quarta-feira, janeiro 31, 2007

DEMOCRACIA














Sem comentários. A Democracia a funcionar:

Exmo. Senhor
Presidente da Assembleia da República

REQUERIMENTO

ASSUNTO: Procedimentos em matéria de gestão do território no município da Moita

O jornal Público noticiou, no passado dia 28 de Janeiro de 2007, na sua secção "Local", uma situação de suspeição alegadamente imputável a um consultor jurídico da Câmara Municipal da Moita que, no essencial, pode legitimamente levantar interrogações mais generalizadas acerca da transparência e da legalidade de alguns procedimentos daquela autarquia em matéria de gestão e ordenamento do território.

A notícia em questão descreve factos que alegadamente se relacionam com a revisão do Plano Director Municipal da Moita e com avanços e recuos da Administração em processos conducentes à interdição ou à disponibilização de solos para especulação imobiliária e para construção, em que, por vezes, ficam esbatidos os contornos do que possa ser uma diligente prossecução do interesse público por parte da autarquia, aflorando, assim, uma potencial utilização indevida dos poderes da Administração para a satisfação de meros e ilegítimos interesses privados.

Posto isto e atendendo a que a devida tutela dos interesses públicos deve, num Estado de Direito Democrático – como é o nosso caso -, pontificar sobre qualquer possível suspeita, sob pena de o próprio sistema deixar de continuar a poder qualificar-se como de democrático,

Nestes termos,

Vem o Deputado abaixo-assinado ora requerer à Presidência do Conselho de Ministros e à Secretaria de Estado Adjunta e da Administração Local, ao abrigo das disposições aplicáveis da Constituição da Republica Portuguesa e do Regimento da Assembleia da Republica, que lhe seja prestada informação sobre:

1 – Se intenta esse departamento governamental proceder, designadamente através da Inspecção-Geral da Administração Local, a averiguações na Câmara Municipal da Moita, com vista ao integral esclarecimento dos factos supra mencionados em torno de alegadas ilegalidades na revisão do respectivo Plano Director Municipal e na desafectação de terrenos para fins de especulação imobiliária e para a satisfação de interesses privados?

2 – Se, a partir de uma averiguação sobre os factos alegados na notícia atrás referenciada, pretende esse departamento governamental empreender uma ampla auscultação à conformidade, para com a lei, da política e dos actos de gestão e de ordenamento do território levados a cabo pelos responsáveis do município da Moita?

Palácio de São Bento, 30 de Janeiro de 2007.
O Deputado

(Luís Carloto Marques)

terça-feira, janeiro 30, 2007

A TEIA DO ESQUECIMENTO













Uma papoila crescia, crescia

pinta vermelha,
num condominio qualquer


No espaço de dois dias fomos alertados para duas situações pouco ortodoxoas vividas em autarquias da margem sul, e uma outra acontecida na autarquia de Lisboa.

Na autarquia da capital como seria de compreender , o destaque mediático foi grande, e as consequência foram as normais num regime democrático , as pessoas afastaram-se dos cargos , conferência de imprensa , e deixando agora a justiça funcionar .

Na margem sul foram, primeiro, na sexta-feira em Setúbal, apresentadas acusações , por um ex-autarca eleito pelo povo e afastado pelo partido, sem que esse partido, não tenha ainda, passados seis meses, apresentado razões (concretas) para esse afastamento compulsivo . Esse ex-autaca, militante e eleito afirmou na sua versão, que foi afastado por não aceitar violar a lei e utilizar o seu cargo (público) para servir determinadas clientelas e traficar influências inerentes ao cargo.

Depois no domingo foi o caso da Moita com alegados favorecimentos e violação de regras por parte de autarcas , alegado e generalizado tráfico de influências, uso a seu bel prazer de instrumentos de gestão do território para discricionáriamente favorecer cirurgicamente A em deterimento de B...

E o que aconteceu a estes dois casos ? Exactamente o oposto do ocorrido na capital, o silêncio da força politica a que pertencem os politicos acusados e acusadores.

