quarta-feira, dezembro 26, 2012

SABÃO ANTI POLUIÇÃO

Uma estilista e um químico ingleses desenvolveram uma substância que se adiciona ao sabão em pó e que permite que as peças de roupa funcionem como neutralizadoras da poluição purificando o ar. A substância está a ser testada há dois anos.

O Catclo, nome com o qual o produto foi batizado, consegue dotar as roupas lavadas com a capacidade de neutralizar os gases poluentes que se concentram no ar.

Assim que a substância, que é adicionada ao sabão em pó durante a lavagem, entra em contacto com as roupas, fica "presa" às fibras das peças de vestuário e faz com que estas atuem como catalisadores do ar quando são expostas à luz.

Em declarações à BBC, Tony Ryan, professor de química da Universidade de Sheffield, explica que teve a ideia de criar este produto durante uma reunião. "Uma vez sentei-me e calculei a superfície da área do fato que estava a usar. Foi aí que me surgiu a ideia de cobrir as pessoas com roupas catalisadoras", recorda.

Para desenvolver este produto, o professor contou com a colaboração de Helen Storey, professora de ciência da moda do London College of Fashion, que tem testado as potencialidades da substância há cerca de dois anos usando, ela própria, umas calças de ganga cujas fibras estão impregnadas com Catclo.

A estilista garante que até agora nenhuma roupa ficou estragada ou perdeu a cor, mesmo após lavagens sucessivas com este produto. Segundo a BBC, a fábrica britânica de produtos de limpeza Ecover já está também a testar esta inovação, que poderá chegar ao mercado dentro de um ano.

Quando isso acontecer, os inventores afirmam que não vão patentear este produto pois acreditam que este avanço deve ser livre e estar disponível para todos.

“Nós queremos que as pessoas tenham a possibilidade de usarem este produto da mesma forma que usam outro produto qualquer. Não queremos que as pessoas comprem roupa especial”, concluiu a estilista.

Clique AQUI para aceder ao site do projeto.

sábado, dezembro 22, 2012

O ESPECÍALISTA INSTANTÂNEO



"Na ânsia de encontrar um discurso credível que ponha em causa o governo, abre-se o microfone a um charlatão que se diz economista e funcionário da ONU. É o descrédito para aqueles que o permitiram e o citam, um prenda para Gaspar. Vai passar o Natal à gargalhada." Paulo Dentinho

O Homem é impostor mas não é parvo. É mais um no meio de tantos! 

E os impostores ministriáveis de habilitações falsas e os "doutores" das autarquias  ?

terça-feira, dezembro 18, 2012

FOI POSSÍVEL




Foram precisos 36 anos e “uma luta cívica” de Gonçalo Ribeiro Telles para que o Corredor Verde de Monsanto fosse finalmente inaugurado. Aconteceu esta sexta-feira, em Lisboa.
O projecto inclui pontes ciclopedonais, jardins, hortas, searas, um parque infantil, um parque de skate, aparelhos de exercício físico, um miradouro e várias esplanadas. Idealizado em 1976, foi inaugurado na presença de Gonçalo Ribeiro Telles, o arquitecto que teve a ideia.
Seria um exagero dizer que se escreveu tanto sobre o corredor como os 2,5 quilómetros que concretizam a ligação entre os 51 hectares de espaços verdes. No entanto, a verdade é que há muito que se prometia a inauguração deste projecto, que, ainda durante a manhã, enquanto decorria o passeio, recebia a plantação de algumas árvores.
A obra liga o Parque Eduardo VII ao Parque Florestal de Monsanto, atravessando a Avenida Gulbenkian através de uma ponte pedonal, inaugurada em Setembro de 2009, e agora baptizada com o nome de Gonçalo Ribeiro Telles, em homenagem ao arquitecto.
Neste projecto foram investidos cerca de cem mil euros, tendo a maior parte das verbas sido conseguidas através de parcerias com empresas como a Vodafone – que inaugurou uma ponte pedonal e ciclável, por cima da Rua Marquês de Fronteira, e criou uma aplicação gratuita para smartphones etablets com informação sobre aquela área verde –, contrapartidas do jogo do Casino de Lisboa e fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
José Sá Fernandes, vereador dos Espaços Verdes, destacou que “o corredor verde não é o jardim da Celeste, não está todo 'pipi'”, e que “é uma verdadeira estrutura ecológica". “Foi semeado prado a semana passada e estará pronto na próxima Primavera.” José Sá Fernandes acrescentou ainda que a estrutura ecológica deverá estar completamente pronta no final do mandato, em Outubro de 2013.
Já o autor do projecto, Gonçalo Ribeiro Telles, queixou-se da “ameaça à paisagem por parte de urbanizações e construções idiotas”. Em contrapartida, o arquitecto destacou a concentração da “biodiversidade total num espaço tão mínimo”. “Os patos da região de Lisboa, não os bravos, têm agora onde passar pelas suas deambulações na cidade”, brincou.
O vereador descreveu a concretização do projecto, na qual está envolvido “há 20 anos”, como “uma luta muito difícil” e explicou que apenas nos “últimos cinco anos foi possível acabar com todos os fantasmas, nomeadamente os depósitos dos carros”. O vereador comparou ainda a obra ao nascimento da sua filha.
Por sua vez, o presidente da câmara, António Costa, assegurou que na autarquia todos estão “ansiosos para prosseguir este trabalho e realizar mais utopias”. Agradeceu aos seus antecessores por lhe terem dado a ele a oportunidade de concretizar um projecto de que “ouvia [falar] desde miúdo”. (Publico)
 
