quinta-feira, janeiro 05, 2006

ALMADA MONTA A TENDA NA ARRIBA














Mais uma vez o hábito se repetiu, e o hábito é a hábil forma de interpertar a lei que obriga a consulta publica de determinados projectos, apontando essa consulta publica para datas em que é sabida a menos provável participação cívica, são elas o periodo de férias de Verão... e a quadra Natalicia.

O caso que trago hoje enquadra-se na opção "Consulta Pública em Època Natalicia" e traduzida no fim, ontem, da consulta pública sobre a construção de um gigantesco parque de campismo a instalar no Pinhal do Inglês - Almada.

A construção deste parque destinado a substituir os existentes junto à orla costeira conta com a oposição da população que está completamente em desacordo com o projecto, desacordo popular esse consubstanciado nas declarações do Presidente da Junta de Freguesia da Charneca da Caparica que ao Publico declarou " É uma medida altamente gravosa e catastrófica que duplicará a população numa freguesia de 20 mil pessoas que não tem infra-estruturas viàrias, nem estacionamento, nem saneamento que sustente a transferência de quase 18 mil campistas".

Quem apoia a luta popular é a QUERCUS que considera "Absurdo a transferência dos parques , da orla marítima para uma àrea classificada em termos de conservação da natureza que deveria ter um estatuto de protecção mais elevado.

Segundo o Estudo de Impacto Ambiental a construção de quatro parques de campismo no Pinhal do Inglês , vai destruir quase metade desta àrea que faz parte da Àrea de Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Caparica, implicando também o abate de 8394 de 20.958 pinheiros!

17 comentários:

Anónimo disse...

Chamar Parques de campismo aso Parques da Costa ? Não será mais correcto chamar Campos de Concentração para Veraneantes ou Campos de Refugiados. Aquilo é mesmo do tercairo mundo, mudar não é solução. Solução é acabar com aquilo, ou há aqui também algum direito adquirido?

Anónimo disse...

Ou muito me engano ou a responsabilidade pela elaboração dos planos de pormenor do Polis da Costa da Caparica é da responsabilidade da sociedade "Costa Polis", que tem como accionista maioritário o Governo? Ou muito me engano ou é essa sociedade a responsável por todo o processo do Polis da Costa?
Ou muito me engano ou mais uma vez o Ponto Verde mente neste post? Ou muito me engano ou a fobia do Ponto Verde em atacar o PCP, o que se verifica na forma como ataca o direito do PCP hastear a sua bandeira em terreno ua propriedade, e as câmaras comunistas eleitas pelo voto democrático da população é tão grande que o levam a mentir de forma tão descarada? ou muito eu me engano ou esta acção do ponto verde de não aceitar os resultados das ultimas eleições autárquicas é próprio de mentes fascistas, para quem o povo não tem poder de escolha, e por isso se justificam alguns comentários inclusos neste blog de elementos do PNR?

Anónimo disse...

Primeiro, uma palavra para o anónimo. É muito fácil falar de uma coisa de que não se conhece.
Já lá foi alhguma vez? Ou apenas vi de fora. É totalmente diferente a perpectiva.
Direitos adquiridos??? Os parques dos clubes de campismo não são ilegais (ao contrário da maior parte das vivendas que se construiram na Charneca em plena área protegida). Os parques pagam ao ICN para ali estarem. Vão mudar de sítio pois os estudos que deram origem ao plano da orla costeira desta zona determinaram que ali não podem estar mais devido à degradação do cordão dunar. Neste sentido procurou-se outro lugar. O pinhal do inglês é uma propriedade privada, completamente vedada, com uma rede toda à volta da sua extensão. Se um dia houver ali um incêndio os bombeiros não conseguiram lá chegar dentro. Mas isso não justifica a deslocalização dos parques para esta zona nem o abata dos pinheiros referidos. O programa Polis foi responsável pela procura de um lugar alternativo e o Pinhal do Inglês foi o proposto. Bem ou mal??? A solução foi a menos má, pois o impacto seria mais negativo se os parques ficassem no sítio onde estão.
A Junta de freguesia na minha opinião tem conduzido mal esta questão. Opõem-se intrasigentemente
a este processo. Quando se estudava uma alternativa e estudavam os cenários, aceitava
esta oposição, mas a partir do momento em que os projectos são aceites e rectificados pelo governo, a Junta deveria ter mudado de actuação. Deveria revindicar como contra-partidas para a instalação dos parques melhorias a nível rodoviário, do saneamento e demais infra-estruturas, a recuperação da Fonte da Telha, etc, etc.
Continua no entanto a mandar areia para os olhos das pessoas. Se houvesse preocupação com o aumento de pessoas não se continuava a construir desalmadamente prédios e vivendas, por exemplo na zona das Quintinhas, onde qualquer dia há mais andares à venda do que habitados.
Nuno

Anónimo disse...

