Blogue Ambientalista da Margem Sul / Portuguese Environmental Blog "Pense Global , Aja Local" Save the Portuguese Forest / Salve a Floresta Portuguesa
quinta-feira, setembro 06, 2007
COSTA DA CAPARICA PRIVILÉGIOS DE SER "CAMPISTA" (1)
Ponto Prévio : há um caso exemplar e de filosofia base no turismo em zona protegida, um exemplo desse principio vem do paraíso ecológico de Fernando Noronha - Brasil, o principio é de que à partida todos têm direito a desfrutar daquele local, mas primeiro têm que obedecer às regras de conservação ambiental , e depois, para que a rotatividade aconteça, o preço da estadia é agravado a cada dia que passa, tornando-se mais caro, até ao "incomportável"... objectivo, que haja uma rotatividade de visitantes (limitados) em deterimento de estadias longas.
Levanto esta questão e alerto para este princípio tomando como anti-exemplo os Parques de Campismo da Costa de Caparica, este principio de rotatividade não se aplica, por isso, um turista em viagem dificilmente terá lugar num deles porque estes parques se tornaram não em Parques de Campismo, não em locais de contacto e desfrute da natureza, mas sim em "urbanizações" de nylon!
"Urbanizações" que apesar de precárias estão ali de Pedra e Cal, apesar da novela a que assistimos este Inverno e se repetirá certamente em breve, uma novela que nos revelou que os "Campistas" formam um lobby com força politica suficiente para fazer temer o governo e o ministério do ambiente que ali gastou, nos últimos meses algumas largas centenas de milhas de euros...pagos pelos não campistas, nós, que nunca tivemos o privilégio de acordar junto à praia porque mesmo se o quizessemos, não podiamos pois é um privilégio só de alguns...
Os privilegiados "Campistas" arrogaram-se ainda o direito de transformar aqueles espaços privilegiados junto ao mar em verdadeiros monumentos, voluntários, ao modelo de Campos de Refugiados das Nações Unidas, lado a lado com urbanizações ilegais e terceiro mundistas (também elas em terreno do direito publico maritimo) que faz, que quando ali passo ,me pareça que António Guterres , Alto Comissário para os Refugiados, nos vai sair a qualquer momento ao caminho... (continua)
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Saúda-se o aparecimento nestas lides blogosféricas de mais um blogue regional, desta feita nascido RUMO a BOMBORDO, no Seixal . Ao autor Samuel Cruz, vereador da Câmara do Seixal damos os parabéns pela iniciativa e por "dar a cara" por ideais e valores diferentes dos da "Maioria" , esperamos que mesmo contra a corrente consiga manter o rumo que se propõe nas águas alterosas que por aí se anunciam.
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14 comentários:
Comparar o paraíso de Fernando Noronha com a Costa da Caparica é comparar uma caneta e um carro. Coisas diferentes não se podem comparar assim levianamente.
Para já os parques de campismo são geridos por colectividades e não pelo estado como acontece com a ilha de Fernando Noronha.
Gostava de saber se a sua opinião sobre o modo de pagamento da "estadia" nesta ilha do Brasil fosse aplicado cá, por exemplo em Tróia, se mantinha...
Pode dizer que sim, que se mantinha, mas daqui a alguns anos, talvez haja um post sobre Tróia e os preços proibitivos de acesso a este paraíso português....
Nuno Ribeiro
Concordo caro Nuno, tem toda a razão e eu nem tinha reparado, há de facto muitas diferenças, depois do seu concelho descobri , graças a si, algumas:
A Ilha de Fernando Noronha é uma Ilha, a Costa está num Continente.
A ilha de F.Noronha tem Mar a toda a Volta, a Costa só tem uma frente de mar.
A Ilha de F.Noronha é um Paraíso protegidissimo, na Costa constroi-se sobre a falésia "reserva fóssil"
A ilha de F.Noronha é no Brasil, a Costa faz-nos lembrar o Brasil, mas está em Portugal...
O caro Nuno não quer acompanhar uma linha de pensamento? Apesar da minha ignorância ? Volte cá amanhã e talvez compreenda do que estou a falar...
