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domingo, maio 07, 2006
TURISMO? QUAL TURISMO?
foto da Arrábida/Outão-uma cimenteira incompreensivelmente escolhida para a co-incineração- vista de Tróia, imagem gentilmente enviada por NP
Excelente artigo de opinião o publicado ontem no Expresso e assinado por Miguel Sousa Tavares, o seu conteúdo tem sido aqui pelo a-sul também analisado e não se pode dissociar esse "desenvolvimento turistico" do "desenvolvimento" ocorrido nos ultimos trinta anos, sobretudo junto ao litoral, sublinha MST que "o país pouco ganhou em troca do muito que perdeu, mas muitos ganharam, e bem, nos 30 anos de vandalismo pseudo turistico" uma análise que serve no debate presente sobre a destruição da Mata de Sesimbra ou de colocar junto à estrada de Sesimbra-Meco, à saída da autoestrada, um mega bairro-social no que é uma das ultimas zonas protegidas do concelho do Seixal, e junto a uma importante via turistica que se não quer ainda mais congestionada.
Miguel Sousa Tavares depois de fazer uma análise aos mercados turisticos e tendências globais, faz uma arrazadora análise darealidade nacional, onde "os portugueses em numero galopante vão trocando o Algarve pelo Brasil" isto depois dos iluminados terem transformado o Algarve na muralha de betão sobre a falésia que hoje é e no imenso estaleiro de obras sem fim dos ultimos trinta anos. Aponta depois algumas soluções :
" A primeira coisa seria tornar letra da lei uma promessa constante no programa eleitoral do governo : mudar o sistema de financiamento das autarquias, desligando as receitas das autorizações de construção, de modo a que não sejam mais ricas as Câmaras que tudo permitem e tudo vandalizam.
A segunda coisa , seria tornar os planos dependentes daquilo a que se chama "crescimento sustentado" (...)
A terceira coisa seria pôr fim a essa descoberta jurídica feita nos ultimos dias de mandato de um Secretário de Estado de um anterior Governo , chamada «projectos estruturantes» hoje rebaptizada de «interesse nacional», e por meio do qual se reprime o pequeno crime urbanistico e se incentiva o grande crime.
E a quarta medida seria liquidar igualmente outro expediente jurídico chamado «deferimento tácito» administrativo para as autorizações de construção que deu origem a esses milhares de «direitos adquiridos» sobre a paisagem do país fazendo as delicias dos construtores, advogados e juristas e permitindo a governantes e autarcas exclamar com ar compungido que « é uma pena, mas não há nada a fazer».
Quatro simples medidas legislativas : apenas isto e todo o cenário mudaria.Poderiamos deter a caminhada para o abismo, poderiamos salvar o pouco que ainda resta poderiamos tornar a industria turistica dependente da qualidade,da inovação e da iniciativa e não mais da especulação, da destruição e da corrupção (...)"
Eu subscrevo por baixo, e você?
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3 comentários:
Eu também
Também eu.
apoiado. Só falta referir que foi el-rei D.Cavaco, quem deixou as câmaras dependentes do betão.
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