Para além do mito dos autarcas e das autarquias "modelo" da Margem Sul, tão verdadeiras como o Cemitério Modelo do Feijó ou o Plano Verde do Seixal, estabeleceu-se o mito da região abandonada, da região moribunda a necessitar de apoios, da dos autarcas que "não faziam mais porque não podiam ".
Criou-se assim mais um mito, o do autarca mártir , o autarca que tudo fazia pelo seu município, mas que a falta de verbas do poder central fazia gorar as suas expectativas e o que tanto queria proporcionar aos seus munícipes.
Esse mito cai por terra quando analisamos os últimos orçamentos e os últimos esttudos , ou comparamos o que é feito em autarquias do interior onde não há o recurso à "Mina do Betão Armado" ou ao "Off-shore" da alteração de uso do Solo" .
Começando pelos Estudos : Um recente estudo da Marktest põe os concelhos de Almada, Seixal e Setúbal entre os 25 concelhos do país com maior poder de compra isto apesar do discurso sistemáticamente miserabilista dos autarcas CDU.Por sua vez há quem comece a pôr o dedo na ferida com a frieza dos números, como o trabalho que vem sendo feito no Blogue Rumo a Bombordo que passo a citar :
A 6 de Dezembro de 2006 afirmava Alfredo Monteiro:
-"... A aprovação das grandes opções do plano e do orçamento da Câmara Municipal tem lugar num quadro de grave situação económica e social que se vive no nosso país, sem sinais claros de efectiva recuperação..."
-"... A revisão da Lei das Finanças Locais evidencia uma profunda menorização do papel insubstituível do poder local, significando uma dramática perda de capacidade de investimento local..."
-" ...O poder central não pode, em boa fé, diminuir as transferências financeiras para o poder local..."
-" ... Importa salientar que as transferências no âmbito da Lei das Finanças locais terão na realidade um crescimento negativo..."
-Como explica o Senhor Presidente da Câmara que tenha havido um aumento de 114% nas receitas da derrama no ano de 2007 relativamente a 2006, que aumentou de €: 2.582.000,00 para €: 5.527.000,00?
- Como explica que as transferências da Administração Central para o Município do Seixal tenham aumentado 36%, de €: 8.201.000,00 para €: 11.136.000,00?
- Como explica que as receitas de IMT tenham aumentado 32%, de €: 8.448.000,00 para €: 11.172.000,00?
- Como explica que as receitas do IMI tenham aumentado 19% de €: 12.404.000,00 para €: 14.766.000,00?
- Como explica que as receitas da TRIU tenham aumentado 141% de €:3.413.000,00 para €: 8.222.000,00?
- Como explica que a receita global do Município tenha aumentado de 70 milhões de euros para 80 milhões de euros, sem contar com as receitas da venda das antigas oficinas?
- Como explica que tenham orçamentado de receita previsível proveniente da TRIU o valor de quatro milhões e quinhentos mil euros e tenham arrecadado mais de oito milhões?
Estes são alguns exemplos das contradições demagógicas do actual poder municipal.
Afinal, não há crescimento da derrama se não houver crescimento de rendimento tributável dos agentes económicos.
Qualquer empresa ou agregado familiar deste país esfregaria as mãos de contente se conseguisse obter um crescimento de receita transferida do Estado em mais 36%.
Só o crescimento no sector da construção e os fluxos gerados em transmissões de propriedade pôde permitir que houvesse um aumento de receita de 32%.
Mas o que é dramático é que o grau de execução orçamental, se lhe for retirado os gastos com recursos humanos, não atingirá os 50% no ano de 2007
Para onde vai o nosso dinheiro? "
Ou seja, estes senhores têm meios financeiros , ao contrário do que se vêm queixando ao longo de décadas , há notóriamento é... dinheiro mal gasto e opções mal tomadas, o carro de luxo do Senhor Camarada Presidente é um desses exemplos .
Já vai sendo tempo de cumprir promessas para além das vésperas das eleições !