sexta-feira, outubro 31, 2008

O DESCALABRO 2 - FERNÃO FERRO



« Fernão Ferro é uma freguesia portuguesa do concelho do Seixal, com 25,26 km² de área e 10 753 habitantes (2001). Densidade: 425,7 hab/km².

Foi oficialmente criada em 11 de Junho de 1993, por desmembramento das freguesias da Aldeia de Paio Pires, Amora e Arrentela.

Esta freguesia é composta pelas localidades de Fernão Ferro, Pinhal do General, Redondos, Quinta das Laranjeiras, Flor da Mata, Foros da Catrapona, Pinhal de Frades e Quinta da Lobateira, Vila Alegre e Fontainhas.

Fernão Ferro confina a Norte com as freguesias de Aldeia de Paio Pires, Arrentela e Amora e a Sul com a freguesia de Quinta do Conde, do concelho de Sesimbra.

As famílias que eram originárias da terra começaram por desbravar matagais que cobriam a zona e cultivar a terra. Outros trabalhavam para a família Lima onde faziam corte de madeira de pinho, que eram transportadas para Lisboa, para ser usada nos fornos de pão. » (fonte - wikipédia e Setubal na Rede)


No final dos anos setenta , Fernão Ferro foi uma das zonas da Margem Sul que mais construção de génese clandestina viu nascer, por vezes anárquica , outras de gosto arquitectónico duvidoso e quase todas sem infraestruturas como ligações de esgotos à rede municipal , no entanto esse tipo de "urbanismo" teve como positivo a forte ligação á terra e à comunidade , a pouca densidade habitacional e a baixa volumetria dos edificios, na sua maioria unifamiliares e com caracteristicas rurais.

Hoje, o que se constrói , dentro das normas e orientações de promotores imobiliários e da autarquia traz muito maior densidade , arraza com maior área florestal e assume uma maior impermeabilização dos solos e contrasta em carga urbana com as habitações envolventes.


O Caso documentado da Quinta das Laranjeiras , no limite norte de Fernão Ferro é disso um exemplo pela negativa , contrariam tudo o que o saber popular criou, são mais uma vez urbanizações sem alma, desgarradas de tudo e sem quaisquer equipamentos à mão impondo uma quase total dependência do automóvel.

Nota - nem uma habitação com fins sociais ou a custos controlados, ali não se querem pobres nem jovens famílias.

quinta-feira, outubro 30, 2008

O DESCALABRO 1 - PAIO PIRES




























Nos últimos dias temos dado conta dos grandes projectos imobiliários para a Mar
gem Sul , sobretudo aqueles apresentados por grandes investidores e promotores imobiliários , alguns estrangeiros e que nos países de origem é sabido estarem a atravessar inclusivamente processos financeiramente complicados.

Manifestámos a preocupação face à conjuntura actual e à situação que provocou esta crise global nomeadamente à construção excessiva e muito para além da procura , as dificuldades de acesso ao crédito, ao crédito mal-parado e ao megalomanismo subjacente a estes projectos.

Mas o mais preocupante é que estes projectos, são uma gota no oceano, pois que a construção nos últimos anos tem sido avassaladora em todas as frentes , nos próximos dias vamos analisar algumas.



Na imagem temos a já aqui divulgada imagem do eufemisticamente chamado Plano de Reconversão da Siderurgia Nacional , que mais não é do que um Plano de Urbanização em massa, mas vejamos nas imagens acima, parte do que foi recentemente construído ou está em construção na Freguesia da Aldeia de Paio Pires , sem mais comentários.

O resultado é um amontoado desconexo de urbanizações, de volumetrias e cores variadas , algumas no meio do nada, ou onde outrora foram quintas agricolas, uma absurda rede de vias incompletas, sem saída, prédios inteiros à venda sem comprador à vista e uma grande Avenida de seu nome Avenida Aldeia de Paio Pires... um dormitório onde não há absolutamente nada que garante uma vida plena em qualidade urbana ... surreal!

HOSPITAL DO SEIXAL EM PAIO PIRES !

Face à localização e ao crescimento desta freguesia , face à proximidade da freguesia mais populosa do concelho de Sesimbra, na nova ponte para o Barreiro e consequentemente da nova Ponte Barreiro-Lisboa, face á nova cidade em que querem transformar Paio Pires , não se compreende que este não seja o local equacionado para a construção do Hospital do Seixal .

