Há trinta anos este era o fundo do retrato ambiental do País...hoje , nalguns casos, pouco mudou
Do Diário de Noticias de hoje (excertos) :
"Na frente ribeirinha de Lisboa, os esgotos estarão a correr para o Tejo sem qualquer tipo de tratamento. O saneamento básico não terá chegado ainda à zona entre o Terreiro do Paço e o Padrão dos Descobrimentos, em Belém. Significa isto que, desde o início dos anos 90, bares, restaurantes e discotecas construídos sob a jurisdição da Administração do Porto de Lisboa (APL) estarão a fazer descargas directas para o rio.
A denúncia partiu da Quercus, que considera o impacto ambiental "extremamente grave". "As saídas de esgotos são tantas que formam focos de poluição concentrados em vários pontos da margem ribeirinha", diz Carlos Moura, dirigente do núcleo de Lisboa da associação ambientalista, esclarecendo, contudo, ser impossível determinar a quantidade de resíduos que afluem ao Tejo. O problema assume maior incidência nas Docas de Santo Amaro, em Alcântara, onde estão 20 estabelecimentos de restauração. "Os bares e restaurantes instalados em antigos armazéns nunca sofreram obras para o tratamento de águas residuais", critica o responsável (...).
O certo é que ninguém controla a rede de esgotos na área da APL. Contactada pelo DN, a Simtejo - Saneamento Integrado dos Municípios do Tejo e Trancão - explicou que a rede de saneamento está sobre a jurisdição da APL. Por outro lado, a câmara municipal diz desconhecer tudo o que se passa dentro do porto de Lisboa. "O controlo e fiscalização do saneamento é da exclusiva responsabilidade da APL", assegurou fonte do pelouro do Ambiente da autarquia.
O ambientalista da Quercus está convencido de que a Administração do Porto de Lisboa não cumpre com as normas de saneamento: "A zona entre Belém e Praça do Comércio não diz respeito aos efluentes dos cem mil lisboetas sem tratamento de esgotos, mas aos estabelecimentos instalados na frente ribeirinha."
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E na Margem Sul!
Seixal - 160 000 habitantes, a maioria dos esgotos (domésticos e industriais ) vão directos ao Tejo sem tratamento, anunciam-se agora, investimentos na àrea.
Acima , excertos de um artigo publicado hoje no DN. Como é que isto se pode passar na Capital de um país da Europa que há 20 anos que recebe milhões de euros para que o problema do saneamento básico temha parâmetros europeus ?
Dispondo de um dos melhores enquadramentos paisagisticos em termos naturais de toda a Comunidade Europeia , com o estuário do Tejo em fundo, Lisboa e as povoações do estuário viveram desde a Industrialização viradas de costas para o rio, só para ele se virando de novo desde há cerca de uma década e sobretudo depois da recuperação ambiental da zona Oriental de Lisboa com a Expo.
No entanto o problema mais básico dos esgotos mantém-se, e não só em Lisboa, o problema é comum a toda a bacia do Estuário do Tejo, se neste caso se fala do esgoto não tratado de 100 mil habitantes, só no Seixal para citar dados da própria autarquia na publicação que se reproduz, são "os esgotos da maioria dos 160 mil habitantes que não são tratados" e vão direito ao Tejo, o mesmo se passa com autarquias vizinhas onde periódicamente há noticia de que mesmo aquelas que dispõem de ETARS a funcionar não dispões do garante da qualidade no tratamento dos seus efluentes, um problema que ultrapassa largamente o da Capital.
Já aqui fizemos referência a alguns desses problemas (clique),que também foram referência aqui (clique)...
(clique nas imagens para aumentar)
A ultima decisão na continuidade , mas devidamente contestada pelos cidadãos e no concelho do Seixal, tem a ver com uma urbanização numa zona protegida ,contrariando o PDM local e destinada a 200 familias , que recebeu já o aval do INAG, da CCRLVT... e que pura e simplesmente terá esgotos a céu aberto, estes serão encanados cercade 100 metros e depois despejados numa linha de àgua considerada Reserva Ecológica e que desaguará... no Tejo engrossando o caudal de esgoto que já possui como está documentado nas imagens.
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Sobre o a-sul , e aqui, no Blog A Cidade e as Serras (clique) , uma opinião e uma referência que agradeço no sentido de uma maior participação cívica dos cidadãos.
13 comentários:
Eu não tinha dito que a culpa dos esgotos em Lisboa não serem tratados era do Presidente da Câmara do Seixal. Se havia dúvidas aqui está mais uma perola do grande lider Ponto Verde. Não há duvidas os autarcas comunistas da margem sul até são os culpados pelas unhas encravadas dos municipes.
