimo fraudulento ou o subsídio de desemprego forjado ...

A filosofia base do SAAL era construír habitação condigna, não nas periferias , criando guetos , mas nos próprios locais onde as pessoas viviam e estavam integradas. Era envolver as populações no esforço social de construção criando importantíssimos laços afectivos às habitações.

Aldeia da Meia-Praia
Ali mesmo ao pé de Lagos
Vou fazer-te uma cantiga
Da melhor que sei e faço
(...)

Oh mar que tanto forcejas
Pescador de peixe ingrato
Trabalhaste noite e dia
Para ganhares um pataco
(...)
Quem aqui vier morar
Nao traga mesa nem cama
Com sete palmos de terra
Se constrói uma cabana
(...)
Tu trabalhas todo o ano
Na lota deixam-te mudo
Chupam-te até ao tutano
Chupam-te o couro cab'ludo
(...)
Diz o amigo no aperto
Pouco ganho, muita léria
Hei-de fazer uma casa
Feita de pau e de pedra
(...)
Oito mil horas contadas
Laboraram a preceito
Até que veio o primeiro
Documento autenticado

Veio um cheque pelo correio
E alguns pedreiros amigos
Disse o pescador consigo
Só quem trabalha é honrado

Quem aqui vier morar
Nao traga mesa nem cama
Com sete palmos de terra
Se constrói uma cabana

Eram mulheres e crianças
Cada um c'o seu tijolo
"Isto aqui era uma orquestra"
Quem diz o contrário é tolo

E toda a gente interessada
Colabarou a preceito
- Vamos trabalhar a eito
Dizia a rapaziada

Nao basta pregar um prego
Para ter um bairro novo
Só "unidos venceremos"
Reza um ditado do Povo
(...)
Mandadores de alta finança
Fazem tudo andar pra trás
Dizem que o mundo só anda
Tendo à frente um capataz

(...)

Eram mulheres e crianças
Cada um c'o seu tijolo
"Isto aqui era uma orquestra"
Quem diz o contrário é tolo

quinta-feira, maio 14, 2009

HABITAÇÃO SOCIAL , DA AUTOCONSTRUÇÃO À CORRUPÇÃO



Em 1975 a abordagem que era feita ao "Direito à habitação" (clique) tinha como estratégia a operação SAAL.

A Operação SAAL (clique) (Serviço Ambulatório de Apoio Local), foi um programa de habitação, que surgiu entre 1974 e 1975, no Porto, Lisboa, Setúbal e Algarve. Este programa, consistia na construção de casas a baixo custo, para as populações carenciadas. Estas construções eram financiadas a fundo perdido, com apoio no terreno, através de arquitectos e engenheiros, contratados pelo Estado e também da ajuda dos próprios moradores. Este programa visava a erradicação completa das zonas de barracas.

Está em exibição, um filme que retrata este programa, intitulado “As operações SAAL” do realizador João Dias.

AS OPERAÇÕES SAAL, de João Dias é o mais completo, abrangente e emocionalmente rico documento, de um período crítico do Pais e da sua história recente. Em 1974/75, um projecto de habitação envolveu arquitectos e população numa iniciativa única e revolucionária. Os pobres conquistavam casas, que eles próprios construíam, e a arquitectura portuguesa dava um passo ímpar na sua afirmação dentro e fora de portas.

Trinta anos depois, as memórias filmadas dos actores destes processos ajudam a entender as repercussões sociais e culturais das Operações SAAL, ao mesmo tempo que um extenso acervo documental inédito ajudará a reflectir sobre os caminhos que a arquitectura e o urbanismo têm percorrido desde essa altura.

AS OPERAÇÕES SAAL é um exemplo de documentário crítico, porque os sucessivos avanços na acção - e no território - resultam de um obsessivo desejo de intromissão na verdade, contaminado de um sentido de urgência perante factos em risco de desaparecimento. (Dossier de imprensa).