Nota - Nem uma habitação com fins sociais ou a custos controlados, ali não se querem pobres nem jovens famílias.

quarta-feira, outubro 29, 2008

A OBRA OU A DIVIDA PARA AS PRÓXIMAS DÉCADAS! É ISTO QUE QUER PARA A MARGEM SUL ?


Estamos mergulhados na maior crise económica da história , a primeira com reprecurssões verdadeiramente globais , no sistema financeiro , no universo bolsista , no imobiliário e em vias de extravasar para a economia real com a perspectiva de uma recessão generalizada ou uma garantida estagnação...

Nos Estados Unidos houve imóveis a desvalorizar 90% , e mesmo assim, não há quem compre!


E por cá?

Por cá há entre 450 a 500 mil casas à venda sem comprador , o parque habitacional no centro das cidades está degradado, Lisboa perdeu nos últimos dez anos 300 mil habitantes , o mercado da reabilitação urbana em Portugal é de 7% face aos 36 % da média europeia (em Portugal é um mercado potencial de 28 000 Milhões de euros ).

Há 20 000 fogos devolutos em Lisboa , tem havido na periferia da AML uma oferta superior em muito à procura.

Entre Junho e Setembro passsados os valores de avaliação de imóveis desceu 5%... mas apesar disso as autarquias CDU promovem mais e mais betão, desafectam áreas de Reserva Agrícola e Ecológica e outras zonas de protecção natural para construção.

Os PDM em revisão apontam para mais betão e mais área construída, os projectos mais sonantes, mas uma gota no oceano de betão que diáriamente é aprovado são :


ALMADA - ALDEIA DOS CAPUCHOS
Habitação para 3000 pessoas em 30 hectares, promotor CANTIAL


ALMADA - LISNAVE
120 hectares , 15 000 habitantes , edifícios com alturas entre 11 e 35 pisos,
50% habitação



ALCOCHETE - ALTO DOS MOINHOS 28 blocos de apartamentos , área de construção 140000 m2 , promotor LIBERTAS

MOITA - QUINTA FONTE DA PRATA 1ª fase construída 577 fogos, total 2900 fogos em
524 000 m2, estimados 10 000 habitantes. Promotor MARTINSA-FADESA

SEIXAL - PAIO-PIRES SIDERURGIA
1500 fogos

SEIXAL - VERDIZELA
30 000 fogos , em 800 hectares , junto a Sítio Rede Natura 2000

SEIXAL - BAÍA
300 fogos , 55 000 m2 , promotor A.SILVA & SILVA


SEIXAL - QUINTA DA TRINDADE
Centro Estágios SLB + 1516 fogos em 11 quarteirões ,
promotor Libertas


SEIXAL - TORRE DA MARINHA
Torres de 15 e 12 andares, desafectação de áreas de REN e RAN


SETUBAL - VALE DA ROSA

1 Estádio de Futebol , Shopping + 7500 fogos , 30 000 habitantes ,
no local há 1700 sobreiros . Promotor PLURIPAR

terça-feira, outubro 28, 2008

É ISTO QUE ESPERA DOS SEUS POLITICOS ? É ISTO QUE QUER PARA A MARGEM SUL ?



























De há décadas a esta parte, tem reinado permissivamente nesta Margem Sul um regime de conveniência politica, cheio de hipocrisia e de politicamente correcto , onde quase tudo é aparentemente consensual ou teatral , seguindo cada intérprete calmamente, a sua carreira no respectivo Partido, e na Politica.


Arrisco a dizer, que tem estado instalado, um caldo morno de equilibrios e relações que se têm preocupantemente abstido de comentar e intervir , nos chamados temas fracturantes ou politicamente incorrectos.

Os projectos aqui revelados há alguns dias e que mostram o que pretendem como Futuro para a Margem Sul (Siderurgia , ou Torre da Marinha, como já o tinha sido para a Moita, para a Quimiparque e para a Lisnave...Quinta da Trindade , Verdizela , Aldeia dos Capuchos , ) e que revelam a anuência de alguns e o silêncio de quase todos, pode bem ser caracterizador, da classe politica governante e não só.


Infelizmente, os tempos presentes têm revelado que os alertas e as críticas aqui trazidas desde o primeiro post , tinham não só razão de ser, como substância , num ensaio diário contra a cegueira acritica colectiva que nos pretendem consagrar.

Hoje vendem-se casas ao desbarato, depois de uma fase que já se arrastava há três ou quatro anos em que havia simplesmente, muitas e muitas casas por vender , isto enquanto se continua a construír, a projectar e a promover o agora "arco ribeirinho" , em feiras do imobiliário onde até parecemos viver num paraíso à beira mar plantado . Isto no país da cauda da "Europa dos quinze" e não só ...

