quarta-feira, agosto 29, 2007

SOMOS TODOS GREGOS


Não podemos estar e ficar indiferentes perante a tragédia que se abateu (sobretudo) sobre a Grécia este Verão, até porque conhecemos bem a realidade do nosso território , dos nossos politicos e da nossa legislação, pelo que as palavras do World Wild Life Fund - Greece e da GREENPEACE parecem - retirando as referências geográficas - poderem-se aplicar e decalcar para Portugal, passo a citar a noticia do Publico de ontem sobre o tema:

« Os fogos podem ter como objectivo contornar a lei (...) que proíbe a construção de infraestruturas em àreas florestais. "Há uma forte pressão relativa ao turismo e a um crescente desenvolvimento" explicou à BBC Demetris Karavellas representante do grupo ambiental WWWF Greece.

A fraqueza da lei, o descuido dos agricultores e a queima de lixo foram a razão apontada ontem pela organização Greenpeace , citada pela Reuters.


Nos últimos 50 anos, arderam cerca de 33 milhões de hectares de terreno verde no país e 10 por cento foram transformados em áreas habitacionais, hotéis ou centros comerciais.
Segundo o Jornal espanhol El Mundo, a lei nacional, que proíbe a obtenção de lucros dos incêndios, "não está bem aplicada", uma vez que é complicado perceber o que é considerado uma área protegida.

O país tem agora o apoio de 31 equipas de bombeiros estrangeiras. Foram enviados 1200 militares, 20 aviões e 19 helicópteros, na maior iniciativa de ajuda a qualquer estado-membro da União Europeia dos últimos seis anos. »

Mas além da área ardida e dos meios envolvidos há a contar SETENTA MORTOS! Não tivessemos tido este Verão, caprichadamente tido o Anticiclone dos Açores ligeiramente "deslocalizado" , e tivesse a massa de ar quente proveniente de Àfrica tido um percurso mais para Nordeste e estariamos certamente numa situação de ruptura como a que acontece hoje na Grécia com os politicos também ao rubro em acusações mutuas de incompetência , conspiração e terrorismo .

Veja-se o caso do negócio dos "Meios Aèreos", a novela dos aviões e dos helicópteros Russos para demonstrar a fragilidade do sistema português, já provado em anos anteriores e nos maiores incêndios ocorridos já este ano.

Veja-se também que tendo sido um ano (para já) positivo no computo geral nacional, para a Peninsula de Setubal - retirando os grandes incêndios da Arrábida - tem sido um Verão negro, acentuando a pressão urbana que se está a fazer sentir na fase de ciclo politico onde nos encontramos.

Este cenário note-se não aconteceu sómente na Grécia, mas um pouco por toda a Bacia Mediterrânica afectada pelo calor que este Verão bateu mais uma vez records, na Bulgária por exemplo arderam já este ano 34 mil hectares de floresta e um prejuízo de 1,8 mil milhões de euros, houve incêndios de grandes proporções também na Croácia e em Itália.

1 comentário:

Anónimo disse...

De facto, apesar do reforço de meios aéreos e uma nova táctica de ataque por essa via aos incêndios nascentes, tivesse este ano sido por cá tão quente como lá e estaríamos face aos mesmos problemas. O diagnóstico aplica-se tanto lá como cá.
Vejam o que se passou e está a passar em Pinhal dos Frades no Seixal.