Os Portugueses eram, até há bem pouco tempo, duas ou três gerações, um povo essencialmente agricola que vivia “lendo” a natureza , a sua força e os seus caprichos, o seu ritmo ciclico, as marés e as luas.
Em duas ou três gerações transformámo-nos de portugueses naturais em Tugas de alcatrão e alcatifa, virados para o shopping e para dentro do seu belo carrinho pago em 72 suaves ( e suadas prestações), passámos a ignorar , ventos e marés, chuvas ou nevoeiros, somos aliás uns artistas na estrada, conduzimos sempre invariávelmente da mesma forma , independentemente da meteorologia, ou seja ; Mal !
Com as casas, os tugas modernos, ignoraram que apesar de país pequeno , havia diferenças geográficas acentuadas que fizeram nascer ao longo dos séculos uma arquitectura avançada e adaptada, ecologica porque utilizava os recursos da região, sustentada e com pouco impacto para o ambiente.
De um dia para o outro porém, todos quiseram morar emparteleirados num prédio na cidade (ou suburbio) , ter elevador e porteira, não importava onde, qual a orientação dos pontos cardeais . Se era no mais alto e descampado dos montes ou no mais potencialmente inundável leito de cheia, tudo serviu (e serve) , sem olhar à construção, aos isolamentos inexistentes ou à durabilidade , e já agora à sua resistência sismica... interessa é ter casa nova ! Paga também ela em suadas prestações ao longo da vida...e sujeita aos caprichos da "burra Euribor"!
Assim nasceu se alimentou (e engordou) a nova arquitectura de pato bravo, até três pisos de preferência para não ter elevador, climatizada , quente, muito quente no Verão, fria , muito fria e humida, e com infiltrações e tectos pretos no Inverno, suportada no mito de “clima Mediterrânico”.
Com a moda da praia interessou também ter uma casa de férias, e se não no Algarve, porque não fazê-la na Fonte da Telha ? Ou então montar tenda na Caparica, claro que a “canadiana” passa a um T1 de nylon, depois a T2, depois evolui para roulotte, a roulotte + “avançado”, isto sempre ali, um luxo a literalmente dois passos da praia.
Claro que nunca contando com a natureza, com a erosão, com as marés, possivelmente renegando as alterações climáticas ou num desassombro total, achando que a tenda de pano tem o poder invencível do Tuga do nylon, à prova de rebentação...
Mas tudo isto reclamando do Estado (todos nós que não temos ali nem tenda nem nada) os custos de construír e manter uma barreira, com a pequenez do propósito de não comprometer a localização da tal barraquinha, ah, convém até que as obras sejam agora, porque quando o tempo e a vaga o permitir , aí também é tempo das febras e da sardinhada, e o barulho da maquinaria e dos pedregulhos incomoda.
Vai daí atirar as culpas ao Governo, ao São Pedro, ao Al Gore, mas a barraquinha é que nem um centimetro se mexe, nem uma que se desmonta...
Ora bolas! Já não há pachorra!
Querem Sol na eira e chuva no nabal, há duas ou três gerações sabiam que não era possivel, que a 21 a Primavera se anuncia com o equinócio, que a preia-mar é maior, que o Mar não é domesticável, há duas ou três gerações sabia-se respeitar e ler a natureza, hoje somos iletrados em quase tudo e isso paga-se.
PS: Pelo menos comprem o "Borda de água"!
11 comentários:
Mas tem alguma coisa contra as pessoas que detêm uma tenda no parque de campismo?
Não tenho nada contra os campistas, acho é que essa é uma actividade limitada no espeço e no tempo.
No espaço porque não é em qualquer local que se deve acampar ou se pode construir um parque, e aquele local há-de concordar, não será o melhor.
Depois , no tempo, porque o campismo feito como nos Parques da Costa, ad-eternum é tudo menos campismo, é antes de campismo, residencia de nylon...
Acho também que aquele terreno parte Direito Publico Maritimo não é dos senhores que ali montaram tenda há décadas, num privilégio incompreensivel...
Para terminar o preço que todos estamos a pagar para manter aquela situação, mais valia dar o dinheiro aos campistas, talvez desse para comprar uma casa na Quinta do Lago.
O Seixal foi um dos vinte munícipios escolhidos para colaborar no Projecto Gripenet, uma iniciativa do Instituto Gulbenkian de Ciência, que se destina a avaliar a incidência da gripe sazonal no território português.
Este é um projecto online que procura criar e testar um sistema de vigilância epidemiológica, envolvendo activamente a sociedade portuguesa, com o objectivo de apurar «os resultados obtidos, abrangendo um maior número de pessoas que participam na amostra», explica ao “Região de Setúbal Online”, Miriam Ferreira, coordenadora do gabinete Seixal Saudável, parceiro do projecto.