Ganda ponto verde!
O Manuel Tiago é um visionário, faz um comentário sob os alegados esgotos do Max Mat e passados minutos está o grande lider ponto verde a escrever sob o assunto. Ó Homem ou você é o ponto verde ou devia de ir jogar no Euromilhões!
Tenho seguido nos ultimos posts a presença de um destacado "pontoverdinho" que usa a retórica de outros (ou o mesmo) comentadores que cultivam a desinformação para desacreditar quem os critica (aliás, criticá-los é já de si um desaforo).
Este ultimo comentário é demais, um comentador fez uma alusão sobre os egotos aqui de Pinhal Frades e logo o Ponto Verde algum tempo depois ( " minutos" ?)escreveu sobre o assunto!!! Que desaforo ó Pontoverde -devia ter meditado pelo menos 30 dias sobre o assunto .
Curioso é que antes tinha sido o próprio "ponto verdinho" a puxar o assunto dos esgotos no Tejo !!! Bebeu o próprio "veneno" e não digeriu bem ?
E essa declaração absurda da culpa dos esgotos de Lisboa serem do Presidente da Câmara do Seixal??? É de Mestre, o post o que refere, tanto quanto sei ler português é que o Estuário é comum, e a um artigo que fala sobre Lisboa ( e sobre as responsabilidades que cabem a quem governa Lisboa) o Pontoverde chama e muito bem para o que lhe deu na real-gana escrever hoje, um caso concreto no Seixal e geral para a Margem Sul...pelos vistos não contestado!!!
E posso-lhe garantir que esse caso é verdadeiro!!!
Sobre os Blogues e a rapidez (imediata) com que acompanham determinados temas é um sinal dos tempos em que não há lápis azul, censura prévia ou reuniões com o Comité local para orientar táticas e aplicar estratégias aprovadas de dedo no ar!
Poupa-se em tempo, ganha-se em capacidade de denúncia e de intervenção, o terror de muitos autarcas e cacíques instalados e seus acólitos "verdinhos"...
por lapso não assinei o post anterior com o meu nome como é hábito sempre que aqui participo.
Aqui fica : M.Salvador já que o "imigrês" de Martin no lugar do M. foi motivo também ele da troça da turba local.
Já agora aproveito também o espaço para promover o blog www.pinhalfrades.blogspot.com , com os agradecimentos ao a-sul.
Foi para isto que recentemente foram reforçados os quadros de pessoal de alguns orgãos do pc?
Saberão os militantes da base dessa organização piramidal que algures nos niveis mais elevados dessa organização se dedicam a práticas dignas de autênticos corsários?
Não há duvida que o ponto verdinho está a incomodar o ponto verde e confrades. Os homens ficaram perturbados e é ver o ponto verde a inventar nomes para responder. Tudo isto só demonstra o nervosismo que paira neste blog de mentiras. Força ponto verdinho!
Afinal de contas decidam-se aí pela Casa do Barril, é o Ponto Verde a inventar nomes ou Ponto Verde e seus Confrades? Pelos vistos há no Parlamento quem lhe dê credibilidade!!!
Não pertenço a nenhuma confraria.
Tolero as opiniões de comunistas, socialistas, soc-democratas, democ cristãos e de todos os demais.
Não tolero é "chuchas", "fachos" e "comunas".
Penso q as diferenças são acentuadas...
Orgulho-me de ser portador de parte da carga genética do meu pai que foi detido pela pide em 1963 juntamente com muitos Economistas, Médicos, Advogados , Engenheiros e Arquitectos suspeitos de filiação no pc e "entrevistado" pelos esbirros do regime durante 3 meses. Apesar de ele não o ser mas ser AMIGO de quem era, quando foi libertado juntamente com muitos que eram, foi dos poucos que teve tomates para os visitar no Aljube e de lhes levar dinheiro "nas barbas" dos pides para alguns poderem pagar as fianças/cauções .
Um dos que ainda lá ficou - e infelizmente penso q até ao dia do golpe dos capitães e a quem desejo as maiores felicidades - é hoje eurodeputado pela cdu e pode pedir-lhe para lhe confirmar a veracidade do que digo.
Todo o debate de ideias é positivo, e resulta sempre num avanço para o conhecimento e para o bem comum, no sentido em que é através do debate de ideias que se conseguem descobrir as melhores soluções para problemas existentes. Isto, quando há ideias a ser debatidas, naturalmente. Porque quando não são ideias que se debatem, quando o diálogo, ou antes, os discursos ou como é mais frequente, um dos discursos, assenta somente na apresentação e defesa intransigente de um ponto de vista monolítico, com o objectivo de levar a outra parte a desconcentrar-se, e a dissolver a atenção pública para esse diálogo, numa dose de ruído que torne toda a mensagem confusa, então aí, o que se obtém é nada.
