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sexta-feira, janeiro 27, 2006
ARRÁBIDA, DE PARQUE NATURAL A URBANIZAÇÃO FAMILIAR
Depois de décadas de protecção ambiental levada ao extremo no cumprimento da lei, com a demolição de pequenas casas de gente humilde e apoios agricolas, eis que uma família influente com o aval da Câmara de Setúbal consegue urbanizar o coração da Serra da Arrábida.
Na primeira imagem a localização do conjunto de moradias e na segunda em pormenor, a sua localização.
O Parque Natural da Arrábida parece viver um presente de generalizada indefinição. Quando há poucos meses assim não era, havia espaço noticioso de sobra , reservado a perseguições aos alegados prevaricadores, às demolições de habitações consideradas ilegais, mesmo que unicas e permanentes no Parque Natural , e assistimos mesmo a criticas severas à aleghada ampliação de uma moradia pertença de Nobre Guedes quando da sua breve passagem pelo Ministério do Ambiente.
Nessa altura longínqua em que o Parque Natural era o garante da qualidade ambiental daquele espaço e do cumprimento da lei, foram inviabilizados dezenas de pequenos projectos de reconstrução e pequena ampliação até de pequenas construções de apoio agricola.
Hoje parece ser o inverso que acontece e a construção montou arraiais em pleno coração do Parque.
Há cerca de dois anos foi contra toda a linha de orientação, permitida nos Casais da Serra uma urbanização composta por moradias geminadas de dois pisos que à altura levantaram larga polémica, tendo-se pensado que era atingido o grau máximo da impunidade de gente bem posicionada...
Assente a poeira da contestação eis que, ao que parece devidamente autorizadas por Alvarás passado pela Câmara Municipal de Setubal, um pouco mais adiante da anteriormente referida urbanização e em pleno coração do Parque Natural, em zona de sobreiros e outra vegetação protegida no perímetro do Parque , surgem agora sete moradias , numa alegada urbanização familiar e ocupando uma àrea sensível daquela zona protegida.
Os Alvarás estão passados em nome de membros da família Avillez, uma familia influente da região e não só... que ao que parece, a seu bel prazer e com a concordância da Câmara de Setubal parece ter contornado todos os entraves de protecção ambiental exigidos pelo Parque Natural da Arrábida e leis de protecção ambiental e avançado com a construção de várias moradias no local, no que se afigura como uma situação de dualidade de critérios face a autorizações de construir mesmo em zonas menos problemáticas em termos de protecção ambiental e que abre um grave precedente para a conservação daquele Santuário Natural.
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Hoje, sem influências privilegiadas de qualquer Câmara ou Família, o evento Massa Critica/Bicicletada reúne para mais um passeio de divulgação de meios de transporte não poluentes.
Marquês de Pombal 18.o0.
Mais novidades sobre este o outros eventos para este fim de semana em ambientalistas da amadora (clique)
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4 comentários:
O egoísmo de alguns continua a contribuir para a desgraça de muitos.
Se os que tem responsabilidade nada fazem o que podemos nós fazer? E se denunciar não chega?
Certamente legal se há Alvará lavrado pela Câmara de Setubal, mas vergonhoso, não da parte de quem constrói, mas de quem autoriza.
Há nitidamente en no minimo ,dualidade de critérios.
Na Arrábida, tudo se faz com jeitinho, em especial se for gente de meios e relações que a CMS na pessoa do seu motoqueiro presidente (e habitual presença nos meios certos) compreende e dá o aval, o alvará e o resto.
Relembre-se a linda amizade com o ministro Nobre Gueses, com quem passeou de braço dado na Feira de Santiago.
Quanto a certas urbanizações caída ex-nihilo talvez conhecendo as famílias envolvidas e as suas amizades, tudo se expliquye sem grandes problemas de imaginação.
Os alvarás são legais, na maioria dos casos, sendo tudo justificado com a falta de regulamentação actualizada do Parque, etc, etc...
Num país de corruptos como o nosso, tudo o que aqui vejo descrito faz parte do normal quotidiano. É bom que se denuncie a bandalheira e corrupção que nos envolve, mas muito triste que ninguem seja responsabilizado e punido. Os mais diversos personagens desta farsa vão-se passeando pelas Autarquias, Institutos, Comissões de Turismo, Direcções de parques e outros, distribuindo os mais diversos 'favores', um dia partem e a merda que deixam sobra p'ra nós... Poderia falar da 'raiva' que me deixam, mas tenho receio que me 'vacinem'.
A. Balhão
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