Vaz, com essas ideias nunca o poderei tratar de "meu caro" pode estar descansado que nunca irei visitar o site que me indicou. Quanto ao seu conceito de democracia não ser igual ao meu, devo dizer que isso me deixou muito aliviado e muito satisfeito, é que efectivamente o seu conceito de democracia não o quero para mim. Fique lá com a sua democracia salazarista que eu fico com a minha!
Quanto aos elementos do PNR visitarem este blog acho que fazem muito bem, pois começo a achar que as "ideias" do ponto verde estão muito próximas do PNR! Por isso estão bem um para o outro...
Por ultimo não sou eu que preciso de ir ao oftalmologista, mas sim você que precisa de ir para a primeira classe para aprender a interpretar um texto...

Anónimo disse...

estive a ler o parecer do grupo flamingo ha valores engraçados no EIA.... vejam www.grupoflamingo.org

Anónimo disse...

Realmente há contradições nos estudos. Mas pelos vistos tb no grupo flamingo.

No site:
http://www.portugalweb.net/almada/NOTICIAS/05/151205.asp

vem esta declaração que eu presumo seja de um responsável deste grupo (se não for as minhas maiores desculpas)
"Paulo Gomes lembra que a «Mata dos Medos foi resistindo à pressão urbanística no concelho de Almada». «Com os novos parques, estamos a falar de pessoas que vão a pé para a praia, provavelmente descendo as dunas», lamenta."

Só podem estar a brincar ou então não sabem do que estão a falar. Será que é possível que alguém ache que se vá descer à arriba? Sabem qual é a altura da arriba?

E quanto ao número de pessoas, 17000. Este é o número se todas as pessoas lá estivesse. Alguma vez se atinge este número. Era bem bom para o associativismo que houvesse sempre estas pessoas nos parques. Os picos de população serão resgistados entre as sextas-feiras à noite e domingo de manhã, nos meses de verão. No resto do ano a ocupação é bastante reduzida.

Anónimo disse...

ALMADA MONTA A TENDA NA ARRIBA...E O PORCO MONTA A PORCA.

Anónimo disse...

Caro Nuno,
não são apenas 17000, são quase 20000 utentes, e conhece a Arriba Fóssil?
Eu conheço, e sei que existem caminhos por entre a arriba que dão acesso às praias, olhe que não sou a única! e sei que também essas "poucas" pessoas que conhecem e utilizam são as suficientes para que o ICN já tenha de intervir para a degradação da arriba não avance. Agora prognósticos: é verdade que na época de Inverno os parques estão menos cheios, mas não vazios, muito menos aos fins-de-semana; Os parques começam a ter lotação esgotada em Maio/Junho até Outubro (4 a 5 meses). Se durante estes meses, pelo menos 1/4 dos utentes optem por ir a pé para as praias, são 5000 utentes a descerem diariamente a arriba (sim pq nos parques de campismo as noticias correm depressa, e se há uma que sabe o caminho, no dia seguinte já toda a gente sabe), outros 10000 (2000- uns ficam no parque e outros vão de bicicleta) como são comodistas vão de carro. Se o vizinho der boleia ao outro companheiro e se o carro for cheio (sonhos!!!!!!) são 2000 carros a ir para a fonte da telha ou praia do rei, são mais 2000 (pelo menos!) a juntar aos outros que já lá andam. Ou seja, mais pressão sobre o único valor natural que existe no Concelho de Almada! Mais Poluição atmosférica, mais ruído, mais perca ambiental…… E que pelos vistos os Poderosos - Os Senhores que Mandam - não estão minimamente preocupados! Pois não devem de estar… se calhar só têm a ganhar!
Ana S.

Anónimo disse...

