quarta-feira, maio 13, 2009

CORRIGIR OU AGRAVAR ?


Na passada semana , antes de serem despoletados os graves incidentes do Bairro da Bela Vista alertávamos aqui para o erro das autarquias insistirem neste modelo , relembrando o caso da Flôr da Mata (clique) no Seixal e denunciando na Costa da Caparica (clique) em Almada a intenção da autarquia desocupar terrenos agrícolas, cultivados , para a construção de mais um Bairro Social.

É confrangedor, apesar do anúncio de alteração de politicas de habitação social feitas por este governo , com o fim anunciado da construção de Bairros sociais (clique) , que estas autarquias CDU , insistam num modelo , que é gerador de brutais mais valias, sobretudo para quem constrói em ajuste directo e para quem vê alterado o uso do solo para construção . Mas ultrapassado, xenófobo, racista e perverso em termos sociais.

É que , não é por acaso que estes Bairros têm na sua toponímia nomes bucólicos com um toque campestre como "Quinta do Mocho" , "Quinta da Fonte" , "Bela Vista" ... é que todos esses locais, antes dos blocos de cimento correspondiam a quintas ou a belas vistas , a locais que na maioria dos casos urgia preservar e onde não seria possível construír, mas que o "Interesse Público" e a gestão autárquica , discricionária do uso do solo tornaram , não só em urbanizável, como em densamente habitado , mas com os resultados sociais conhecidos .


Passaram mais de trinta anos sobre o Processo SAAL e já quase uma década sobre o último desses "planos" o PER . Nos últimos cinco anos muito se construíu ... demasiado ! Tanto que desertificou centros urbanos ,onde raro é o prédio que não tem um ou mais apartamentos à venda .

As ruas das zonas urbanizadas há mais de quinze anos , são hoje Ruas Remax , pelo que não faz sentido, para além de servir interesses não aparentes , que se continue a insistir nos mesmos erros, no mesmo modelo de construção para a periferia , na Flôr de qualquer Mata ou nos férteis campos das Terras de alface, couve e cenouras da Costa .

As autarquias e os autarcas que o continuarem a fazer têm de ser punidos onde mais lhes custa, nas urnas e no nosso voto , se o não fizermos estamos a ampliar para os nossos filhos e netos as situações explosivas vividas nos últimos anos nas "Belas Vistas" e "Quintas" do nosso país.

Se não corrigirem, é a revolta do País que virá para as ruas , em peso contra estes autarcas !

12 comentários:

JS Seixal disse...

Artigo sobre o mesmo assunto em:

http://js-seixal.blogspot.com/

É ridículo alguns ainda negarem que os bairros sociais são erros de política urbanística e social, quando todos os estudos já o comprovaram.

Querem que sejamos cegos, surdos e mudos?

Esta responsabilidade é do PCP, 3 décadas e de asneiras que eles querem prolongar, criando mais um bairro social em Flor da Mata/ Pinhal de Frades.

Sérgio Paes

Anónimo disse...

Espero que os partidos da oposição que não concordem com os bairros sociais com as características que o PCP insiste em fazer sejam empenhados em mobilizar a população para impedir os autarcas CDU pouco escrupulosos de levarem por diante a sua politica desastrosa de urbanismo.

Anónimo disse...

Desobediência civil já, BOICOTE ELEITORAL !
Seixal nas notícias por corte de Estradas ? Vamos a isso ?

Anónimo disse...

caros amigos da margem sul:

investiguem tambem os vereadores dos smas de almada, tudo cdus,a começar pela presidente da camara,ex-bancaria.arranjou n... tachos a ex-colegas reformados da banca,ha cerca de 1 ano,como ela é também!comem de vários tachos e ainda dizem mal da "burguesia"!! dahhhhhh
eles é que sao os novos burgueses,tal como já cantava o saudoso Brel:
"les nouveaux burgeois" sont comme les cochons....
um deles nasceu nas terrinhas longinquas de tras-os-montes, filho de gente humilde,e hoje ........é um "DOUTOR" feito pos-25!!!com varios tachos...
è fartar vilanagem!!!!!!!
investiguem,investiguem

ze d´olhao

Anónimo disse...

É preciso é o Estado perdoar toda esta cambada Gestores medíocres,autarcas corruptos,dinheiros ilícitos,grupos económicos que roubam!!!

João Semana disse...

Punir nas urnas porque é o poder mais próximo do povo, só que o povo é manipulado por uma máquina de propaganda tipo Coreia do Norte. Esta gente devia era ír toda à Barra do Tribunal.

Li no Revolta das Laranjas disse...

