Deixa-nos bem dispostos a leitura da divertida análise da actual crise dos combustíveis e dos alimentos pelo ângulo de vista do Engenheiro Demétrio Alves , num ângulo que remete para a queda do Muro [Capitalista o Wall (Street) ] enquadrado numa visão do mundo que parece querer remeter a um certo passado de antes do outro Muro (o de Berlim) do qual terá sem dúvida alguma nostalgia , sem se lembrar do essencial , trata-se de um passado que implodiu de tão ratado, corrupto e corroído que estava...e não menos dependente do petróleo ...
O artigo pode ser lido aqui na íntegra no Setúbal na Rede , não vou entrar na deriva pseudo-intelectual da análise da crise , nem a sua visão de diabolização do sistema capitalista e às teorias da conspiração associadas, considero mais curiosa (e grave) a análise que faz , de alguns pontos práticos... só possível de levar a sério, omitindo o ridiculo do pressuposto a que o Engenheiro Demétrio Alves reduz um dos factores mais preponderantes desta crise , o aumento de procura na China e na Índia reduzida por si , a uma variação em qualidade e quantidade das dietas alimentares nestes países ...
O Engenheiro Demétrio Alves considera sobre a energia eólica que " ... a intensidade disparatada, particularmente em Portugal, da corrida a esta interessante energia renovável, está já a criar desequilíbrios graves, tanto no que diz respeito às paisagens, como à rede eléctrica nacional..." .
Será que aqui encontramos a razão da não existência de nenhum Parque Eólico na Península de Setúbal ?
Como é possível considerar um disparate do Governo aquela que e que é por ventura a sua maior aposta ganha ?
Considera também que "...Remeter as pessoas para as deslocações pedonais, para as bicicletas, para sistemas de transportes lentos, escassos e desconfortáveis, ou para soluções alternativas individuais luxuosas (certos híbridos), ou miríficas (veículos a hidrogénio), é, no mínimo, uma ingenuidade."
Isto, ao mesmo tempo que faz do automóvel e da cidade a seguinte análise que (até ) subscrevo embora discordemos na origem e na forma :
(o automóvel ) - "Propiciou, também, oportunidades de negócio e de crescimento exponencial e extensivo das cidades nas sociedades industrializadas e não só. Determinou um campo propício à especulação imobiliária e financeira. Provocou implosões urbanas e sociais, e colapsos ambientais.
Não há alternativa: há que regenerar, reordenar e requalificar as cidades. A Cidade."
Compreendo a visão do Engenheiro Demétrio Alves ao encontrar sempre um agente exterior para desculpar os que no terreno e tendo a possibilidade de avançar numa outra direcção, nomeadamente os Autarcas Comunistas , o não fazem ... mesmo com manifestos e compreensíveis saudosismos do antes da queda do muro .
Agora não compreendo é que se oponha a formas de projectar a cidade na sua dimensão humana , aquela que permite aliás ," ingénuas" deslocações pedonais e de bicicleta ... só me leva a ter pena e pensar o quanto inocentes e atrasados são aqueles povos por exemplo do Norte da Europa , os Holandeses , os Dinamarqueses , os Suecos... que tão "inocentes" e "desconfortáveis" meios de deslocação usam...e como "desfeiam a paisagem" com os parques eólicos que têm instalados... (aliás o que nos últimos anos em Portugal , mais tem desfeado a paisagem , são mesmo ...os Parques Eólicos...)
Uma coisa agradeço sinceramente ao Engenheiro Demétrio Alves - perante a sua avaliação do Mundo e a sua visão da cidade e de quem a planeia - a sua oportuna demissão do cargo de Director Executivo da Sociedade Setúbal Polis , pois penso que Setubal e o País têm mais a ganhar com Parques Eólicos e formas "ingénuas" de mobilidade do que com as avaliações , análises e teorias do Engenheiro Demétrio Alves !
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EXTREMO OPOSTO - UMA POLÍTICA AMBIENTAL É POSSÍVEL
Num outro extremo das teorias do Engº Demétrio Alves estará , por exemplo em Paris, a implementação do projecto VELIB , um sistema de aluguer de bicicletas para deslocações dentro da cidade em alternativa a outros meios de transporte.
8 comentários:
A escrita do Engº Demétrio Alves apenas faz sentido num programa do gato fedorento.
"... a intensidade disparatada, particularmente em Portugal, da corrida a esta interessante energia renovável, está já a criar desequilíbrios graves, tanto no que diz respeito às paisagens, como à rede eléctrica nacional..." .
