terça-feira, julho 25, 2006

INEVITÁVEL ?












Vê-se a obra, mas já não se vêm os sobreiros da imagem cortados pela raiz pois então...uma obra que se vê...

É inevitável que politicos instalados no poder há mais de trinta anos, tenham tecido uma teia de interdependências e troca de favores tal que tenham entretanto criado uma imagem distorcida da realidade e do sistema democrático.

É inevitável que politicos instalados no poder há mais de trinta anos se tenham cristalizado nessa teia de interesses, e tenham criado do bem público a ideia que de coutada privada se trata e que a sociedade a eles deve, providencialmente o facto de existirem e de com a deformação da sua "escola da vida", na ausência de melhor formação ou de qualquer outro mérito, não sendo logo, criticáveis nem muito menos questionáveis na sua postura.

Vem isto como é obvio mais uma vez a propósito do caso da Flôr da Mata/Pinhal dos Frades, um caso em que demonstra o quanto enviezada é a interpertação que os autarcas eleitos CDU têm da lei, nomeadamente no capítulo da participação civica dos cidadãos, de tal forma a enjeitam, guardiãos que são da sua estimada teia de interesses e tráfico de influências, consubstanciado em alterações do uso do solo, à laia de Plano de Pormenor, num projecto que sempre se fica pela penumbra, num processo que só se discute quando e como e com quem pretendem, numa amostra social por si escolhida e num projecto por si construído num faz de conta que pretendem passar por real.

Depois , quando os controleiros locais fazem argolada, quando a célula do quarteirão está distraída, quando as eleitos de tão confiantes entram em relaxe total, vêm ao de cima escolhos, que apesar de dissimulados, muitas das vezes deixam antever o que se esconde por detrás das "boas intenções", do bem do Povo, que como é óbvio, só a Eles assiste, a si guardiães, da moral, dos bons costumes e de uma justiça social que só as suas iluminadas cabeças atingem...

Assim se chega desplante dos desplantes ao cidadão, o cidadão comum, eu e você cujo ideal de democracia é tão obvio que basta um voto (sem ser de braço no ar) quando é caso disso, ou manifestar opinião através por exemplo de um "abaixo assinado", na Europa civilizada e Democrática é forma de auscultação directa, referendum às vontades locais, guia de orientação de quem governa respeitando a vontade do Povo, por cá assim não é:

- Em 2000 ao longo de cinco semanas circulou um abaixo assinado que reuniu 4000 assinaturas contra a destruição de uma zona protegida no Seixal, acima já referenciada, o que fez a autarquia? Ignorou... e reuniu depois com dois ou três grupos controlados pelo PCP e/ou financeiramente dependentes da autarquia , fazendo assim um simulacro de auscultação publica.

- Em 2006 vem à baila novo projecto, que pela LEI OBRIGA a nova discussão publica, O que faz a autarquia? Diz que a discussão publica foi feita...há seis anos...e que ao novo abaixo assinado em quinze dias reunido com 1500 assinaturas faltam agora...as moradas dos subscritores... (isto de durante a recolha das assinaturas terem sido roubadas inúmeras folhas já assinadas)...

Quanto à opinião dos cidadãos dizem esses iluminados que é irracional...

Mas há forma de respeito por déspotas assim?

1 comentário:

Anónimo disse...

Respeito?