terça-feira, novembro 14, 2006

PORTUGAL SECULO XXI QUE AMBIENTE?



















O Diário de Noticias de domingo trouxe-nos um extenso relatório sobre o estado do ambiente em Portugal e suas perpectivas futuras, transpondo para Portugal os alertas do relatório Stern.

O retrato ambiental para Portugal nas próximas décadas não é nada de animador, sobretudo de nada for feito para inverter as politicas actuais . Portugal é mesmo apontado como um dos países que em todo o mundo mais vão sofrer com as alterações climáticas na perspectiva de um cenário de aquecimento global.

O DN colheu a opinião de algumas personalidades ligadas à temática ambiental, começando por Helena Freitas, "os recursos naturais são a base da sustentabilidade ecológica e sem ela não há sustentabilidade económica e social". A sua dilapidação equivale à destruição dos sistemas que suportam a vida: a água, o solo, a floresta, as fontes de energia, criando situações irreversíveis, acrescenta ainda a ex-presidente da Liga para a Protecção da Natureza. "Sem eles, não ficam assegurados os ciclos hidrológicos e o equilíbrio dos ecossistemas." Ou seja, põe-se em causa a sobrevivência dos solos, os recursos alimentares, a continuidade de actividades económicas como a agricultura, a pesca ou o turismo e, em última instância, "a própria segurança das populações."

Hélder Spinola da Quercus por sua vez refere "A perda do equilíbrio dos ecossistemas tem consequências gravíssimas. Os exemplos estão à vista." Quando as construções ocupam zonas protegidas e espaços naturais, leitos de rios ou a orla costeira, o solo deixa de ser permeável, de ser fértil, de se regenerar. Cheias, incêndios florestais, secas graves ou aluimentos de terra são consequências óbvias que já começaram a ser sentidas. E o território fica cada vez mais à mercê das catástrofes naturais".

A socióloga Luísa Shmidt declara "Aliado ao desordenamento do território que povoa não apenas a orla costeira está o crescimento desenfreado das áreas metropolitanas. Arrastando uma mão-cheia de agravantes: mais poluição sonora e atmosférica, mais consumo de energia, mais problemas de saneamento e tratamento dos resíduos, entre outros."

Viriato Sorumenho Marques por sua vez afirma "No litoral assiste-se a uma combinação explosiva de problemas. "Aí conjugam-se todas as ameaças, desde o aumento de erosão e a provável subida do nível do mar devido às alterações climáticas, até à pressão sobre solos protegidos tanto pela Reserva Ecológica como pela Reserva Agrícola dentro e fora das áreas protegidas." E aí o que está em causa não é só a perda de biodiversidade mas a "capacidade de produção agrícola".

Perante isto há ainda por entre os nossos ilustres autarcas quem ache que não se passa nada, para continuarem impunemente e para benefício próprio, a arrastar para o abismo as futuras gerações , em troca de um imediato bem estar próprio ou ilusório poder.

8 comentários:

Anónimo disse...

Há quem tenha a opinião contrária, ver em www.banheirense.blogspot.com.

É verdade, há também quem tenha a ideia que estes alertas sobre o aquecimento global vêm do lobbye nuclear.

Interessante as opiniões de www.mitosclimáticos.blogspot.com

nunocavaco disse...

Gostava que escrevessem qual é o valor de aumento da "temperatura global" e se já ocorreram ou não períodos na história com valores de temperatura mais elevados do que os de hoje.

Se querem discutir a sério temos de falar nisso.

Anónimo disse...

WWF APONTA CUBA COMO ÚNICO PAÍS COM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Relatório bienal da organização, apresentado em Pequim, diz que apenas os cubanos cumprem os critérios minímos de sustentabilidade.
Cuba é o único país do mundo com desenvolvimento sustentável, segundo o relatório bienal apresentado hoje pela organização WWF em Pequim, e que afirma que o ecossistema "está se degradando a um ritmo sem precedentes na história".

De acordo com o relatório, elaborado pela WWF a cada dois anos e que foi apresentado pela primeira vez na capital chinesa, se as coisas continuarem como estão, por volta de 2050 a humanidade precisaria consumir os recursos naturais e a energia equivalente a dois planetas Terra.

É um círculo vicioso: os países pobres produzem um dano per capita à natureza muito menor, mas, à medida que vão se desenvolvendo (exemplos de China e Índia), o índice vai aumentando a níveis insustentáveis pelo planeta.

A WWF elaborou em seu relatório um gráfico no qual sobrepõe duas variáveis: o índice de desenvolvimento humano (estabelecido pela ONU) e o "rastro ecológico", que indica a energia e recursos por pessoa consumidos em cada país.

Surpreendentemente, apenas Cuba tem nos dois casos níveis suficientes que permitem que o país seja considerado que "cumpre os critérios mínimos" para a sustentabilidade.

"Não significa, certamente, que Cuba seja um país perfeito, mas é o que cumpre as condições", disse à Efe, Jonathan Loh, um dos autores do estudo.

"Cuba alcança um bom nível de desenvolvimento, segundo a ONU, graças a seu alto nível de alfabetização e expectativa de vida bastante alta, enquanto seu 'rastro ecológico' não é grande, por ser um país com baixo consumo de energia", acrescentou Loh, que apresentou o estudo em Pequim.

De fato, a região latino-americana em geral parece ser a que está mais perto da sustentabilidade, já que outros países como Brasil ou México estão perto dos mínimos necessários, frente à situação de regiões como África -- com baixo consumo energético, mas muito subdesenvolvida -- e Europa, onde ocorre o inverso.