Há quem reconheça ainda poucas virtudes na Blogoesfera, mas há que reconhecer , na chamada blogoesfera local , que pelo menos a virtude, de agitar águas tem estado do seu lado.


Nascem diáriamente novos projectos e novas formas de comunicar , as eleições presidenciais nos Estados Unidos mostram que a campanha, o pensamento e a politica deixaram de estar nas ruas em outdoors para passar para os blogues e para a Internet, tornando também obsoleta a "caixa que mudou o mundo".


Será pouco , mas é um caminho, até para criar uma verdadeira alternativa , também a Sul!

segunda-feira, outubro 27, 2008

OS TESTES DO METRO


Com o início dos testes de circulação do Metro Sul do Tejo na linha Centro Sul - Cacilhas pela zona central de Almada, torna-se ainda mais evidente que aquela não foi a melhor solução do ponto de vista urbano (a opção subterrânea teria certamente sido a mais acertada) a coexistência com peões e restantes veículos circulantes não vai ser pacífica, sobretudo na zona mais central de Almada.

Não se compreende porque não foram criadas escapatórias para os autocarros , o que acontece agora é que quando um deles pára na paragem, bloqueia toda a faixa (única) para os restantes veículos.

Outra questão já aqui levantada tem a ver com a drenagem de águas pluviais, as sargetas não estão no ponto mais baixo da via, nem para elas há valetas que conduzam a água, para agravar a situação, a via férrea está num plano superior , em alguns casos , a uma cota mais alta do que a entrada de algumas lojas e edifícios.

Não sei o que será passível de ser alterado, mas era bom uma boa chuvada para virem ao de cima os erros que estão a ser cometidos.

domingo, outubro 26, 2008

UMA INTENÇÃO COM VISÃO ?



Foi intenção da Revista Visão na publicação há um ano do seu "Numero Verde" o seguinte:

" Por um País melhor
A protecção do ambiente é uma responsabilidade de todos nós. A VISÃO e o Continente uniram-se e vão plantar 1 milhão de carvalhos na Serra da Estrela e alargar este projecto aos centros urbanos. No dia 25 de Outubro compre a VISÃO VERDE - por cada revista vendida iremos plantar uma árvore
VISÃO 11 Out. 2007 (...)

A VISÃO acompanha atentamente, há já vários anos, as questões ambientais, através de notícias, reportagens, fotorreportagens, opinião. Hoje assumimos um novo compromisso: vamos reforçar a nossa intervenção tradicional, dedicando mais espaço editorial aos temas ambientais.

E vamos, também, fazer mais e diferente, vamos «saltar» do conforto do nosso papel tradicional de noticiar, enquadrar e analisar factos nas páginas e no
site da VISÃO, para uma acção mais directa, na sociedade civil. E, para isso acontecer, contamos com vários parceiros empresariais e também consigo e com todos os nossos leitores. «Portugal Verde» será o «chapéu» de uma série de iniciativas que a VISÃO vai desenvolver na área da responsabilidade ambiental. E temos já uma mão-cheia de grandes projectos para lhe comunicar. (...)

Por cada VISÃO comprada em banca, iremos oferecer uma árvore aos municípios portugueses. Com a sua ajuda, contamos entregar às câmaras cerca de 100 mil árvores, ajudando-as nos seus programas de criação ou recuperação de espaços verdes. Vários municípios aderiram já a esta iniciativa . Um programa que queremos que chegue a todos os pontos do País, e que temos desde já a certeza de que chegará alto: serão também plantadas, na Serra da Estrela, no espaço de cinco meses, 10 milhões de bolotas de carvalho. A primeira operação no terreno, coordenada pela associação Amigos da Serra da Estrela, arranca já no dia 20. No final, estará assegurada a viabilidade de um milhão de novas árvores na serra mais emblemática do País.

Ainda no âmbito da parceria Continente/VISÃO, e a reforçar a operação «1 VISÃO = 1 árvore», será lançado um projecto plurianual para o desenvolvimento de espaços verdes dentro das cidades. Este programa, com a designação HiperNatura, visa recuperar, recriar ou reequipar jardins públicos, limpar matas urbanas, tornando-as zonas utilizáveis pelos munícipes, e criar novas zonas de lazer ao ar livre para passeio, convívio ou prática de exercício físico de manutenção.

