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quarta-feira, setembro 17, 2008
O INSUSTENTÁVEL PESO DO BETÃO
Os portugueses são dados a jogos piramidais de ganho fácil , risco irracional e probabilidade miníma , com o fito no enriquecimento rápido e fácil .Não é por acaso que somos os que mais apostamos no Euromilhões , e que criámos amorosas Donas Branca e jogos afins.
Na década de sessenta , setenta a indústria da construção era quase artesanal e amadora, não havia a imagem de grandes contrutoras à excepção da "Pois Pois... Jota Pimenta" ...
Em trinta anos tudo mudou apareceram , cresceram , fundiram-se e adquiriram-se grandes empresas que passaram a ser cotadas em bolsa e a ter o seu peso no mercado accionista , no mercado eleitoral .
Com o betão tudo era fácil, num país com déficit de habitações e com um êxodo acelerado para as cidades, tudo se vendia , tudo se comprava tudo o que se construísse daria lucro que permitia ao pato-bravo emergente, comprar o primeiro Mercedes , dar o primeiro apartamento aos filhos , e com o dinheiro dos restantes, ainda dava para construír o proximo prédio , o segundo de muitos dos quais nasceriam verdadeiros impérios.
Com as autarquias , único entrave , aplicadoras de leis e mais recentemente Planos , criaram-se ao longo de trinta anos forma de serem contornadas , de pôr as pessoas certas no local certo, independentemente da côr politica e até os mais irredutíveis em termos ideológicos, os tais do "Trabalho, Honestidade e Competência ... " se deixaram levar ao serviço do "Grande Capital do Betão Armado" .
Nunca ninguém parece ter pensado que isto teria um fim , que era insustentável continuar assim ... construindo cada vez mais, cada vez mais para fora dos centros urbanos , cada vez mais em terrenos agrícolas, em cima do mar, sobre as margens dos rios , em florestas e paralelamente deixar morrer a cidade , deixar apodrecer a cidade , deixar despovoar a cidade.
Mas há quem ainda não tenha percebido , que continue a construír e a permitir construír, a dar crédito para construír, a desafectar para construír, a mudar o uso do solo para construír ... quando mesmo já começa a não haver quem compre .
As falências estão aí , reais e consequentes !
Mas há quem não queira ver , por exemplo os eleitos PCP na Câmara de Lisboa mantiveram-se à margem de um plano para em Lisboa reverterem a desertificação e o abandono .
Não admira , se quem tem beneficiado com o êxodo têm sido por exemplo as autarquias PCP da Margem Sul investidas de um objectivo de massificação urbana generalizada mesmo se as urbanizações com nome de "Quinta..." ou de "Pinhal..." ficam por vender .
Se é insustentável ou não, não lhes interessa, virão depois dizer que as falências estão para o capitalismo como o Inferno está para o Cristianismo pedindo depois mais um voto para a Salvação (a sua...) , e há quem vote , como quem põe mais uma cruz no Euromilhões .
Para um ou outro o jackpot é capaz de continuar a saír, mas a maioria só gastou os últimos trocos que tinha...
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6 comentários:
Não sei, como é que ainda não construiram a praça vermelha no Seixal. Já estou a imaginar a foto do incompetente Joaquim Santos a ser admirada.
Parabéns pelo artigo. Gostei muito do penúltimo parágrafo.
Como se a vigilância e a sobrevivência fossem "um cruz que se risca no euromilhões".
Está brutal.
O artigo está bom. Precisamos de construir alternativa. O Ponto Verde está no sítio certo para poder desencadear o processo. Há que aproveitar o actual estada das coisas, para começar a trabalhar na alternativa.
O Ponto Verde e todos os outros bloggers já desencadiaram o processo, veja-se o post de hoje do Revolta das Laranjas .
Agora quem herdar os despojos de 30 anos de sanguesuguismo e parasitismo CDU tem que ter o trabalho de casa muito bem feito e uma estrutura bem montada para contornar o contra-poder do exercito de PÊCÊS que estão em pontos chave na autarquia e isso é complicado.
excelente post
Se eles tiverem em pontos chave e se armarem em contra poder mas apenas para prejudicar, tem uma solução, que é vão para a rua!!!
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