segunda-feira, fevereiro 05, 2007

"URBANISMO,CONSTRUÇÃO E SAÚDE"













Não é em Portugal!!!


A forma e o ambiente em que vivemos é transversal à sociedade . Sobretudo desde o relatório Stern há uma outra vertente que é cada vez mais sublinhada, a relação entre ambiente e economia. E é nas páginas de economia do PUBLICO de hoje que encontramos um excelente artigo de análise sob o titulo que reproduzimos e da autoria de Aníbal Fernandes (Engenheiro) e de Vera Schmidberger (Arquitecta) do qual, pela sua importância transcrevo alguns excertos, recomendando a sua leitura na íntegra:

" Desde Platão e Hipodandos de Mileto que muitas têm sido as teorias da «urbe» ideal. Nos chamados países desenvolvidos, a maior parte da população vive hoje em grandes metrópoles com o consequente abandono das zonas rurais.
Freguesias do tamanho de cidades inseridas em cidades com a população de países, têm-se revelado caóticas e insustentáveis.

Ao nível do planeamento urbano existem factores que influenciam directamente a saúde das populações. A falta de actividade fisíca tem efeitos nefastos na saúde. Igualmente importante é o tempo que se passa ao ar livre.Passamos cada vez mais tempo dentro dos edificios e em actividades sedentárias.

Os meios mecânicos de transporte começam no elevador do prédio onde se habita e continuam no carro estacionado na garagem do prédio em que se trabalha.

As crianças são transportadas do mesmo modo até ás respectivas escolas e a chamada back seat generation está a causar grande preocupação pelo surgimento de muitos jovens incapazes de se orientarem nas cidades onde habitam.

Em países como a Alemanha as crianças que frequentam a escola primária vão a pé ou de bicicleta para a escola. Em contraste, os pais portugueses são motoristas dos seus filhos num país onde o planeamento urbano raramente prevê a inclusão de ciclovias.

Confunde-se comodismo com progresso e sedentarismo com bem estar. As consequências directas deste estilo de vida "confortável" são a obesidade e as doenças cardiovasculares e o isolamento social.

Jardins com locais de convivio e jogos para os diversos grupos etários são cada vez mais raros e vêm-se resumindo a algumas "reliquias" (geralmente maltratadas) em bairros antigos.

E os "agricultores", que na lógica da cidade ideal, no tempo da antiga Grécia, tinham um lugar de destaque, foram banidos deste modelo de desenvolvimento.
As hortas urbanas resumem-se à ocupação espontânea e clandestina de "baldios" e duram enquanto esses terrenos não dão lugar a uma nova urbanização ou rodovia. São raros os técnicos que compreendem a importância destas hortas no planeamento urbano e muitos dos actuais habitantes das cidades abordam este tema com preconceitos de "provincianismo".

Os interesses imobiliários especulativos acabam por impor o crescimento ilimitado do parque habitacional que arrasta consigo o crescimento incomportável do parque automóvel. (...)"

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Acabámos por mudar para o "New Blogger" por imposição do próprio Blogger, o que implicou também ter de aderir ao g.mail em termos de e-mail , mas somos alheios às dificuldades de acesso sentidas de há cerca de uma semana bem como ao sistemático bloqueio a comentários de que temos recebido queixas no mail. Esperemos que melhore em breve.

4 comentários:

Anónimo disse...

A pertinência do tema, e a sua actualidade perante o modelo de subúrbio que por cá impera é demonstrativo da ausência de qualidade dos nossos eleitos.
É mais um exemplo do que nos resta quando os quadros de um qualquer aparelho partidário são opções de sempre do menu...

Mário da Silva disse...

Se mudasse este blog para o Wordpress.com já não sentia problemas. Outros fizeram-no e estão muito felizes com a troca.

Até mais.

Anónimo disse...

Fui à BTL (bolsa de turismo de Lisboa) e qual não é o meu espanto quando a minha companhia me chama a atenção para o stand do Seixal! Seixal!?!?!?!?!?!??!?!?!? sim isso mesmo! Turismo no seixal?????? Bem, temos uma baía completamente poluída, temos aquelas praias impróprias até para os micróbios, temos... ah pois, uma mata de sobreiros cortados, temos um ordenamento urbano exemplar e aquele monumento no em Corroios (viaduto) que pode servir como chamariz para o turismo cultural aliado aos magníficos parques urbanos com meia dúzia de metros quadrados aonde é possível caminhar durante 2 minutos sem estar com um pé numa estrada. Temos ainda os esgotos a céu aberto. Tudo isto aliado às magníficas acessibilidades de que o metro do sul faz parte! Venham até nós passar um dia magnifico ou a sua semana de férias.. para quê ir lá para fora quando nós lhe oferecemos isto tudo!?!? Agora que se aproxima o Dia dos namorados pq não passar este dia romântico na nossa baía aonde o cheiro da natureza está presente...

ESTA GENTE É SIMPLESMENTE RIDÍCULA! A GASTAR DINHEIRO EM PROMOVER O TURISMO NO SEIXAL QUANDO HÁ TANTO PARA FAZER E AONDE SE PODERIA GASTAR ESSE DINHEIRO E PROL DAS PESSOAS! TURISMO DO SEIXAL???? CAMBADA DE DEMAGOGOS!

Anónimo disse...

palavras sabias sr antonio