sábado, setembro 09, 2006

A BICICLETA DE NOVO













Imagens de Frankfurt, Copenhaga, Amsterdão, Paris e Londres.

Sempre aqui temos defendido para a Margem Sul o uso da bicicleta como meio de transporte alternativo, no entanto esse uso está dependente de condições de segurança viárias que não façam de um número crescente de ciclistas, um número crescente de vitimas da estrada.

Essas condições passam pela criação de ciclovias. Já aqui dissemos que na Europa , há um verdadeiro Boom no uso deste transporte, mesmo em países onde não era tradição o seu uso generalizado, como em Espanha.
Assistimos paralelamente a uma aposta por parte dos Municipios na construção de condições para o uso seguro da bicicleta (ciclovias) e em muitos , na construção de uma verdadeira rede de transportes quase gratuítos que assentam na bicicleta de uso público fornecida pela autarquia ou por empresas de mobiliário urbano.

Na Europa dita "Rica" o uso da bicicleta é generalizado. São aos milhões na Holanda, na Bélgica, em França, nos países Escandinavos... povos com um nivel de vida muito superior ao português deixam o carro em casa ou mesmo dispensam-no de todo e fazem as suas deslocações de bicicleta.

Mesmo em Portugal pode ver aqui (clique) e aqui (clique) duas reportagens sobre o uso pioneiro e algo radical, da bicicleta em Portugal, numa delas vê-se o acto criminoso que são as infraestruturas inaproveitadas do Metro Sul do Tejo que se degradam sem que as composições saiam da estação de recolha , infraestruturas essas a que estão associadas ciclovias que não estão ligadas entre si ou tenham continuidade para outras ciclovias diferentes do percurso do Metro.

A construção de ciclovias tem um óbice para os autarcas que gostam de presentear os seus municipes com obras de fachada , mesmo que inúteis, é que a construção de uma ciclovia é barata (logo não alimenta os construtores de obras públicas) é discreta (logo não dá nas vistas) e faz-se em pouco tempo (logo, não dá votos) , praticamente não tem custos de manutenção (logo não alimenta empresas municipais).
É que a maioria das capitais europeias opta por canais nas vias já existentes(clique), canais esses que são desenhados na via com tinta...nada mais simples e eficaz para ordenar o trânsito e salvaguardar minimamente os ciclistas.

A Margem Sul continua avessa a esta filosofia, a maior ciclovia existente será a da Moita, mas está mais orientada a fins lúdicos, depois temos as vias construídas aproveitamdo o MST em Almada e Seixal, mas ao abandono, pois não se construíram continuidades, começam no nada e acabam em lugar nenhum , como já aqui se escreveu... na época pré eleitoral fizeram-se no Seixal (A.Silva & Silva e E.LECLERC) troços de ciclovia para a caça ao voto, mas que não têm nenhuma utilidade prática pela sua extensão reduzida e por começarem e acabarem em vias comuns e de muito tráfego automóvel.

Na Europa em Lyon(clique) em Burgos (Clique) e em várias outras cidades integradas ou não no Programa Europeu CIVITAS CLIQUE) mesmo em Portugal (clique) há também projectos mais ambiciosos de mobilidade, mas mesmo os mais simples não passam pela Margem Sul .

Num país civilizado , numa região com autarcas minimamente cultos, teriamos uma ciclo-via ao longo de todo o eixo ribeirinho, ciclovias na Costa de Caparica que permitissem ir à praia de bicicleta ou que por todo o lado permitissem às crianças irem em segurança para a escola...ou a muitos trabalhadores para os seus empregos... mas isso é pedir muito!

5 comentários:

Anónimo disse...

É urgente mudar mentalidades a começar pelos politicos que tratam os eleitores como idiotas como o PCP acaba de fazer em Setubal.

FL disse...

Desde já parabéns pelo blog. Todos os contributos para a defesa do ambiente em Portugal são urgentes e pertinentes.
No que diz respeito às ciclovias, concordo que em Portugal as iniciativas tomadas, salvo algumas excepções, são de fachada, inconsequentes ou então desfasadas de verdadeiras políticas de mobilidade. Depois há sempre o eterno problema do trânsito automóvel e do pouco civismo reinante.
Sou habitante de Aveiro, uma cidade que reúne condições óptimas para a utilização da bicicleta dado que é praticamente plana. Nos últimos anos, foram levadas a cabo algumas iniciativas como a BUGA ou a criação de ciclovias no centro da cidade. Em Aveiro mas julgo que se podia ter ido mais longe. Ainda vejo muitos universitários ainda vão de carro para as aulas quando moram a 500 metros da universidade.
Para não dizer só mal, as ciclovias existentes na zona do Pinhal de Leiria são óptiimas, permitindo agradáveis passeios e facildiade de deslocação entre as praias e localidades.

Caparicano disse...

Tudo isso em Aveiro, enquanto na minha Costa de Caparica rigorosamente nada. Nem o paredão, uma antiquíssima ciclovia mais propícia ao todo o terreno...

"Sou habitante de Aveiro, uma cidade que reúne condições óptimas para a utilização da bicicleta dado que é praticamente plana."

O mesmo se aplica à Costa. Pelos vistos os políticos num e noutro local não pensam da mesma forma, é pena.

Espiga disse...

5 motivos para andar de bicicleta
http://ambientalistasdaamadora.blogspot.com

Sociedade disse...

Outro dia fui a Lisboa e passei pela nova zona do campo pequeno. achei que ficou engraçado aquele passeio enorme, para o que estamos habituados, à volta da praça, mas fez-me confusão ver que os prédios ao fundo não têm passeio para peões! Não percebi, ou então, caso tenham não devem ter mais de meio metro a um metro de largura. Isto descontando os postes de iluminação e outros obstáculos que encurtam o espaço real para se caminhar a pé.
É uma mania que nós temos um pouco por todo o país: passeios não, obrigado.

Marquês de Gondomar