segunda-feira, abril 07, 2008

PERIGOSO UNANIMISMO























Assusta-me a ausência de discussão , os factos consumados e os unanimismos , pelo que desconfio da pântanosa unanimidade em volta da decisão de construír a nova ponte e da sua localização .

1 - Face ao novo Aeroporto (NAL), cuja localização considero sem dúvida mais lógica no Campo de Tiro de Alcochete do que na Ota, não descarto o pensamento de que há uma verdadeira teoria da conspiração instalada que vem sabotando a capacidade e a operacionalidade do actual aeroporto , com vista , mais do que a criar um novo aeroporto, a libertar o mais cedo possível a Portela para outros fins favorecendo personagens como Stanley Alta de Lisboa Ho ...

2 - Face ao Novo Aeroporto em Alcochete/Montijo e considerando (pelos vistos sózinho) que o transporte aéreo vai ter alterações significativas nas próximas décadas (o preço do petróleo e o mercado do carbono assim o vão conduzir , embora sejam premissas não considerada na "necessidade" de construír um NAL)... o TGV e com ele uma nova travessia ferroviária torna-se de facto necessária... no entanto tal poderia acontecer numa localização a montante da ponte Vasco da Gama , ou paralela a esta ou preferencialmente, um túnel.

3 - Considero a solução escolhida uma aberração do ponto de vista do ordenamento do território e que nada tem a ver com o desenvolvimento do país , para além de esmagar por completo o Estuário e o perfil da cidade , tendo como única vantagem potencial a capacidade de requalificar o Barreiro, coisa pouca com os impactos negativos que trará ou com o dinheiro que será gasto ou melhor, desperdiçado.

Pelos três pontos acima e tirando a questão ligação TGV a Madrid (não ao Porto) , não poderia estar mais de acordo com o Editorial de José Manuel Fernandes no Público do passado sábado do qual passo a citar alguns excertos :

"A decisão de avançar com a construção de uma ponte rodo-ferroviária entre Chelas e o Barreiro confirma aquilo que já se desconfiava : o Governo colocou em segundo plano as "modernices do Plano Tecnológico e vai dar aos portugueses, daqui até às eleições aquilo de que eles gostam. E do que eles gostam é de betão e obras públicas. (...)

(...) Quem vai pagar ? É que estamos a falar de 4 mil milhões de euros em quatro anos, um ritmo de mil milhões por ano, bastaria que o mesmo dinheiro fosse canalizado para investigação científica para ultrapassarmos todas as metas a que nos comprometemos perante a Europa e que nunca atingiremos ao ritmo actual. (...)

(...) Valerá a pena falar de todas as falhas e incongruências do relatório do LNEC sobre a nova ponte entre Lisboa e a Margem Sul, mas fique-mo-nos hoje, no absurdo que representa a multiplicação de infra-estruturas rodoviárias (...) num país que tem violado todas as metas no que respeita ao cumprimento dos objectivos, generosos, com que se comprometeu em Quioto no que refere às emissões de CO2.

(...) Nenhuma visão estruturada, responsável, sobre o futuro do país passa pela febre de betão que aí vem. Mas também é duvidoso que alguma vez um governo consiga pensar a longo prazo. Sabem, e isso sabem bem, é gastar o dinheiro dos contribuintes para ganhar eleições por via de grandes obras públicas que geram sempre um pico de crescimento económico e absorvem alguns milhares de trabalhadores (mas não a maioria dos licenciados desempregados, a não ser que estes optem pela via de pedreiro) . (...)
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DESTAQUE

Para o programa da RTP , "Prós e Contras" desta noite onde este tema será debatido . Com tanto unanimismo haverá contras ? Teremos o brinde da presença sempre hilariante de Alfredo Monteiro ? Não perca!

11 comentários:

Anónimo disse...

AEROPORTO, NA MARGEM SUL?!!, “JAMAIS”, leia-se jamé.
A MARGEM SUL É UM DESERTO!.
Quem disse esta frase?
Perguntem ao Senhor engenheiro Mário Lino!
Ele dir-vos-á que nem faz ideia!
Talvez se possa dizer, que de um certo ponto de vista, esta frase, contra a qual nos insurgimos há cerca de um ano, até é verdade.
Veja-se as inconsistentes e incipientes contestações ao impropério ministerial, por parte das forças vivas da região.

A democracia portuguesa, sempre tratou a península de Setúbal, como terras sem valia, desprezou fatuamente a sua população, e todos os partidos, excepto o PCP, a deixaram entregue à sua sorte, e nas mãos de um regime que de democracia quase só tem o nome (veja-se o número de eleitores e o número de votantes).
Quer o poder central quer as autarquias, não têm em conta as nossa necessidades e as nossas aspirações: O poder central entende que como a autarquia não é da sua cor, a população não tem necessidades, ou se as tem devem ser satisfeitas pelo poder autárquico, e este, por sua vez, entende que desde que seja satisfeita a sua máfia, está tudo bem. E se o Governo não fizer o seu trabalho, ainda melhor, pois a sua inoperância será para a autarquia poder denunciá-la e assim distrair os contribuintes.

