sexta-feira, novembro 24, 2006

ARQUITECTURA A SUL






Decorre em Almada o 11º Congresso dos Arquitectos, é proposta dos seus organizadores “ reflectir sobre novos territórios como as periferias”.

Nada mais oportuno nesta Margem Sul vitima de décadas de não-arquitectura, como resultado, não deve ser um exercício fácil para arquitectos vaguear por estas banda onde o risco e o traço da harmonia e do ordenamento (video) está há muito ausente.

Criou-se durante anos a ideia , e a desculpa, de que as causas dessa má arquitectura e urbanismo estaria nos finais dos anos sessenta com o Ponte Sobre o Tejo, esperou-se que os novos tempos, os do “Poder Local Democrático” (“que nenhuma responsabilidade tinha com aquilo”) iam ser melhores , mas nada disso.

Logo depois veio a desculpa (“que nenhuma responsabilidade tinham naquilo”) dos clandestinos, todas as inações eram explicadas por essa vaga de “auto-construção, auto-urbanismo, auto-arquitectura” mas pergunta-se agora. Quem o permitiu? Quem tinha autoridade para o fazer e o não fez? As autarquias, como é óbvio, que não fiscalizaram, que fiscalizaram mal... que fecharam os olhos ... (“não tinham responsabilidade nenhuma naquilo ”).

Foi uma época marcante para a destruição da nossa paisagem , Fonte da Telha , Sobreda, Vale Figueira, Vale Fetal... Quinta do Conde, Pinhal do General, Pinhal dos Frades, Fernão Ferro... foram obra desse laissez faire . Desse construír à multa se encheram também os cofres das autarquias, e os bolsos a quem devia fiscalizar e teve um súbito ataque de cegueira selectiva .

Foi uma obra de arquitectura colectiva “pós-moderna – pop” quantas vezes Kitsh, com elementos arquitectónicos que se subrepunham e mal cabiam no terreno em “avos” (que deram lucro aos Antónios Xavieres de Lima que por cá proliferaram) onde se implantavam. O traço do arquitecto porém era ausente, como o do urbanista, ou de quem tinha sensibilidade e responsabilidade ambiental , o atentado foi geral em todos estes prismas, mas as comunidades humanas daí nascidas numa lógica e dimensão humana baseada numa vida de provincia recriada, suplantaram largamente em vivência humana e qualidade de vida , as urbanizações com patrocínio Camarário como o Pica-Pau-Amarelo, o Vale da Amoreira, a Quinta da Prata, a Quinta da Princesa...

Nos últimos anos, em desespero , as autarquias têm feito ainda pior, para quem pensava que tal não seria possivel. Nunca se construíu tanto (video) em área e em volume como nesta última década , os números da população aumentam na medida directa dos novos problemas que surgem , nunca houve também, tanta casa sem gente para nela habitar. Isto enquanto se degradam os centros mais antigos, os tais que têm a idade da Ponte e os núcleos históricos. E são as mesmas as estruturas viárias !

É por tudo isto oportuno o local escolhido (Almada) e este tempo que para os arquitectos não pode ser outro que, ou de exaltação pelo tudo o que há a fazer, ou de profunda frustração por nada ser feito, à excepção claro está, nos condomínios para ricos, com campo de “góoolfe” ao fundo do jardim...

O que fazer deste poder local ? Onde enquadrar a arquitectura em Câmaras (video) em que a formação técnica de um verador do urbanismo pode ser de serralheiro-mecânico ?

E o que pensam os arquitectos do cemitério de Almada-Feijó (video)?

13 comentários:

Papoila disse...

Almada, Território de Cidadania
Almada, Palavra Aberta

Realmente Almada é um dos locais do país a questão do urbanismo, ou a falta dele, ganha mais destaque tal é a quantidade de maus exemplos espalhados por todos os cantos do concelho.

http://oladocerto.blogspot.com

Anónimo disse...

Para o Ponto Verde quem não pôde estudar porque as adversidades da vida, não lho permitiram, deveria estar condenado a excluido. Os filhos dos trabalhadores teriam de ser trabalhadores, e os filhos dos doutores é que poderiam ser doutores. seria este o mundo ideal para o ponto verde.
Como não tem argumentos para atacar o Jorge Silva, ataca-o e ataca-o e ataca-o, unicamente por ser serralheiro...

Anónimo disse...

"Quem te manda ati sapateiro tocar tão mal rabecão" , senhor Silva não conhece o principio de Peter? Mas que terra é essa da Margem Sul que tem um Serralheiro Mecânico como vereador do urbanismo?

Anónimo disse...