SETÚBAL PARA ALÉM DA BELA VISTA

Setúbal vai receber nos próximos dias o Congresso do Clube das Mais Belas Baías do Mundo.

O Clube das Mais Belas Baías do Mundo foi criado em França há cerca de dez anos, tendo por missão reunir lugares excepcionais em todo o mundo com vista a criar uma plataforma de intercâmbio e de informação sobre as boas práticas em matéria de ambiente no litoral.


Ao propor ao Clube das Mais Belas Baías do Mundo o tema “Oceanos que Nos Unem - United by Oceans” como tema para o seu 5º Congresso Mundial, quis a Associação da Baía de Setúbal emprestar um contributo decisivo na afirmação do Clube enquanto plataforma de conjugação de vontades, de todos os continentes e de todos os povos, na defesa e valorização dos oceanos enquanto património da humanidade.


O Congresso realiza-se de 15 a 17 de Maio na Estalagem do Sado

Morada: Rua Irene Lisboa nº 1 / 3 2900-028 Setúbal Setúbal
Tel.: +351 265 542 800

Fax: +351 265 542 828

e-mail:
geral@estalagemdosado.com
website:
www.estalagemdosado.com

quarta-feira, maio 13, 2009

CORRIGIR OU AGRAVAR ?


Na passada semana , antes de serem despoletados os graves incidentes do Bairro da Bela Vista alertávamos aqui para o erro das autarquias insistirem neste modelo , relembrando o caso da Flôr da Mata (clique) no Seixal e denunciando na Costa da Caparica (clique) em Almada a intenção da autarquia desocupar terrenos agrícolas, cultivados , para a construção de mais um Bairro Social.

É confrangedor, apesar do anúncio de alteração de politicas de habitação social feitas por este governo , com o fim anunciado da construção de Bairros sociais (clique) , que estas autarquias CDU , insistam num modelo , que é gerador de brutais mais valias, sobretudo para quem constrói em ajuste directo e para quem vê alterado o uso do solo para construção . Mas ultrapassado, xenófobo, racista e perverso em termos sociais.

É que , não é por acaso que estes Bairros têm na sua toponímia nomes bucólicos com um toque campestre como "Quinta do Mocho" , "Quinta da Fonte" , "Bela Vista" ... é que todos esses locais, antes dos blocos de cimento correspondiam a quintas ou a belas vistas , a locais que na maioria dos casos urgia preservar e onde não seria possível construír, mas que o "Interesse Público" e a gestão autárquica , discricionária do uso do solo tornaram , não só em urbanizável, como em densamente habitado , mas com os resultados sociais conhecidos .


Passaram mais de trinta anos sobre o Processo SAAL e já quase uma década sobre o último desses "planos" o PER . Nos últimos cinco anos muito se construíu ... demasiado ! Tanto que desertificou centros urbanos ,onde raro é o prédio que não tem um ou mais apartamentos à venda .

As ruas das zonas urbanizadas há mais de quinze anos , são hoje Ruas Remax , pelo que não faz sentido, para além de servir interesses não aparentes , que se continue a insistir nos mesmos erros, no mesmo modelo de construção para a periferia , na Flôr de qualquer Mata ou nos férteis campos das Terras de alface, couve e cenouras da Costa .

As autarquias e os autarcas que o continuarem a fazer têm de ser punidos onde mais lhes custa, nas urnas e no nosso voto , se o não fizermos estamos a ampliar para os nossos filhos e netos as situações explosivas vividas nos últimos anos nas "Belas Vistas" e "Quintas" do nosso país.

Se não corrigirem, é a revolta do País que virá para as ruas , em peso contra estes autarcas !

terça-feira, maio 12, 2009

O ERRO


Voltou-se a falar nos últimos dias no erro que é a política segregacionista de Bairros Sociais feita em Portugal nas últimas décadas.

As explosões de violência, cada vez mais graves e prolongadas têm tendência a se agravar e se ampliar , até porque há forças poíiticas interessadas na exploração deste fenómeno.