Para já, a ROTATIVIDADE era onde pretendia encontrar o PONTO de comparação!!!
O Parque de Troia é caro, vai ser ainda mais caro?
Pois ainda bem! Mas o senhor, ou eu se lá formos amanhã temos lugar onde acampar não é...e na Costa???
Subscrevo o post inicial no que se refere aos Parques de Campismo (não será só a Caparica o único caso) e acho interessante a ideia de preços progressivos.
Mas além da subversão do espírito que devia presisdir a um Parque de Campismo (uso temporário)não consigo compreender como estão completamente ignoradas as regras de segurança.
Parece uma floresta de eucaliptos. Se não arder, quanto mais eucaliptos houver na menor área possível, melhor!!
No entanto se se reparar na legislação para novos parques de campismo, esta é draconiana. N pormenores e mais alguns.
Os Parques de Campismo seriam um sítio interessante para sofrer uma(s) visita(s) da ASAE.
Despacho n.º 20558-A/2007, D.R. n.º 172, Série II, 2.º Suplemento de 2007-09-06
Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional - Gabinete do Ministro
Rectifica o Plano de Pormenor dos Novos Parques de Campismo da Costa da Caparica
link:http://www.dre.pt/pdf2sdip/2007/09/172000002/0012600126.pdf
Por que lhes chamam parques de campismo?
Caro ponto verde
Tenha calma, não se irrite, quando haja opiniões contrárias à sua.
Ou será que só lhe interessa os que lhe dizem que está completamente certo?
Como tudo na vida, ninguém tem a razão absoluta.
Não mencionou a principal diferença que é a ilha ser gerida por uma entidade oficial e os parques por colectividades, o que faz uma enorme diferença...
Se não forem os "residenciais" que pagam todo o ano, apesar de não frequentarem todo o ano os parques de campismo, os parque de campismo não poderiam sobreviver. É por isso que a rotatividade é utópico neste tipo de parques de campismo.
Aliás há uns largos meses atrás, enviei-lhe um convite por e-mail para visitar comigo um destes parques, para compreender algumas coisas que quem está de fora, não pode na realidade compreender. A sua resposta foi esclarecedora....
Quando falei de Tróia não falei do parque de campismo porque simplesmnete já não há parque de campismo (depreenderá porquê ou não?)
Quando lhe falei de Tróia, era para dizer que no futuro (próximo ou não) antevejo que só "as classes mais abastadas" como na ilha de Fernando Noronha poderão usufruir deste paraísos...
Espero que responda ao meu comentário de uma forma séria e não jocosa, como o fez na primeira vez.
Nuno Ribeiro
Caro Nuno, os convites para partilhar da minha companhia por parte de muita gente e entidades da margem-sul, são imensos, depreenderá porquê...
Agradeço o seu, declino mas tenho-lhe a dizer que conheço a realidade em questão!!!
Quanto a Tróia, não sei porque pretende "comparar o incomparável" , em alguam altura o Nuno compreendeu ter eu defendido tal modelo ou projecto? É que isso nunca aconteceu!!!
Quanto à história das "Colectividades" , meu caro, tenho o suficiente, cerca de duas décadas de "cultura de colectividade" e sei quem está à frente e por detrás de cada uma delas...e sei também que a Constituição não distingue cidadãos por estes pertencerem a este ou aquele grupo, e não contempla discriminações, mesmo que positivas pelo mesmo facto.
Ser uma colectividade, uma cooperativa, uma empresa, a opus-dei , a maçonaria ou a igreja a gerir e a construir aqueles parques é-me igual! O principio está mal quanto a mim!
O Exemplo de Fernando Noronha foi dado porque a minha democracia da utilização da coisa publica está longe da massificação, a massificação sem regras destrói, o elitismo é só para alguns, de forma que um bem escasso e privilegiado que é de todos deve ser utilizado por todos de forma racional, a forma como é feita em F.N. com limitações ao tempo de estadia parece-me o correcto para que haja uma rotatividade de habitantes temporários (que em sustentabilidade têm que ser limitados).