No caso presente a apresentação e defesa intransigente de um ponto de vista é efectuada por alguém que certamente nunca mergulhou nas águas do estuário do Tejo, nunca viu o estado do fundo do rio, quer na margem norte quer na margem sul. Para além disso certamente não perde três horas por dia em transportes públicos (hora e meia para cada lado), tendo de usar dois meios diferentes, apenas para chegar até à travessia para Lisboa, logo, não vendo e sentido diariamente os problemas do trânsito, a má configuração e manutenção das estruturas rodoviárias, e as consequências que estas têm para a qualidade de vida das centenas de milhar de pessoas que vivem na margem sul; Creio ainda que nunca terá estado em situação de beneficiar de um ambiente onde a evolução dos indivíduos é estimulada e conseguida através da análise de ideias e factos concretos, apresentados sem rodeios ou artifícios, de forma a produzir conclusões baseadas na lógica e racionalidade científica (geralmente algo a que se tem acesso, pelo menos, durante a escolaridade obrigatória), coisa que é contrariada por outro método de “ensino” denominado indoctrinação, ou lavagem cerebral política.
Eu posso falar de experiência própria; vi, senti, tive de saborear e cheirar e absorver pela pele aquilo que está no fundo do rio Tejo; sei bem de onde veio, quem o deitou lá, por onde tem ido lá parar, porque trabalhei nesse ambiente. Eu perco tempo de vida em filas de trânsito que aumentam de ano para ano porque as urbanizações crescem serpenteantes por esta terra afora, descontroladamente, para cada vez mais longe dos antigos centros urbanos, ocupando qualquer espaço livre que ainda haja; Eu vivo no meio das pessoas comuns, que não têm participação, se desinteressaram e desiludiram com os “altos desígnios” das entidades gestoras dos nossos destinos, porque a única coisa que podem fazer é dar uma carta branca de actuação, válida por quatro anos, aos que manobram os “poderes que podem”. Eu vivo, eu respiro, eu trabalho na margem sul. Eu sofro com e por causa dos problemas dela. A minha vida é pior por causa dos problemas dela. Assim sendo, a única coisa que eu concluo é que quem se recusa tão acerrimamente a olhar para estes dados, ver estas fotografias, aceitar estes dados nus e crus, só o faz ou porque não tem capacidade para os compreender, ou porque não os vive, ou então, porque está refém ou é fiel depositário de interesses próprios de quem beneficia de algum modo de tudo isto, através da manutenção destas situações.
Apesar da contra informação ou ruído como um leitor referiu, o debate despoletado por este post está a ser muito enriquecedor. A todos agradeço a participação.
Os alegados esgotos não são alegados , é mesmo um atentado à saúde dos trabalhadores e sobretudo a quem mora como eu nos primeiros prédios do Fogueteiro, é o esgoto, é o trânsito e é o comboio que passa a metros da minha janela. Se quiserem realojar-me no Pinhal eu estou na disposição de trocar este apartamento que estou a pagar por um oferecido pela Câmara num pinhal protegido como parece que é.
Sempre é melhor que levar com o esgoto de mais um bairro.
Costumo ler por aqui mas não tenho comentado. Em 1º lugar por não haver discordancias e para dizer apenas bom post acho que não vale a pena, mas nesta discussão há uma coisa que me irrita. O pessoal do PCP na boa moda do que faz com o movimento associativo e cultural, quando não consegue controlar as coisas ou quando se dá opiniões desagradáveis resolve entrar na baixaria, no ataque pessoal e no desvirtuar as discussões afastando-as o mais possível dos motivos dos posts.
O que é engraçado é que na blogosfera toda isto acontece. Lá na minha barraca era uma tal Margarida, noutros lados é Luísa, aqui assumem outros nomes e assim vão mudando de nome sempre com o mesmo discurso.
Não sei quem escreve este blog embora tenha uma ideia. Não me interessa a sua cor partidária porque as questões do ambiente não têm partidos. São convicções e essas não se medem por ideologias.
Pela minha parte que não sou ninguém para dar conselhos, continuem com esse bom trabalho na denuncia dos pontos negros da nossa área geográfica.
A táctica do aparelhismo ao serviço das autarquias da zona é toda a mesma.
E nós que bem o sabemos no AVP.
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