Aquando da última discussão sobre o Plano de Pormenor de Vale dos Chicharos, o PSD defendeu convictamente que os projectos apresentados por este executivo são sempre muito bonitos no papel, tem uma interessante perspectiva de desenvolvimento local, de harmonia paisagística e de milagrosa solução para todos os males.
Mas insisto: E as pessoas? onde as vão colocar? onde pensa a Câmara Municipal instalar as pessoas que vivem em Vale dos Chicharos? Ainda pensará em colocá-las num "gueto" na Flor da Mata? assumindo que existem graves problemas sociais nessa zona, vai transportá-los integralmente para outra zona do concelho? Pergunto: e isso é forma de resolver um problema? transportá-lo para outro lado? Pois bem, sinceramente este executivo é muito responsável pela criação de alguns dos graves problemas criados em alguns bairros problemáticos e, agora tem de fazer parte da solução. Há que qualificar, integrar e proporcionar condições de vida condigna para essas pessoas. e há que responsabilizar os prevaricadores. Não é escondendo a cabeça debaixo da areia que se resolvem os problemas, pois só assim se evitam mais casos como o da Bela Vista.

Anónimo disse...

Em breve haverá eleições... os Portugueses são livres de escolherem manter a insegurança e pior, a impunidade daqueles que têm pilhado Portugal com todos os dedos que têm (!!) ou podem optar por algo diferente e que puna e castigue quem rouba, seja pobre ou rico. Infelizmente na hora de colocar a cruz no papel esquecemo-nos sempre de tudo que se passa neste país porque a memoria é sempre curta. Se os Portugueses se voltarem a esquecer da bandalheira que tem sido a maneira como tanto se lida com casos como este, o da casa pia, BPN e por aí fora então nada mudará e tudo apenas tenderá a ser pior. Já não será mau se na hora de votar pelo menos aqueles que viram (há uns meses) uma reportagem da TVI sobre o estado da justiça em Portugal em que o ministro Rui Pereira foi entrevistado, sintam a revolta e tentem mudar algo.

Anónimo disse...

Esses bairros são autenticos núcleos de instrução criminal. Grandes centros onde convivem diariamente jovens que nada fazem. Habituados aos subsídios não querem nem pretendem mudar de vida. O dinheiro fácil é o lema. Só medidas muito duras, penas bem pesadas,e, por que não expulsão do país poderão pôr cobro a esta violencia.

Anónimo disse...

Não podemos deixar de saber que os bancos têm corrupção os tribunais não funcionam mas não podemos esquecer os políticos que temos na nossa autarquia na camara municipal do Seixal de maioria CDU que durante 35 anos se escudaram atrás dos ataques que faziam aos governos quando eles eram grandes responsáveis pela corrupção no concelho, responsáveis por negócios duvidosos no urbanismo lesivos do bem estar da população. Quando formos votar temos de nos lembrar de começar a mudança pelos que nos estão perto aqueles que durante 35 anos encheram as vidas de tudo o que é bom serviram-se dos bens públicos eles e os seus amigos com o maior desrespeito pelos munícipes que todos os meses vêm os seus salários diminuidos pelos impostos dos quais uma grande parte vai para as Câmaras. A estes autarcas que descapitalizaram as pessoas cobrando-lhe agua cara taxas de lixo de esgotos de tudo o que lhes apetece. Que mantêm as taxas do imposto sobre imoveis no mais alto possível que nos cobram a taxa máxima de IRS. Que não respeitam os nossos jovens não permitindo que os mais capazes possam trabalhar nesta Câmara para servir a população sem que para isso lhe seja exigido serem militantes do partido comunista. Que mantêm os serviços camararios desarrumados desorganizados entregues a dirigentes incompetentes da confiança do PCP o que causa o maior transtorno a quem necessita de uma simples certidão para vender a casa e que é demorada e cara. Os serviços das certidões comportam-se sem o mínimo de respeito pelo cidadão, as pessoas são maltratadas como se os funcionários estivessem ali a fazer um favor aos utentes. A camara cobra taxas altissimas por um papel indispensável a uma escritura que muitas vezes a venda da casa é fruto de dificuldades economicas do seu proprietário e ainda vão ser explorados pela camara. A mudança deve começar no nosso concelho. Em Outubro é preciso votar contra a CDU que tem infernizado a vida dos moradores deste concelho. Democracia para o Seixal precisa-se. Estes senhores autarcas CDU que destruiram o património histórico do concelho, criaram guetos de marginalidade, mataram as colectividades, mataram a participação cívica dos moradores a qual se resume a uma pequena franja que são os militantes comunistas merecem ser banidos da camara do seixal.

Anónimo disse...