No entanto daqui a dias as coisas cairão no esquecimento , voltará a rotina , e nada se fará para melhorar as condições de vida daquelas populações e maia grave, as autarquias , outras instituições gestoras de parques habitacionais socias , o Estado continuarão a não cumprir as leis , nomeadamente aquela que obriga a uma pintura e manutenção exterior dos edificios , a cada sete anos.


Só a aplicação desta simples medida e o cuidado pelas autarquias dos espaços exteriores melhoraria em muito a autoestima dos residentes e incutir-lhes-ía uma responsabilização na manutenção interior dos edifícios dos quais são benefíciários .

É também intolerável que a maioria dos habitantes honestos e pacatos vivam aterrorizados , e usados como verdadeiros escudos humanos , por uma minoria de CRIMINOSOS, nestes territórios de excepção , e que haja autarcas que se regozijam de ter "coragem" de entrar em tal ou tal Bairro reconhecendo e ampliando a sensação de impunidade com que determinadas redes criminosas minoritárias actuam e manietam os restantes cidadãos.


Por outro lado há que denunciar a verdadeira rede mafiosa que tomou conta da construção dita "social" , composta por donos de terrenos que em dias vêm alterados o uso do solo dos terrenos rústicos, florestais, agrícolas que adquirem , em conluio com autarcas corruptos e gestores das suas influências e que contribuem para a alteração desse "uso do solo" , permitindo um ganho pornográfico de mais valias e ainda garantindo aos mesmos ou a outros que construam, com a garantia de que as autarquias em protocolo se comprometem a adquirir a 100% os apartamentos construídos , ao preço acordado a contento de todos.

Tudo isto se faz com dinheiros públicos ( as chamadas "parcerias"), alimenta as contas pessoais de autarcas corruptos (via oportunas off-shores) , os cofres de alguns partidos, determinadas campanhas eleitorais ... só que com as consequências que resultam das caracteristicas não urbanas desses terrenos rústicos, florestais e agrícolas...a marginalização dos seus residentes e a perda de territórios de elevada valia agrícola e ecológica, muitas das vezes protegidos em sede de PDM, de reserva Agricola ou Ecológica.

segunda-feira, maio 11, 2009

OS MARGINAIS DA BELA VISTA



O contorcionismo politico e as
"verdades de La Palisse" de Francisco Louçã e de Jerónimo de Sousa , sobre o Bairro da Bela Vista em Setúbal e os graves incidentes aí ocorridos seriam simplesmente patéticos caso não se tratassem de líderes partidários , um deles , com responsabilidade partidária na gestão do Município e da Região em que o mesmo se insere.

Uma região e um conjunto de municipios onde se tem promovido a guetização em termos urbanos , sociais e raciais , em troca de maior peso eleitoral, maior financiamento partidário e maior influência politica , onde as pessoas são meros adereços dos seus objectivos de conquista e manutenção do poder.


O Senhor Louçã vem desculpar o indesculpável , e fazer o seu fado do desgraçadinho, das vitimas do capitalismo .

Jerónimo de Sousa vai na mesma linha e só falta dizer que tudo se resolverá com greves e manifestações sempre que o PCP não esteja no poder, aligeirando as responsabilidades sociais de autarquias como as de Setúbal , Almada ou Seixal que desde o 25 de Abril de 1974 se têm limitado a alimentar e a manipular uma horda de descontentes prontos a embarcar no primeiro autocarro pago pela respectiva autarquia ... rumo à Manif ou à Festa de Fim de Verão...


O Dr.Louçã diz que
«As vítimas são os mais pobres, os mais inseguros, que vivem onde não há trabalho, onde não há condições de habitação, que foram enfiados num bairro de barracas» mas o que vemos na realidade é um Bairro de habitação social construído com o dinheiro dos impostos dos contribuintes e mal cuidado pelos seus habitantes , vejo contentores do lixo a arder, o caos instalado e bombeiros e policia envolvidos a controlar os danos de quem anda armado, de quem anda a pôr em causa a lei e a ordem pública , de quem anda a assaltar e a traficar droga , de quem põe em causa e limita direiitos e liberdades alheias .