Admitindo que o (mau) efeito sobre a paisagem é discutível, já não sei se não haverá efectivamente problemas com arede eléctrica. Idealmente a carga (qtd) de energia da rede deveria ser igual à que é pedida. E numa míriade de fornecedores (centrais térmicas, barragens, eólicas, Importação, e em muito menor escala fotovoltaicas) pode não ser fácil gerir isto tudo. Não nos devemos esquecer que em prncípio, todos os vendedores tentarão maximizar a sua venda de energia, pelo que haverá interesses contraditórios quando p.e. de noite, o pedido de energia baixa significativamente.
O assunto é complexo, mas dê-se uma vista de olhos a http://manuelrrocha.blogspot.com/2008/02/alternativas-caprichosas.html
O maior problema é o que não falta para aí são engenheiros como o Demétrio Alves.
Mais de 1.500 geradores de energia eólica deverão ser instalados em Portugal nos próximos sete anos, para que cerca de 30 por cento da electricidade seja produzida através de fontes renováveis.
O professor universitário Álvaro Rodrigues lembrou que Portugal, para cumprir uma lei europeia, terá de passar dos 216 megawatts (MW) produzidos actualmente a partir de fontes renováveis para os 3.750 MW.
Para alcançar Wind Powereste valor deverão ser necessários entre 1.500 e 2.000 torres de produção de energia a partir do vento.
"Em 2010, o sistema eléctrico nacional terá de passar dos 10 mil MW actuais para 14.500"
Portugal ocupa o nono lugar no ranking dos países com maior capacidade de produção instalada de energia eólica, um sector que cresceu 32% nos mercados globais em 2006, divulgou esta semana a APREN - Associação Portuguesa de Produtores Independentes de Energia Eléctrica de Fontes Renováveis.
Portugal tem uma capacidade instalada de 1,716 megawatts (MW), correspondente a 2,3 por cento do mercado mundial, de acordo com o relatório de 2006 do Global Wind Energy Council (GWEC), citado pela APREN.
Os países com as maiores capacidades de produção instaladas são a Alemanha (20,621 megawatts), Espanha (11,615 MW), os Estados Unidos (11,603 MW), a Índia (6,270 MW) e a Dinamarca (3,136 MW).
Em termos de nova capacidade instalada no ano passado, os Estados Unidos continuam a liderar com 2,454 MW, seguidos da Alemanha, Índia, Espanha, China, França, Canadá e Portugal, que tem 694 MW.
Os dados do GWEC, que abrangem os desenvolvimentos em matéria de energia em mais de 70 países em todo o mundo, incluindo Portugal, evidenciam que durante o ano foi instalada uma potência 15,197 MW, elevando a capacidade total instalada de energia eólica para 72,223 MW, em comparação com os 59,091 MW de 2005.
O Engenheiro Demétrio Alves considera sobre a energia eólica que " ... a intensidade disparatada, particularmente em Portugal, da corrida a esta interessante energia renovável, está já a criar desequilíbrios graves, tanto no que diz respeito às paisagens, como à rede eléctrica nacional..." .
Uma outra abordagem ao porquê da eólica ser o que é em Portugal, e que não passa pelos disparates de certos políticos mas pelo vil metal do costume.
"Portugal ocupa o nono lugar no ranking dos países com maior capacidade de produção instalada de energia eólica, um sector que cresceu 32% nos mercados globais em 2006, divulgou esta semana a APREN - Associação Portuguesa de Produtores Independentes de Energia Eléctrica de Fontes Renováveis." - anónimo
É pena é sermos um dos países com maior exposição solar e tão pouca ser aproveitada.
Lá fora, nos países nórdicos, eles tiveram a feliz ideias de aplicar paineis solares nas torres eólicas e até nem têm assim tanto sol.
Alguns artigos interessantes a lêr:
http://www.treehugger.com/files/2008/03/ge-printing-oleds-organic-leds-solar.php
http://www.treehugger.com/files/2008/03/solaria-cheaper-solar-panels-pv-silicon.php
http://www.treehugger.com/files/2008/03/wind-solar-computers.php
http://www.treehugger.com/files/2008/03/renovation-vs-new-construction-carbon-footprint.php
http://www.folkecenter.net/gb/news/world/solarzentrum/
"Mais de 1.500 geradores de energia eólica deverão ser instalados em Portugal nos próximos sete anos, para que cerca de 30 por cento da electricidade seja produzida através de fontes renováveis." - outro anónimo
E é com notícias destas que a monopolista EDP Renováveis (a quarta maior do mundo em energia eólica) vai fazer engordar mais alguns camaradas e companheiros.
É simplesmente uma vergonha.
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