 
 

domingo, dezembro 09, 2012

CAÇA ÀS BRUXAS




O nome do ex-ministro das Finanças fazia ontem a manchete de um jornal - o 'Sol'. Dizia assim: "Apanhado na rede" e informava que a "investigação do caso Monte Branco (...) apanhou um nome totalmente improvável". A fotografia de Medina Carreira era a maior mancha gráfica da primeira página.
O ex-ministro e comentador reagiu com calma, dizendo que tinham ido a sua casa e ao seu escritório e nada tinham encontrado. Não ficou sequer como arguido.
Hoje, diversos jornais, entre os quais o Expresso, indicam que o nome de Medina Carreira seria um código usado na rede Monte Branco (e referente a outra pessoa), nada tendo a ver com a participação na rede do advogado e fiscalista que foi ministro das Finanças nos anos 70.
Vamos, pois, reconstituir a notícia: um nome aparece em documentos apreendidos num processo de investigação; a justiça naturalmente investiga e, aparentemente, chega à conclusão de que a pessoa a que corresponde esse nome nada tem a ver com o caso.
Pelo meio, alguém ligado à investigação, revela a um jornal o nome concreto que surgiu em documentos e o jornal espeta-o na primeira página.
Na verdade, como muito bem disse o visado Medina Carreira, não tem de haver aqui nenhuma conspiração ou cabala. Basta existir, como existiu, digo eu, um agente ligado à investigação completamente idiota ou tolo, uma jornalista que gosta de servir de eco a esse tipo de tolos e um jornal que publica qualquer coisa que lhe chegue sem tentar aprofundar, confirmar ou contrastar.
Gostava que houvesse uma investigação a sério e que, pelo menos, se soubesse quem é o agente tolo... porque a jornalista sabe-se que é costumeira neste tipo de andanças.
Digam lá agora se não é verdade que mais vale não haver segredo de Justiça. Ao menos, desse modo, ficaríamos com a história toda, contada por ambos os lados e não apenas com a versão do agente tolo e da jornalista eco. 
Twitter: @HenriquMonteiro https://twitter.com/HenriquMonteiro
Facebook:Henrique Monteiro http://www.facebook.com/hmonteir     


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/medina-carreira-o-agente-tolo-e-a-jornalista-eco=f772468#ixzz2Ea0gB7vT

quinta-feira, dezembro 06, 2012

terça-feira, dezembro 04, 2012

VAMOS LÁ FARTAR A VILANAGEM


O Governo quer integrar noutras leis o regime Reserva Ecológica Nacional (REN) - uma figura jurídica criada em 1983 para proteger determinadas áreas naturais e que desde então é regulamentada por um diploma autónomo. Até lá, o regime actual passará por algumas modificações, incluindo a eliminação de autorização prévia para uma série de projectos considerados compatíveis com a REN.

Segundo um comunicado ontem divulgado pela Secretaria de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território, as áreas tuteladas pela legislação da REN serão repartidas por instrumentos legais já existentes ou em elaboração. Tudo o que tenha a ver com as zonas de protecção do litoral e dos recursos hídricos - dunas, arribas, praias e rios - será integrado na Lei da Água e na sua legislação complementar. Já as áreas susceptíveis de acidentes naturais - como leitos de cheia ou zonas sob risco de erosão - ficarão tuteladas por um plano de prevenção e redução de riscos, que está a ser elaborado pelos ministérios do Ambiente e da Administração Interna.

A ideia do Governo é adaptar a REN a um novo contexto, em que a protecção dos recursos hídricos e a conservação da natureza estão abrangidos por outras leis que não existiam há três décadas. O comunicado põe mesmo em causa a própria designação da REN - já que áreas ecologicamente protegidas são tuteladas por outras leis -, referindo que o regime jurídico "assentou em alguns equívocos".

Embora enviado ontem, o comunicado tem data de 20 de Setembro, quando o Conselho de Ministros aprovou alterações à legislação actual da REN, para vigorarem enquanto o regime todo não for transformado. Na altura, não foram adiantados detalhes. Agora, a Secretaria de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território esclarece que serão introduzidas modificações processuais, para tornar mais rápidos os processos relacionados com a REN.

Uma dessas alterações é a eliminação da figura da autorização prévia para determinados projectos, considerados compatíveis com a REN. Numa nota enviada ao PÚBLICO, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado esclarece que estão em causa "pequenas operações", que sejam "de reduzido impacto".

Actualmente, a legislação exige autorização prévia a uma série de operações na REN, desde pequenas construções de apoio agrícola a barragens, estradas e parques eólicos. Revisões anteriores da REN já tinham eximido de autorização vários usos de menor impacte, que apenas careciam de comunicação prévia. O comunicado enviado ontem não esclarece até onde será agora alargada esta situação. Na nota enviada ao PÚBLICO, a Secretaria de Estado cita, como exemplo, "pequenas operações de âmbito agrícola, geológico, como sejam plantações de vinha, pequenas construções de apoio aos sectores da agricultura e florestas, entre outros".

