segunda-feira, janeiro 22, 2007

O ESCÂNDALO DO MST - O CONTRADITÓRIO


Noticia publicada hoje no Diário Económico. Sem comentários :

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Estado assumiu triplo dos encargos iniciais previstos com câmaras do Seixal e Almada .

Na auditoria hoje divulgada, o Tribunal de Contas (TC) adianta que os custos do Estado no protocolo celebrado no âmbito do Metro Sul do Tejo (MST) com as autarquias de Almada e do Seixal triplicaram face ao inicialmente previsto.

Nuno Miguel Silva

Além dos encargos de 265 milhões que o Estado assumiu (num custo total inicialmente previsto de 320 milhões de euros), o Estado português, logo na data da assinatura do contrato de concessão, em 30 de Julho de 2002, celebrou um segundo protocolo para a cooperação técnica e financeira entre o Estado concedente e os municípios de Almada e Seixal, que gerou um “agravamento do dispêndio para o Estado”.

Enquanto no protocolo inicial, o Estado pagava 1,9 milhões de contos (na primeira fase), ou seja, 9,4 milhões de euros, através de fundos comunitários (…), o montante que passou a ser comparticipado pelo Estado cresceu para 26.065.259 milhões de euros, ou seja três vezes mais 300%!”, critica o TC.

O organismo presidido por Guilherme d’Oliveira Martins acusa ainda o Estado de não ter acautelado a posição dos contribuintes ao descurar a missão de fiscalização e ao assumir a quase totalidade dos riscos, pelo que “este contrato não configura, pois, uma verdadeira concessão, em PPP [Parceria Público-Privado] pela eliminação, para com a concessionária, do risco ligado à exploração do serviço, bem como, pelos elevados riscos que impõe ao Estado, o que poderá conduzir a uma derrapagem significativa do valor inicial da comparticipação contratualizada para as infra-estruturas de longa duração”.

O Metro Sul do Tejo foi inicialmente pensado há 20 anos e a sua primeira fase, numa extensão de 13,5 quilómetros, só está fisicamente executada em 70% (em cerca de nove quilómetros). Nesta primeira fase, estava previsto efectuar-se a ligação entre os concelhos de Almada e do Seixal (Cacilhas-Corroios- Pragal e Cacilhas – FCT/Universidade Nova), mas a sua concretização tem sido sucessivamente adiada porque têm existido entraves por parte da Câmara Municipal de Almada para disponibilizar os terrenos que permitam concluir esta parte do traçado.

Posteriormente, numa segunda fase, a linha será estendida até ao Fogueteiro, e numa terceira fase prevê-se a ligação do Fogueteiro ao Seixal e Barreiro, o dará ao MST uma extensão total de 28 quilómetros.

O atraso global do empreendimento [nesta primeira fase] é de cerca de dois anos e três meses, se considerarmos como certa a data final da obra, prevista para o primeiro trimestre de 2008”, alerta o TC.

O MST, que deveria servir uma população de 2,8 milhões de passageiros e gerar uma procura máxima de 90 mil passageiros diários, já passou pelas mãos de oito ministros, três secretários de Estado e três encarregados de missão."
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Aqui (clique) outra leitura sobre a posição dos residentes na Ramalha.


Ainda no Diário Económico mais isto sobre este escândalo Nacional. Continuam ainda a fazer crer que tudo isto é invenção e que engolimos as mentiras dos eleitos CDU, os grandes tresponsáveis por este estado de coisas ?

Um projecto fundamental para a mobilidade a sul e para a redução da poluição pelo tráfego urbano está a ser manipulado pela Câmara de Almada de uma forma vergonhosa e dispendiosa. Vamos pagar 3 vezes pelo mesmo, e possivelmente mais 68 milhões de indemnizações à concessionária...para já!!!

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Auditoria do Tribunal de Contas volta a arrasar empresa de transportes 2007-01-22

Concessionária do Metro Sul do Tejo pede 68 milhões de indemnizações ao Estado

O reequilíbrio financeiro solicitado pela concessionária do Metro Sul do Tejo (MST) ao Estado português ascende a cerca de 68 milhões de euros, revela a auditoria do Tribunal de Contas (TC) efectuada àquela empresa de transportes e hoje divulgada.

Nuno Miguel Silva

“Relativamente a estas reclamações feitas pela concessionária, a comissão de acompanhamento efectuou já uma primeira análise global, que sendo provisória, não reflecte ainda qualquer princípio de acordo com aquela, mas tão só uma primeira estimativa total das suas solicitações”, refere a auditoria do TC.

Destes 68 milhões de euros da concessionária do MST, liderada pelo Grupo Barraqueiro, em meados de 2006, “somente se encontravam em condições de ser aceites pelo Gabinete Metro Sul do Tejo, cerca de 1 134 089 euros”.