Um silêncio direi que ensurdecedor por parte da autarquia e restante comunicação social , como é óbvio quase toda a local , silêncio também na blogosfera afecta ao sistema de poder, uma homertá , um código de silêncio que não pertence a este regime, que não pertence a um estado de direito e que prejudica o bem comum, pois estão em causa para além de alegações de corrupção, valores naturais e patrimoniais que sendo de todos não têm que ser geridos desta forma por quem utiliza a democracia como mero instrumento de proveito próprio.

Estas situações não são admissiveis! Estamos na esfera politico-partidária da baixa politica e dos grandes interesses.

Ao serem provadas estas acusações , estamos no reino da criminalidade mais rasca e sórdida, do desprezo pela natureza e pela qualidade de vida das populações e do proveito próprio e do Partido .

segunda-feira, janeiro 29, 2007

PUBLICO NA MOITA - (MAIS) UMA PEDRADA NO PÂNTANO




























Contrariando, ou sublinhando o que aqui foi dito ontem , temos que o PUBLICO tem sido frequentemente a pedrada no charco (ou pântano) dentro da imprensa nacional, na denúncia de práticas autarquicas menos éticas por parte das autarquias da Margem Sul.

O PUBLICO tem sido isento e conseguido fugir ao falso jargão da exemplaridade das autarquias CDU, ou da muito conveniente ideia criada da diferença em relação a outras autarquias geridas por outras forças politicas, nesse sentido aqui se mostra a noticia publicada ontem sobre a Câmara da Moita ( a partir de um post de alhosvedrosaopoder onde poderão ver todos os desenvolvimentos sobre esta matéria).

Outros casos anteriormente denunciados foram os da Flor da Mata no Seixal , e os da Câmara de Setúbal.

domingo, janeiro 28, 2007

O PROTECCIONISMO MEDIÁTICO

















Ainda aqui muito recentemente na blogosfera local , a propósito do lançamento de um novo "jornal", foi levantada de novo a discussão recorrente , sobre a legitimidade do anonimato e simultâneamente, sobre a deontologia jornalistica. O que estava em questão foi que esse jornal elaborou um artigo sobre a blogosfera local, ignorando a floresta e escolhendo "certamente ao acaso" um blogue com outra opinião , logo, relacionado com o poder local e pró força politica no poder.

A discussão foi interessante , pelo que remeto para os blogues onde aconteceu ( alhosvedrosaopoder , Plano da Moita , Reason ) . Mas não é por aí que pretendo ir, pretendo mais uma vez denunciar a forma pouco isenta como no geral a imprensa, local e nacional, trata (ou não trata) casos que se passam nas autarquias geridas pela CDU (uma suposta e fraudulenta coligação) , e a forma como um partido residual na politica portuguesa como é o PCP é favorávelmente tratado na imprensa dita "séria e isenta".

Vem isto a propósito de dois artigos de Cláudia Veloso, um publicado no Região de Setúbal on line, outro no PUBLICO de ontem, mas que , ao contrário da novela de Lisboa, das escutas do apito dourado, agora a discussão é se são ou não válidas, a menina dos dois pais e outras noticias que tais, não teve qualquer reprecurssão em termos nacionais, e , no meu entender, trata de uma questão muito mais grave que o caso de alegada corrupção na Câmara de Lisboa.

A noticia a que me refiro trata de declarações do afastado vereador do urbanismo da Câmara de Setúbal (e por acréscimo do presidente de Câmara eleito e em exercício) , e é mais grave que o caso de Lisboa porquê, bom, no caso de Lisboa trata-se à partida, alegadamente, de um caso clássico de corrupção e tráfico de influência entre interesses imobiliários , decisores e especula-se se tem ou não relacionamento com financiamentos partidários.