A ideia do Governo é acelerar os processos administrativos no que toca a projectos de menor dimensão. Se tiverem sido já aprovados no âmbito da avaliação de impacte ambiental, por exemplo, isto será suficiente para desencadear um processo para alterar a REN naquele ponto. A comissão nacional da REN deixa de ser ouvida em todas as propostas de delimitação e passam a ser as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, e não o Governo, a aprovar os limites da REN em cada município.

Com maior ou menor sucesso, a REN tem funcionado como um travão à ocupação urbana de zonas naturais sensíveis. Mas há vários anos tem vindo a ser criticada por ser demasiado rígida e burocrática - problemas que sucessivas revisões tentaram solucionar. (PUBLICO)

domingo, dezembro 02, 2012

STREET ART 13



Alexandre Farto inventa rostos anónimos nas paredes das nossas ruas. Aos 25 anos, é já uma referência mundial da street art. Londres, Paris, Moscovo, Bogotá, México ou Xangai já viram estas caras.

Foi este  trabalho de um ARTISTA da Margem Sul  que aqui orgulhosamente divulgámos nos últimos dias.

sábado, dezembro 01, 2012

STREET ART 12


No muro da Avenida Calouste Gulbenkian, em Lisboa, junto de um dos painéis de azulejos de João Abel Manta, as rugas de um rosto feminino vão ganhando textura, à medida que Alexandre Farto e Jucapinga (outro dos graffiters da equipa de Vhils) esculpem a imagem que ali deixaram impressa, na madrugada anterior. Os olhos de ambos denunciam as poucas horas de sono, mas as forças foram repostas com um almoço, ali meso, em pé, ao lado da grua, de bacalhau com natas do Pingo Doce, Coca-Cola e ainda uma bola de berlim com creme. Lá em cima, a tinta branca vai dando lugar ao interior do muro, mais claro. "Daqui a uns meses, a imagem começará a diluir-se mais na parede", diz Alexandre, "é disso que gosto, dessa patine que o tempo lhes dá." Ali ficará um rosto que não nos olha diretamente, mas que nos faz olhar para nós, e também em volta. Porque uma rua movimentada pode ser muito mais do que o caminho que se percorre, no trânsito, de casa para o trabalho e, outra vez, de regresso a casa. No fim de contas, tal como no princípio desta história, ali está a cidade, esse lugar onde todos vivemos, rodeados de "camadas de ruído que nos foram distanciando uns dos outros", sublinha Vhils. Escavaquemos a superfície. (VISÃO)

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sexta-feira, novembro 30, 2012

STREET ART 11


De martelo pneumático ou martelo de aço na mão, com ácido ou borras de café, Vhils vai escavando camadas. No projeto Detritos (no qual se inclui o vídeo M.I.R.I.A.M. que realizou para a banda Orelha Negra), trabalhou com explosivos, para mostrar como um pequeno elemento consegue rebentar com uma estrutura que se tinha como sólida. "A ideia surgiu na altura em que se começou a falar da crise na Europa e em que começámos a pôr tudo em questão. Isso fez-me pensar sobre as camadas que estávamos a acumular há tantos anos e como, de repente, um elemento tão pequeno como o facto de não estarmos a crescer economicamente como devíamos nos pôs a questionar o porquê da União Europeia, a discutir e a falar de protecionismo... Num segundo, tudo salta e vem ao de cima, muito depressa passa de algo que estava esquecido, lá por baixo, para a ordem do dia." (VISÃO)

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http://visao.sapo.pt/vhils-um-homem-na-cidade=f668673#ixzz2E5Ud9QhR

quinta-feira, novembro 29, 2012

STREET ART 10



Lugares estéreis


Junto à torre de Sete Rios, Alexandre Farto há de subir, uma vez mais, na grua, para ser entrevistado pela jornalista da equipa de televisão alemã. Na noite seguinte chegará a Aveiro e aí deixará um rosto esculpido na Estação Ferroviária, três dias depois participará nas conferências TEDXAveiro e, a seguir, voltará a Lisboa, para, noite dentro, "marcar uma parede", na Avenida Calouste Gulbenkian, onde, depois, irá cravar mais um rosto na cidade. A agenda de Alexandre quase não tem espaços em branco ("acalmar é uma coisa que não existe hoje no meu vocabulário"), sobretudo em época de exposições. Mas é o trabalho na rua que mais o motiva, ou não viesse ele do mundo do graffiti - assume-se, aliás, como um dos seus grandes defensores. "O graffiti foi a minha escola, deu-me o ato de intervir no espaço público. Tem um potencial enorme como dinamizador cultural e como potenciador criativo, mas há um dinamismo que se destrói pela forma como é visto. O problema não é a maneira como o graffiti existe na cidade, é mais como a cidade trata o graffiti. Sempre foi visto como um intruso, como algo que deve ser limpo e combatido, quando, na realidade, faz parte dela. Pode revitalizar o lado visual de um lugar e pode, também, pôr o dedo nas feridas da cidade, chamar a atenção para os prédios devolutos, as zonas degradadas e esquecidas", defende. Contra um "espaço acetinado e cinzento em que o único ponto de cor seria a publicidade que nos vai ao bolso ou a sinalética da cidade", Alexandre intervém como sabe. Sem isso, acredita, chegaríamos "ao puro funcionalismo da cidade, quando, pelo contrário, a cidade é um sítio onde as pessoas querem viver e onde querem sentir uma identidade". E observa: "Quando não há intervenção das pessoas no espaço público, os lugares tornam-se estéreis. O espaço público deixou de ser visto como espaço de interação, de comunicação, de discussão, de enriquecimento, de diálogo." (VISÃO) 