“No que respeita às restantes verbas que, aliás, representam a maior fatia, verificava-se que estas se encontravam ainda a ser objecto de negociação com a comissão de acompanhamento; não sendo ainda previsíveis os montantes a despender pelo Estado, parece evidente existir uma grande pressão financeira sobre aquele e a necessidade bem negociar; tudo como atrasos não justificáveis nas obras do MST”, conclui o TC.

O MST tinha um custo inicial previsto de 320 milhões, dos quais 265 milhões da responsabilidade do Estado e 55 milhões a expensas da concessionária."

9 comentários:

Anónimo disse...

http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=8616

Anónimo disse...

Acabou-se o complexo de esquerda. A margem sul e os "eleitos" ficaram iguais aos das câmaras suburbanas do Porto. O que lamento é que como em outros casos, o tribunal de contas aponta e não penaliza.
Como sabemos o que a casa gasta, só falta haver mais uma maioria absoluta embalada em fogos de artifício. O Avelino e a de Felgueiras comprovam que o problema não é o partido que manda... o poder corrompe e os PCs da nossa terra não são (nem podiam ser diferentes) dos outros...

Merda... estamos bem lixados

Anónimo disse...

É curiosa a forma inflamada de como alguns (p.. Nuno Cavaco) aqui aparecem, incansáveis a defender o Partido, os autarcas, uma certa comunicação social, mas só até às 4 da tarde, é uma questão de expediente!!!?

Anónimo disse...

Ontem deixei o link para o Diário Económico hoje um resumo do Correio da Manhã

"O Metro Sul do Tejo é um bom exemplo de como é que uma boa ideia – a melhoria das condições de transporte urbano – se pode transformar num projecto ruinoso para todos: para o Estado, porque vê agravar os seus custos (ainda por calcular na totalidade), para a empresa concessionária que está praticamente na falência e para 2,8 milhões de pessoas que serviria."

Depois digam que andamos a a inventar!

Mário da Silva disse...

Se a Câmara Municipal de Almada fosse uma Sociedade Anónima -- ou pelo menos se rege-se por algumas regras das Sociedades Comerciais -- este Executivo estaria neste momento a pagar do seu bolso uma grossa indemnização aos seus acionistas (nós) e ainda se arriscavam a ir para a cadeia pelo crime de gestão danosa... mas como é uma "coisa pública" criada e gerida pelos politicos e pela partidocracia bem podemos esperar sentados.

Isto só vai lá com outras Leis.

Mário da Silva disse...

Há dias, um amigo francês teve o azar de partir um pé em Almograve, passava das 8 da noite. No Centro de Saúde de Odemira há aparelho de raios X, mas falta radiologista. E lá foi o Jacques para Beja, numa ambulância transportava também uma senhora idosa, utente de um lar e teve de parar várias vezes pelo caminho. No hospital as coisas nem correram mal: pela meia-noite estava pronto e engessado. O pior foram as dores: não lhe deram analgésicos e receita, só no médico de família, que ele não tem em Portugal… A ambulância já tinha abalado: com alguma sorte, “apanhou boleia” noutra ambulância para Milfontes, ás 3 da manhã. Em desespero, Jacques comentava: «Misère! En France, ce serait la révolution!».

O resto aqui

Como eu continuo a achar que o que nós tivemos foi um golpe de estado militar que foi depois apropriado pela população e subvertido pelos partidos políticos, a minha esperança que as coisas mudem é muito baixa mesmo.

Se isto fosse a França já outro galo cantaria à muito tempo.

Até quando o Povo vai aguentar?
Povo manso... e triste.

A única verdadeira demonstração expontânea e livre de espartilhos partidários que houve foi o primeiro 1º de Maio. E quem lá esteve não o esquece. A alegria. A unidade das pessoas.

Estes jovens carreiristas que se arrogam de grandes democratas nem se lembram (porque nem podem) do que era antes (que isto também não era o Chile) nem o imediatamente depois, que foi verdadeiro.

Como foi possível que o Povo tivesse deixado isto chegar ao estado em que chegou? A corrupção, os interesses, a venda do país aos pedaços aos estrangeiros e em condições que nenhum português tem...

Até mais.

Ponto Verde disse...

Os agradecimentos ao António pela dica, hoje todos os diários falam desenvolvidamente no assunto, pena o "Debate", não ter sido esta semana...

Anónimo disse...

A ultima vez que me ví uma composição do MST a circular "em testes" no Laranjeiro já me escapou da memória. No entanto... "eis senão quando" esta manhã, dia 23 de Janeiro, na manhã seguinte à passagem nos noticiários da RTP1 e SIC de peças sobre o relatório do Tribunal de contas, lá andava o comboiozinho, para mostrar ao povo...
Não se pode dizer que esta gente não tenha um certo sentido de humor... é retorcido e doentio, mas têm-no...

Anónimo disse...

Era manhã de nevoeiro O.J. ?