Há muitos sapateiros que tocam, e bem, rabecão... Aliás se conhecesse as histórias das bandas filarmónicas do concelho do Seixal, saberia que as mesmas foram criadas por operários que gostavam de musica e queriam aprender musica. Se o Brasil tem um Presidente metalurgico, porque razão o Seixal não pode ter um serralheiro como vereador! Ou será que o vereador do Urbanismo tem obrigatoriamente de ser arquitecto, e se assim for o vereador responsável pelos espaços verdes terá de ser jardineiro... E o responsável pelo lixo? Terá de ser Almeida?

Anónimo disse...

Sr. Paulo Silva, parece que ainda não entendeu o que lhe andam a dizer por aqui vai dias...

O problema não está em o vereador do Seixal ser serralheiro...está no trabalho que tem ele desenvolvido (ou por outro lado, NÃO tem desenvolvido)...

Simples, não é?
Mas parece que o amigo Paulo Silva gosta de complicar, armar confusão com a profissão do tal senhor - que ao contrário do que afirma não está a ser atacada por ninguém.

Está entendido?
Vá, pare lá de colocar palavras na boca das pessoas.
Se não o fizer pelo Ponto Verde faça-o pelos restantes users, que são pessoas igualmente serias e que pretendem debater e ver debatidas ideias e não telenovelas...

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Senhor André Santos, não brinque... Se para si debater ideias é atacar pessoas unicamente pela profissão... Já vi que ideias o senhor é capaz de debater! O problema é que o ponto verde está no seculo passado e entende que as pessoas são em função dos estudos que puderam ter e não em função daquilo que são! O Jorge Silva é serralheiro, mas tem mais competência que muitos doutores ou arquitectos!

Anónimo disse...

"O Jorge Silva é serralheiro, mas tem mais competência que muitos doutores ou arquitectos!"

Se assim é , porque razão é tão contestado dentro da Câmara e do Partido, ao ponto de se prever uma repetição do que aconteceu no Verão numa Câmara mais a Sul ? E o Sr P. até sabe em primeira mão do que falo...

Há mais três Camaradas na bancada da AR com perspectivas de "desemprego" , a purga ...continua, cuidado J.S.

Anónimo disse...

A contestação ao Jorge Silva existe apenas na mente daqueles que sonham com confusão, onde ela não existe, e que na penumbra do anonimato vão lançando boatos difamatórios... São homens sem verticalidade para assumirem as suas ideias, ou melhor a falta delas...

Anónimo disse...

Jorge Silva tem sido fortemente contestado dentro do Partido e da autarquia.

Anónimo disse...

"Se para si debater ideias é atacar pessoas unicamente pela profissão... Já vi que ideias o senhor é capaz de debater!"

É impressão minha ou está a dizer exactamente o oposto do que escrevi?

Bom, nem interessa, já vi que também gosta de complicar...

O Senhor Jorge Silva é serralheiro, muito bem, tem mais competência que muitos doutores ou arquitectos, ora ainda melhor!

Pois que demonstre essa competência no trabalho que desempenha!

A qualquer pessoa que ocupe um cargo só lhe é pedido que o desempenhe bem!

Mais nada.

nunocavaco disse...

Falando de legitimidade. Qual é a legitimidade de um qualquer senhor afirmar coisas como esta ... "as urbanizações com patrocínio Camarário" e aqui refiro-me a 2 que o ponto verde indicou na Moita, o Vale da Amoreira, que não é uma urbanização e que foi um bairro, e agora uma freguesia, com uma génese complicada antes e depois do 25 de Abril e a Quinta da Fonte da Prata.

Ora se o Sr. não sabe e acusa, isto assume traços difamatórios. Fico-me por aqui porque já escrevi tantas e tantas vezes no mesmo sentido que já estou cansado mas deixo um desafio, explique lá qual foi o patrocínio camarário nestas urbanizações, uma resenha histórica era aconselhável.

Quanto ao vereador em questão, discutir a competência de um vereador sem ter conhecimento na matéria é uma demonstração de pura ignorância. Mas pegando no que diz, apenas podiam ser eleitos para vereadores de urbanismo aqueles que possuissem grau académico na área e aí meu amigo, quase nenhum eleito o podia ser. Não é?

tms disse...

O post é interessante embora não me pareça que se adapte à realidade actual de Almada.
De qualquer forma gostaria de referir que não me parece que a formação ou grau académico do vereador do urbanismo seja a principal questão.
O problema é que em Portugal, quando alguém é nomeado para o lugar de vereador do urbanismo, transforma-se no melhor e mais importante técnico do urbanismo do concelho.

nunocavaco disse...

Caro random blog ninguém é nomeado vereador do urbanismo, as pessoas são eleitas e cabe ao nº 1 da lista vencedora distribuir os pelouros.