Por último, vamos criar um novo espaço online, alojado na visao.pt. Este «sítio» pretende ser um local de informação, debate e contributo dos leitores na área do ambiente.


Além de ser, também, um lugar privilegiado
para a prestação de contas sobre as váriasiniciativas já referidas. Sem prejuízo de toda a informação essencial que publicaremos na VISÃO, será aqui que poderá acompanhar, a par e passo, as acções de plantação de árvores e de recuperação dos espaços verdes. No fim, estamos seguros, vamos mostrar um Portugal mais Verde, mais bonito, mais agradável e menos agressivo do que aquele que existia no arranque desta grande operação. Participe connosco nesta acção global e esteja atento às várias surpresas que ainda temos para lhe comunicar." (sic)

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Um ano depois, não duvido da realização da iniciativa proposta, mas... não há uma informação concreta das árvores plantadas, nem das autarquias que , associadas ao projecto efectivamente o puseram em prática .


O site criado (na imagem) para o efeito foi desactivado e está inacessível.

Não é possível fazer qualquer monitorização da objectividade da acção.

Nota final : recebemos na passada semana um mail de Luís Barata (Edimpresa) que não dava nenhuma resposta para além de um power point em anexo publicitando a iniciativa do ano passado e anunciando a edição de um número Visão Verde a 27 de Novembro de 2008 dedicado aos Oceanos.

Volto a questionar enquanto leitor da Visão e comprador do Numero Verde de 2007 , qual o resultado efectivo da iniciativa de 2007 nomeadamente nas autarquias aderentes de Almada e Seixal ?

sábado, outubro 25, 2008

LEITO DE BETÃO E POLUIÇÃO NA RIBEIRA DA MOITA


Na Moita foi artificializado o leito da Ribeira da Moita , uma situação que se revela perigosa na medida em que a impermeabilização do leito , não só impede a infiltração, como vai provocar que a água chegue com maia velocidade e caudal ás zonas mais baixas. Para além disso os moradores denunciam que esta ribeira está transformada num vazadouro de águas residuais provenientes do Parque Industrial de Palmela , denunciam os residentes :

" Com efeito, a Ribeira da Moita atravessa toda a parte Sul do Concelho correndo para Norte, a caminho do Tejo.

Tem origem na zona de fortíssima concentração humana e de serviços e indústria do Parque Industrial junto à AutoEuropa, onde trabalham cada dia largos milhares de pessoas numa actividade humana e industrial intensa, com descargas industriais e humanas diárias de milhões de litros de efluentes de todo o género.
A Ribeira da Moita é engrossada igualmente com mais milhões e milhões de litros de outros efluentes de várias novas aglomerações urbanas do Concelho de Palmela, que a sul da Moita pululam sem parar.

Indústrias importantes em produção e em pessoal, e novas cidades e urbanizações para as quais nenhuma solução foi prevista em termos de efluentes industriais e humanos, que não seja o deixar fazer, o deixar correr as suas águas de todo o tipo, insuficientemente tratadas e a céu aberto, pelas nossas terras e à beira das nossas casas a caminho do Tejo.

(...) A Ribeira da Moita é a única com um caudal contínuo, dia e noite, 24 sobre 24 horas, a correr para o Tejo ao longo do Concelho da Moita. "
As outras ribeiras estão secas todas durante a maior parte do ano, enquanto a nossa corre todos os dias sem parar com importante e incessante caudal.

"
Estamos perante mais um atentado ambiental de proporções muito graves a que todas as entidades responsáveis assistem parcimoniosamente sem que lhes ponham côbro, uma situação que inconforma e revolta moradores daquela zona do concelho da Moita.

A situação de betonização foi já alvo de um requerimento por parte do deputado do MPT , Luís Carloto Marques
.

sexta-feira, outubro 24, 2008

CRÓNICA DO BETÃO ANUNCIADO




No Seixal reina um frenesim de final de mandato, nunca houve tanto plano de pormenor em discussão, muito menos em discussão simultânea.

Nunca também as consequências desses planos de Pormenor que alteram substancialmente a Plano Director Municipal, tiveram tantas e tão gravosas consequências para o futuro deste concelho e de quem aqui habita.

Há um ponto prévio a assinalar, é que o Seixal, nos últimos trinta anos viu a sua população aumentar de 30 mil para 170 mil habitantes , com
a mesma rede viária, com os mesmos acessos a Lisboa !