E o caso de Setúbal é mais grave porquê? Porque , pelas declarações do vereador do urbanismo (eleito pelo voto popular) e afastado pelo Partido Comunista , porque, ao que alega, estava a cumprir , contrariando interesses e pressões imobiliárias ilegítimas, em favor do interesse publico e da Lei, afinal por exercer exactamente as funções para as quais foi eleito, mas o Partido assim não entendeu (sentir-se-ía o Partido também prejudicado pelo seu vereador, tal como os interesses imobiliários em jogo ? Seriam os interesses comuns ? ) , mudou o vereador e acabaram de ser aceites alterações urbanas que contrariam inclusivamente e segundo o ex-vereador, o PDM.

São estas algumas das questões que como cidadão gostaria de ver respondidas e levantadas pela a comunicação social, local ou nacional . Será que o senhor Luís Bonixe consegue chegar aos calcanhares de Cláudia Veloso ou será um tema que não lhe interessa ?

Mais um tema que não escapou ao PUBLICO e á blogosfera , mas ausente de outros meios que por não serem anónimos se julgam mais sérios. Da leitura do Publico de hoje se vê que há casos, haver noticias como as de hoje é quando a excepção confirma a triste regra aqui enunciada.

sábado, janeiro 27, 2007

CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA
















CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

Artigo 66.º
(Ambiente e qualidade de vida)

1. Todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender.

2. Para assegurar o direito ao ambiente, no quadro de um desenvolvimento sustentável, incumbe ao Estado, por meio de organismos próprios e com o envolvimento e a participação dos cidadãos:

a) Prevenir e controlar a poluição e os seus efeitos e as formas prejudiciais de erosão;

b) Ordenar e promover o ordenamento do território, tendo em vista uma correcta localização das actividades, um equilibrado desenvolvimento sócio-económico e a valorização da paisagem;

c) Criar e desenvolver reservas e parques naturais e de recreio, bem como classificar e proteger paisagens e sítios, de modo a garantir a conservação da natureza e a preservação de valores culturais de interesse histórico ou artístico;

d) Promover o aproveitamento racional dos recursos naturais, salvaguardando a sua capacidade de renovação e a estabilidade ecológica, com respeito pelo princípio da solidariedade entre gerações;

e) Promover, em colaboração com as autarquias locais, a qualidade ambiental das povoações e da vida urbana, designadamente no plano arquitectónico e da protecção das zonas históricas;

f) Promover a integração de objectivos ambientais nas várias políticas de âmbito sectorial;

g) Promover a educação ambiental e o respeito pelos valores do ambiente;

h) Assegurar que a política fiscal compatibilize desenvolvimento com protecção do ambiente e qualidade de vida.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

SEIXAL , SIDERURGIA - ASNEIRA DA GROSSA













Todos nós sabemos e sentimos que a Margem Sul é uma manta de retalhos em termos de planeamento urbano, pensava que havia uma qualquer teoria do caos que o pudesse confirmar, para além da construção clandestina (com ou sem beneplácito camarário) , e não é que há uma teoria que o confirma, não como obra do acaso ou da contingência, mas como pensamento estruturado, embora claro, que rumo ao disparate.


A posição "oficial" da militância PCP (CDU para os otários) é de que, sim senhor, pois e tal, bem, vamos lá a ver, pois então, considera-se que , bom : " Frases como “Cresceram espontaneamente” ou “Cresceram desordenadamente como zonas dormitório e não mais conseguiram abandonar essa imagem” aplicam-se na perfeição à nossa terra, mas do “caos urbanístico” já discordo, porque apesar de não ser o desejável, estamos longe do caos que se verifica por outras paragens." e ainda " O boom urbanístico e o demográfico não foram integrados, em parte, devido às autarquias, mas também "por responsabilidade do poder central, que colocou dificuldades à descentralização". (in O BANHEIRENSE)

Ou mesmo indo às sábias palavras do Presidente da Câmara do Seixal indo na mesma direcção , a recusa do caos urbanistico, aliás posição que é partilhada por Maria Emilia da Câmara de Almada.

