quinta-feira, julho 05, 2007

MOITA - A REVOLTA POPULAR CONTRA O NOVO PDM



Há uma situação peculiar na Margem Sul que tem permitido a autarcas sem escrúpulos arrazarem, ou permitirem arrazar, "sem contestação" com àreas patrimoniais naturais e históricas dos seus concelhos, inclusivamente de zonas que decidiram inscrever nos Planos Directores Municipais como protegidas, este momento está a ocorrer a destruição de dez hectares de floresta protegida no PDM do Seixal em Pinhal DOS Frades.


Com o que se escuda esta gente , auto intitulados de eleitos ? Salvaguardam-se na memória, ou falta dela que uma comunidade tem enquanto tal sobre as suas idiosincrasias, sobre a sua cultura, sobre o seu ambiente memória essa perdida ou hábilmente manipulada, ao terem transformado estes concelhos agricolas e piscatórios a Sul do Tejo em território receptor de Imigração em massa, abriram-se assim brechas na memória colectiva repovoada de forma explosiva por uma horda de novos habitantes que naturalmente não tinha a história e a memória do espaço para onde vinha (dormir) passar algumas horas depois de jornadas a trabalhar em Lisboa.

Enquanto se ausentavam para o trabalho, a envolvente de onde habitavam ía-se alterando de dia para dia, gruas e gruas sempre no horizonte, espaços sempre em construção, um espaço verde que desaparece hoje, mais uma floresta amanhão, o campo onde os miúdos andava de bicicleta dias depois...paulatinamente tudo ficou cheio de prédios, sem nexo, sem gosto, sem perspectiva de conjunto.

Enquanto o cidadão sem memória do sítio achava que tinha de ser assim, que a lei era aquela, e era tudo para o bem de todos como os eleitos se justificavam quando o tal cidadão tinha tempo de ir a uma sessão de Câmara ou a uma assembleia municipal ou simplesmente se dirigia ao Urbanismo perguntar porque o prometido espaço verde nunca mais surgia ou se tinham construído mais um prédio onde havia sido projectado um jardim.


Sempre lhe diziam para dormir descansado que os autarcas (perdão, os eleitos) tratariam do assunto que ele , cidadão, não se teria, não se devia preocupar e sobretudo, não devia contestar as decisões de quem actuava com "trabalho, honestidade e competência..."

Isto tem funcionado, até que começa a ser de mais, até que batemos fundo na Corrupção e no tráfico de influências nas autarquias, reconhecido por todos e denunciado até pelo actual e anterior Presidentes da República!

E outra coisa, depararam-se os autarcas (normalmente importados e indigitados "por serviços distintos" feitos aos partidos pelos quais se candidatavam, não só na CDU) surpreendentemente , com quem ainda por cá vivia, sempre vivera e tinha não só memória dos sitios e das pessoas, mas tinha sobretudo amor pela terra !

Assim nasceram dois exemplares movimentos de contestação, um no Seixal (em 1999) com os Residentes de Pinhal dos Frades e Flor da Mata, e outro na Várzea da Moita (que vem a engrossar de há uns três anos a esta parte) em contestação à revisão do actual PDM.

Assim está a nascer um amplo movimento de contestação às politicas postas em prática neste "arco ribeirinho" , basta ler os blogues que são o eco desse descontentamento, de Almada a Alcochete (ver BLOGUES REGIONAIS na barra lateral) para perceber que esta politica do betão armado sem qualquer contrapartida social e ampliando problemas sociais e ambientais graves, não serve! E também que a máquina de propaganda (paga pelo erário publico) em que se tenta fazer crer que por cá se vive no melhor dos mundos já não funciona e já não dá a credibilidade que antes pretendia ter.


3 comentários:

Anónimo disse...

Lista Negra
(Nunca esquecer estes nomes)

José Sócrates

Teixeira dos Santos

Correia de Campos

Vieira da Silva

Augusto Santos Silva

António Costa

Luís Amado

Maria de Lurdes Rodrigues

(a actualizar em caso de necessidade)
Robin Wood

Anónimo disse...