Oi Ana
Eu tb conheço bem a arriba fóssil e é evidente que há caminhos entre a arriba. Mas na zona do parque não. E é sobre esta zona que estamos a falar.
Lotação esgotada??? A Ana é frequentadora dos parques de campismo??? O que está lotado (e refere bem os meses Maio/Junho de incio mas não até Outubro. No final de Agosto já não se assiste á lotação esgotada)é a capacidade de estacionamento. Devido ás restrições de estacionamento por causa da regulamentação em vigor, o estacionamento foi reduzido drasticamente dentro dos parques e por isso se observa as longas filas para entrar nos fins de semana. Nada tem a ver com o número de utentes.
Continuo a dizer que esses números são irrealistas e calculados tendo como base o número de associados dos clubes.
Para além disso e uma das coisas que aqui ainda não foi dito, é que não são os clubes de campismo que querem ir para o pinhal do Inglês. É uma situação que está a ser imposta e decerto há muitos campistas que vão desistir, uma vez que uma coisa é ter a praia à porta, outra é enfrentar o trânsito infernal que a zona da fonte da telha já tem sem os campistas. Com eles, concordo que ainda vai ficar mais infernal.
Já agora e porque não falar da Herdade da Aroeira, onde o abate de arvores é muito superior e onde se continua a construir e a derrubar arvores??
Cumprimentos
Nuno R

Ponto Verde disse...

Neste post reduzi-me à mera descrição dos factos, não falei de nenhuma entidade! Não percebo pois a raiva e cegueira do senhor que assina João Afonso...e a sua ideia peregrina de perseguição politica!Que mais uma vez me chama de anti-democrata e fascista.

A Bandeira da ex União Soviética na sua Propriedade tem a legitimidade que lhe quizer dar, só não encontro tal manifestação e trato em dimensões equivalentes em todo o concelho ou margem sul das autarquias "democráticamente eleitas" relativamente aos símbolos nacionais, e incomoda-me sim ver uma bandeira que é PROPOSITADAMENTE OSTENSIVA E UM SAIMBOLO ANTIDEMOCRÁTICO !!! num país democrático que é o meu!

Fico satisfeito com a abrangência das ideias dos intervenientes e do debete que o tema suscitou.

E sim , acho que é um disparate esta decisão, bem como a tipologia, dimensão e tipo de ocupação dos parques existentes. Como estão não devem comtinuar a existir por constituirem na prática uma verdadeira promiscuidade e um perigo! São estruturas verdadeiramente "terceiro mundistas" estou de acordo.

Bem como considero disparate a localização escolhida e as consequências para a paisagem e para aquele local com o aumento de densidade previsto!

Anónimo disse...

muito bem ponto acompanho atua posiçao neste post. relataste os factos e iniciaste deste modo o debate . muito bem .

olha ponto eu sou aquele que tu apelidaste de funcionario jurista , uma coisa que só lembra a uma grande "barraca"

a minha opinião : a mesma da quercus .

Anónimo disse...

Caro Nuno,

Sou frequentadora de um parques de campismo já alguns anos (26 pelo menos) e assisti à degradação do conceito de campismo com o passar dos anos, confesso que as minhas férias de verão eram lá passadas e muito bem passadas. Mas como referiu, o que estamos aqui a falar é da área que vai ser afectada com a transição dos 4 parques de campismo: CCCA, CCL norte e sul e SFUAP e não dos próprios parques, porque isso são outras guerras, e concordo consigo quando diz que as pessoas não podem falar quando não conhecem a realidade (eu sou uma felizarda, pois conheço as duas: parques e PPAFCC).

Talvez os números de utentes não estejam assim tão longe da realidade, na minha opinião até devem de ultrapassar, e depois também não nos podemos de esquecer das visitas exteriores que vão ter com familiares ou amigos ao parque ou até mesmo campistas exteriores a cada colectividade. Quando me referi que os caminhos por entre a arriba iriam ser utilizados e degradados, não era referente ao Pinhal do Inglês, mas sim à própria PPAFCC. È que para uma pessoa se poder deslocar para a praia a pé de certeza que irá pelo caminho mais curto, e esse de certeza que é por entre a arriba. Também é certo que alguns campistas irão desistir, mas outros virão ocupar os seus lugares. O que preocupa mesmo é que no referido EIA não é feita qualquer referência de quanto é que a PPAFCC irá ser afectada e este ponto deveria ser um dos objectivos o estudo. Está tudo muito mal explicado e existem demasiados interesses envolvidos, pois basta referir que quem irá pagar a transição dos parques é a costa polis, e onde é que se vai buscar o dinheiro? Voltamos ao mesmo ponto, urbanizações…. Se pelo menos forem 15000 utentes para o pinhal do inglês, o impacto já será bastante significativo.

