Impunemente à pedrada Jornalista pedro.roloduarte@gmail.com Pedro Rolo Duarte |
Ficaram inquietas e chocadas as almas mais sensíveis depois de ouvirem Fernando Ruas, o presidente da Câmara de Viseu e presidente da Associação Nacional de Mu-nicípios Portugueses, dizer alto e bom som que os fiscais ao serviço do Ministério do Ambiente deveriam ser "corridos à pedra-da" pelos autarcas. A inquietação vem do apelo ao uso da violência, o choque vem do facto de Ruas ter sido escolhido pelos seus pares como digníssimo porta-voz dos mu-nicípios. Ora, para mim a coisa não podia bater mais certa: é justamente porque a maioria dos autarcas deste país gostaria de correr à pedrada os fiscais - do ambiente, das finanças, de toda a espécie... - que Fernando Ruas é o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses. E é por vivermos no lume brando da ameaça sem consequências que, oito dias depois, Fernando Ruas continua a ocupar os seus lugares públicos. Em Portugal, ser autarca é bem melhor do que ser ministro - por contar uma anedota infeliz, caiu o ministro Carlos Borre-go em menos de 24 horas e nunca mais ouvimos falar da figura. Fernando Ruas não apenas se mantém no seu posto como explica que afinal a pe-drada era apenas em "sentido figurado" e pretendia traduzir a vontade de lutar contra a burocracia. Alguém sugeriu que o senhor pedisse desculpas pelo que afirmara. Mas Ruas foi português até ao fim: "Não haverá nenhum pedido de desculpas. O que me preocupa é fazer uma guerra aberta à burocracia, quer seja a do Terreiro do Paço, quer seja a da administração local." Há algo de estranho nesta declaração: só os fiscais do ambiente é que são burocratas? A burocracia, em Portugal, não começa exactamente nas câmaras municipais? Defenderá Ruas que a populaça comece a correr com os autarcas à pedrada? Num país civilizado, Fernando Ruas tinha pedido desculpas públicas, depois teria pedido a demissão, e agora estava tranquilamente em casa, cumprindo aliás o voto que deixou aos seus eleitores nas últimas autárquicas: "Digo presente ao futuro dos viseenses, porque respondo por tudo aquilo que faço." Em Portugal, no meio do entusiasmo do Mundial e da remodelação de Sócrates, nem foi preciso correr com o assunto à pedrada. Morreu na praia, impune e tristemente. |
9 comentários:
O PÊCÊ está envolvido nas grandes máfias do Betão da Margem Sul , exemplos ? Quinta da Trindade, Quinta da Fidalga, Flôr da Mata, Fábrica da Pólvora de Corroios.
Este anonimo também devia de ser corrido à pedrada pelas parvoices que diz
sim sim...ainda falta a reserva da Quinta da Atalaia...
a unica maneira de acabar com estes nivel de autarcas independetemente da sua cor politica, é responsabilizando-os pelos seus actos. a culpa morre solteira.
Não morre solteira...
Acaba por casar com o contribuinte, que é quem paga os erros e as aldrabices dos políticos e afins.
"O PÊCÊ está envolvido nas grandes máfias do Betão da Margem Sul , exemplos ? Quinta da Trindade, Quinta da Fidalga, Flôr da Mata, Fábrica da Pólvora de Corroios. "
Santa paciência, uma coisa é não gostar da gestão da nossa autarquia, outra é escrever coisas sem nexo, tipo boatos! Penso que o objectivo é debater ideias e apresentar soluções e denunciar com base em factos e não fazer politiquice, para isso já basta a classe politica q temos e os defensores da autarquia q aqui vêm! E depois escrever a mesma coisa em todos os textos do blog... enfim!
P.S:só mais uma coisa, eu n gosto da gestão da nossa autarquia nem votei neles!
António
Só se fossem parvos é que não entravam em esquemas, em compadrio com os influentes homens do betão. Infelizmente não há fiscalização
"O PÊCÊ está envolvido nas grandes máfias do Betão da Margem Sul , exemplos ? Quinta da Trindade, Quinta da Fidalga, Flôr da Mata, Fábrica da Pólvora de Corroios...
sim sim...e ainda falta a reserva da Quinta da Atalaia..."!
Anónimo dixit!
Será porque todos estes negócios se têm feito à custa de "sociedades" e grandes grupos com perdas, SEMPRE, para o ambiente e para o património do Seixal e para o Bem público?
... e, quando há fiscalização os fiscais, têm medo de ser corridos à pedrada.
E o ciclo vicioso no qual vive este país...
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