Quanto ao to "jocoso", não vejo que não possa aplicar à minha resposta, o tom do seu comentário , relembro :
"Comparar o paraíso de Fernando Noronha com a Costa da Caparica é comparar uma caneta e um carro. Coisas diferentes não se podem comparar assim levianamente."
E utilizando mais uma vez as suas palavras:
"Espero que responda ao meu comentário de uma forma séria e não jocosa, como o fez na primeira vez."
É simplesmente vergonhoso o que se passa nos parques de campismo da Costa da Caparica, com os chamados utilizadores a temp inteir... bem não é a tempo inteiro que as pessoas lá estão, mas mantém a sua tendinha tod o ano lá a marcar lugar para quando chegar verão alugarem as suas casa na Costa da caparica e virem morar para os parques...tudo negócio!!
Caro ponto verde
Não vale a pena continuar este tipo de discussão. Aliás, este assunto(a mudança dos parques para o pinhal do inglês)é um assunto encerrado. Quem tinha que decidir já decidiu e agora (infelizmente ou felizmente consoante o caso) não há volta a dar-lhe.
O que se deveria agora discutir é o que esta mudança dos parques poderá contribuir para a melhoria de qualidade de vida dos habitantes da Charneca.
Desde logo os acessos. Há de convir que a actual situação é horrível nos meses de verão. Esta é sem dúvida uma oportunidade para finalmente se ter uma rede viária digna desse nome.
Tentar arranjar argumentos falaciosos (na minha opinião) de que só se vai fazer os acessos por causa dos parques de campismo é um tiro no próprio pé.
O que há a fazer agora é reviendicar as melhores soluções possíveis para que o impacte seja o menos negativo possível.
Gostava que em vez da demagogia, que tanto e bem critica a CM de almada e Seixal, opinasse sobre outros pontos desta interessante questão.
Mais, tenho algumas dúvidas se o proprietário (seja ele singular ou colectivo) do espaço onde se vai colocar os parques, decidisse cortar as árvores para as vender como matéria prima, se haveria alguma coisa que o impedisse....
O não usufruto desta zona por parte dos cidadãos. O terreno encontra-se totalmente vedado não se podendo usufruir desta zona do pinhal. Não sei o que aconteceria em caso de incêndio naquela zona. Terão os bombeiros as chaves dos cadeados de acesso ao Pinhal do Inglês?
E por último, e o que dizer do comércio local? Sendo o Ponto verde defensor do comércio tradicional e local conhecendo a realidade dos parques, deverá saber que os comerciantes da costa (neste caso alguns) e da zona junto aos parques só sobrevivem por causa dos campistas ou parquistas como lhe quiser chamar.
Defendendo o Ponto verde (pelo que depreendo) o definitivo encerramento dos parques não estará tb assim a contribuir para a morte do comércio local e tradicional como muitas vezes aqui tem alertado para o que se passa com o comércio em Almada?
Nuno Ribeiro
Caro Nuno, agradeço a sua participação nesta discussão mas permita-me mais uma vez discordar, discordar não será bem o termo, mas em definitivo duvidar :
a) que se não tem sido o Costa Polis e a deslocalização dos Parques, nada se iria fazer acerca das acessibilidades..., mantenho esta opinião.Veja-se o caso das ciclovias, dos duzentos e tal quilómetros "virtuais" que a Câmara de Almada diz "cicláveis" e em utilização, não vejo nem um... (e as eleições em que isto foi anunciado foram há já dois anos) , desde então nem um quilómetro de ciclovia REAL, foi construida, nem melhorados os transportes. Até o Transpraia migrou ... mas para mais longe com quebras de 60% de utilização.
b) Quanto ao comércio e os parques, o caro Nuno sabe que maior machadada não é a deslocalização (isso pode incrementar o comércio tradicional na Charneca...),a questão para a morte do Comércio tradicional em TODA a margem Sul tem sido a construção descontrolada de grandes superficies onde como muito bem sabe, os campistas se vão também abastecer antes de fazer a sua estadia.
