sábado, maio 05, 2007

A FLORESTA



























Nas imagens duas fotografias de montados presentemente a seren destruídos no Seixal, na primeira imagem no Alto do Moinho, na imagem inferior na Quinta da Prata- Torre da Marinha.


Porque só se pode defender o que se conhece, é importante a obra que o Público está a publicar, com distribuição às Quintas-Feiras e por mais dez euros. Trata-se de uma colecção de livros sobre a floresta, a crer na dificuldade que tenho tido em os obter, está a fazer um grande sucesso, pois tem esgotado nas bancas de venda de jornais.

Dos três primeiros livros, o primeiro com uma abordagem histórica, o segundo sobre os carvalhais e o terceiro sobre o Montado, destaco hoje este último. Ao ler a introdução que aqui vos deixo compreenderão o atentado ecológico que na margem sul tem sido alvo os habitats que o montado permite existirem, para elém da árvore em si.

As imagens são do concelho do Seixal e actuais, e mostram a destruição paulatina destas árvores protegidas que soçobram aos interesses do deserto do betão.

Introdução à obra:


Os montados são, por definição, sistemas que associam uma utilização florestal do solo com outra utilização
de natureza agrícola e/ou pastoril. Deste modo não se podem considerar verdadeiras florestas e muito menos se podem considerar sistemas naturais. No entanto, dentro do conceito de montado entram inúmeros tipos
de formações que incluem uma gradação de sistemas, quer quanto à natureza florestal/agrícola, quer quanto
ao seu grau de naturalidade. Em todo o caso os montados (ainda) são a imagem de marca das paisagens
do Sul do país e assumem-se, apesar de tudo, como a maior mancha contínua de arvoredo nativo,
e essencialmente regenerado naturalmente, que se pode encontrar em território Português. Devido ao seu carácter de transição entre as florestas fechadas e os campos abertos, os montados conseguem acolher toda uma série de seres vivos, uns mais característicos das primeiras e outros mais típicos dos segundos. Dado
o seu carácter híbrido em termos de utilização do solo, existe igualmente toda uma série de produtos
e de actividades que se pode desenvolver com base nos montados. A cortiça, a lenha, a pastorícia, a caça
e a apicultura são exemplos das diferentes actividades e produtos associados ao montado. As diferentes valências dos montados estão por isso muito para além das árvores que os constituem. São sobretudo essas diferentes valências, e menos as árvores em si, que se abordam no âmbito deste volume.

2 comentários:

Bloghestral Manoueuvres in the Dark disse...

"Dado o seu carácter híbrido em termos de utilização do solo, existe igualmente toda uma série de produtos e de actividades que se pode desenvolver com base nos montados. A cortiça, a lenha, a pastorícia, a caça e a apicultura são exemplos das diferentes actividades e produtos associados ao montado. As diferentes valências dos montados estão por isso muito para além das árvores que os constituem. "

À volta de uns sobreirozitos há ou não um mundo de oportunidades à nossa espera?

Anónimo disse...

Os sobreiros são do ponto de vista de qualquer progressista um empecilho. Como se vê no comentário anterior: caça, pesca, apicultura pffff..... então e o imposto municipal? Então e a construção de espaços verdes bem organizadinhos, daqueles onde as papoilas e as azedas são ervas daninhas? Isso sim, é progresso e dá votos e belas fotos no Boletim Municipal.