domingo, outubro 01, 2006

VERTIGEM AZUL








Foto de Carlos Sargedas

Um destaque para o recém publicado livro de Carlos Sargedas intitulado Vertigem Azul, um documento que servirá para comparar a evolução de Sesimbra nos próximos anos...para o apresentar nada melhor que o seu autor, numa entrevista ao Jornal de Sesimbra no passado mês de Julho:

“Jornal de Sesimbra, 28 de Julho de 2006

Jornal de Sesimbra - Porquê o título “Vertigem Azul”?
Carlos Sargedas – “O “Vertigem Azul” representa aquela sensação de quem está pendurado num helicóptero a cerca de 300/400 metros de altura, é o que tem, é uma vertigem azul sobre este mar lindíssimo que é a costa da Arrábida. E foi o sentimento que eu tive a primeira vez que sobrevoei toda a zona e a melhor forma de descrever esse sentimento foi atribuir esse nome ao trabalho”.
J.S. – Depois de oito anos a trabalhar para terceiros, surge finalmente uma edição própria. Foram necessários oito anos para idealizar este livro?
C.S – “Não, este livro poderia estar pronto há mais tempo, há cerca de três anos o livro estava praticamente pronto mas foi nessa altura que Sesimbra sofreu uma transformação tal que me fez pensar que dentro de poucos meses as fotos estariam completamente desactualizadas. Então decidi esperar (… ) Por exemplo, posso adiantar que a primeira foto constante no livro tem oito anos e a ultima foi tirada duas semanas antes do lançamento. Por entre gruas e guindastes era difícil encontrar uma boa perspectiva de fotografia e, por isso, esperei tanto tempo”.
J.S. – Esta é a altura ideal para lançar “Vertigem Azul”?
C.S. – “É, é a altura ideal porque acredito efectivamente que a autarquia e a própria comunidade sesimbrense estão empenhadas na vertente turística. Este é um livro para turistas, não só os nacionais mas também os internacionais. Estamos cada vez com maior afluência de visitantes que vão apreciar este livro e poderão partir à descoberta dos locais referenciados no mesmo”.
J.S. – Sem qualquer tipo de apoio, e tendo consciência do suporte financeiro necessário para a elaboração de um trabalho desta envergadura, como é que conseguiu concretizar este projecto? C.S. - “Eu faço fotografia aérea já há muitos anos, nomeadamente de obras e grandes construções, e tenho uma parceria com uma das empresas de helicópteros com a qual eu trabalho e quando eu necessitava fotografar, o cliente com o qual eu trabalhava adjudicava o helicóptero durante duas ou três horas e eu pagava apenas o excesso desse trabalho. Ou seja, saindo de Tires até Sesimbra, ida e volta que é cerca de hora e meia, custava mais de mil euros. Se eu quisesse fotografar para mim, a título particular, iria pagar uma série de transferes que eram impraticáveis e utilizando o espaço que eu tinha, a mais, do cliente final, paguei valores um pouco mais acessíveis”. Infelizmente houveram alturas em que não havia trabalhos para clientes e eu tive que pagar algumas vezes mais de dois mil euros para tirar duas ou três fotografias. A acrescentar a tudo isto é de salientar que as fotografias são momentos, ou acontecem naquela hora, ou passou, (…) se eu às oito da manhã via o sol de determinada feição já sabia que à tarde a luz seria a perfeita para captar uma imagem impressionante. Por isso é que é caro, tem de ser no momento exacto”.
J.S. – O que podemos encontrar nesta “Vertigem Azul”?
C.S. – Eu tentei transmitir a paixão que tenho por toda esta costa. É das costas mais bonitas deste país. Além disso, é importante dar conta da luminosidade e transparência desta costa que tem sido a eleita por produtores e fotógrafos de todo o mundo. Nós temos uma costa belíssima mas, principalmente, com uma luz que não há em mais lado nenhum. Estas águas transparentes, translúcidas, fazem um reflexo de cor que não há em sitio algum. (…) Isto, como digo no livro, é uma paleta de cores (…).Este é um livro de fotografia e por isso não irá ter textos explicativos a acompanhar as mais de 150 imagens e terá apenas um índice final indicativo da zona a que se refere cada fotografia. As pessoas têm que se maravilhar com as fotos…”
J.S. – Sendo mais um acréscimo nos custos da elaboração deste trabalho, ainda se propõe a fazê-lo acompanhar por um DVD. Qual é o objectivo?
C.S. – “Quando eu faço workshops nas escolas eu faço sempre um desafio à maior parte das crianças (…) quase toda a gente fotografa, a maioria mal, mas é importante fazer as pessoas entenderem que a melhor imagem surge quando menos se espera e não quando temos o local e o tempo perfeitos para que isso ocorra. Eu faço sempre os miúdos pegarem num vídeo, de natureza, documentário, particular ou o que quer que seja e sugiro-lhes que fotografem com esse vídeo. É só, na altura exacta, parar e fazer pausa. (…) Este DVD é todo o preenchimento visual desta área da costa e que, no fundo, representa todo o meu trabalho que é, nada mais, nada menos, a procura do momento. (…) Este vídeo pretende, por outro lado, tentar preencher parte de uma das lacunas da vila que é não ter um vídeo promocional.
J.S – Onde podemos encontrar este livro?
C.S. – “Para já só estará disponível no meu estabelecimento e em mais dois ou três em Sesimbra, é um livro caro mas que compensa o valor. Tendo em conta que cada foto que está no livro ronda os 100 euros, estão lá 150 fotos (….) O livro custa cerca de 60 euros. Não penso que seja despropositado, pelo contrário. Mas para já “Vertigem Azul” não vai estar muito visível a nível de mercado”.

As grandes diferenças geológicas entre a Arriba Fóssil da Costa da Caparica, atravessando os Planaltos e grandes falésias do Cabo Espichel, passando pela “grandiosa” Serra da Arrábida e Serra do Risco até à Península de Tróia acabando nos Pântanos do Estuário do Sado são apenas alguns dos temas salientados, num registo fotográfico, neste trabalho de Carlos Sargedas. O livro conta com um texto explicativo do Dr Paulo Caetano, da Universidade nova de Lisboa, cujo objectivo é proporcionar aos leitores uma associação de ideias e lógicas face às imagens que constam no “Vertigem Azul”. O prefácio da obra é da responsabilidade do Vice-presidente da Região de Turismo da Costa Azul, Ezequiel Lino e da Directora do Parque natural da Arrábida,
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Na Moita a Exposição das fotografias do Raid Fotográfico com alguma polémica à mistura...







Na imagem o único fotógrafo que a Câmara da Moita (clique) acharia certamente merecedor de um primeiro prémio no seu Raid Fotográfico, o tal prémio de 150 euros, é que estando anunciados prémios de 150, 75 e 50 euros, e de o Senhor Presidente achar os trabalhos a concurso "espectaculares"...só deram mesmo os tais prémios de 5o Euros...

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