Viu nascer como cogumelos novas e gigantescas áreas habitacionais , e não é só Santa Marta, Alto do Moinho , as margens da baía no Seixal, ou a Quinta da Trindade , é também o Casal do Marco que se estende quase até Paio Pires, Pinhal dos Frades e Quinta das Laranjeiras , ou a mega urbanização no Pinhal das Freiras - Verdizela .


Agora temos a cereja no topo do bolo com mais duas cidades , uma a nascer junto á Torre da Marinha naquele que deveria ser o corredor verde por excelência do concelho , e outra, essa gigantesca e com o aval do Estado , a Urbanização nos terrenos da Actual Siderurgia e ainda um Plano que prevê mais construção para a zona ribeirinha da Amora (outro Plano de Pormenor) .

Vale por isso a pena uma visita à FIL onde estes projectos estão expostos. Não se compreende porque dispondo da autarquia de tantos meios, que esses projectos não tenham sido divulgados em outdoors ou em Boletim Municipal, será isto má-fé da autarquia ?


Se não é má fé , há pelo menos uma dissimulação grave na forma como está apresentado o Plano de Pormenor da Torre da Marinha , com os novos edifícios a serem representados por elementos translúcidos , dissimulando o seu impacto sobretudo na nova alameda de edifícios entre o Continente e a Rotunda da Torre da Marinha ou as Torres do arquitecto Manuel Salgado.

Na imagem optámos por circundar a vermelho esses edificios, sendo de destacar a aberração das duas torres à entrada do Fogueteiro .

São prédios, prédios e mais prédios , quem tem habitação no Seixal vai ver a sua propriedade paga com tanto esforço, ainda mais desvalorizada pela oferta brutal de habitação nova, o Seixal vai-se tornar ainda mais inabitável, os engarrafamentos que hoje são uma constante vão piorar, e tudo isto vai ser construído onde hoje há espaços hoje verdes ou selvagens , vai-se impermeabilizar mais solo , vai-se betonizar a natureza que ainda resta, numa zona de paisagem tão sensível .

É ISTO QUE QUER PARA O SEIXAL ?

quinta-feira, outubro 23, 2008

SEIXAL VENDE-SE EM SALÃO


Vivemos mergulhados na maior crise financeira mundial de que há memória !

Essa crise financeira teve o seu detonador em politicas de crédito desreguladas , que tiveram o seu cerne em politicas imobiliárias anárquicas , que se desenvolveram muito para além das reais necessidades da procura e suportáveis por essa mesma procura.


Há um número exagerado de habitação construída muito para além do que é necessário, hoje as questões que estão em cima da mesa vão muito para além do ordenamento do território e do ambiente, mas também tocam a sustentabilidade do sistema financeiro que serve de suporte quer á construção, quer à aquisição , numa época de real desvalorização da construção.


É neste cenário que decore mais um Salão Imobiliário de Lisboa . Nesse âmbito , a Câmara do Seixal , surpreendentemente (embora não seja a primeira vez que o faz - clique ) é a única autarquia, mais uma vez, a introduzir no jornal Publico do dia da Inauguração do Salão , um encarte de quatro páginas com um texto, para além de anacrónico em relação ao momento presente, é enviezado no seu conteúdo , atingindo em muitas passagens o roçar da fantasia.


Incluído num Salão Imobiliário, o encarte (na imagem) , para além da inevitável "entrevista" em que o presidente da Câmara mais parece um agente imobiliário, temos um texto digno dos criadores do Boletim Municipal onde a habitual farsa se reinventa, conseguindo para um mesmo espaço conciliar ambiente, aumento de zonas verdes e áreas arborizadas, com mais urbanizações, com mais betão.

Quanto custou mais esta farsa à autarquia?
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Aqui, o filme de 2006 !


quarta-feira, outubro 22, 2008

ÁRVORES DESAPARECEM DAS RUAS DO SEIXAL




As autarquias aqui mencionadas ontem, Almada e Seixal não só não têm aplicado programas de reflorestação, como no Seixal está em prática uma verdadeira e incompreensível campanha de abate de árvores por todo o concelho .

As últimas queixas , depois de Pi
nhal dos Frades chegaram-nos da Quinta da Tendeirinha, onde foi mesmo organizado um abaixo assinado contra o derrube de árvores naquele local , tendo mesmo os moradores recorrido à QUERCUS como forma de denunciar e impedir que o abate acotecesse.

