quarta-feira, novembro 07, 2007

QUERCUS CONTRA NOVA CIDADE DO VITÓRIA


Setúbal - no canto superior direito a zona verde onde hoje está o Estádio do Bonfim.


Para o Euro 2004 foram construídos dez novos estádios de futebol, teria sido de tirar o chapéu se estes estádios tivessem integrado pavilhões gimnodesportivos e pistas de atletismo, ou velódromos, ou outro tipo de equipamento qualquer que alargasse a prática de desporto a nível local e regional.


Não o foi!


As exigências actuais do futebol vão no sentido de estádios unicamente para a prática do futebol, deixando de fora todos os outros desportos de estádio e em suma todos os outros desportos (ditos amadores) porque não são "rentáveis" , porque há que canalizar todos os meios para os milionários salários pagos a dirigentes,a agentes, a treinadores...a jogadores!


No entanto vemos, mesmo seguindo de longe este fenómeno, que pequenas equipas "amadoras" podem em campo demonstrar mais profissionalismo que as equipas de estrelas, tal como muito recentemente aconteceu com o Fátima.

Pelo que, canalizar todos os recursos, para o futebol "profissional" parece redutor e sem um retorno idêntico ao investimento aplicado nesses "profissionais" que salvo excepções conhecidas, muitos dos "cromos da bola" não valem a infima parte do que lhes é pago e muito menos o que tendo sido em 2004 investido no futebol, não o foi em escolas e no desporto escolar... (por exemplo...)!


O fenómeno futebolístico é mais do que uma bola e vinte e dois indígenas a correr atrás dela, gera paixões, permite ascensão social, acesso á comunicação e á politica pela visibilidade inerente ao fenómeno por isso não se discute o buraco que é o pós Euro 2004 e estádios como os de Aveiro e Loulé.

Num outro campo vemos também o futebol associado á construção de imobiliário, o imobiliário como fonte de capitalização, mas um imobiliário que transforma e ocupa inevitávelmante o território, se um determinado local comporta um ("necessário") estádio , não tem obrigatóriamente que comportar uma urbanização...

Se uma equipa necessita de um Centro de Estágios...certo, excelente... mas isso não tem que comportar um , dez, vinte hectares de construção , e depois, convém que a equipa pague ao menos a conta da água (alegadamente o Benfica deve 500 mil euros de água à Câmara do Seixal)...


É contra esta lógica (autarquia+pato bravo+futebol) que o cidadão normal se opõe, mesmo quem gosta de futebol tem que se opôr aos negócios e às atitudes que se aproveitam das suas paixões clubisticas em proveito próprio e não do lado desportivo do clube ou da sociedade.

Construír um estádio, um pavilhão Gimno- desportivo num espaço verde devidamente acauteladas as condicionantes ambientais é de elogiar!


O verde permite mesmo aos desportistas de bancada desfrutar um pouco de ar puro e espaço livre, e permite a prática de outros desportos...pelo que preencher esse espaço com 24 hectares de condominios fechados como está a acontecer no Seixal, ou uma mega urbanização de 7500 apartamentos para trinta mil habitantes como se pretende fazer em Setúbal (com a oposição oficial da QUERCUS , é um absurdo!

Ainda por mais , tanto num caso como noutro, com corte de sobreiros e em zonas de reserva agrícola e ecológica

6 comentários:

Anónimo disse...

Se pôr-mos os clubismos de parte e pensarmos sobre o assunto, qual foi a vantagem para o Seixal de o SLB construir aquele equipamento? As nossas crianças podem aceder aquele espaço? Os praticantes, amadores, de futebol podem usar os campos relvados? Não teria sido melhor ter preservado os sobreiros e a câmara ter "construído um parque junto do rio, onde as pessoas pudessem passear, praticar desporto ou simplesmente ter algum tempo de qualidade junto ao rio. Mas isto é um problema que nós portugueses temos, uma classe política, da direita à esquerda, sem a mínima visão do que é qualidade de vida da população, que apenas pensam em favorecer os amigos construtores ou dirigentes de clubes de futebol. Onde estão os jardins, parques (verdes e não de estacionamento) de cidade, locais para a pratica de desporto nos bairros?

Ponto Verde disse...

Obrigado António por mais um sempre incisivo e oportuno comentário. Eu já nem vou ao ponto de dizer que não se deveria ter feito o Centro de Estágios no Seixal, ou que o Vitória não construa um novo estádio, mas é isso, um centro de Estágio no Seixal e um Estádio em Setubel, como se faz no mundo civilizado, demolindo o velho e construindo um novo.

Mas a questão não é essa, a questão é que o futebol serve para atirar areia para os olhos, é o betão que fazem em volta que interessa, é esse o móbil!

é que daqui a uns anos até vão dizer que é necessário demolir o Centro de Estágios e o novo Estádio do Vitória, vão dizer que já não servem...que as equipas estão na banca rota...e que é preciso construír no lugar do estádio/Centro Estágios para as salvar...e lá se vai o salvo conduto...fica só o betão.

Quanto ao Benfica/Seixal, ao menos podiam pagar a água, o que acontecia ao António se tivesse uma divida de água de 500 mil euros??? E já agora abri-lo aos Seixalenses para a prática desportiva como muito bem frisou.

Anónimo disse...

A Câmara prometeu que o Benfica ía desenvolver o Seixal, que ía haver mais gente, mais movimento. Tudo uma mentira, as excurssões nunca cá passaram e se passaram, nunca pararam no Seixal, os jogadores nem se vêm, passam os bólides pela Mundet e mais nada.Está tudo fechado e a juventude do Seixal se quer tem o Campo do Albano que até mete dó ao lado do riquíssimo Benfica onde seixaleiro não entra. Foi tudo uma grande mentira, é bem feito a dívida da água que é para aprenderem a não ser saloios. Setubalenses, não caiam na marosca.

João Soares disse...

Sociedade do Automóvel...
Biotera de Luto por 5 dias.
Paz às vítimas que já não connosco e solidariedade por várias espécies em vias de extinção.

Anónimo disse...

O Caso não é a Câmara Municipal do Seixal ter desqualificado património municipal, ou ter oferecido mais valias com alterações da lei solo ao referido clube de futebol, construtores e outros afins, ou que ainda por cima tenha de financiar em fornecimentos de àgua o outros...
Porque a CMS, não é mais que nós todos- municipes e contribuintes-que fomos expoliados patrimonialmente(implicito tudo o mais que o termo genérico do património implica), e ainda por cima temos de pagar o financiamento e o enriquecimento de quem à nossa custa e com a conivência dos nossos edis, se locupleteia.

Ana disse...

Simplesmente escandalosa a dívida da água, se fosse qualquer um de nós simples munícipes de certeza que já estaria cortada, mas como é quem é talvez até se possa usar como campanha para as próximas eleições por algum partido e assim ganhar o voto de todos os sócios e simpatizantes do Benfica (Dizem que são 6 milhões em Portugal pelo que o Seixal deve ter a sua parte).