sábado, maio 03, 2008

HORTUS URBANUS




















Portugal era até há uma ou duas gerações um país essencialmente agrícola, no entanto, bastaram essas mesmas duas gerações de permeio , para "desaprender" todo esse DNA de sabedoria que permite retirar da terra, senão todo o sustento, pelo menos uma parte complementar .

A perda dessa sabedoria ancestral, parece revelar uma vergonha pelo que eramos até há bem pouco tempo, e por uma actividade dura, mas compensadora (sempre que a meteorologia o permite) e fundamental .


No entanto assiste-se por todo o mundo urbano ao voltar a tentar encontrar na terra , a fonte de produtos que de tão normalizados deixámos de encontrar nas parteleiras dos supermercados , para além de que esta noção de inesgotabilidade de recursos , que permitia urbanizar ( literalmente ) em campos de nabos como se tem feito ao redor de Lisboa, tanto na Margem Norte como na Margem Sul, está a mudar.

Na Europa são comuns as hortas urbanas , hortas urbanas essas que na periferia de Lisboa e de outras grandes cidades de Portugal , têm ainda uma conotação algo terceiro mundista e miserabilista, até pela forma como essas pequenas parcelas estão arquitectónicamente delimitadas , no entanto servem desde já funções sociais e biológicas de extrema importância, sendo também fonte importante de produção de horticulas para auto-consumo.


Não somos liricos ao esperar, que a ignorância dos nossos autarcas, lhes permita fazer uma leitura imediata do que actualmente se está a passar em termos globais, com os preços (e a escassez) dos produtos agrícolas , e possam a partir daí fazer uma extrapolação para o presente e sobretudo para o futuro. Mas é bom que os cidadãos comecem por exigir uma eco-protecção eficaz dos terrenos com apetência agricola (essa lei existe já com mais de trinta anos e chama-se Reserva Agrícola Nacional) para que a pretendida municipalização dessa Reserva real de recursos não seja abastardada e delapidada pelos interesses imobiliários imediatos...do costume.

Temos que produzir mais , mais perto, pois com a escalada dos precos do petóleo vai-se a breve prazo tornar inviável as alfaces que vêm da Holanda, as uvas da Africa do Sul ou os kiwis da Nova Zelândia e já nem falo no custo ecológico desse transporte .
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ALERTA

Contribua, na medida das suas possibilidades para a recolha de alimentos do Banco Alimentar , um pacote de massa custa menos que a moeda que ontem deu ao ¨arrumador¨ .

2 comentários:

Anónimo disse...

Betão, rotundas e alcatrão e MUITA PROPAGANDA é o menú servido há 34 anos pelos autarcas CDU da Margem Sul.

Anónimo disse...

Os nossos autarcas não vão perceber nada porque não têm capacidade para isso. No concelho do seixal até já os jardins são de pedra. Alguns espaços que tinham arvores e ervas passaram a ter empedrado. Não sobra neste concelho palmo de terra nem para jardim quanto mais para horta.só nos resta o calor insuportável no verão do betão e do alcatrão. E a elevada taxa de osono. Até as pobres hortas do vale da companhia de lanifícios na Torre da Marinha estão em risco de a camara as destinar para fazer estradas e urbanizações.