sexta-feira, janeiro 05, 2007

COSMÉTICA DUNAR



Costa de Caparica 1757

A cosmética induzida pela opinião pública e responsáveis autárquicos sobre o INAG para que se procedessem a obras “urgentes” para salvar o que nunca devia ali ter sido autorizado e existido (apoios de praia sobre as dunas, parques de estacionamento, habitação parques de campismo) , na prática nada que se perdesse realmente , se deixasse de existir.

Óbvio que a força do Mar acabou por derrotar as construções na areia que ali estiveram a fazer nas últimas semanas, gastando à volta de 300 mil euros. O que é curioso é que continuam a dar tempo de antena e espaço na imprensa ao concessionário de um dos bares ameaçado... que continua a exigir o Paraíso e a pressionar a opinião publica.

Por outro lado temos agora também o presidente da Junta de Freguesia a clamar “por uma obra definitiva de defesa costeira” , o que quer dizer com isso e como vai ser paga? Bom, como é natural, por todos nós, que não temos apoios de praia para explorar e tirar férias seis meses no ano, por todos nós que não ocupamos terreno de direito maritimo privilegiadamente durante décadas, que ali não construímos clandestinamente...

Pergunto também ao senhor presidente da Junta que obra do homem é "definitiva" perante a tendência natural de avanço da natureza , agravado por factores humanos e ambientais. O perfil da Costa da Caparica no Século XVIII não lhe dá que pensar, e a ilha do Bujio? O que era e o que é hoje?

Já agora senhor Presidente da Junta, quem vai pagar e quem vai lucrar?

Todos por defender uma zona a preservar de natureza para TODOS , ou a meia dúzias de chicos espertos do costume?

E já agora, a Câmara de Almada continua a querer fazer um bairro de realojamento naquele local para os ocupantes ilegais não ficarem "desenraizados" , mesmo que isso obrigue a ali construír uma muralha ciclópica? Vai pôr essa população numa zona comprovadamente de risco, onde não devia ser permitido construír.

Por sua vez a Assembleia Municipal de Almada vai propor "um gabinete de monitorização das praias ", já só cá faltava o vazio de propostas concretas e uma forma de desresponsabilização e fuga para a frente com propostas puramente burocráticas de politicos que permitiram que a Costa de Caparica como a conhecemos se desenvolvesse na forma massificada e suburbana dos últimos trinta anos, agora para que servem "gabinetes de monitorização" ?

Sobre este tema recomenda-se a visita a Caparica Futurista.

5 comentários:

Caparicano disse...

Caro Ponto Verde, o Presidente da Junta Engº António Neves é contra o terceiro mundismo dos Parques de Campismo e bairros de lata que proliferam um pouco por toda a freguesia.

Enquanto Junta, o responsável máximo da freguesia não pode fazer mais do que clamar às televisões que se preocupem realmente com a Costa de Caparica, coisa que tanto Câmara Municipal de Almada, INAG e Governo não têm feito nos últimos 50 anos.

Às vezes apetece dizer que faz falta um Tsunami à Costa de Caparica e todo o litoral português. Há muita coisa que têm de acabar e desaparecer !

Anónimo disse...

Realmente também duvido acerca da efectividade destas obras, pois não sei até que ponto o problema se resolverá definitivamente.

Também concordo com o Caparicano no que diz respeito ao Tsunami, necessário para limpar muita coisa que existe de mau na nossa costa.

Ponto Verde disse...

Concordo com o Caparicando e é possivel que tenha sido injusto com o Sr.Presidente de Junta , mas acho tudo isto surreal, aliás é surreal a forma como a Câmara de Almada permitiu e fomentou a destruição da Costa, a subserviência aos Serra e Irmãos Limitada e outros que tais que transformaram a Costa numa Cruz de Pau da beira-mar .

Admiro até as sucessivas Juntas de Freguesia que sempre fizeram o que puderam, ou melhor, não puderam , já que de uma côr diferente da autorizada, mas há limites para o que se pede, para o que é ou não possível.

Mas uma coisa concordo, é o que o que estão ali a fazer agora é um perfeito disparate!

Anónimo disse...

Relativamente a ideias concretas o vazio continua a alimentar uns comilões e outros que virão e nada farão para virem outros comer e nada fazer e assim se voltar a dar continuidade aquilo que não pode deixar de ser alimentado para que a suposta e bem posta e comportada classe comilona continue a alimentar-se à custa do cidadão contribuinte, utente, consumidor e parvo que não se apercebe que anda a alimentar uma corja de parasitas travestidos de competências e demagoga democracia.

Anónimo disse...

Ponto Verde:
Sobre o seu comentário de cosmética dunar e mais especificamente sobre apoios de praia, gostaria de lembrar que as praias da Caparica são praias urbanas, frequentadas por milhares de pessoas e que por isso carecem de determinadas infraestruturas (como sejam vigilância na praia e instalações sanitárias, por ex.) que são exclusivamente asseguradas pelos ditos "apoios de praia".
Estes apoios de praia não são portanto clandestinos (ao contrário de muita coisa que existe na Costa e para a qual existe, em regra, realojamento assegurado, como diz no seu comentário) e cumprem, mais ou menos escrupulosamente, as indicações do Ministério do Ambiente quanto a tipologia e local de implementação (!!!em cima das dunas??!).
Obviamente que quem vive na Costa tem assistido à sua deterioração exponencial, não só em termos de praia mas em relação a tudo o resto. Agora, não há que confundir entre o que é clandestino e os ditos apoios de praia, quanto a mim essenciais para garantir uma qualidade mínima de limpeza e segurança em praias URBANAS (não estamos a falar de praias como a do Meco, por exemplo).