Jerónimo de Sousa declara que «só atendendo às causas de fundo do agravamento da situação económica e social será possível evitar situações como as do bairro da Bela Vista» , mas convida-nos a meter a cabeça na areia sobre as questões de fundo fomentadas pela CDU através de uma politica de habitação social que é um negócio para as autarquias e para com quem firmam protocolos, em ajuste directo e que a prazo se torna numa bomba relógio social, tão ao gosto de quem faz do protesto e da luta uma forma de estar na politica.

domingo, maio 10, 2009

VAMOS AOS CARACÓIS ?


A Ciência Viva convida à participação no Projecto Internacional “Evolution MegaLab”, dirigido ao público de todas as idades, no âmbito das comemorações dos 200 anos do nascimento de Charles Darwin e dos 150 da publicação do seu livro «A Origem das Espécies»,

Sabia que graças a um pequeno caracol comum, que pode encontrar no seu jardim, no parque ou debaixo de uma sebe, pode ver evolução no seu próprio quintal?

O Evolution MegaLab é um grande estudo internacional que propõe a observação, classificação e registo on-line de caracóis da espécie Cepeae nemoralis (caracóis com bandas), que existem um pouco por todo o nosso país, em jardins, parques e até nos nossos quintais.

Estas observações actuais podem ser comparadas online com os dados históricos, permitindo aos participantes testar a mudança evolutiva em resposta a alterações ambientais que foram ocorrendo ao longo dos últimos 60 anos.

Todos os participantes serão co-autores de um artigo a publicar numa revista de referência como a Nature ou a Science, mostrando o contributo que os cidadãos podem hoje dar à ciência.

São já 14 países a estudar caracóis e a realizar um Mega-estudo em biologia evolutiva.

Participe! Responda ao desafio.


A Ciência Viva assegurou a tradução da página do projecto
www.evolutionmegalab.org onde podem ser encontrados materiais de apoio e fóruns de discussão para participantes de diferentes países. Estão ainda disponíveis recursos para professores, com actividades para diferentes níveis de ensino, incluindo o pré-escolar.

Informações adicionais em http://www.darwin2009.pt

sábado, maio 09, 2009

PORTUGAL SHOPPING



Desculpem lá o desabafo, mas já cansa ver os mesmos erros repetidos vezes sem conta, ver que nada se aprende e que continuamos a ser um país dominado por uma meia dúzia de interesses que nos fazem estar cada vez mais longe da Europa.

Este modelo de consumo é perverso , quer para os consumidores, quer para o modelo urbano e para a vida das localidades. É um modelo que tem sido levado à exaustão em Portugal contráriamente a toda a lógica.

sexta-feira, maio 08, 2009

JOVENS NOS CENTROS


Os dois casos que aqui aflorei nos últimos dias revela que apesar de todas as mudanças operadas na sociedade na última década , das questões levantadas com estes modelos de "urbanismo" ultrapassados e marginalizadores, da crise que se abateu sobre o imobiliário e do excesso de habitação construída , as autarquias de Almada e Seixal propõem-se , mais uma vez e com dinheiros públicos recriar os erros do passado e problemas do presente , Quinta da Fonte , Quinta da Princesa, Bela Vista ...

Com a agravante de estar a arrazar com teritório de grande valia ecológica . quando falo de valia ecológica falo de questões que têm a ver com o equilibrio ambiental e qualidade de vida da própria especie humana que de forma tão displicente, inconsequente e ignorante trata terrenos que leis anteriores queriam ver como protegidos.


Continua a haver um contínuo expandir das zonas urbanas , ao contrário do que acontece na Europa , ao mesmo tempo que os centros das cidades se degradam, envelhecem e desertificam , deixando fora de uso equipamentos que nos custaram dinheiro e que agora ficam desaproveitados , como escolas, centros de saúde, hospitais ... voltando a ser replicados na periferia , custando-nos mais dinheiro...