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quarta-feira, novembro 28, 2012

STREET ART 9


No entanto, Alexandre prefere não esmiuçar os significados daquilo que cria a fim de deixar espaço à interpretação de cada um. "A conceptualização extrema do teu trabalho é a mesma coisa que estar em frente de um espelho a falar para ti próprio, e isso não me interessa", explica. Se, em tempos, chegou a trabalhar à volta de frases ou de palavras - "Lisboa, limpa por fora, podre por dentro", inscreveu numa parede; ou "It's all about make up" e "reality", escavacou - hoje, opta por deixar as palavras de fora. Mas o trabalho que faz, reconhece, "é uma crítica, de alguma maneira, política". (VISÃO)

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terça-feira, novembro 27, 2012

STREET ART 8


"Todo o trabalho que executo na rua é uma declaração de amor-ódio ao espaço urbano. Levar isso para uma galeria também é uma carta de amor à cidade porque o meu trabalho anda à volta da influência que a cidade tem em mim", diz Alexandre, que, em espaços fechados, tem trabalhado nas paredes, mas também com outros materiais - papel, madeira, metal - sempre com essa perspetiva das camadas que se acumulam e se retiram (até nas ilustrações que fez para jornais e revistas, como a VISÃO, assinadas com as iniciais AMDF, se intuía esse conceito). Na exposição (Diorama) que se inaugura amanhã, 1 de junho, na Vera Cortês, e que se estenderá até 31 de julho, apresentará os trabalhos desenvolvidos nos últimos dois anos. Algumas das peças, em esferovite, têm quase dois metros de altura, e falam-nos, uma vez mais, da nossa relação com as cidades e como elas nos criam a identidade: de uma certa perspetiva, a representação de um conjunto de prédios transforma-se num rosto anónimo.

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segunda-feira, novembro 26, 2012

STREET ART 7



Corrida de ratos
Alexandre Farto tinha 18 anos quando participou na organização da Visual Street Performance - VSP, no Bairro Alto, em Lisboa, uma iniciativa de street art que atraiu centenas de pessoas, em várias edições anuais. No ano seguinte, sem média para entrar numa faculdade e com uma passagem rápida pela escola AR.CO, decidiu candidatar-se, com o seu portefólio como cartão de visita, à Central Saint Martins, em Londres, e foi aceite. Aproveitou os recursos da escola, as técnicas que lhe ensinaram e desenvolveu a sua obra, integrada no mundo da street art londrina, com o apoio da galeria Pictures on Wall. Dois anos mais tarde, em 2008, estava a participar no Cans Festival, organizado por Banksy nos túneis da estação de Waterloo - e foi aí que o mundo o descobriu (Portugal incluído...). O seu trabalho (os rostos de duas mulheres, uma jovem e outra velha, a olharem em direções opostas) fez capa do jornal The Times britânico, a BBC chamou-lhe "o Banksy português", o The Telegraph batizou-o "Andy Wall-hole", o The Guardian elegeu a sua obra como uma das dez melhores de street art do mundo. Havia de se seguir o convite da Galeria Lazarides, a mais prestigiada de street art em Londres (com artistas como Banksy, JR ou Blu) e hoje passa o tempo a viajar, para responder aos muitos convites de festivais. Já são três as galerias que o representam: a lisboeta Agência de Arte Vera Cortês, onde apresentou a sua primeira exposição Even if you win the rat race, you're still a rat, em 2008, a Lazarides e, agora, a Magda Danysz, em Xangai. (VISÃO)


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domingo, novembro 25, 2012

STREET ART 6


Do graffiti nas paredes, Alexandre Farto mudou-se para o graffiti na publicidade ilegal que se acumulava nos muros, na rua. "Comecei a vê-la como uma tela, como um espaço onde podia trabalhar", conta. Descobriu que um stencil pode não ser apenas a técnica em que, através do recorte numa folha de papel ou de acetato, se aplica tinta e se deixa impresso na parede o desenho que daí resulta: "É como uma janela para ver algo que está atrás." Por isso, em vez de adicionar mais uma camada à cidade, começou a retirar, nessa espécie de escavação arqueológica. E encontrou o seu método de trabalho nas ruas.