A parte mais significativa dos subúrbios que têm alastrado para fora das cidades são estruturas que têm sido projectadas para atingirem o apogeu imediato, enquanto ainda novas, ou na melhor das hipóteses, num prazo máximo de dez anos. O crescimento dos subúrbios tem sido fundamentalmente devido ao envelhecimento das primeiras zonas de ocupação fora do centro das cidades, construídos durante os anos 60 a 80, e que agora, em lugar de serem zonas com uma sólida população e vidas próprias, e não apenas satélites da cidade principal, se tornaram zonas “fora-de-moda” e sem apelo, semi-desertificadas, onde os prédios se degradaram, as ruas sofreram os efeitos da congestão de tráfego causada pelo mau planeamento, e que começam a constituir um verdadeiro anel de isolamento entre as “novas” zonas residenciais e o centro. Ainda porque os preços do imobiliário têm constantemente estado à margem da lei da oferta e da procura o impulso de compra de casa inclina-se sempre para construções mais recentes; sabendo-se que a oferta excede em muito a procura (basta observar a quantidade de fogos construídos nos últimos 15 anos e o crescimento da população), compreende-se apenas que a manutenção de preços hiper-inflacionados é resultado da uma conjugação de interesses que visa alimentar a indústria da construção e das licenças, e das hipotecas e dos juros de empréstimos para aquisição de habitação que por sua vez financiam as primeiras. Investimentos necessária e invariavelmente elevados na compra de casa conduzem a que as pessoas optem, continuamente, por escolher casas recém-construídas, no pressuposto que tal assegurará sempre o seu investimento.

Os subúrbios têm sido criados com o objectivo de darem um retorno ao investimento da construção, o mais rapidamente possível. Assim que o dinheiro tenha sido feito, deixa de haver qualquer incentivo para a manutenção dos lugares. Se se projectassem as casas, as ruas, os prédios de escritórios e casas de comércio com o objectivo de criar algo que durasse durante centenas de anos, verificar-se-ia que o alastramento de construção não seria um problema. Estas zonas nunca se desvalorizariam e, aos poucos, tornar-se-iam naturais prolongamentos dos “centros históricos”, mantendo-se valorizados, pela memória histórica e cultural que os envolveria com o passar do tempo, mantendo-se habitados, dinâmicos e vivos.

Nas nossas cidades assistimos, porém, ao fenómeno inverso: como se fossem maçãs de casca reluzente, mas podres por dentro, elas têm na periferia uma faixa de construção recentíssima, cheirando ainda a nova, mas que rodeia um centro cada vez mais envelhecido e abandonado em que ninguém quer, nem pode pensar em viver.

Enquanto as forças vigentes (de mercado, económicas, culturais, sociais) continuarem a conjugar-se de forma a fazer com que os cidadãos tenham de justificar a escolha que fazem da sua casa, com base não em factores como a proximidade a transportes públicos e a escolas, pelo facto de se poderem deslocar nestes para o emprego ou poder usar as ditas para os seus filhos, mas antes porque estas estruturas representam factores que diminuirão o já esperado decréscimo de valor do seu “investimento”, enquanto os valores dos empréstimos contraídos se “justificarem” apenas com a aquisição de casas novas, a construção irá sempre continuar a alastra-se, consumindo um recurso finito e não renovável, que é o espaço físico que ocupamos com as nossas construções, em vez de o mantermos ocupado com a forma mais tradicionalmente sustentável, seja com a agricultura seja com a floresta nativa. Em ultima análise os subúrbios afastar-se-ão cada vez mais dos centros, e os seus ocupantes terão de atravessar extensões cada vez maiores de bairros degradados e pouco convidativos, que, ironicamente distam muito menos dos locais onde trabalham. Talvez quando tivermos de fazer 100 quilómetros por dia em transportes reconheçamos que este modelo de crescimento de cidades descartáveis não correspondeu às nossas expectativas daquilo que pensámos ser viver numa cidade.

Anónimo disse...

Bom dia
queria deixar aqui a informação da realização da Assembleia de Freguesia com a temática MST

ver mais em http://jsdalmada.blogs.sapo.pt

com os melhores cumprimentos
CPS JSD Almada