Na altura pensei que só quem não tenha o minimo de perspectiva sobre qualidade dos espaços urbanos, quem só tivesse viajado no estrangeiro para o terceiro mundo, é que poderia ter esta perspectiva, não seriam certamente , autarcas europeus a falar. Se ficou a dúvida , hoje o PUBLICO publicou a resposta citando essa sumidade coruchense chamada Alfredo Monteiro :

"Não queremos uma visão do século passado em que as àreas industriais estavam separadas da malha urbana, com enormes custos sociais, mas sim uma visão moderna de urbanismo e planeamento" sublinhando ideias sobre a reconversão dos terrenos da Siderurgia Nacional , insistindo na ideia da «coexistência pacífica entre todos os usos , não abrindo mão da vertente havitacional» ...

Ou seja, um perfeito disparate !!!

Conclui-se que vão meter ( a contra relógio para tomarem a dianteira sobre as "reconversões" da Lisnave e da Quimiparque - que não há gente para tudo) uma urbanização para 1500 fogos que tudo leva a crer, coexistirá para além dos equipamentos anunciados como engodo ("nucleo de recreio náutico, parque urbano, campo de jogos, piscina, squash, skate park, àrea de patinagem , minigolfe") com a actual (barulhenta) unidade siderúrgica espanhola , com um futuro equipamento pesado de origem Brasileira ... e o que mais se verá, pois não se trata aqui de uma operação tipo Expo 98 em que retiraram a Industria, limparam e transformaram em habitação, hospital, sede de empreses terciárias, Centro comercial , museus, teatros, casino... , mas tão só de manterem a Industria , mas no meio, depois do Estado limpar o terreno, construirem ...

Ou seja, vai ser uma operação tipo Expo 98 , mas com Indústria , um Parque das Nações da Margem Sul na volumetria para a qual o original descambou, pois que, não é para 1500 fogos que se estão a prometer : - " Escola básica com jardim de infância, um outro infantário, uma escola secundária para dez a quinze turmas e uma extensão do centro de saúde. A cãmara propõe-se ainda reservar espaço para mais três a cinco creches e para uma unidade de apoio a idosos" - mas quem é que "papa" uma coisa destas???

Imaginam um Parque das Nações com um quarteirão de Indústria, outro quarteirão habitação, outro o Casino Lisboa e o CC. Vasco da Gama e ao lado uma oficina de reparações de automóvel junto a um infantário, outro com a extensão do centro de saúde mais uma fabriqueta ao lado do Oceanário, uma recauchutagem junto ao Teatro Camões ... mas isto senhores, é o futuro!!! Compre já, na Margem Sul!!!

Porque segundo Alfredo Monteiro, isto é que é o século XXI, a Europa e o Mundo estão enganados em fazer exactamente o inverso, Alfredo Monteiro só tem igual na demagogia do Presidente da Coreia do Norte, certamente onde irá beber estas ideias tão à frente!!!

Senhor Alfredo Monteiro, esqueceu-se que há um imbróglio juridico para resolver?

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Ex. vereador CDU, do urbanismo da Câmara de Setúbal , Aranha Figueiredo, demitido na sequência do afastamento do Presidente da Câmara , Carlos Sousa... abre o saco (clique).



quinta-feira, janeiro 25, 2007

AMBIENTE NA AGENDA POLITICA














Do debate de ontem na AR sobre ambiente e alterações climáticas, valeu a unanimidade do reconhecimento desse fenómeno e a necessidade de se lutar contra ele. No resto o que assistimos foi a uma imensidão de deputados pouco preparados para discutir o tema e desejosos sempre para entrar em temas paralelos, mais mediáticos e nos quais se sente, mais à vontade.

Curiosamente, ontem também, assistimos nos Estados Unidos, a um George Bush a trazer no seu discurso do "estado da Nação" os mesmos temas, o que neste caso é revelador das evidências entretanto decorridas a este nível e que obrigaram Bush a um verdadeiro golpe de rins no que respeita a aplicação de politicas até agrora recusadas ou de temas até agora ignorados.