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sábado, novembro 24, 2012

STREET ART 5


Era quase impossível não reagir, já dissemos. E, para o perceber, temos mesmo que recuar a esses tempos no Seixal, quando Alexandre Farto começou a fazer tags (assinaturas de graffiti), tinha apenas dez anos. Aos 13, já grafitava a sério, na margem sul do Tejo e não demorou a integrar o coletivo Leg Crew, de Almada. Fazia letras, sobretudo, era isso que apreciava e foi assim que nasceu o nome Vhils, simplesmente por serem estas as que mais gostava de desenhar. Escapulia-se de casa à noite para ir pintar comboios e paredes, passou pelos tormentos de quem insiste em fazer graffitis, fugiu pelas ruas escuras, foi parar à esquadra uma vez, mas isso tudo só serviu para gostar cada vez mais do que fazia. E começou a olhar, com mais atenção, para as paredes que grafitava: de um lado, via os desenhos murais do pós-25 de Abril esboroarem-se até quase já não se verem, do outro, os cartazes publicitários a acumularem-se como grossas paredes sobre paredes já existentes. "Aquela atividade combativa do pós-25 de Abril não era enaltecida, apesar de fazer parte da nossa história. Aqueles resquícios das pinturas refletiam o tratamento que lhes era dado, como se esse sonho e essa utopia tivessem sido completamente esquecidos. A publicidade a ir para cima dos murais, e depois o graffiti, e a cidade a tentar limpar isso... Se escavarmos todas essas camadas sobrepostas quase conseguimos ver a história daquele lugar", nota Alexandre. "As paredes refletem a contemporaneidade; a velocidade com que essas camadas estão a fazer essa construção sempre me cativou, e interessa-me perceber como conseguir tirar da cidade uma impressão daquilo que se vive", acrescenta. Uma ideia que se aplica a Lisboa ou ao Porto, a Londres, Paris ou Xangai, cidades em cujas paredes já trabalhou. "Passar do local para o global ainda dá mais sentido ao trabalho que executo. A margem sul deu-me uma visão que depois é adaptável a qualquer espaço do mundo. A globalização, de alguma maneira, disseminou um modelo de desenvolvimento urbano, económico e social. Quando se leva este tipo de trabalho para outros pontos do mundo é uma reflexão sobre isso mesmo: a velocidade a que o desenvolvimento evolui. E depois disto ninguém sabe o que vai acontecer, todos caminhamos sem saber o que vem aí, nem aonde estamos a querer chegar." (VISÃO)

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sexta-feira, novembro 23, 2012

STREET ART 4


Construir destruindo
Esventrar uma parede e expor-lhe as entranhas, é isso que Vhils faz. Descobre as camadas de pedra que a formam, numa referência às camadas que nos formam enquanto pessoas e que formam também uma cidade - cidade essa que ele humaniza, dando-lhe uma cara, e pondo-nos face a face com ela. "Pegar na imagem de um cidadão comum, do everyday hero, e dar-lhe espaço numa cidade, criar uma metáfora sobre o quanto uma pessoa pode cravar uma cidade como a cidade a crava a ela. Esse ciclo sempre me interessou bastante, pelo caótico da cidade e a maneira como influenciamos as coisas sem estarmos conscientes disso. Trabalhar com o caótico levou-me ao trabalho com a destruição: construir, destruindo. E naquele caminho que fazemos todos os dias, de repente, temos uma cara num prédio em que nem notávamos, que estava completamente abandonado e entregue à especulação. Um não lugar passa a ter vida, estás a pôr-lhe um foco, tem uma nova utilidade e faz as pessoas pensarem naquilo. No final, estás a tocar na vida das pessoas, porque todos nós somos feitos de uma série de cadências de eventos", afirma Alexandre Farto. Scratching the Surface - foi assim que chamou a este projeto: arranhar a superfície, perceber o que está para lá dela, eliminar as camadas de ruído que se vão formando e que nos vão afastando uns dos outros. (VISÃO) 


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quinta-feira, novembro 22, 2012

STREET ART 3


A máscara e os óculos protegem-no e tapam-lhe a cara, enquanto solta, com um martelo pneumático, estilhaços da parede. Calças de ganga e t-shirt preta, faz por passar despercebido dentro da equipa de amigos que formou para trabalhar com ele. Visto cá de baixo, quase parece uma coreografia: ora à vez, ora ao mesmo tempo, Alexandre, Duarte, Viktor e Alexander vão escavando a parede sobre o desenho de um rosto que ali fizeram há dois dias. Os braços, as roupas, o cabelo, tudo em volta se vai cobrindo do fino pó branco que se liberta do cimento. O barulho das máquinas sobrepõe-se ao ladrar dos cães da União Zoófila, mesmo ao lado desta torre do Edifício-Escola da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Lisbonenses. Ao fim da tarde, quando o Eixo Norte-Sul se começar a encher de carros no regresso a casa, já serão muitos os automobilistas a virar a cabeça na direção daquele rosto de olhar vazio que agora os fita dali de cima, daquela parede de cimento. (VISÃO)

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quarta-feira, novembro 21, 2012

STREET ART 2


Era difícil ficar indiferente, e Alexandre Farto não ficou. Dali do Seixal, onde nascera em meados dos anos 80 e onde sempre vivera, via-se a cidade avançar, a "triturar o espaço", recorda, a tomar conta do que antes era campo. Viam-se cada vez mais pessoas a chegar, a ocuparem os prédios que iam crescendo, em altura e extensão. Ali era quase impossível não reagir - e Alexandre reagiu. Agora, 25 anos feitos em fevereiro, olha para trás, em busca dessas memórias, para explicar como chegou ao lugar onde está agora - o cesto de uma grua erguido a dezenas de metros de altura, para poder esculpir um rosto na parede exterior de uma torre em Sete Rios, Lisboa. É, e sempre foi, a cidade a motivá-lo; foi ela que fez nascer Vhils, o nome com que assina; foi nela que encontrou inspiração para, por todo o mundo, espalhar esse nome, e é dela a grande responsabilidade de hoje ser reconhecido como um dos melhores artistas de street art do planeta. Não admira que, cá em baixo, a vê-lo trabalhar, estejamos nós e uma equipa televisiva alemã que prepara um documentário sobre ele. Nem que, nos próximos dias, seja procurado por jornais, revistas e canais de televisão, a aproveitar esta passagem de Alexandre por Lisboa, entalada entre a sua vinda de Londres (vive entre cá e lá), uma viagem de trabalho ao México e outra a Paris, uma passagem por Aveiro, e no último dia 1 de junho, a inauguração da sua exposição na Galeria Vera Cortês, em Lisboa. (VISAO)

