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sexta-feira, agosto 10, 2007
O FIM DA MERCEARIA (1)
Há uma ideia enraizada nas novas memórias lusitanas que o progresso está no hipermercado, se possivel associado a um qualquer shopping, sempre com as mesmas lojas em franchising. Quanto ao comércio tradicional "independente" deste modelo, tentam-nos passar a ideia de que ele é o simbolo de um passado e que no estrangeiro também é assim...
É mentira, esta falácia que nos têm vendido em Portugal e que só para dar o exemplo dos ultimos dois anos, permitiu a abertura de mais de 600 novas lojas em Portugal, trás atrás de si consequências sociais graves para as nossas cidades e povoações, destrói o tecido social e urbano e permite que se esteja a montar um "quase monopólio" centrado em dois ou três grandes grupos.
Os números do sector são os seguintes, nos últimos dois anos abriram 626 lojas, quanto aos primeiros grupos envolvidos , temos os supermercados Minipreço (47 unidades) e LIDL (40 unidades).
Este é um sector de milhões, a par do da construção civil ,milhões nas mais valias geradas nos terrenos para a sua implantação, milhões nas contrapartidas negociadas com as autarquias, milhões em impostos e milhões em volume de vendas, 7,2% do PIB, é um mercado que vale 11,2 mil milhões de euros e onde à cabeça temos o grupo SONAE com3,5 mil milhões de euros em vendas em 2006, temos depois o Grupo Jerónimo Martins (Pingo Doce, Feira Nova e Recheio) 1,9 mil milhões e Auchan (Jumbo) com 1,2 mil milhões.
A recente aquisição do Carrefour pelo Grupo SONAE (12 lojas e oito postos de abastecimento) teve o valor de 662 milhões de euros, ficando a SONAE com 26% de cota de mercado em Portugal.
Este é o panorama nacional, sómente espartilhado com a obrigação do fecho das lojas maiores ao dominhgo e feriados à tarde, uma medida mais que ineficaz e hipócrita de salvaguardar o pequeno comércio.
É este o futuro? É este o progresso ? Claro que não , amanhã veremos as consequências, as alternativas e o que se faz "lá fora"...
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2 comentários:
Não esquecer que a sonae tb adquiriu os direitos sobre as licenças já passadas pelo MEI para a instalação de conjuntos comerciais ainda não construídos.
Eu diria mais...eu diria que hoje já vemos as consequencias desse consumismo e desse falso progresso!
abraço!
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