Há um non-sense total nestas politicas, pelo que é uma lufada de ar-fresco ver que na base de poder do sistema autárquico alguém põe o dedo na ferida , passo a citar parte de um texto publicado no Blogue Rumo a Bombordo sobre o Seixal :

«Infelizmente, é com muita tristeza minha que encaro a situação do centro histórico do Seixal, praticamente ao abandono, e a degradar-se mais a cada dia que passa.

A diminuição da população nas últimas décadas na Freguesia do Seixal é um dado assente.
É uma população envelhecida e maioritariamente carenciada, que não possui rendimentos suficientes para reabilitar os edifícios.

Não irão ser os condomínios privados que se constroem nas periferias que vão combater a desertificação. É necessário aproveitar as infra-estruturas já existentes, para assim podermos remodelar e dar vida nova ao centro histórico do Seixal.

Urge dar a conhecer a todos os cidadãos do Seixal, que o seu centro histórico irá ser entregue ao abandono, com a saída dos serviços camarários, para o novo edifício administrativo situado na Arrentela, que juntamente com o parque oficinal, irá custar cerca de 250 mil euros mensais à autarquia e consequentemente aos munícipes.


Qual será o futuro dos pequenos comerciantes que na sua maioria sobrevivem ao dia a dia graças aos funcionários camarários? São eles que irão notar a diferença, que irão sofrer com a mudança.
É por tudo isto que temos a obrigação de apostar nas obras de conservação e no cada vez maior mercado de arrendamento dos edifícios do centro histórico.

É urgente utilizar todos os mecanismos possíveis para a recuperação urbana do centro histórico do Seixal. É necessário trazer os jovens de novo para o centro histórico, e para isso há que criar novos fogos para habitação jovem.

Há que adquirir e recuperar os prédios do centro histórico e disponibilizalos para fogos de habitação jovem. Um dos nossos objectivos será a criação de um programa de habitação jovem nos núcleos de formação histórica. Alguns dos edifícios do centro histórico são de grande dimensão, como T4 ou T5 ou até alguns T6, o que permite a sua reconversão, aumentando o número de casas disponíveis.

Desta forma, cada fogo pode permitir construir pelo menos 3 novas casas, requalificando e transformando-se, em grande parte, em casas mais pequenas, de maior interesse para os jovens. Não nos podemos esquecer, que para o executivo camarário da CDU, o Seixal histórico está oficialmente “aniquilado”.

Devemos igualmente lembrar que com o projecto que a câmara tem, e que a junta apoia, nada será feito em prol dos Seixalenses que habitam no centro histórico, e de todos os seus comerciantes, pelo contrário, arriscamo-nos a ver perecer, perante os nossos olhos o centro histórico do Seixal.(...)
»

[por Rui Miguel Brás]
Membro da Assembleia de Freguesia da Secção do PS Seixal/Arrentela

quinta-feira, maio 07, 2009

ALMADA - O CAVALO DE TRÓIA DAS TERRAS DA COSTA


Ponto prévio : As Terras da Costa têm dos terrenos mais férteis do país. É desses terrenos, na sua maioria pequenas propriedades familiares, que se abastecem de frescos , grande parte dos mercados e restaurantes da região de Lisboa.

As famílias de agricultores vivem do cultivo da terra que alimenta outras actividades a juzante, não vivem do Rendimento Mínimo Garantido , nem em Casas oferecidas pela Câmara.

A Câmara de Almada ficou de posse de férteis terrenos das Terras da Costa onde hoje quer construír um Bairro social, por estes estarem classificados como Reserva Ecológica e Reserva agrícola Nacional.


A Câmara de Almada seria o fiel depositário daquele Banco de Terras, o garante da defesa da valia destes terrenos perante as presentes e futuras gerações . E o que vai fazer ? Caixotes de betão...pois então , tal como a Câmara do Seixal quer fazer na Flôr da Mata !