c) Não defendo o FIM dos parques de Campismo na Costa, eles são fundamentais a um segmento importante do turismo, sou definitivamente pelo encerramento puro e simples dos Parques actuais, que funcionam em modelo de exclusividade e densificados , onde não há espaço para os viajantes de passagem, sejam eles estrangeiros ou nacionais, tal como não há e deveria existir um parque dedicado ao segmento crescente das autocaravanas.
d) Quanto ao argumento de haver uma propriedade fechada por uma vedação e da qual não se pode desfrutar e que com a construção do parque será usada pela população, esse argumento também é falacioso, como até poderá ler pelo EIA, há um ecossistema bastante rico instalado, o que é um valor ecológico, há também a produção de oxigénio, bem como funciona como sorvedoro de carbono... de que TODOS beneficiam , apesar de ser uma propriedade privada e fechada...
mais uma vez o ponto verde acerta na mouche. não se trata de atacar os campistas, trata-se de defender um espaço publico da apropriação abusiva.
Como morador da costa tenho a dizer que:
1)ha excesso de parques de campismo para a dimensão da costa
2)são porcos e não cumprem as regras de segurança. Só se mantêm porque a presidente da camara nada quer fazer, bastava uma fiscalização que a maioria fechava logo. Basta ver o que se passou quando houve um incendio (roulotes sem rodas, distancia entre roulotes demasiado curta). Se recordarem a reportagem da sic podem ver que nada mudou desde então (sofas, comodas isto dentro de tendas ).
3)Por lei existe um prazo maximo de permanência num parque de campismo se me disserem que é cumprido mais vale estarem calados que passo por lá muita vez.
4)para além dos alegados parques de campismo legais existem alguns a operar de forma ilegal, ou seja, em reserva agricola nacional.
5)Porque axam que a costa tem um único hotel de jeito, estes campistas pé descalço axma que têm mais direito que os outros incluisive os moradores recênciados. A verdade é que asfixiam qualquer tentativa de turismo.
6)Com que direito a iantel no verão veda o acesso dos carros ao estacionamento da praia, pois é o cigano para ir vender na praia passa, o utilizador campista passa, o morador vai a pé que só faz bem.
7)Com a ida dos parques de campismo para o pinhal do inglês, já estou a advinhar o caos do transito que vai haver nos acessos visto que ele já é uma realiade no verão para aqueles lados.
André
Conheço bem a realidade desses parques e não faço comparações absurdas, mas a existência deles permite que muita gente com poucas posses usufrua o mar, e contribua para a sustentação dos parques de campismo , que de outra maneira não seriam viáveis economicamente.
Tambem contribuem muito para a economia da Costa Caparica e pagam impostos.
A consolidação da costa nada tem a ver com os parques de campismo, que aliás, estão de saída, mas sim com o Pólis e a própria cidade.
Concordo que os parques deveriam ter regras paisagisticas melhores, mas não ao ponto de só poderem ser utilizados por gente rica.
Penso também que a preocupação deveria ser em primeiro lugar o que é que vai ser construido no lugar deles.
Aposto até que não levará muitos anos que não seja implantada ali uma enorme selva de cimento, enquanto os Srs. amdientalistas olham para o lado. ada de mais, o costume.
O que se passa nos parques da Costa da Caparica é uma vergonha e completamente contrário ao espírito que preside ao campismo que é o de usufruir da natureza de forma livre e disciplinada permitindo o acesso a todos os cidadãos interessados. O que se verifica é ilegítima ocupação de um território priviligiado que devia ser da colectividade por um grupo corporativo a quem se atribui um poder que não tem.
Se forem aos parques podem verificar que até ladrilham o interior das tendas e em alguma tendas Kadafianas possuem enormes geleira e camas uma completa aberração a que se chama parques de campismo com todos os riscos de a qualquer momento se asistir a uma enorme tragédia e depois culpam a Câmara e o governo.
É tempo de acabar com estes furúnculos completamente purulentos na nossa ditosa Costa da caparica e deviam aproveitar a remodelação em curso para o fazer.
A ideia de preço progressivos é uma excelente ideis e devia ser imediatamente posta em prática. Se querem ter apartamentos então que comprem as centenas que estão à venda por toda a Costa.
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