Foi apresentado (em Portugal) um pacote de novas medidas - aumento do recurso a energias renováveis, utilização de biocombustíveis, estudo para aproveitamento da energia das ondas e o plano nacional de barragens (num investimento na energia hidrica), aproveitamento de biomassa, programa para micro produtores de energia eléctrica, taxa para lâmpadas com pouca eficiência energética, fecho das centrais termicas mais poluentes, e alterações ao imposto automóvel, penalizando os veículos mais poluentes.

Foi também um dia em que o governo sofreu um revés na resolução do problema da eliminação de detritos industriais perigosos, com o Tribulal de Almada a intimar a Secil de continuar a efectuar os testes que já tinha iniciado.
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Mais uma bronca numa autarquia e envolvendo autarcas , construtores civis , interesses imobiliários e suspeitas de corrupção e tráfico de influências, desta vez a Câmara em causa é mesmo a da capital, veja os desenvolvimentos (aqui) , (aqui) , (aqui) e (aqui) .

quarta-feira, janeiro 24, 2007

COSTA DA CAPARICA - ÁGUA MOLE EM AREIA FINA ...(2)

























Jerónimo de Sousa, no debate parlamentar mensal , afirmou , que as actuais questões das alterações climáticas são
"actuais e transcendentes" e causadas pelo homem, mesmo que atribuídas "às politicas neo-liberais"
, pois estou de acordo que esta economia predatória de recursos tem uma quota parte significativa nestes problemas ambientais, mas também terá, o passivo ambiental e industrial da ex . URSS tão apoiada pelo senhor deputado, sem falar da questão atómica com o acidente de Tchernobyl.

Mas não é essa aquestão que aqui queria trazer hoje, e que vem na continuidade do post de ontem. E a grande questão que nos parece ser legítimo abordar, sobre as obras em curso, é que se espera que elas obedeçam a uma estratégia ampla dentro da geografia da zona, e não , fundadas no "salvamento mediático" dos chamados apoios de praia existentes.


É que se fôr esse o caso está-se a despender avultadas quantias a contrariar a força da natureza para salvaguardar um bem do foro privado aque nunca ali devia ter existido. Mais, estes apoios são do mais terceiro mundistas possiveis, existe no local , alguns há décadas sem que os proprietários ou concessionários tenham neles investido em melhoramentos necessários, sendo muitos deles um verdadeiro atentado à saúde pública.

Sob o ponto de vista turistico, são uma vergonha que é inadmissivel a sua existência e continuidade. Apesar de gerarem lucros significativos, transmitem do país uma imagem de desmazelo e degradação que não promove a Costa de Caparica nem as praias que pretende "apoiar" .
Continuo a achar que é um erro a insistência em reforçar daquela forma aquela "duna" que relembro, há muito que não é uma duna natural, ou de formação natural, na totar e real acepção do termo.

Pensar (ou fazer crer) que o mar é assim vencido ou contrariado , pode ser demagógico e mediático, mas não é nem sério, nem eficaz.
Dar tempo de antena aos que exploram aqueles pardieiros é um mau serviço público e um gozo à sociedade.

terça-feira, janeiro 23, 2007

COSTA DA CAPARICA - ÁGUA MOLE , EM AREIA FINA E SOLTA...(1)















Parece haver um entretenimento colectivo à volta da "duna" da Praia do Norte, maré, após maré vamos dar uma espreitadela, e se não in-loco, pela televisão, em directo ou diferido, este tema tem uma vantagem que é vermos debutantes jornalistas no primeiro directo da sua vida, ou o "calejado" homem de Fernão Ferro e TVI , Miguel Fernandes de barba de três dias como se estivesse nas dunas do Koweit a tecerem as considerações mais obtusas por cada grão de areia que é arrastado pelo mar.

A madrugada de ontem foi um orgasmo, para estes narradores da desgraça "A esplanada do Bar do Búzio foi arrastada pelas vagas alterosas" ou "Pé Nu ameaçado, proprietário impotente perante força da natureza" são frazes que se disseram ou escreveram. Depois há o outro lado, o das reuniões, das comissões de acompanhamento, das unidades de missão, tão ao gosto destas autarquias com o beneplácito do governo central tal como no o caso do Metro...