De Miratejo surgem-nos também notícia e imagens de vários pontos onde tem decorrido um corte massivo de árvores (choupos, plátanos...) incompreensível para a população , pois são árvores em boas condições fito-sanitárias, são árvores de folha caduca, permitindo a passagem do sol e luz neste período que se aproxima e encontram-se em zonas onde a sua folhagem é estimada, durante a época de Verão.












Estas situações são tão inconcebíveis, como incompreensíveis , e começam a ser tão comuns e generalizadas que a autarquia deve explicar o que se está a passar, qual o critério de abate, para além de serem árvores em boas condições, os cortes são indiscriminados, tanto se cortam árvores com mais de 50 cm de diâmetro como de menos de dez sendo por vezes colocadas nas suas proximidades outros exemplares jovens e raquiticos, não passando para já de meros arbustos.

A explicação será tão urgente , útil , e oportuna , quando em conversa de café se fala de negócios pouco claros entre as empresas ou empresa prestadora deste serviço e a autarquia...

terça-feira, outubro 21, 2008

UM BOM EXEMPLO... DE ESQUECIMENTO


Há exactamente um ano, em Outubro de 2007 a revista Visão publicava um numero especial "EDIÇÃO VERDE" , essa iniciativa consistia em plantar , com a colaboração do Continente e de algumas autarquias, uma árvore por cada revista vendida.

No balaço feito pela revista a Edição foi um sucesso.

A essa iniciativa associaram-se as autarquias de Almada e Seixal, como então noticiámos .

Sugeria então, irónicamente que o número que comprei da Visão, correspondesse a uma árvore plantada na zona ardida dois meses antes, na Flor da Mata (clique) ... mas a verdade é que um ano passado sobre esta iniciativa, os Seixalenses e os Almadenses não sabem onde e quantas árvores foram plantadas ao abrigo desta iniciativa.

Será que alguém pode responder a esta questão ?

Ou tudo não passou de mais um golpe mediático ?

Resta saber de quem, se da Visão , se das autarquias envolvidas .

segunda-feira, outubro 20, 2008

SEIXAL A FARSA DA POLITICA OU A BICLA IMAGINÁRIA


Na página 4 do último numero (490) do Boletim Municipal do Seixal datado de 10 de Outubro há em título um tema que me despertou a atenção e confesso a emoção, "Câmara Municipal investe em rede de vias pedonais e cicláveis" , imaginei logo um post a elogiar a autarquia e disponibilizar os links de posts aqui publicados com sugestões, fotografias e exemplos de práticas por esse mundo fora.

Finalmente o Seixal acertava passo com a modernidade, entrava numa politica de mobilidade conducente ao abandono do automóvel, optando por meios não poluentes e saudáveis e devolvendo a cidade aos peões e aos meios de transporte mais amigos do ambiente , das pessoas e da cidade.

A emoção durou pouco, depois de vencer a descrição do habitual rol de moções apresentadas na Assembleia Municipal, o primeiro parágrafo referente de facto à mobilidade começa assim "Foram rejeitadas por maioria duas moções apresentadas pelo PSD sobre ciclovias o o uso da bicicleta como transporte publico" a mim que não sou politico, choca-me esta forma de estar na politica que rejeita liminarmente tudo aquilo que , certamente com conteúdo, não tem a paternidade das maiorias, o que é lamentável .

Mas logo a explicação pela recusa da proposta do PSD, é que afinal a CDU informou que tem a trabalhar no assunto "um grupo de trabalho" ... "que tem vindo a desenvolver um estudo sobre a rede ciclável no concelho, fruto de um trabalho prolongado ..." bom, uma coisa estamos todos de acordo , é que tem sido de facto "um trabalho prolongado" como é hábito , prolongado e com poucos frutos, estando alguns desse escassos frutos a precisar já de receber obras, refiro-me ao piso (foto do artigo) do passeio ribeirinho / "ciclovia" frente ao Parque dos Franceses .


Já descobriram que chegado a este ponto já o entusiasmo do leitor se tinha desvanecido , é que quando se fala em "grupos de trabalho" , "estudos" , "planos" , é sinal que no imediato não se quer, nem se vai fazer seja o que fôr, na melhor das hipóteses teremos antes das eleições mais dois ou três quilómetros de ciclovia , lembro que há três anos que prometem circundar toda a Baía em via ciclável e claro que há muito mais tempo prometeram alargar a Ponte da Fraternidade que incluía também uma via para bicicletas.

De resto a promessa de um "plano vasto que contempla percursos de ligação em todo o concelho" só me faz lembrar os duzentos e tal quilómetros de vias cicláveis prometidas para Almada há três anos , o que quando leio a promessa do projecto "Biclas" desculpe lá Senhor Presidente, mas... só vendo !