Ora a construção do novo aeroporto, pode e deve vir a alterar este estado de coisas. O deserto transformou-se num dos espaços mais apetecíveis e cobiçados.
Há que fazer mais uma ponte.
No entanto, já estão cumpridas as promessas das contrapartidas ambientais de recuperação das salinas do Samouco devidas pela construção da Ponte Vasco da Gama?
Pois, é! Ainda não!

De um momento para o outro, o espaço que habitamos, passa de Deserto a Nó-Geoestratégico, e nós, populações que cá existimos/resistimos, sufocados e amordaçados por uma ditadura que nunca nos deixou ter voz e nos impõe a sua vontade, encontramo-nos perante um cenário que urge resolver.
Sob a democracia musculada da CDU, poderemos prever a continuidade da sua política: -vender-nos a alma ao diabo, ou a qualquer multinacional que sustente a máfia, e distribua umas migalhas ao PC;
o esbanjar de fundos e dinheiros públicos em propaganda e na insatisfação das populações contra este e todos os governos;
o esvaziar os cofres dos dinheiros dos contribuintes a sustentar todo o folclore que sustente a máquina no poder.
Neste deserto, os outros partidos não investiram, nem tiveram o menor dos cuidados ( a candidatura do PS à Câmara do Seixal nas últimas eleições prometia uma escola com Doutoramentos em Física Quântica, lembram-se?), sempre se verificou que estavam amordaçados e reféns dos pequenos interesses que a máfia tão bem sabe preparar para manietar e manipular; constatamos sistematicamente que sempre que a oposição levantou um pouco a voz, logo os camaradas surgiram e deixando bem claro, que ou te calas.. ou... nós sabemos, que tu sabes, que nós sabemos!
A nova conjuntura, gera uma nova situação geoestratégica e política, apresenta uma janela de oportunidades que neste momento urge agarrar para que possamos alterar este estado de sitio.
-É impreterível e inevitável o reordenamento do território. Vai determinar o futuro e o viver destas populações, e se nos não acautelarmos serão as nossas conhecidas máfias que o farão a seu belo prazer.
-Dada a história recente dos partidos vigentes, é legitimo que duvidemos da regeneração que no distrito e no concelho timidamente ensaiam.
-Quanto á resolução dos problemas sob a esfera da Administração Central, sabemos por experiência própria o resultado dos bloqueios ao Metro a Sul Tejo, a não solução dos lagos químicos e de todos os outros problemas que não tiveram qualquer tipo de solução, mas que servem perfeitamente para que, não satisfazendo os interesses da população, criar focos de insatisfação dessa população, utilizada como arma de arremesso contra o estado (que nunca será PC), ajudando a perpetuar localmente o poder comunista.
Neste quadro, e perante esta janela de oportunidade, impõe-se o surgimento de um movimento cívico que deverá desencadear uma alteração substantiva do cenário social e político existente. Assim, independentemente da evolução política, esse movimento deve actuar como agente catalisador de mudanças de atitude.
È necessário que assumamos com determinação o nosso envolvimento como cidadãos no desenvolvimento dos quadros geoestratégicos e do reordenamento territorial, através de uma urgente congregação de esforços, consubstanciada no redescobrir dos valores sociais políticos e culturais que em Abril conquistámos.

Anónimo disse...

Estes "ambientalistas" "Defensores disto e daquilo", Nao são mais que falhados na vida, em que a unica forma de se fazerem notados é uns potestar contra o desenvolvimentos e os ourtros defender o lao errado ou seja os criminosos, estes ultimos NUMCA os ouvi defender as vitimas mas sempre os fora da lei.
Por que é que esta gente inutil não vão semear batatas para matar a fome nos paises pobres?

Anónimo disse...

Se estes "rapazinhos" soubessem o que é ter que trabalhar, talvez compreendessem a necessidade de melhores acessibilidades a Lisboa, mas como nasceram em berço de ouro e nunca fizeram nada na vida...só sabem "c.... postas de pescada"...vão trabalhar e logo sabem o que custa....

Anónimo disse...

Sempre que se manifestam os Ambientalistas, surge-me uma duvida: de que vivem estes Senhores? Quem lhes paga?

Anónimo disse...

Estes ambientalistas gostam de se ouvir! Por sua vontade continuavamos a andar de tanga e viver em cavernas! meus queridos, vão-se esconder e deixem-nos em paz! Por vossa vontade não haveria pontes, barragens, aterros sanitários. Mas gostam de tomar banho em casa, ir almoçar a Alcochete, despejar o lixo no caixote! Não há pachorra!

Anónimo disse...