E tal como no caso do Metro, o que vejo diáriamente é um "brincar na areia" feito por gente crescida , mas um "brincar na areia caro", muito caro, quem dera ser o executor da obra (interminável $$...) , os únicos que se safam deste número são os operários das máquinas que cumprem e executam (e bem) as ordens que lhes são dadas.

E o homem da cidade, vai, qual "Big Brother" seguindo pulatinamente, a "novela da vida real", a exposição mediática é tal que já se podia ter arranjado um patrocinio - O Euromilhões era uma ideia, já que está tão vocacionado para a areia com o Dakar , e tal como no Senegal estamos a falar numa praia do terceiro mundo !!!- e o homem da cidade engole que o dinheiro dos seus impostos esteja a ser esboroado numa "brincadeira de adultos", no meio da cegueira colectiva e mediática que nos torna colectivamente asnos, pelos orientadores da "opinião colectiva" sobretudo os ilustres autarcas que devem perceber imenso do assunto e que ao mesmo tempo que consideram aquela zona em risco (pela erosão costeira) defendem a duzentos metros dali, na mesma linha de costa, a construção de um Bairro Social de Realojamento, agora na moda e eufemisticamente apelidado "para jovens casais" ...

E depois escamoteia-se o essencial, vejo técnicos do INAG, mas não vejo do LNEC mostrando o modelo feito do estuário do Tejo com o seu estudo de correntes... não vejo ninguém dizer (o Dr.Joanaz de Melo já deu a entender, mas sem eco) que o que se passa é a erosão natural da Costa, o erro está no homem que ali foi construír, e que como têm licença (os apoios de praia) para explorar por mais meia dúzia de anos, vão agora pedir meças a quem (ao Neptuno ?) por o mar ter subido, é que esta gente tão previsivel se esqueceu da imprevisibilidade da Natureza, um esquecimento tipico do "Hommus Urbanus"...

Agora, senhores autarcas, senhores jornalistas, não tratem o caso como se estivessemos a ser vitimas de um Tsunami, já agora , bastaria que a tempestade Kiryl que passou pela Europa há dias tivesse tido uma rota mais a Sul, e aí, o "Pé Nu" onde já estaria ? Lá para a Holanda a terra dos diques, mas aí ia ser logo multado (e demolido) , é que chamar apoio de praia aqueles oportunistas arremedos de barracas à beira da praia, só por cá...a Capital Mundial do turismo "Pé Nu"!!!
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Sobre o Metro , aqui um conjunto de noticias do Correio da Manhã (clique)

segunda-feira, janeiro 22, 2007

O ESCÂNDALO DO MST - O CONTRADITÓRIO


Noticia publicada hoje no Diário Económico. Sem comentários :

"
Estado assumiu triplo dos encargos iniciais previstos com câmaras do Seixal e Almada .

Na auditoria hoje divulgada, o Tribunal de Contas (TC) adianta que os custos do Estado no protocolo celebrado no âmbito do Metro Sul do Tejo (MST) com as autarquias de Almada e do Seixal triplicaram face ao inicialmente previsto.

Nuno Miguel Silva

Além dos encargos de 265 milhões que o Estado assumiu (num custo total inicialmente previsto de 320 milhões de euros), o Estado português, logo na data da assinatura do contrato de concessão, em 30 de Julho de 2002, celebrou um segundo protocolo para a cooperação técnica e financeira entre o Estado concedente e os municípios de Almada e Seixal, que gerou um “agravamento do dispêndio para o Estado”.

Enquanto no protocolo inicial, o Estado pagava 1,9 milhões de contos (na primeira fase), ou seja, 9,4 milhões de euros, através de fundos comunitários (…), o montante que passou a ser comparticipado pelo Estado cresceu para 26.065.259 milhões de euros, ou seja três vezes mais 300%!”, critica o TC.

