sexta-feira, janeiro 18, 2008

NOVO AEROPORTO E ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA




Como era expectável , a alteração da localização prevista do Novo Aeroporto de Lisboa, da OTA para Alcochete veio mudar as pedras no xadrez dos interesses imobiliários.

O Governo só não legislará na salvaguarda do interesse público se não quizer, aliás esta seria uma excelente ocasião para alterar o sistema das mais valias sobre terrenos.

Entretanto, em
noticia do Jornal Correio da Manhã :

« Em 24 horas tudo mudou no negócio imobiliário na margem Sul, sobretudo na área em torno do futuro aeroporto de Lisboa. A valorização, entre quinta e ontem, situa-se em torno dos 15 por cento, apurou o Correio da Manhã junto de fontes do mercado, admitindo que, no espaço de ano e meio, os preços possam aumentar até 25 por cento.

A zona envolvente ao Campo de Tiro de Alcochete divide-se entre grandes propriedades do Estado, de onde se destacam as instalações militares (Exército e Força Aérea) e a Companhia das Lezírias, algumas herdades privadas e pequenas zonas urbanas. O peso do Estado, por um lado, e as fortes restrições à construção impostas pelas reservas agrícolas e ecológicas, por outro, limitam as zonas urbanizadas e urbanizáveis, o que aumenta o potencial de valorização.

O interesse nos apartamentos e moradias disponíveis em Benavente já se começou a fazer sentir. “As dez casas mais procuradas na nossa intranet – numa rede de 3500 vendedores – são do concelho de Benavente”, explicou ao Correio da Manhã o proprietário de duas imobiliárias Remax da região.

Esse foi o efeito imediato do anúncio de José Sócrates, mas Rodolfo Sampaio recua até Dezembro, um mês em que o mercado esteve parado “à espera do relatório do LNEC”.

A preços correntes, um apartamento T3 situa-se entre os 115 mil e os 125 mil euros e o de uma vivenda com as mesmas assoalhadas entre os 180 e os 225 mil euros. Quanto poderão custar a partir de agora, “ninguém sabe”, sublinha o agente, recusando fazer previsões. “O que lhe posso dizer é que a zona “está inflacionada”, afirma Rodolfo Sampaio, concretizando: “Quem quer vender está a adiar a transacção na expectativa de poder ganhar mais dinheiro.”

O agente acredita que o número de escrituras no concelho de Benavente – cerca de 1200 por ano – venha a aumentar cerca de 20 por cento no próximo ano.

Na opinião de Rodolfo Sampaio, serão as pequenas zonas urbanas a sentir a maior pressão urbanística. Canha, S. Estêvão, Lavre, Porto Alto, Samora Correia serão algumas das povoações mais interessantes. Há também proprietários à espera de rentabilizar os terrenos rústicos com a alteração do PDM de Benavente. “Há de facto grande expectativa mas corre-se o risco de as pessoas pensarem que isto vai ser uma árvore das patacas”, avisa Rodolfo Sampaio.»

2 comentários:

Anónimo disse...

O valor dos lucros gerados pelas mais valias imobiliárias em casos de alteração de uso do solo, só são comparáveis ao dinheiro gerado pelo tráfico de drogas com a diferença que no caso do imobiliário é considerado LEGAL , apesar da forma como são conseguidas e pela apropriação por algunns de um bem que podia ser de todos.

Anónimo disse...

MARGEM SUL: COMO É QUE ESTÁ O PANORAMA NA ÁREA DAS VENDAS...?

Pinto das Neves: Para mim, pessoalmente, o ano de 2007 foi o melhor dos últimos tempos, não haja dúvida nenhuma.

MS: E FOI CONSIDERADO UM ANO DE CRISE...

PN: Foi chamado um ano de crise, mas se tivesse mais imóveis de 5 e 6 assoalhadas, mais tinha vendido.

(…)

MS: ALCOCHETE VAI SER UMA BOA ÁREA DE NEGÓCIO COM A INSTALAÇÃO DO AEROPORTO?

PN: Alcochete vai vender, é uma realidade. Vai agora vender-se o que esteve encalhado há 3, 4 anos. Em Alcochete, a mesma coisa. Têm muita vantagem porque abriram ali muitas urbanizações de moradias de qualidade, com terrenos relativamente baratos.

(…)

MS: MAS COM A PONTE BARREIRO- CHELAS, O VALOR PATRIMONIAL VAI AUMENTAR...

PN: O valor patrimonial vai aumentar, claro. Pensamos nas mais-valias, como aconteceu com a Vasco da Gama. Também vendia coisas ali no concelho de Palmela, e estranhava dizer às pessoas que tinham de pagar uma taxa para a ponte. A taxa era a mais-valia, que também vai haver de certeza aqui no Barreiro. Obviamente que vai valorizar, a pessoa que hoje não consegue vender um terreno por 70 mil euros se calhar depois consegue vender por 90 mil.

MS: QUAL SERÁ O VALOR DA TAXA?

PN: Não faço ideia. Pode ser 10, 15 por cento


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