Agora há aqui uma grande inverdade que é afirmar, e escrever que "Algumas opções existentes no estudo estão já concretizadas, de que é exemplo a rede ciclável junto ao MST e os troços existentes ao longo da Baía " , é que as ciclovias construídas pelo MST , não pela autarquia , não têm qualquer continuídade dada pela Câmara, com ligação seja com o que fôr (com a Cruz de Pau por exemplo) , como acontece em Corroios e no Talaminho , quanto aos troços da Baía :


Já chega de propaganda enganosa não ?

domingo, outubro 19, 2008

WALL OF SHAME



As nossas cidades são caóticas , primeiro ao nivel do "urbanismo" , depois ao nível da arquitectura , depois ainda, a mobilidade, e para completar, como se tudo isto não bastasse há os graffiti , a publicidade a propaganda... o lixo, o estacionamento...

A sensação que temos é que não há regras, não há leis e se há, não há quem as aplique!

Assistir a uma campanha eleitoral num país nórdico , é exactamente o oposto de em Portugal , em Portugal , qualquer candidato a uma junta de freguesia tem mais cartazes, mais fotografias espalhadas, mais bandeira e mais outdoors do que um candidato a primeiro ministro na Dinamarca , a grande diferença é que lá as taxas de abstenção são bem menores, e a participação civica incomesurávelmente superior , também os índices de desenvolvimento estão nos antípodas.

Por cá durante a campanha é o que se sabe , mas o pior é fora dela , se é que em Portugal há período que não seja de campanha eleitoral , a crer nas ruas da Margem Sul , dir-se-ía que não , basta olhar em volta , faça esse exercício quando saír de casa ... e deixe um comentário.

Mas como se não bastassem os outdoors , os cartazes, as moções pagas em jornais , os Boletins Municipais , os sites na Internet , numa altura em que se discute a moralização do graffiti , num município como o do Seixal onde os responsáveis autárquicos fazem Festivais de Graffiti exactamente porque : «Decidimos promover o Seixal Graffiti quando nos confrontámos, em vários espaços urbanos, com vários graffitis, alguns deles em habitações e outros em espaços públicos»

Não se percebe , mais uma vez repito , dispondo de outdoors , painéis de chão ... que a força politica que suporta a autarquia venha a
graffitar um muro , alegadamente acabado de pintar de branco pela Junta de Freguesia atitude que no mínimo dá a mensagem inversa daquela que numa cidade caótica como as nossas se pretende transmitir.

A "obra" para já é a que a imagem documenta ! Ele há necessidade ?

Numa semana criaram uma wall of fame (muro da fama) para os graffiters e uma wall of shame (muro da vergonha) para os que se julgam donos do concelho , bom ritmo .
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Na rua...blá , blá...por Abril...blá , blá ... mas de Mercedes com chauffer (clique)

sábado, outubro 18, 2008

SALVEM O MIGUEL !!!


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Um filme que faz parte de uma campanha internacional em defesa do sobreiro e do uso das rolhas de cortiça , ou quando um actor de Hollywood se dispõe a abraçar gratuitamente uma causa em prol de uma riqueza nacional (económica e ambiental) que os naturais por vezes tanto desprezam e fácilmente trocam por betão.

sexta-feira, outubro 17, 2008

GRAFFITI - A DITADURA MARGINAL ... EM SPRAY... (CONCLUSÃO)


No video , Câmara de Lisboa combate graffiti , SIC (16-10-08)

A melhor tela, associada ao melhor pincel e tinta não faz um artista nem muito menos se conjugam para que resulte uma obra de a
rte.

A melhor máquina fotográfica , nas mãos de não interessa quem seja, perante o momento mais decisivo não produz forçosamente uma obra prima.

É raro mesmo o maior poeta encontrar a conjunção de palavras , ideias e sentimentos que transformem uma folha em branco numa sinfonia de sentimentos únicos.

E podiamos falar do musico, do escritor , do realizador de cinema , do actor , do escultor... e de tantos outros criadores que sa
bem o quanto é penoso criar, o quanto criterioso e exigente é preciso ser , a dose sublime de humildade que é preciso ter em saber falhar , em saber persistir, evoluír ... criar , acrescentar algo de belo , ou nada acrescentar quando uma "tela em branco" pode ser a mais densa das criações, sobretudo quando a "tela em branco" é a nossa envolvente fisica , natural ou construída!

