quinta-feira, março 08, 2007

O PONTO DE NÃO RETORNO








ilustração de Hugo Pinto / Expresso


Foi preciso chegar a esta encruzilhada em que nos encontramos para que o ambiente estivesse na ordem do dia como hoje está. Al Gore esteve em Lisboa ontem novamente para apresentar a sua verdade inconveniente, e faz-me imaginar pelo impacto mundial que teve, que seria bom alguém em Portugal (estou-me a lembrar por exemplo do Eng.Carlos Pimenta) ter a coragem de elaborar e apresentar a Inconveniente Verdade Nacional, e fazer depois , os nossos autarcas , em vez de lhes dar ordem de prisão pelo que permitiram destruír, ver e rever o power-point com as barbaridades que autorizaram!

Nos Jornais há gente nova a falar destes temas, e há também os de sempre. Miguel Sousa Tavares cita na última edição António Barreto no Público, já aqui também citado e faz contas aos 25 anos de escrita e de denuncia, fazendo recaìr a crónica desta semana nos PIN :

E o que é um projecto PIN (PIN significa ironicamente Projecto de interesse Nacional) E o que é um projecto PIN, em matéria imobiliária? É aquele através do qual alguém que pretende construir em zona vedada à construção apresenta um projecto megalómano, invariávelmente definido como "amigo do ambiente" e cheio de "zonas verdes" que são campos de golfe, prometendo ainda criar uns milhares de postos de trabalho ( sem distinguir, obviamente aqueles que se referem à construção e os que sobrarão no final, e sem dizer igualmente que os ditos postos de trabalho não serão preenchidos por portugueses (...)

Munido destas excelentes intenções, o "empresário" bate à porta do dr Basílio Horta, presidente da API, que o recebe entusiàsticamente, classifica o seu projecto de PIN e o remete para o dr. Manuel Pinho, ministro da Economia , que logo aprova a classificação de PIN, sem sequer se incomodar a ouvir a opinião do engº Nunes Coreia - um fulano que dá pela alcunha de ministro do Ambiente e que anda muito ocupado a tentar evitar que o mar chegue a um restaurante nas dunas da Caparica, enquanto que, e graças à sua colaborante distracção, milhares de metros de construção se preparam para chegar às dunas de muitas outras praias (...)

E continua, vale a pena ler o artigo na íntegra, no Expresso.

4 comentários:

nunocavaco disse...

Tirando a parte do Al Gore que é só o consumidor doméstico dos estados unidos que gasta mais energia, concordo inteiramente com o post e acrescento que os PIN's têm um carácter de excpção à lei o que é mais grave, só que acho que devemos distinguir o trigo do joio, poderá haver alguns mesmo com interesse nacional.

Anónimo disse...

...e é óbvio que esses serão os da Siderurgia da Margueira e o da Quimiparque não é ?

Vamos ter oportunidade para ver ser assim é.

Anónimo disse...

Uma questão siples com dois pontos apenas, a anterior, mas que quer dizer tanto!!!

Anónimo disse...

E pronto!
Lá saiu um coelho da cartola:

(...)”. Mais acrescentou ser este “o maior recrutamento desde o princípio dos anos 80”. Face a este “reforço orgânico”, disse a responsável, o partido “ultrapassou as metas que o Comité Central tinha proposto” no seu 17º Congresso.
Aos recém-eleitos Margarida Botelho veio propor uma intervenção nas empresas e locais de trabalho, bem como uma dinamização, nomeadamente ao nível das comissões de bairro, enquanto organizações de base e elo de ligação aos militantes.
Proposta traça metas de acção
Esta assembleia permitiu ainda a votação do Projecto de Resolução Política e do Projecto de Propostas do PCP para o desenvolvimento do concelho do Barreiro, onde são apontados os “vectores estratégicos do desenvolvimento do concelho”, a Quimiparque e o pólo ferroviário, nomeadamente enquanto motores para a criação de emprego. O Partido Comunista propõe a retoma do projecto de Plano Estratégico ("MUDA – Barreiro") apresentado pelo arquitecto Manuel Salgado. O documento votado apela ainda à discussão deste plano “de forma ampla, com a participação das organizações representativas dos trabalhadores, das autarquias, das populações, dos agentes locais e com o envolvimento das universidades, da Quimiparque e do Ministério de tutela", sem deixar de ter em conta a reconversão e recuperação do Bairro das Palmeiras.”


In: http://www.diariodobarreiro.pt/primeira%20pagina/xartigo1.asp?idartigo=12060


(continua)