Por causa dos ambientalistas é que Portugal anda tão atrazado,fogo,voces são contra tudo,acho que ja é demais e ja cheira mal as vossas posições,sinceramente então como é que os comboios vão atravessar o rio?vão ter que aprender a nadar?ja agora é o que falta,gaita calem-se e deixem as pessoas trabalharem,voces são sempre os mesmos empecilhos,calem-se e ganhem vergonha!

Anónimo disse...

Este ponto é um lacaio do Meneses, o homem que agora acusa também o governo Sócrates de praticar a politica do betão é o mesmo que "venerou" Cavaco Silva que, quando 1º ministro, muita política do betão praticou. Até construiu, à pressa, a CREL a ver se ganhava as eleições. Mas quando é do seu partido Menezes não critica. Chama-se ter 2 pesos 2 medidas...

Bluegrowth disse...

Para que fique claro a todos aqueles que têm dificuldades em entender o que se escreve (igualmente forma primária de analfabetismo) que não se trata de estar contra uma travessia, duas ou mais... mas terá de ser uma ponte?

Naturalmente que é insano que uma "cidade de duas margens" com 1 milhão de habitantes de um lado e 1,5 milhoes do outro fique ligado por apenas duas ruas... na realidade, e se so futuro forem necessárias mais três ou quatro ruas, continuaremos a fazer pontes?

Será que os nossos engenheiros não descobriram outras alternativas como, por exemplo, a porra de um ou mais túneis?

Se foi possível passar por baixo do canal da mancha, haverá assim tanta dificuldade em passar por baixo do mar da palha?

Será que ainda não entenderam que na imensidão de água que aparenta o mar da palha, na sua grande extensão, hoje em dia, caminhamos com água pelos joelhos?

Será que um engenheiro não entende que se espetar uma estaca no mar da palha, pssado poucos anos tem uma ilha?

Porque será que o instituto hidrorafico, a marinha, os fuzileiros, a marinha mercante não é consultada?

Já repararam que em frente à doca do poço do bispo há uma crista de lodo? Para onde acham que vai a agua das chuvas quando não encontrar caminho?

Por acaso alguém ten noção do impacte deste assoreamento na vida do Porto de Lisboa?

Lembram-se das cheias em Sacavém este ano? Estamos na baixa-mar!

Não sou activista ambientalista, mas ambientalistas todos deviamos ser, sou apenas alguém que conhece o Tejo e, felizmente, muita gente sapiente que antevê as consequências das decisões.

Travessiasa, sim, muitas... pontes? Só da 25 de Abril para a Foz!

Anónimo disse...

Num país em desenvolvimento investe-se na ferrovia e não exclusivamente na rodovia e foi o que o Sr. Ferreira do Amaral não fez quando esteve à frente das obras públicas. Se tivesse concebido uma ponte mista, fosse Lisboa - Montijo ou Barreiro, provavelmente agora sim, não se justificaria uma terceira travessia. Mas como os comboios não pagam portagens à Lusoponte...

Anónimo disse...

Deixei comentário a artigo de outro blog, mas que podia ter sido a este artigo, aqui.

Até mais.

Paulo Edson Cunha disse...

Caro Ponto Verde e demais bloguers,
embora não sendo uma resposta oficial do PSD, não deixa de ser a opinião de um dirigente local do Partido:
Relativamente ao post de ontem, devo dizer que ao contrário do que referido no PSD não há própriamente unanimismo quanto a esta questão da terceira travessia da ponte. Há uma posição do Sr. Presidente da Distrital de Setúbal e que foi aprovada pela respectiva Comissão Política, portanto, podendo dizer-se que em termos distritais a posição do PSD está de acordo com a decisão tomada, já a nível nacional o PSD não tem a mesma posição e um dos deputados do PSD DE SETÚBAL, Eng. Luís Rodrigues, embora publicamente não tenha manifestado oposição formal à decisão, tudo fez para que se encontrasse a solução tecnicamente mais viável, incluindo um debate convidando vários especialistas.
O PSD/Seixal também tem uma posição sobre esta temática e só ainda não a divulgou porque também a está a preparar tecnicamente, tendo convidado especialistas para nos ajudarem.Contamos fazê-lo ainda esta semana e vai para além da decisão.
Pessoalmente compreendo e partilho das inquitações apresentadas, especilamente pelos argumentos do "Velas do Tejo" mas mesmo com o excelente debate de ontem, confesso que não estou ainda 100% seguro sobre ambas as opções.
Quanto ao referido neste post, antes de mais lamento que o Sr. Presidente da câmara Municipal do Barreiro não fale num caso desta importância enquanto Presidente DA JUNTA METROPOLITANA DE lISBOA. Teria ele a mesma opinião se falasse unicamente nessa qualidade? é que, para o Barreiro não tenho dúvidas que é melhor, mas será para toda a área Metropolitana de Lisboa (que ele representa)?
Por outro lado convido-vos a ir ao meu blogue http://pauloedsonc.blogspot.com/
responder a uma pergunta sobre o centro de Saúde da Amora.
Obrigado