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terça-feira, dezembro 04, 2007
AINDA O SAPAL DE CORROIOS
O sapal sempre teve uma auréloa de mistério, sobretudo quando o vejo em manhãs de nevoeiro como esta de hoje , é um cenário, não fantasmagórico , mas fantástico lembro as belas carcaças das embarcações tradicionais que ali jaziam e agora o cemitário de ferro que há nalgumas zonas desse sapal, as aves que ali nidificam ou por lá passam e mais recentemente o cheiro nauseabundo na maré-vazia.
E depois há o lodo, sempre presente, um cenário assim só na envolvente de Nova Yorque e a presença dos Sopranos.
O lodo, sempre presente ...o lodo , sempre o lodo...não percebo agora porque razão aparecem agora várias entidades a querer tornar em areia branca e resplandecente, essse lodo cinzento e fedorento...
Que razões há para que isso aconteça ?
Porque razão a (depois oponente) Câmara do Seixal permitiu as obras ? Porque razão não as embargou ?
É que tratava-se de dezenas de hectares a nascer ali á vista de todos , sem uma informação do que se tratava...porque razão as obras avançaram até ao fim, sem que ninguém lhes pusesse cobro ?
E porque razão vem agora a Comissão de Coordenação Regional e a Direcção Geral de Agricultura e Pescas em uníssono dar-nos o facto como consumado dizem eles em notícia do JN :
« "...recuperar aquela zona para sapal tem um impacto ambiental maior do que acabar o projecto da piscicultura que já se começou”.
A CCDR, a Direcção Geral das Pescas e Agricultura (DGPA) e o Instituto da Conservação da Natureza já deram parecer positivo ao projecto, faltando apenas o parecer da autarquia, que foi quem embargou a obra há seis anos.»
Pondo a batata na mão da Câmara, logo a autarquia pela voz de Jorge Silva , Vereador afirmar :
“o que havia na altura que ditou a oposição do município ao projecto já não existe”, referindo-se ao facto da então Direcção Regional do Ambiente e Ordenamento do Território (DRAOT) ter dado luz verde à Viveilis sem o parecer da autarquia. “Ultrapassaram as competências da autarquia”.
Ou seja, para a autarquia do Seixal, destruír o ecossistema, património natural não é importante (vindo de Jorge Silva , não admira ... afinal é só lodo...para quem já chamou "zona agreste" a um pinhal protegido, não está mal...) o que é importante e lhe tocou fundo são os pequenos poderes...
« “o que havia na altura que ditou a oposição do município ao projecto já não existe”, referindo-se ao facto da então Direcção Regional do Ambiente e Ordenamento do Território (DRAOT) ter dado luz verde à Viveilis sem o parecer da autarquia. “Ultrapassaram as competências da autarquia” »... isto para quem está sempe em oposição ao poder central não está nada mal!!!
Mas o que ficámos a saber e ficou a descoberto com estes novos factos foi que afinal a Vivelis, a empresa proprietária do viveiro tem um "ascendende" que nesta altura de timing pré eleitoral em que já vivemos é um trunfo de extrema importância para que se branqueie todo este processo, é que há, não nos esqueçamos um diferendo entre a Vivelis e a autarquia com terrenos ainda não cedidos para que a obra parada há três anos da alternativa á EN 10 possa avançar...
Afinal, é bom que se branqueie a piscicultura para que os tubarões avancem com a campanha!
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4 comentários:
Os crocodilos também voam...baixinho...
"o que havia na altura que ditou a oposição do município ao projecto já não existe” vejam as declarações do Presidente da CMS em 2001 no site do grupo flamingo.
A politica do facto consumado, em espinhas e sem consequências. Estragaram, pois estragaram, agora, punir, voltar a repôr ? NÃO agora vamos deixar como está pois então. Quemn é o Dono dos viveiros e que relações tem com os poderes ou podres?
Não percebo como é que os danos ambientais de repôr a zona como estava originalmente podem ser maiores que os causados ao deixar em laboração uma produção agropecuária (que é o que uma piscicultura se trata). Não se vão dar concentrados proteicos aos peixes, nem antibióticos ou outros promotores de crescimento, nem os tanques vão produzir efleuntes? Tudo isto e tudo o resto envolvido numa piscicultura tem menos impacto no sapal que abrir os canais e deixar as marés fluir outra vez para dentro daqueles hectares? Ah, e só mais uma coisa: os peixes alí criados vão ter "denominação de origem", como seria suposto? Eu acho que seria do interesse do consumidor saber que o produto é "made in seixal" - o interesse é o mesmo de saber se consumo vegetais "made in estarreja", por exemplo.
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