sexta-feira, julho 08, 2005

POR UMA CULTURA DE AMBIENTE III
















A maioria dos nossos autarcas tem do ambiente e da sustentabilidade do desenvolvimento, uma ideia que vai do folclorico ao politicamente correcto.

Fazê-los crêr que assim não deve ser, e que ter uma politica ecológica nem sai mais caro e traz maior qualidade de vida é o mesmo que fazer crer a Bush que as alterações climáticas são uma realidade, que as suas causas estão identificadas e que mais vale prevê-las e implementar medidas de contenção definidas no protocolo de Quioto , do que depois remediar as consequências de nada ter feito.

Serve isto pera lembrar que a àrea urbana da Margem sul é um espaço geográfico práticamente plano, com um clima excepcional, e que foi na sua generalidade construida de raiz nos ultimos trinta anos, e, que apesar de não sermos um país rico, não se projectou um unico metro de passeio ou de alcatrão pensando em meios de transporte alternativos e não poluentes como a bicicleta caída em desuso pelos cidadãos (que sempre a conheceram) que vindos de todo o país, mas sobretudo do Alentejo se fixaram nos concelhos da Margem sul.

Em poucos países da Europa, até nalguns que têm atrás de si uma história de pioneirismo na construção automóvel, tem a motorização privada, a conotação de ascensão social que nós portugueses interiorizámos e que levámos ao seu máximo expoente na ultima década , apesar da TOTAL dependência do petróleo.

Nem hoje com o petróleio a disparar para preços proibitivos, abdicamos de "ir tomar a bica" ao fim da rua sem ser no belo carrinho , ou se vamos a pé é só para não perder aquele belo lugar de estacionamento estratégico junto ao prédio.

Queiramos, quer não ,é provável que esses maus hábitos , tomados por adquiridos venham a ter que mudar, não por maior cultura ecológica, mas porque o "bolso" não aguenta. Aí vai-se descobrir que afinal a "cidade" em que se transformaram as nossas equilibradas vilas e aldeias, também esqueceu a bicicleta e que os seus autarcas para além de na meia duzia de "ciclovias" e outros tantos kilómetros inaugurados porém com pompa e circunstância , andar na estrada ou na rua de "pasteleira" é uma prova radical de obstáculos permanentes, e depois ? nem sitio há para estacionar a "bicla" ... é que os autarcas que cederam à modernice da ciclovia (sempre fica bem...) entendem que o cidadão traga até à pista, na sua reluzente viatura a sua "mountain-bike" reluzente (um contrasenso) , dê umas pedaladas e volte a casa da mesma forma , entretanto deu uma de radical-ecologista ("Gandas malucos"...).

Esqueceram que a cidade vista desta forma é um desperdicio, até a construção destas ciclovias é só mais um luxo de país pobre e inculto. A ciclovia deve ser útil e não futil, deve estender-se por toda a cidade, sendo também uma forma de nela circularem outros veículos, por exemplo veículos para cidadãos com mobilidade reduzida (fotos: duas primeiras fotos , suburbio operário dos arredores de Londres, terceira , Itália ; Verona) ou simples carrinhos de bébé, ou cadeiras de rodas, tarefa impossivel nas nossas cidades ocupadas pelo " status" do automóvel.

Será isto muito dificil de entender?

2 comentários:

Anónimo disse...

Eles não se preocupam com os idosos, os mais desfavorecidos ou com a qualidade de vida.

Anónimo disse...

Subscrevo integralmente o último parágrafo. Octávio Lima (ondas2.blogs.sapo.pt)