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terça-feira, novembro 20, 2012

STREET ART


Sou um acérrimo critico do que aí polula como "arte urbana" ou street-art . Entendo que 99,9% do que por aí se faz mais não é que puro vandalismo e uma necessidade canina de marcação territorial.

Continuo a criticar autarquias do Seixal por promoverem iniciativas como o Seixal-Graffitti , á custo do herário público, quando não apoiam a reabilitação de casas do centro histórico do Seixal, Arrentela ou Amora ou nem uma gota de tinta aplicam em Património Municipal como por exemplo  a Quinta da Trindade.

Fui por isso apelidado com alguns vocábulos menos simpáticos sempre que abordo este tema .

No entanto, há um artista urbano, nascido crescido e residente no Seixal, com projecção Internacional ao nível de Banksy que reconheço e admiro e que  continua ignorado e ostracizado por parte dessa mesma autarquia  (corrijam-me se estiver errado)

Trata-se do trabalho do Seixalense Alexandre Farto , aka , "VHILS" cujo trabalho aqui se divulgará neste e nos próximos posts.

segunda-feira, novembro 19, 2012

À ESPERA DE UMA MORTE ?


Continuamos à espera de uma morte ou de um acidente grave para alguém fazer alguma coisa?

 Estrada EN378 Flor da Mata zona do novo viaduto A33.

quinta-feira, novembro 08, 2012

REALIDADE PARALELA



O A-SUL Pelos seus leitores
"A Câmara do Seixal continua a encher autocarros de trabalhadores comunistas para mandar para as manifestações contra o governo mas na Câmara do Seixal o desgoverno é maior. Estes trabalhadores do partido comunista são cumplices do que a administraçlão CDU está a fazer, porque são o suporte da CDU e as suas más politicas. A Câmara do Seixal acabou de ganhar um prémio de igualdade o que é extranho numa Câmara onde há processo em tribunal contra a camara por discriminação contra trabalhador por ser doutro partido, assim como se faz neste momento uma greve de zelo por parte de trabalhadores descontentes com a má gestão da Câmara discriminatoria em desfavor de alguns trabalhadores.
O descaramento dos autarcas da Câmara CDU é dos maiores quando tanta gente sofre com dificuldades o presidente continua a ter 2 carros pagos com o dinheiro do povo pobre."

terça-feira, novembro 06, 2012

E ESTES ?


Também não deve ser difícil julgar e pôr no lugar devido , os autores de "buracos" destes feitos em nome de Abril, do Povo , ou do Povo de Abril... e os Prius ( ainda hoje fui ultrapassado pela senhora vereadora...) e o BMW ...

segunda-feira, novembro 05, 2012

O SAQUE

 Mas será tão difícil encontrar quem assinou, quem saíu do governo para a gestão , quem não controlou, quem não acautelou ??? 

Ou os responsáveis somos nós que arcamos com a dívida , que nos demitimos de votar, de questionar, de acusar ?

domingo, novembro 04, 2012

SHOPPING SUBURBIO



Pois é , quase toda agente ache que é do senso comum , menos os nossos autarcas que plantaram um shopping, um hipermercado, um retail-park a cada canto  de verde ou entroncamento de estradas.

quinta-feira, novembro 01, 2012

EM ALMADA - ULTIMO POST

Mais uma baixa na Blogoesfera


Ponto Final

Em...Almada, após 5 anos, 9 meses e 17 dias "Observador de viver Almada  e o concelho em Almada", este blog põe hoje Ponto Finalàs suas actividades a servir Almada.
 
Em homenagem aos autarcas do executivo dito comunista e da oposição dita não comunista, que "muito bem" cuidaram de Almada e do concelho, deixamos uma pequena imagem exemplar da degradação a que remeteram o concelho, no caso a Costa da Caparica, onde o pôr-do-sol continua a ser uma maravilha da natureza, indiferente ao "incansável" trabalho global dessas criaturas, sempre a defenderem e a fazerem o melhor (no seu conceito) pelo concelho, como a imagem mostra da água para cá, apesar da pouca luz.
(para ver melhor a imagem clique sobre ela para aumentar)
 

A quem nos acompanhou e visitou  

O Nosso Obrigado

quarta-feira, outubro 31, 2012

TÃO CALADOS QUE ELES ANDAM



Refiro-me aos nossos autarcas , que caladimnhos eles estão...então os revolucionários caviar da margem sul nem se ouvem, finalmente Rui Rio pôs o dedo na ferida:

"Na origem do endividamento público gigantesco estão opções políticas erradas em que o ministro, o primeiro-ministro ou presidente de câmara gastou dinheiro dos impostos das pessoas, endividou a câmara e o país no seu benefício político directo, ou seja, para ganhar as próximas eleições"

terça-feira, outubro 30, 2012

VISÃO VERDE - AUTARQUIAS


Há democracia e há Democracia: em 2011, a Câmara de Cascais pegou em 1,5 milhões de euros e perguntou aos munícipes onde eles queriam gastar o dinheiro.