Claro que este não é um plano de "superioridade elitista" , de "xenofobia" criativa ou outra , de "connaisseur" ou de "critico de arte" , tem a ver sobretudo com exigência , com humildade e com génio, enfim... e com a constatação simples de que não basta querer ser Artista para o ser .

Felizmente para nós que no campo da criação em todas as Artes acima descritos, não esbarramos a cada passo que damos com as suas criações , as conseguidas ou as que geralmente vão parar a um canto do atelier, ao fundo de uma qualquer gaveta, no cesto dos papéis .






Mas há uma outra etirpe de artista , os graffiter´s uma estirpe que se nomeia como criadora, antes que de uma forma natural a sociedade o aceite e reconheça , uma estirpe que tudo o que faz ou sobre o que faz tem a pretensão de ser reconhecido como artista, uma estirpe que eleva a assinatura a um estatuto de Obra e que pior que tudo , quer se goste quer não , invade o nosso espaço quotidiano colide com as nossas liberdades de escolha (somos obrigados a ver) e ainda mais intolerável, temos que reconhecer a suposta Arte e o suposto Artista .

Claro que esta é a inversão da Arte e da Estética , ou por outro lado , é a imposição de uma arte e de uma estética , uma imposição literal, quando nos invade o olhar em cada esquina , nos condiciona pelo que intimida e nos faz ver o quanto não somos bem vindos , o quanto estamos a mais naquele espaço.








Por mais argumentos que teçam, este é um totalitarismo que é inaceitável e que torna a cidade insuportável, tal como a overdose de publicidade e de propaganda (autorizada) que nos esconde muitas vezes o feio, mas também o belo ou a simplicidade de um recorte de céu.

Não é aceitável a tolerância que alguns pretendem ter
como salvo conduto , não é sinal de maioridade cultural nem de modernidade social a sua aceitação, e muito menos é verdade que haja , nas cidades tomadas como referência (Londres, Nova Iorque, Paris , Barcelona...) uma tolerância em relação ao graffiti , havendo mesmo em acção planos intransigentes de tolerância zero em relação a estas actividades consideradas na generalidade dos casos como passíveis de procedimento criminal.

Ao associar o não apreciar o graffiti a uma mera questão
de gosto elitista , e passadista, é , sobretudo para quem tem responsabilidades politicas de uma ignorância e irresponsabilidade total e traduz o fosso cada vez mais gritante entre a classe politica , iluminada e preocupada com o "politicamente correcto" e o verdadeiro sentir das populações , sua cultura e preocupações .








A Câmara de Lisboa (ver vídeo) já percebeu que não é esse o caminho e que o risco de tudo continuar como está poderá resultar em perdas graves para o turismo , embora mais preocupante seja a qualidade de vida e a harmonia espacial que nega à população residente.

Outras se lhe seguirão , está nas nossas mãos e no nosso voto recusarmos que a Margem Sul se transforme na habitual reserva supostamente progressista, mas na realidade à margem do verdadeiro progresso e qualidade urbana , sempre adiados .






Desafio as forças politicas que promovem esta sua eleita arte, a elaborar para as próximas autárquicas, cartazes e outdoors onde seja dado destaque gráfico ao graffiti e a outras culturas ditas marginais e de "vanguarda" , e que esclareçam programáticamente qual a sua politica relativamente ao espaço urbano , nomeadamente sobre o graffiti .

Ou tudo isto não passa da hipocrisia do costume ?
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NOTA

Sou por princípio avesso à criação de zonas de excepção , essa é a postura de políticos fracos e amantes do poli
ticamente correcto , e já agora, uma zona de excepção só para graffiters porquê?

E todas as outras práticas minoritárias e marginais, não terão elas a esta luz , direito também a zonas de excepção , por exemplo o tunning, como um leitor ontem deixou aqui expresso?




E se o graffiti... o tunning por representarem práticas culturais (minoritárias) , porque não uma rua destinada á excisão feminina, ou outra onde se tolere a linguagem e os grafismos nazis ou xenófobos ... ?
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NOTA FINAL

Estou de acordo com a criação nas autarquias , de uma CASA DAS ARTES vocacionada para a produção e exposição artistica, que dê espaços de criação artistica aos graffiters , mas também a todos os outro campos da criação artistica , pintores, fotógrafos, escritores, escultores etc...

Não estou de acordo que pela visibilidade, e pressão marginal, haja uma discriminação positiva exclusiva a quem danifica património . Isto é inaceitável e anti-constitucional.