segunda-feira, setembro 04, 2006

RENTRÉE














Não, não falo na "rentrée" politica feita pelos profissionais da politica gente que há muito nada faz ou quem nunca fez (como os puros das Jotas) . Essa rentrée é feita contar com as horas do telejornal para dizer pela milésima vez a declaração gasta, ou a cassete ultrapassada.

Falo do seu regresso a casa depois de umas férias mais ou menos curtas de volta à Margem onde resignadamente , de preferência o querem arrumar, vai encontrar tudo na mesma:
- Os mesmos engarrafamentos às mesmas horas.
- As mesmas ruas onde não há sítio nem para os peões, nem para estacionar o carro.
- Os mesmos espaços urbanos não cuidados.
- As mesmas povoações sem verde ou com cada vez menos verde.
- Um ar cada vez mais irrespirável.
- Urbanizações que apareceram onde não era suposto
- Zonas verdes que nunca foram criadas, mas onde antes de urbanizar havia árvores.
- Esgotos que correm propagando doenças como se fosse algures na África mais pobre ou na América do Sul mais corrupta.
- Politicos cada vez mais agradados com a obra feita.
- O Metro que nunca mais chega.
- As obras do Metro que nunca mais acabam.
- As praias fluviais que não têm condições.
- As filas para a Costa ou para Sesimbra, o lixo na Arrábida...
- ........................................................................................................

Mas fique a saber que como "explica o comentário" que hoje transcrevemos, nada disto é culpa da incompetência, da corrupção, do tráfico de influências, na protecção do tacho, no compadrio que "injustamente" poderíamos assacar aos nossos autarcas:

O A-Sul pelos seus leitores:

Julgo que as respostas que serão colocadas a este post versarão novamente o tópico “a culpa é dos outros”.

Nada do que está mal nas nossas vilas e cidades pode ser responsabilizado às autarquias. Há bairros de lata, a culpa é da economia.

Há delinquência e insegurança nos bairros, a culpa é da GNR ou da PSP.

Há congestionamento de trânsito e redes de transportes ineficientes, a culpa é do Instituto de Estradas ou das transportadoras.

As escolas estão degradadas ou são insuficientes, a culpa é do Ministério da Educação.

Os espaços verdes, jardins e parques são inexistentes ou sofreram uma mutação para vazadouros de entulho e lixo, a culpa é dos construtores imobiliários.

Há esgotos a céu aberto, a culpa é do Ministério do Ambiente.

A existência de indústrias que actuam como poluentes ou predadoras do meio, como areeiros e sucateiros, são culpa dos respectivos donos. As linhas de água são sufocadas por detritos e descargas ilegais, a culpa é das empresas que os usam como esgoto.

As matas ardem, onde ainda as há, a culpa é dos proprietários.

Nunca nenhum dos problemas das nossas terras, das zonas onde moramos, é consequência directa da actuação, ou da omissão de actuação da nossa autarquia.

Depreende-se então que estes organismos, sendo assim tão incapacitados para nos defender destes males, sirvam só para receber fundos comunitários, impostos municipais, cobrar taxas de licenciamento e patrocinar festarolas e arraiais.

A perpetuação das dinastias autárquicas explica-se assim pelo mote “a culpa não é nossa”. A mim parece-me, bastante degradante observar um poder autárquico cujo forte é, há 25 anos, fazer alarde de um conveniente “complexo de Calimero”, em que a culpa de tudo é sempre dos outros.

O.José

5 comentários:

Anónimo disse...

De volta ao paraíso ao som dos foguetes da Festa, mas há algo mais bonito?

nunocavaco disse...

Claro que algumas situações são da responsabilidade das autarquias mas, são elas a quem se deve o melhoramento do nosso país a partir do 25 de Abril. Com 5% do orçamento do estado, fazem produzir muito mais riqueza do que quaisquer outras instituições. Sem dúvida que cometem muitos erros, quer sejam da CDU, PS, PSD ou PP, mas são responsáveis pelo pulo que Portugal deu quando saíu da sombra fascista. Eu como comunista prefiro ter um presidente de Câmara de outra cor política a não ter autarquia.

Anónimo disse...

As autarquias da margem Sul são verdadeiras máquinas de fazer "papel moeda" fora de qualquer controlo com as licenças que passam para construção.
Favorecem quem entendem.
Prejudicam quem não gostam ou se lhes opõe.
Limpam as mão da M____ que fazem, alimentam o Partido, dão emprego a muita indigência e oportunismo.
Pretendem ser um estado dentro do Estado.
Têm teias de cumplicidade com Bancos e Belmiros apesar do discurso do partido ser outro.
Esse mito do autarca modelo CDU já foi, e a história dos 5% do OE é mesmo um mito.
São negócios como os do Centro de Estágio do Benfica que revelam a verdadeira face deste belo sistema autárquico.
Que o senhor autarca anterior proteja o emprego com fantasias como a que escreveu é até compreensivel se bem que de moral nula.

Anónimo disse...

Sim senhor regedor!
Nesse arrazoado, traduzido nos termos dos tempos da outra senhora, escreveria.....
- Deus, Pátria e Familia.
-Vivemos felizes aqui no nosso cantinho , que o Senhor Presidente do Conselho nos protege dos pérfidos comunistas que comem criancinhas.
Não vos consigo distingir dos senhores de autrora, será miupia ou vista cansada..??? Será que não são os mesmos com outras roupagens????

AV disse...

Com 5% do orçamento do estado, fazem produzir muito mais riqueza do que quaisquer outras instituições.

Pois, nós sabemos onde alguma dessa riqueza anda...

AV1