Isto sem lhes dar opções à partida: os habitantes do concelho teriam de pensar em alguma coisa que ajudasse a melhorar a vida na sua zona, estruturar a ideia e apresentá-la em reuniões organizadas para o efeito. O limite era a imaginação (e 300 mil euros o valor máximo a que cada proposta poderia almejar).

Ao contrário do que costuma acontecer nas eleições, a sociedade civil respondeu à chamada. De repente, a câmara tinha em discussão 286 projetos, apresentados por mais de meio milhar de pessoas. E a qualidade acompanhava a quantidade: havia tantas boas ideias que o concelho decidiu aumentar a parada, aumentando a verba de 1,5 milhões de euros para 2,1 milhões, de modo a financiar mais propostas. Após uma triagem técnica, 30 ideias seguiram para referendo; quase sete mil votos mais tarde, feitos no site da autarquia, estavam encontrados os 12 vencedores. A câmara decidiu repetir a experiência este ano e torná-la permanente.

O orçamento participativo, em que os cidadãos determinam diretamente em que se gasta parte das verbas públicas, surgiu pela primeira vez na cidade brasileira de Porto Alegre, em 1989. Depois, espalhou-se pelo mundo. Há hoje duas mil vilas ou cidades a pôr a decisão nas mãos dos seus habitantes. Em Portugal, são 25 os concelhos com este mecanismo. Cascais é o que disponibiliza, per capita, a maior fatia do dinheiro municipal.


ORÇAMENTO DO ESTADO DEMOCRÁTICO?

Um dos projetos vencedores, no concelho da Linha, foi um parque infantil, preparado para crianças deficientes, que está a ser construído num terreno baldio mesmo ao lado do local onde vai nascer uma infraestrutura (com lar de idosos, berçário e infantário) do Centro de Reabilitação e Integração de Deficientes. "Tinha toda a lógica construir ali um parque infantil ", diz Maria de Lurdes Rocha Vieira, 66 anos, presidente da instituição de solidariedade social. "Quando ouvimos falar do orçamento participativo, falámos com o arquiteto Gonçalo Andrade, que já trabalhava connosco, e pedimos-lhe para fazer o projeto. Depois, apresentámo-lo." A ideia teve tal impacto que alguns proponentes desistiram das suas propostas.

Seguiu-se a campanha eleitoral. "Falámos com a comunidade, os nossos vizinhos, fomos às escolas, espalhámos a palavra pelo Facebook...", explica Maria de Lurdes. "E ganhámos. Prova que os portugueses são um povo solidário." "É apenas o começo", garante o vereador Nuno Piteira Lopes, responsável pelo programa cascalense, que acabou de ser distinguido, numa conferência em Porto Alegre, com um prémio pelo Observatório Internacional de Democracia Participativa.

"Só há verdadeira democracia se os cidadãos participarem ativamente. Um dia, gostava de ver este instrumento aplicado ao Orçamento do Estado." Será que esse dia alguma vez vai chegar?
[ Número ] 
2,1 milhões de euros


A verba que Cascais atribuiu, no ano passado, aos projetos propostos pela sociedade civil


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PROJETO UMA CIDADE PERFEITA
A partir de um estudo da Inteli, que analisou 50 projetos municipais exemplares, a VISÃO escolheu cinco para dar a conhecer nas páginas da revista, durante o mês de agosto, um por área analisada: sustentabilidade, inclusão social, governação, inovação e conectividade. Os leitores podem conhecer todos os projetos selecionados das 25 cidades estudadas e, depois, votar no seu favorito, a partir de 1 de Setembro.


Ler mais: http://visao.sapo.pt/o-povo-e-quem-mais-ordena=f681406#ixzz2BKYRaseH

segunda-feira, outubro 29, 2012

VISÃO VERDE - RENOVÁVEIS



Clique para ler a análise detalhada de cada área:
Era uma vez um País que sonhava com a economia verde. Sonhava e fazia: em 2010, Portugal chegou a ser o quinto país europeu com maior utilização de energias renováveis, com 25% do consumo a ter proveniência em fontes ambientalmente "limpas". A aposta tinha começado nos anos 90. A crise veio mudar tudo? É verdade que não há dinheiro para nada e a energia não escapa aos cortes de subsídios, à falta de financiamento bancário, às falências de empresas... Mas há quem aponte o dedo às falhas na "vontade política" e ao discurso "antirrenováveis".

"Criou-se a ideia que o Governo está contra a aposta nas renováveis. Bem pelo contrário. A aposta é para manter, mas não sem olhar a custos, pois estávamos a passar os encargos para o consumidor final", reforça Artur Trindade, secretário de Estado da Energia. Os custos de que fala o governante, mais conhecidos pela expressão "rendas excessivas", são, no fundo, subsídios estatais aos produtores de energia renováveis e não só, que a troika mandou cortar. O Executivo pôs em marcha a medida, mas ficou muito aquém do pretendido, segundo a própria Comissão Europeia. Mesmo assim, os 1,8 mil milhões de euros que o Governo quer poupar até 2020 (ver Hídrica: uma questão de rendas) já deixaram algumas empresas produtoras em pé de guerra.