Em 1975 quando os comunistas não eram o que são hoje, meros oportunistas vendidos, era assim que se aboredava a habitação social:
O Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) é muitas vezes motivo de gozo por causa da suposta ingenuidade dos anos quentes pós-revolução. “As operações SAAL”, de João Dias, é um inteligente e raro trabalho de investigação sobre a generosidade e o esforço que muitos depositaram naqueles anos. Por decisão do secretário de Estado Nuno Portas avançou-se com um projecto: construir casas para as centenas de milhares de pessoas que viviam em barracas quando a ditadura chegou ao fim. Os arquitectos faziam os projectos com as a participação das populações, os moradores construíam e o Estado pagava os materiais.

Uma coisa aparentemente clara leva o debate para quase todo o lado. No Porto, em Lisboa, em Setúbal e no Algarve as coisas vão seguir caminhos um pouco diferentes, dependendo do meio, das populações, dos arquitectos e das suas convicções ideológicas. Os equívocos entre o que queriam os arquitectos e o que esperavam as populações, os limites da participação, o papel de intelectuais e técnicos num processo deste género.

“As operações SAAL” tem muitos momentos de humor (como um morador que nos mostra uma casa completamente alterada e diz: as janelas não eram de alumínio, o chão não era assim, isto não estava com alcatifa, mas o resto é como o original, tudo do arquitecto Siza Vieira»), momentos desconcertantes e de enorme clarividência (“já chega de participação, agora queríamos as casas”). O melhor é mesmo quando um morador se vira para um arquitecto que queria saber das aspirações populares e explica: «o senhor arquitecto faça como se fosse para si que de certeza que eu vou gostar». Mas as coisas não são tão simples e a prova é como os moradores transformaram o espaço que passou a ser seu. E as reacções à necessidade de auto-construção: foi o senhor arquitecto que construiu a sua casa? E o oposto: um enorme orgulho com que no Algarve mostram o que fizeram com as suas próprias mãos.

Por mal que se diga do SAAL, na maior parte dos casos os resultados foram bem melhores dos que os inenarráveis projectos de realojamento dos anos 80 e 90. E foi dos poucos momentos em que os arquitectos se confrontaram de forma mais directa com o seu trabalho. E dali poderia ter nascido muita coisa interessante se os ajustes de contas não tivessem pesado mais.

“As operações SAAL” permite discutir arquitectura, democracia participativa e cidade (no Porto o SAAL acabou por ir mais longe na discussão do próprio urbanismo). Mas para isso é preciso ver um mesmo o filme que tem a coragem de não ficar nem na propaganda nem no burlesco. Excelente.

Maria disse...

Estou neste exacto momento a redigir uma mera referencia ás SAAL num pequeno trabalho sobre arquitectura contemporanea em portugal, e de todo penso que são um motivo de gozo, seja por quem for. não vivi esses anos, não vi o que realmente se terá passado, mas o conceito de algo tão humano e realista ñ pode ser motivo de gozo! não quando existe um pequeno “guetto”, chamado Vila D’Este, totalmente construido para alojar os indesejaveis, pobres, incomodos, e todos os que tiveram a infelicidade de habitarem num local que foi apropriado para a construção de imoveis de luxo e ICs. nos tempos mais atuais, ñ foi considerado o “direito de lugar”, nem se pensou sequer que se estaria a fazer a mesma coisa que no estado novo, afastar para a periferia. tambem não se pensou nas consequencias graves que este segregacionismo pudesse ter nas comunidades…nem tão pouco se pensou nas arquitecturas tenebrosas desses bairros..

enfim, é mt facil falar mal, quando ñ s tem nada de bom para acrescentar, mas acho que deviamos mostrar mais respeito pela SAAL, e a cima de tudo, estudar mais sobre isso. e talvez se aprendesse alguma coisa de bom…

Foi um projecto com algumas ingenuidades , e certo mas com muita vontade de mudar vidas e algumas apostas bem dirigidas e ao seria nada mau se pudesse ser reavivado sobretudo agora que o problema volta a estar na mesa dadas as enormes dificuldades .A verdade e que pouco ou nada se tem feito no que respeita a protecçao dos direitos dos que pouco ou nada tem e esta nossa realidade de barracas e programas de televisao a mostrar que os pobrezinhos sao afinal muito felizes lol esta a precisar de urgente remodelaçao.Os SAAL, por muita inexperiencia que houvesse tido deu frutos. Talvez nao de primeira qualidade mas foi uma experiencia que tentou alguma coisa.Porem dai para ca nada mais se fez e essa e a pior das realidades num pais onde existem cada vez mais pessoas que apesar de Abril , dos cravos e de de algumas boas intençoes ainda nao tem a casa a que todos tem direito.

Este tornou-se num pais cinzento e insosso.
Assim sendo mais SAAL por favor.