O organismo presidido por Guilherme d’Oliveira Martins acusa ainda o Estado de não ter acautelado a posição dos contribuintes ao descurar a missão de fiscalização e ao assumir a quase totalidade dos riscos, pelo que “este contrato não configura, pois, uma verdadeira concessão, em PPP [Parceria Público-Privado] pela eliminação, para com a concessionária, do risco ligado à exploração do serviço, bem como, pelos elevados riscos que impõe ao Estado, o que poderá conduzir a uma derrapagem significativa do valor inicial da comparticipação contratualizada para as infra-estruturas de longa duração”.

O Metro Sul do Tejo foi inicialmente pensado há 20 anos e a sua primeira fase, numa extensão de 13,5 quilómetros, só está fisicamente executada em 70% (em cerca de nove quilómetros). Nesta primeira fase, estava previsto efectuar-se a ligação entre os concelhos de Almada e do Seixal (Cacilhas-Corroios- Pragal e Cacilhas – FCT/Universidade Nova), mas a sua concretização tem sido sucessivamente adiada porque têm existido entraves por parte da Câmara Municipal de Almada para disponibilizar os terrenos que permitam concluir esta parte do traçado.

Posteriormente, numa segunda fase, a linha será estendida até ao Fogueteiro, e numa terceira fase prevê-se a ligação do Fogueteiro ao Seixal e Barreiro, o dará ao MST uma extensão total de 28 quilómetros.

O atraso global do empreendimento [nesta primeira fase] é de cerca de dois anos e três meses, se considerarmos como certa a data final da obra, prevista para o primeiro trimestre de 2008”, alerta o TC.

O MST, que deveria servir uma população de 2,8 milhões de passageiros e gerar uma procura máxima de 90 mil passageiros diários, já passou pelas mãos de oito ministros, três secretários de Estado e três encarregados de missão."
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Aqui (clique) outra leitura sobre a posição dos residentes na Ramalha.


Ainda no Diário Económico mais isto sobre este escândalo Nacional. Continuam ainda a fazer crer que tudo isto é invenção e que engolimos as mentiras dos eleitos CDU, os grandes tresponsáveis por este estado de coisas ?

Um projecto fundamental para a mobilidade a sul e para a redução da poluição pelo tráfego urbano está a ser manipulado pela Câmara de Almada de uma forma vergonhosa e dispendiosa. Vamos pagar 3 vezes pelo mesmo, e possivelmente mais 68 milhões de indemnizações à concessionária...para já!!!

"
Auditoria do Tribunal de Contas volta a arrasar empresa de transportes 2007-01-22

Concessionária do Metro Sul do Tejo pede 68 milhões de indemnizações ao Estado

O reequilíbrio financeiro solicitado pela concessionária do Metro Sul do Tejo (MST) ao Estado português ascende a cerca de 68 milhões de euros, revela a auditoria do Tribunal de Contas (TC) efectuada àquela empresa de transportes e hoje divulgada.

Nuno Miguel Silva

“Relativamente a estas reclamações feitas pela concessionária, a comissão de acompanhamento efectuou já uma primeira análise global, que sendo provisória, não reflecte ainda qualquer princípio de acordo com aquela, mas tão só uma primeira estimativa total das suas solicitações”, refere a auditoria do TC.

Destes 68 milhões de euros da concessionária do MST, liderada pelo Grupo Barraqueiro, em meados de 2006, “somente se encontravam em condições de ser aceites pelo Gabinete Metro Sul do Tejo, cerca de 1 134 089 euros”.

“No que respeita às restantes verbas que, aliás, representam a maior fatia, verificava-se que estas se encontravam ainda a ser objecto de negociação com a comissão de acompanhamento; não sendo ainda previsíveis os montantes a despender pelo Estado, parece evidente existir uma grande pressão financeira sobre aquele e a necessidade bem negociar; tudo como atrasos não justificáveis nas obras do MST”, conclui o TC.

O MST tinha um custo inicial previsto de 320 milhões, dos quais 265 milhões da responsabilidade do Estado e 55 milhões a expensas da concessionária."