sábado, outubro 07, 2006

O DESPUDOR GERAL









Desde as sempre polémicas e frontais declarações da Drª Maria José Morgado que não se falava tanto em corrupção, de repente, com a divulgação e investigação (nunca antes acontecida) de um esquema de favorecimento na Armada, parece que se ganhou um elan de perda de impunidade que determinados sectores são fiéis depositários.


Se a PJ entrou no sacro-santo universo das Forças Armadas... e não para prender um praça investido nas funções de Cabo-de-Rancho , mas para tocar em oficiais superiores oriundos do restrito e elitista universo da Escola Naval onde o espirito de corpo conduz à protecção de grupo e ao voto de silêncio corporativo. Então, transpareceu para a sociedade, que afinal ninguém está seguro no seu palácio.

O elan que se vive no combate à corrupção faz tanto mais sentido quanto há toda uma economia paralela (não contributiva) que floresce em opulência paralelamente a um PIB para o qual não entra, e tal é visivel, pois numa análise aos indicadores económicos que nos põem na cauda da Europa algo de errado acontece quando nos deparamos com multiplos e generalizados sinais exteriores de riqueza nada coincidentes com essa avaliação do PIB .

Nunca é demais relembrar que uma das principais vitimas desta bandalheira é o ambiente, dos espaços verdes à qualidade dos espaços construidos , envolventes dos cidadãos, o jardim prometido mas não construido, a urbanização que não estava prevista para aquele local,a construção em reserva ecológica e agricola, os atropelos aos PDM's, os Planos de Pormenor, a Habitação com fins "sociais", a volumetria em violação aos Planos de Urbanização, às UNOP'S...

Como enuncia hoje Vasco Pulido Valente na sua crónica do PUBLICO:

"Suponho que tudo isto, de uma maneira ou de outra, sempre aconteceu.Acontece com certeza nas democracias da "Europa" (...). Só que em Portugal esta espécie de corrupção chegou a um grau inaceitável...
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Sobre a zona protegida no PDM do Seixal, como Mata e Maciço Arbóreo, da Flor da Mata em Pinhal dos Frades, um pulmão do concelho onde se pretende agora fazer passar uma via rápida de quatro vias, um nó de ligação e construir um Bairro de Realojamento, veja aqui o filme actual dessa zona verde excepcional, a preservar- pelas palavras do Plano Director Municipal.


5 comentários:

Unknown disse...

É por estas e por outras que os PDMs são letra morta, salvo raríssimas excepções.
Ou seja os PDMs são sempre "ajustáveis", são sempre actualizados em função, dizem os autarcas, dos mais elevados interesses dos munícipes.
Dizem,eles...
O PDM é assim encarado pelo poder local como um organismo em constante mutação, onde os limites de construção, volumetrias, espaços verdes etc, são sempre muitos relativos e podem sempre sofrer de um "up grade" em benefício das populações, como por exemplo rotundas vistosas art déco, um novo bairro para atrair e fixar populações jovens, um novo hiper mercado...
Em Portugal os PDMs são meramente indicativos, são figuras de estilo, exercícios de semântica.
Portugal prima assim, por ser na UE o país urbanisticamente mais desordenado de todos, nomeadamente na faixa litoral rompendo todos os equilíbrios entre uma malha urbana que deveria priviligiar um planeamento sólido e as áreas naturais envolventes...
A democracia ainda está muito longe de controlar o poder autárquico que em muitos casos tem uma natureza tutelar quase dinástica ou um carácter quase totalitário onde diferentes perspectivas são sempre barradas à "entrada"...
Assim, não vamos longe.

Anónimo disse...

O anterior comentador disse tudo! Toda a razão, é mesmo isso.

Anónimo disse...

Paulo Silva disse:
"...as palas que o ponto verde tem impedem-no de ver o bom trabalho das autarquias comunistas!"
Jerónimo de Sousa , em visita à FENACOOP, disse....
"Apesar do preconceito ideológico e apesar da crise e da acção predadora dos grandes grupos financeiros e da grande distribuição, a Direcção da Fenacoop/CoopLisboa apresentou-nos e esta visita permitiu-nos verificar que, mesmo com todas as dificuldades a que se junta o esquecimento a que este importante sector económico e social tem sido votado, existem empresas cooperativas que resistem e crescem, dando um importante contributo para o relançar da economia que merecia ou exigia outro reconhecimento, o que não tem acontecido."
O que dirá o Paulo Silva da aplicação do coopertivismo,na governação comunista na margem sul?

Anónimo disse...

Cooperativismo éeeeehhh éhhhhh, há muito que não se ouvia essa bandeira, mas o PCP não baniu já essa do seu programa? Isso foi chão que deu uvas, agora eles é mais negócios directos com grandes grupos económicos e com sociedades off shore, veja-se o exemplo do filme, lembra a alguém que tenham autorizado a construção naquele lugar e logo a propriedade mudado de mãos perdendo-se num off shore de Gibraltar. Decisões como esta são Cooperativas ou por quotas senhor Paulo Silva???

Sara Marina

Anónimo disse...

Ver e esclarecer
PROGRAMA PCP
Uma Democracia Avançada no Limiar do século XXI
Cap.II nº3 do artº 14