quarta-feira, agosto 22, 2007

AS CIDADES "DONUT"




A
"SILLY SEASON" traz-nos por vezes algumas surpresas, e no Publico da passada segunda feira um excelente trabalho em Destaque e um Editorial sobre questões que afectam a todos, de planeamento e de urbanismo.Desse trabalho gostaria de citar aqui do Editorial de Manuel Carvalho a seguinte passagem:

(...) "O abandono de vastas zonas do interior à sua sorte comporta custos que as gerações futuras terão que pagar.A degradação do património construído, o recuo da actividade agricola, as ameaças à biodiversidade e os perigos de erosão hão-de um dia apresentar a factura (...)

(...) Mais complicada porém é a situação de Lisboa e principalmente do Porto (comparativamente a outras cidades). Aqui o perigo vem da suburbanização. A actividade predatória da construção civil e a gula das autarquias promoveram o inchaço das periferias e fizeram ruir a vitalidade dos centros.

Nos anos 90, Porto e Lisboa perderam mais população do que os municípios do interior . A maior parte foi para a periferia, aumentando a pressão sobre o sistema de transportes e agravando os níveis de qualidade de vida.
Se há dez anos o problema do interior dominava as atenções do país. agora a desertificação das cidades tornou-se o maior desafio para as politicas de ordenamento.

Se no caso do país rural é dificil vencer a inércia de um modelo económico inviável, a recuperação das cidades é ainda um desafio com o resultado em aberto. Para o ganhar já se deram passos importantes (...) mas falta uma lei de solos sensata e rigorosa legislação capaz depôr ordem nas mais-valias do imobiliário (...)


E do trabalho assinado por Paulo Miguel Madeira gostaria de destacar:

(...) O esvaziamento dos centros também já se manifesta nas cidades médias ou nos suburbios mais antigos , em que a tendência dominante tem sido construír em novas áreas a urbanizar , em vez de se recuperar a habitação mais antiga, alerta Margarida Pereira, professora e investigadora da Universidade Nova de Lisboa (...).


(...) Carlos Costa, presidente do GEOTA, é critico e perspectiva. No entendimento desta ONG, no PNPOT existe "uma visão dominante de planeamento urbanistico e não de ordenamento do território".

E " nenhuma atenção é dada à reconversão das áreas industriais e à recuperação de terrenos industriais contaminados" (...)
(...) A QUERCUS realça que a intenção de contenção dos perímetros urbanos pode ser torpedeada ma prática pois " todas as alterações e excepções introduzidas na lei vão permitir construir onde até agora não se podia construir".

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