No entanto, sublinham os ambientalistas, convém não confundir energias renováveis com subsídios excessivos. "Pago mais na fatura elétrica pela renda de garantia de potência do que pelas renováveis", garante Francisco Ferreira, ex-presidente da Quercus. "Estas pesam um terço no agravamento das faturas. Mas têm benefícios ambientais que devem ser contabilizados", acrescenta.

O mundo há muito que se deu conta desses benefícios ambientais e económicos. O verde é um mercado, convém não esquecer, cria mais-valias industriais e gera emprego. A Alemanha acompanhou a decisão de encerrar todas as suas centrais nucleares com um programa de 300 mil milhões de euros de investimento nas renováveis. O objetivo: chegar a um consumo de 80% de energia limpa em 2050.

"A Siemens está a pôr fortunas no eólico é já a segunda empresa do mundo em plataformas offshore [colocadas no mar], tendo abandonado o nuclear. Agora foi a General Electric", descreve Carlos Pimenta, ex-secretário de Estado do Ambiente em vários governos do PSD.

EMPREGOS EM RISCO
Mas, em Portugal, tudo é "incerteza", queixam-se algumas empresas do setor. "Esta indefinição coloca em risco 130 mil empregos diretos e indiretos nas renováveis", afirma Aníbal Fernandes, presidente do consórcio ENEOP, de energia eólica. "Cuidado quando se corta na gordura, para não cortar também o músculo", avisa.

Há poucos dias, o Partido Socialista apresentou um conjunto de propostas para o setor energético, ao mesmo tempo que acusava o Governo de fracasso nesta área. "O falhanço da política energética é um dos fatores que explicam o aumento desmesurado do desemprego em Portugal", afirmou Carlos Zorrinho, líder parlamentar do PS.

Tudo começou em fevereiro, quando um decreto-lei veio suspender todas as novas atribuições de licenciamento de potência até 2014. A suspensão, além de travar o desenvolvimento do mercado interno (para muitas empresas produtoras de tecnologia resta a exportação), pode pôr em causa, segundo a APREN Associação de Energias Renováveis, a meta, estabelecida a nível europeu, de chegar a 2020 com 31% de consumo proveniente de energias renováveis (sendo que desses 31%, a fatia da eletricidade é de 55,3%, a dos transportes de 10% e a do aquecimento e arrefecimento de 30,6 por cento). São objetivos complicados, especialmente nos transportes, com a queda abrupta das vendas de carros elétricos, a perda do investimento da Nissan em Portugal e a reavaliação de toda a rede Mobi.E.

No fim, e apesar da crise, fica o otimismo de Luís Manuel, administrador-executivo da EDP Inovação, quanto à capacidade nacional para criar valor. "Vemos uma onda de empreendedorismo em inovação, com a criação de start-ups e incubadoras, vemos muitos projetos a emergir e muita gente a arriscar. Virados, claro, para a exportação, pois mesmo quando a economia está boa, o mercado nacional é pequeno", nota.

"O grande problema", contrapõe Carlos Pimenta, "é o financiamento". É que, nas renováveis, o investimento é feito logo à cabeça. "Depois, o sol é de graça", ilustra o ex-governante. Seja como for, conclui, o mercado terá de encontrar forma de dar a volta. "Não há planeta que sobreviva aos combustíveis fósseis!"


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domingo, outubro 28, 2012

VISÃO VERDE - DESCOBERTA



Um grupo de estudantes da universidade de Yale, EUA, descobriu, durante uma expedição à Amazónia equatoriana, um fungo capaz de se alimentar exclusivamente de poliuretano, um tipo de plástico presente em pneus, tintas, sapatos e até preservativos.

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Foi durante uma expedição realizada na primavera do ano passado, ao Parque Natural de Yasuní, na floresta amazónica equatoriana, que um grupo de estudantes e professores da Universidade de Yale descobriu um fungo capaz de degradar plástico, mesmo em ambientes sem oxigénio.
O trabalho de campo realizado durante esse curso consistia em recolher organismos endófitos (fungos e bactérias que vivem dentro de plantas, mas sem lhes causar doenças) e, com eles, realizar experiências cientificas. Jonathan Russell dedicou-se a testar quais os fungos mais eficientes na decomposição do poliuretano.
A partir das experiências feitas com o fungo Pestalotiopsis microspora chegou à conclusão de que, mesmo sem a presença de oxigénio, esse organismo conseguia alimentar-se exclusivamente de poliuretano (PU) -um polímero termoplástico usado mundialmente em espumas isolantes, colchões, pneus, partes de eletrodomésticos, tintas, vernizes, sapatos e preservativos.
A descoberta pode ser uma esperança no campo da bioremediação (utilização de organismos vivos para degradar compostos poluentes) e ser até utilizada em aterros sanitários, como forma de tratar as grandes quantidades de resíduos que têm poliuretano na sua constituição, já que o organismo pode desenvolver a sua atividade sem necessitar de oxigénio.
SAIBA MAIS:



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