Paula Macedo, Relações Públicas do Gripenet conta que «qualquer cidadão pode contribuir com informação pertinente», bastando aceder ao sítio em www.gripenet.pt, e seguir os passos indicados. A informação cedida «é susceptível de complementar aquela que é obtida pelos métodos de vigilância convencionais actualmente a cargo do Centro Nacional de Gripe e do Observatório Nacional de Saúde, possibilitando uma detecção mais precoce de eventuais anomalias», adianta. Além disso, «todas as informações são confidenciais e destinam-se exclusivamente ao tratamento matemático».
Os dados oriundos dos cibernautas convertem-se, posteriormente, em pontos coloridos no mapa nacional - os pontos vermelhos correspondem a alguém com gripe, os amarelos a uma constipação e os verdes a quem está saudável -, o que permite avaliar a incidência da doença a nível do território português, localidade a localidade.
Vera Trindade / 2007-03-20 / 17:29
Gostei de te ler...
Somos muito assim...
Quinta-feira, Março 22, 2007
ETAR Municipal do Seixal
A construção da ETAR Municipal do Seixal na Aldeia de Paio Pires orçada em 12,5 milhões de euros, assim como o melhoramento das existentes e das estações elevatórias num investimento global de 40 milhões de euros é de uma grande importância para o melhoramento da qualidade da água do rio de forma a conseguirmos preservar o enorme património ambiental que temos no Concelho, neste tipo de obra haverá sempre aqueles que dizem que é isto não é muito importante, mas esses serão aqueles que não percebem que a construção das ETAR são obras importantíssimas para o nosso futuro e as gerações vindouras condenarão aqueles que hoje não tiverem coragem para avançar com estas obras, o tratamento de efluentes é fundamental e passo a explicar porquê, a merda que fazemos e todas as porcarias que deitamos cano abaixo passa a ser tratada ou seja já não são despejadas no rio, com a vantagem de se aproveitar as aguas para outros usos como por exemplo a rega, ou o aproveitamento das lamas para produzir Biogás.
O início de funcionamento da ETAR que se prevê para 2009 deixará o Seixal com um tratamento de efluentes a 100%, mas certamente não terá direito a pompa e circunstancia porque a comunicação social não gosta destas fábricas de tratamento de merda, que cheiram mal e não são os multiusos de ultima geração que não trazem proveitos nenhuns para a população mas que todos os demagogos gostam de apresentar, para ganhar eleições.
Seria mais fácil à Câmara Municipal do Seixal demitir-se da sua responsabilidade como fez o governo e constituir uma parceria publico-privada, mandar construir um pavilhão multiusos ou um coliseu e assim gastar o dinheiro dos nossos impostos, certamente que seria mais bonito que uma ETAR, provavelmente daria mais votos, mas não fariam tanta falta como faz a ETAR, ainda bem que foi essa a opção da autarquia em vez de obras que embora sejam importantes, não são essenciais para a vida e futuro dos portugueses.
posted by aldeia-pp | 5:09 AM | 0 comments links to this post
Senhor António, devia ter vergonha a 22 de Março de 2007 de estar a elogiar uma coisa dessas, é que vem com décadas de atraso. Quanto dinheiro da UE para esse fim foi gasto noutros fins, na propaganda por exemplo?
Gostei muito de ler e concordo plenamente.
Quanto ao senhor José António é ridiculo!
Tudo isto porque Portugal foi e é um país onde o planeamento urbano e a gestão costeira sempre foram letra morta...
As forças da natureza não se compadecem com as incompetências solenes das entidades ditas "responsáveis" que à falta de melhor solução, deitam o dinheiro/areia de todos nós contribuintes para cima dos problemas...
Vem o ministro do ambiente falar num investimento de 15 milhões de euros equivalente ao transporte e recolocação de 500.000 m3 de areia nas praias que vão de S.João à Trafaria, como se isso fosse a solução milagrosa para manter e consolidar o cordão dunar na zona.
Este ministro leva a letra a expressão "construir castelos de areia" que mais tarde serão levados pelas forças do mar...
Os erros de décadas de planemanto regional e urbano das zonas costeiras, pagam-se muito caro e as forças da natureza não se compadecem com erros grosseiros, irresponsabilidades e incompetências de decisores políticos centrais ou locais.
O desenvolvimento sócio-económico de um país vê-se também pela forma como este tipo de problemas são "geridos" e solucionados...
O governo vai injectar mais dinheiro para uma zona condenada a prazo pela progressão marinha, para proteger parques de campismo, que daqui a 2 ou 3 anos já lá não estarão, pois já foi decidida a sua relocalização mais para Sul/Fonte da Telha, de acordo com o Pólis da Zona.
Ora se isto não é o cúmulo da incompetência, então o que será ?
Sr. pontoverde se quer ser respeitado respeite os outros...
Caro Pirate, nem mais!!!
Caro "noexit" (?) é mais , não existe mesmo!!!
Aqueles parques de campismo parecem campos de refugiados. Aquilo nõa é campismo!
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