Existem muitos pontos contraditórios no EIA o que dá que pensar: foi feito só por dizer que fizeram e que não existem quaisquer impedimentos para a implementação dos parques! Não querem demonstrar a realidade e têm medo que o costa polis não avance? É estranho, muito estranho…
E mais uma vez quem perde? O Ambiente? Não, nós. Porquê? Porque “ A Natureza é imperdoável para com os erros e a ignorância do Homem”(Oliveira, 2005) E tudo o que fazemos de mal para com o Ambiente, volta e atinge-nos, a nós talvez não, mas aos mais jovens, e aqueles que ainda estão por vir…

Em relação à Herdade da Aroeira, que parte se está a referir? Parte de Almada ou Sesimbra (Apostiça)?

Cumprimentos
Ana S.

Anónimo disse...

Oi Ana

Mas achas que as pessoas que irã estar acampadas no Pinhal do Inglês vão descer a arriba??? opuitros locais ainda admito que se ganhe tempo e seja mais perto, agora nas imediações do Pinal do Inglês não me parece possível descer a arriba.

Quanto à herdade da Apotiça, estava a falar da parte de Almada. A parte de Sesimbra ainda não está em construção, ou já?
Nuno

Anónimo disse...

Caro Nuno,

Quanto descer nas imediações da futura área dos parques, acredite que é possivel,não na parte Norte, mas sim na parte a Sul, e mais não digo.

Relativamente ao abate de árvores na Aroeira, acho que ao que se está a referir,trata-se de terrenos privados e pertencem a áreas de urbanização, mas acredito que também não se deva de estar a cumprir a lei, uma vez que, caso o terreno possua determinado nº de árvores só pode abater x, e acredito que em muitos dos casos isso não se verifica.

Quanto à Apostiça, no final do Verão verificou-se um abate de árvores, mas a razão prende-se com os dois grandes fogos que lá existiram. O Pinhal da Apostiça também é propriedade privada e consiste numa área de produção florestal.
É tudo o que sei...

Ana S.

http://www.plataformappafcc.blogspot.com

Anónimo disse...

Ana, não quero que digas exactamente onde está a passagem a sul. Mas não está depois da descida da fonte da telha, na estarda em direcção à Apostiça?

Quando falei na herdade da Aroeira, estava-me a referir à zona vedada de condomínio privado (aquela onde está o campo de golf). Junto À verdizela o abate de arvores tem avançado de uma tal forma que agora já se vê a urbanização que antes estava tapada pelas arvores.

Não percebi, essa da propriedade privada. É desculpa para não podermos intervir??? É que o Pinhal do Inglês também propriedade privada....
Obrigado pelo site.
Nuno

Anónimo disse...

Nuno, além da passagem que refere, existem algumas antes da descida da Fonte da Telha.

Quanto aos abates dessas árvores nada posso dizer, porque não conheço, mas o que eu queria dizer relativamente ao ser propriedade privada é que: quando um privado compra um terreno e que ele se encontra em PDM como terreno urbanizavel, o proprietário pode lá construir a sua moradia, tendo que respeitar que num total de x árvores só pode abater y (que na minha opinião ninguém cumpre), a não ser que os terrenos que esteja a falar se encontrem dentro da PPAFCC e não sejam terrenos urbanizáveis - isso já é outra história e compete às entidades competentes agirem de acordo com a legislação e aos cidadãos denunciarem a situação.
Em relação ao Pinhal do Inglês, de acordo com o PDM teria de ficar como está. Mas como existem interesses e convém a um conjunto de pessoas que os parques de campismo sejam transferidos para a Freguesia da Charneca, elaborou-se um PP, que esteve em discussão pública. Uma forma de demonstrar o descontentamento quanto à transferência dos parques de campismo é de participar na discussão pública dos planos pormenor (PP).
Alguém demonstrou o seu descontentamento?

Ana S.

Anónimo disse...

Ora boas,

Caros interessados, o que se passa é vergonhoso, mas mais vergonhoso vão ser os milhões de euros que alguem vai lucrar, e também, velhos projectos que ameaçaram a PPAFCC à muito poucos anos vão ter um pretexto para serem levados avante. Avante camaradas que a luta pela defesa da PPAFCC é urgente.