«Atentado às Terras da Costa na Caparica



Hoje, previa-se que às 6:00 horas as máquinas e o pessoa
l da Câmara Municipal de Almada com o apoio da GNR viessem “tomar conta”
das terras de uma família de agricultores, nas Terras da Costa (junto à Torre das argolas na Freguesia da Costa da Caparica) com o total desrespeito pelas Leis do País e pela Justiça Portuguesa. Não foi feito qualquer auto de notificação a esta família pela Câmara Municipal de Almada e por isso, a ocorrer tratava-se de uma acção de completo desrespeito pelas pessoas num Estado de Direito. Este acontecimento ainda pode ocorrer durante o dia de hoje ou nos próximos dias.

Passaram poucos dias das comemorações do 25 de Abril e depois dos ilustres discursos de pompa e circunstância, proferidos pelos responsáveis da Autarquia Almadense. Importa que a população Almadense e os Portugueses conheçam a verdade e as reais intenções da Autarquia que em nome do Desenvolvimento (não sustentado), hipotecam o futuro das Pessoas que naquelas terras trabalham e viveram, bem como, de gerações vindouras que poderiam usar este recurso.

Ontem durante a manhã, a GNR e os funcionários Municipais numa brigada pretenderam “ocupar” os terrenos desta família mas não conseguiram fazê-lo, por intervenção da acção popular. Esta brigada Municipal não tinha qualquer documento legal, mas afirmavam os fiscais municipais, que esta “expropriação” se destinava à construção de 10 prédios para habitação social - jogam-se populações umas, contra as outras.

Verificamos que desta forma se iniciou, a execução Plano de Pormenor da Frente
Urbana e Rural Nascente (PP4) – do Projecto POLIS Costa da Caparica - ainda não colocado á discussão pública e sequer, com um Estudo de Impacto Ambiental que o regule. De referir, que estas terras estavam protegidas porque faziam parte da Reserva Ecológica Nacional (REN), da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica (PPAFCC) e da Reserva Agrícola Nacional (RAN) e que foram sucessivamente desanexadas destas protecções desde 2005. Feitos alguns cálculos simples, serão urbanizadas e destruídas pela construção da estrada ER-377-2 cerca de 50 ha das Terras da Costa. Os agricultores e a população em geral irão defender as Terras da Costa contra o betão e agora, contra esta acção de “expropriação/ ocupação” ilegal e por isso, se concentraram no local para a impedir.

Os especialistas e o próprio Ministério da Agricultura e Pescas, consideram estas terras de grande valor agrícola, defendendo a sua conservação e protecção dado que, pelas suas parti
cularidades edafo-climáticas, conseguem produzir 4 colheitas anuais com uma produtividade muito elevada, sendo o seu escoamento assegurado pelos mercados da Área Metropolitana de Lisboa.

Na verdade, estes agricultores reclamam o uso e a propriedade das Terras da Costa dado que, desde há ge
rações que ali vivem e foram os seus antepassados que as reclamaram ao mar, por isso, decorre em sede de Justiça processos.
Repudiamos completamente a destruição das Terras da Costa e este acto administrativo, e por isso, já apelámos à senhora Governadora Civil de Setúbal, para que tome as providências necessárias, acautelando as tensões sociais, ambiente de intimidação e até de violência na população nesta área do Concelho de Almada.
Caparica, 29 de Abril de 2009.

José António Costa Pereira
Coordenador do Movimento um Charneca para as Pessoas»

quarta-feira, maio 06, 2009

SEIXAL - O CAVALO DE TRÓIA DA FLÔR DA MATA


Há muito que o caso do PER da Flor da Mata está documentado como uma daquelas alterações do PDM e do Uso do Solo , feitas à medida de uma bem montada e urdida operação de tráfico de influências (clique) .

