terça-feira, julho 03, 2007

O OMNIPRESENTE BETÃO

Na imagem Casal do Marco Seixal, um dos Concelhos mais betonizados, urbanização sobre mais uma zona de floresta e sobreiros

O Expresso dedicou as suas edições do passado mês de Junho às cidades, como tinha dedicado o mês de Maio ao ambiente. Durante dois meses foram publicados por personalidades ligadas às áreas do ambiente e do urbanismo textos que traçaram do país um cenário desolador quanto ao ambiente e quanto à qualidade de vida das nossas cidades.

Ambos os temas são indissociáveis um do outro. Se há uns anos quando questionado sobre temas de ambiente, saltavam questões de poluição da água (rios e derrames de petróleo) e do ar. Estes dois pontos tiveram melhorias significativas, melhorou a qualidade da água dos rios e zonas costeiras com a inauguração de muitas ETAR's, melhorou também a qualidade do ar com automóveis mais amigos do ambiente e com normas mais rigidas , o mesmo se aplicou á industria.

Se se sentem melhorias a estes dois níveis, a grande questão prende-se com o alastramento descontrolado da construção para solos onde tal nem é desejável, nem estaria previsto, mas que a lei, os interesses instalados e as mais valias brutais permitidas em Portugal oferecem de bandeja a alguns.

Começa a ser aflitivo, mesmo para o cidadão comum a selva de betão em que áreas não há muito agricolas e florestais se estão a tornar.


Do trabalho publicado no Expresso e da tabela acima , a margem sul está infelizmente "bem colocada" negativamente falando, sublinhando o efeito dormitório e de generalização do betão que se está a generalizar e a provocar, para além de questões de protecção ambiental, questões sociais graves que poderá culminar com um crash do mercado imobiliário provocado por um número exagerado de casas novas (e usadas) para vender associado a um inflacionar irrealista dos preços por m2 de construção.

Outras questões sociais graves prendem-se com a desertificação dos centros urbanos mais antigos, mas não só Lisboa, há problemas de desertificação nas zonas urbanizada nos anos sessenta e setenta e anteriores, o Barreiro é o exemplo mais marcante na margem sul, isto enquanto alastra nova construção, irracionalmente para a periferia.

Os factos estão aí, diagnosticados, referenciados, pena que tenhamos um não-ministro do ambiente (só interessado a dar luz verde aos famigerados PIN) e autarcas em perfeito conluio com quem deveriam disciplinar. Assim vai este país! Até quando?

5 comentários:

Papoila disse...

Seixal e Almada estão "muito bem" localizadas no ranking...

Anónimo disse...

Por acaso estão, isto se tivermos em consideração que da Area Metropolitana estão 6 autarquias à sua frente (Oeiras, Odivelas, Lisboa, Amadora, Barreiro e Cascais), o que demonstra que Almada e Seixal estão a meio da tabela... O que demonstra que os autarcas do PS e do PSD são muito mais betonizadores do que os da CDU! Aliás seria interessante verificar-se em que posição estaria o Barreiro antes do PS ganhar a Câmara, pois nunca se construiu tanto no Barreiro, como nos 4 anos de gestão PS. Assim como nunca se construiu tanto em Alcochete ou Sesimbra, como nos anos em que o PS teve essas Câmaras... E se dúvidas houvesse era olharmos para o litoral alentejano e vermos a fúria betonizadora do PS, pois aquilo que o PCP protegeu enquanto foi maioria autárquica, tem vindo a ser destruido pelo progresso que o PS trouxe para Grandola, Alcacer e Odemira.
Mas tudo isto são coisas que o Ponto Verde não vê... pois as palas não o deixam ver!

Anónimo disse...

"pois nunca se construiu tanto no Barreiro, como nos 4 anos de gestão PS"


Afirmação gratuita e totalmente desprovida de verdade.

O senhor Afonso quer, a todo o custo, defender a sua seita, não se importando de dizer mentiras para o efeito.

Percebe-se porquê...

Anónimo disse...

O betão parece ser pior que a varíola ou a peste negra mas o Homem conseguiu vencê-las. O problema do Seixal é o mesmo de Viana do Castelo, Vila Real de Santo António e de tantas outras localidades. A pressão das imobiliárias e das construtoras é constante e move consciências. A conversa dos autarcas pouco difere entre partidos ou zonas do país: "desenvolvimento", "progresso", "emprego" mas o resultado é bem visível.


Pescámos um vídeo vosso no YouTube que reproduzimos no nosso blog, acrescentámos um link à lista de amigos e deixamo-vos a indicação de um texto muito bem elaborado pelo Greenpeace Espanha que certamente vos interessa.

http://www.greenpeace.org/espana/news/greenpeace-presenta-un-decalog

Um abraço

EMALMADA disse...

Neste zona da margem sul para falar só em dois: Almada e Seixal, juntou-se a fome com a vontade de comer.