"Não sei exatamente a que se deve este fato (a boa situação da América Latina), mas é possível perceber que é ali onde as pessoas parecem mais felizes, e talvez se deva ao maior equilíbrio entre desenvolvimento e meio ambiente", disse o autor do estudo.

Apesar das boas vibrações transmitidas pelo bloco latino, a situação global mostrada pelo relatório da WWF é desanimadora. Por exemplo, o número de espécies de animais vertebrados caiu 30% nos últimos 33 anos.

O rastro deixado pelo homem é tamanho que "são consumidos recursos em tempo muito rápido, que impede a Terra de recuperá-los", disse o diretor-geral da WWF, James Leape, que também participou da apresentação do relatório em Pequim.

O "rastro ecológico" do homem, seu consumo de recursos, triplicou segundo a WWF entre 1961 e 2003, por isso o ser humano já pressiona o planeta 25% a mais do que o processo regenerativo natural da Terra pode suportar.

Além disso, há uma piora da situação, apesar de esforços como o Protocolo de Kioto. No relatório da WWF anterior, publicado em 2004, o impacto do homem ultrapassava em 21% a capacidade de regeneração do planeta.

O novo relatório da organização coloca na "lista negra" de países com alto consumo per capita de energia e recursos os Emirados Árabes Unidos, EUA, Finlândia, Canadá, Kuwait, Austrália, Estônia, Suécia, Nova Zelândia e Noruega.

O fato de o relatório ter sido apresentado na China mostra a importância que a WWF dá ao futuro da economia asiática, pois a forma como escolher se desenvolver "é fundamental para que o mundo avance rumo ao desenvolvimento sustentável".

Apesar de China ser o segundo maior emissor mundial de gases poluentes, devido à grande população seu "rastro ecológico" per capita é muito baixo em comparação aos países mais desenvolvidos, o que ocorre também no caso da Índia.

O especialista Jiang Yi, da universidade pequinesa de Tsinghua, disse no ato realizado em Pequim que uma das chaves para melhorar o consumo de recursos e energia na China é "desenvolver um sistema rural de equilíbrio energético" e investigar alternativas de calefação e ar condicionado para as casas chinesas.
Com os agradecimentos ao
http://aldeia-paiopires.blogspot.com/
que demonstra ser o melhor blog do concelho do Seixal

Anónimo disse...

É verdade que já ocorreram fases na história do planeta em que as temperaturas regionais e globais foram superiores e inferiores às do presente. Tal como houve fases em que o teor de oxigénio da atmosfera foi diferente dos presentes 21% (20,946% para os preciosistas). Tal como muitos outros factores têm variado, como é natural variar num sistema dinâmico e de complexas interacções como é o terrestre. A questão reside na particularidade de que as antigas mudanças (climáticas ou outras) terão ocorrido em períodos que ultrapassam em muito os cerca de 100 anos de que datam o início das mudanças antropogénicas (causadas pela acção humana) no meio, o que implica a possibilidade da adaptabilidade das espécies, especialmente no que toca ás espécies de relevância comercial, como as pecuárias e agrícolas. Para além disso há a considerar a gravidade aumentada dessa mudanças num mundo em que a presença humana tem características radicalmente diferentes. Num mundo em que a população humana aumentou exponencialmente desde as chamadas "idade quente" em c. 900 D.C. e "pequena idade do gelo" de c. 1700, é mais do que natural esperar que estas mudanças impliquem tensões entre as nações ou comunidades, com magnitude bastante superior às causadas pelos fenómenos atrás mencionados. Os conflitos regionais com base na luta por recursos como acesso a zonas agrícolas férteis ou reservas de água fará regressar a espécie humana ás suas necessidades básicas, com a diferença que os competidores são agora biliões, em vez de umas meras dezenas de milhão, e em vez de armados com mocas ou com canhões de bronze, têm agora megacorporações e armas termonucleares. Se calhar, com este nível de possíveis consequências, era melhor não monosprezar tanto factos como a perda das neves do Kilimanjaro, a regressão de glaciares, a seca do mar de Aral, ou a morte massiva de recifes de coral, indicadores provavelmente mais palpáveis e óbvios que quaisquer gráficos ou modelos de mudanças de temperatura. Há coisas na nossa biosfera, na nossa natureza, no nosso mundo a mudar, demasiado depressa. A não ser que do plano individual de cada um de nós faça parte a aceitação das convulsões sociais e políticas daí decorrentes, e de achar que a fome em grandes números (ainda maiores que hoje), a disrupção do modo de vida, ou a extinção de espécies em larga escala, então é capaz de ser melhor começar a pensar global e agir localmente, como é sugerido no sub titulo deste blog.

Anónimo disse...

Quem é o Nuno Cavaco? A mim chegam-me as opiniões de Luisa Shmidt, Sorumenho Marques, Helena Freitas ou Helder Spinola. Este Cavaco é algum construtor cívil ou autarca amancebedo com os mesmos?

nunocavaco disse...

o josé respondeu a uma das minhas perguntas e o que escreveu merece em parte a minha concordância mas, as alterações climáticas não foram tão lentas assim como ele o diz.

Mas qual é o valor de aquecimento?

Pensar global, agir local não está correcto, nem nunca estará. Mas fica para outra discussão, agora aguardo que me refiram o valor de aquecimento.

nunocavaco disse...

Quanto ao ex-militante apenas lhe digo que todos nós podemos discordar. Eu discordo de si e você de mim. Em democracia é assim e eu como cidadão posso discordar e ainda bem. Se calhar até tenho mais habilitações para falar sobre isso do que alguns dos nomes que referiu, se calhar.

Anónimo disse...

presunção e água benta...