Há todo um historial documentado , aqui mesmo no a-sul e também no blogue PinhalFrades onde poderá rever e registar para memória futura , que , e como , esta gestão CDU é conivente com operações de enriquecimento de particulares, que passam por paraísos fiscais, à custa do ambiente e da qualidade de vida dos munícipes , que tomaram o compromisso de defender e ser os garantes perante as futuras gerações de acordo com o Plano Director Municipal.

Esta operação de prepotência camarária e desrespeito pelo ambiente é dado mesmo como exemplo no livro da Drª Luísa Schmidt , "País Insustentável" (clique) .

A dita urbanização teve várias formas e roupagens , primeiro foi apresentada como facto consumado no Verão de 2000, já num período pós- discussão "pública" e como um , muito em voga - mas com as consequências que se conhecem - Bairro PER (Plano Especial de Realojamento) , operação em paralelo e com a mesma filosofia de gueto com o entretanto construído Bairro da Cucena , já hoje um exemplo de Novo Bairro Problemático.

Como a população se tornou incómoda, reivindicativa e até descobriu o esquema por detrás do golpe de teatro, foi necessário adiar , remediar e vestir com novas roupagens mas sempre com o fito de dar a lucrar, à custa de dinheiros públicos, quer quem detém o terreno ( florestal e onde não se pode construír) e o construtor ( que constrói com a garantia de colocar aqueles fogos garantidamente no mercado ) em acerto directo com a autarquia.

Autarquia que sempre negou fosse o que fosse sobre as denúncias que os cidadãos , entretanto organizados em Movimento Cívico iam apresentado, autarquia que nunca respondeu aos cidadãos que questionaram em sede própria e fora dela , os seus métodos , argumentos e princípios.

Autarquia que não tem prestado os devidos esclarecimentos requeridos pela Provedoria de Justiça , pela Policia Judiciária , pela Sociedade Civil !

(continua)
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TESOURINHO DEPRIMENTE


terça-feira, maio 05, 2009

O EQUÍVOCO


Quem aprova uma lei que fomenta ou desresponsabiliza quem polui, alegando que a razão é manter empregos , não compreendeu de todo o que se está a passar , o mundo em que vive , ou a crise que se atravessa . Só revela o quanto baralhado está , num momento em o que se requer é determinação e um novo rumo.

O Governo ao aprovar uma proposta de lei com o fim de reduzir os valores das coimas a aplicar a quem transgride a legislação ambiental e consequentemente as leis da concorrência e da ética, está a orientar o país na melhor linha terceiro mundista que há anos nos convenceram termos finalmente abandonado, com a entrada na Comunidade Europeia .

A mensagem que se está a passar é a de que vale tudo no imediato e que até pode ter um selo PIN , quem vier a seguir que feche a porta .

Esta lei , a par da do financiamento dos partidos revelou que a passada semana foi uma má semana para fazer leis , o país regrediu mais uns anos e ficou mais longe do rumo que de facto precisamos de seguir.

segunda-feira, maio 04, 2009

COMUNISTAS...GRAÇAS A DEUS!



Desculpem mas sinto-me confuso :


1) O Secretário Geral do Partido Comunista Português , Jerónimo de Sousa foi a Braga a uma audiência dada a seu pedido pelo Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa D. Jorge Ortiga.

2 ) A Câmara Comunista de Almada contribui com 168 mil euros, para que a imagem da Virgem de Fátima visite a cidade de Almada.

3 ) A Câmara Comunista do Seixal acerta com o Patriarcado o corte com uma estrada e a contrapartida ( assumida) de permitir e GARANTIR , a urbanização de uma Quinta propriedade da Igreja ... mas protegida em sede de PDM .

São milagres de ano de eleições ou busca de influência Divina ? Ou anda o PCP a buscar na igreja a outra face que nunca dá , a cura à arrogância, à intolerância e até à "luta" e agitação, que consideram inerente à sua forma de estar na vida democrática ?

Ou melhor dizendo , na sua peculiar interpertação do que é a vida democrática, e que ainda agora presenciámos no Primeiro de Maio ?