terça-feira, outubro 10, 2006

COMERCIO , DISTRIBUIÇÃO , PRODUÇÃO E CONSTRUÇÃO NA MARGEM SUL , DO COOPERATIVISMO AOS GRANDES GRUPOS ECONÓMICOS 3











Aqui está uma foto de mais uma "Democracia (Dinastia) avançada no limiar do século XXI". O Senhor deputado Bernardino Soares lá sabe...

Vivemos na Margem Sul numa "Democracia avançada no limiar do seculo XXI" , não sabia que o desordenamento, a poluição, o crescimento urbano desenfreado, a explosão de grandes superfícies, o controlo das autarquias pelas empresas do betão e do crédito fácil tinha uma estratégia, uma politica, um programa e um nome, vou repeti-lo de novo chama-se a isto , que eu pensava ser "A Bandalheira", afinal é "Democracia avançada no limiar do século XXI" (clique para saber de onde vem e quais os seus fundamentos) .

Depois de questões aqui postas ontem resolvemos investigar esse enquadramento programático, tentando ao mesmo tempo encontrar a razão do abandono de uma bandeira de sempre do PCP na Margem Sul, o cooperativismo, e a razão da sua complacência perante os grandes grupos económicos cuja instalação tem facilitado nos concelhos por si dominados, e até de uma forma aparentemente descontrolada face à capacidade de consumo e endividamento das famílias.

O Mesmo acontece com as cooperativas de construção, onde tem sido dado protagonismo aos grandes grupos económicos cujo capital passou a ser transnacional (as autarquias PCP a abrirem-se à Globalização...) , para não falar na falência técnica da muitas das cooperativas , cuja personalidade juridica tem sido ao longo do tempo alterada.

Nessa busca do abandono do Cooperativismo encontrámos um interessante texto da autoria de Charles Reeve (clique) , mergulhei depois num marcante texto de Àlvaro Cunhal (clique) , que mostra o quanto a actual estrutura Distrital do PCP se tem afastado desta referência histórica, neste texto de 2001 Cunhal descrevia assim a Revolução Soviética e a importância do movimento cooperativo nesse enquadramento " No plano económico , a partir do controle operário, as terras, as fábricas, as minas, os transportes ferroviários, os bancos, passaram a pertencer ao Estado de todo o povo, determinando um fulgurante desenvolvimento.

A par das empresas do Estado, realizou-se uma profunda transformação da agricultura, com a colectivização agrícola, na qual sovkozes (unidades do Estado) e o movimento colkoziano de massas (cooperativas) desempenharam papel determinante".


Pouca evolução notamos deste texto já do século XXI, para um outro de Bento Gonçalves de 1935 em que é notório as cooperativas serem um mero meio para atigir um determinado fim :

" A nossa luta pela frente popular deve ser lançada no sentido de deslocar todas as organizações, grupos e elementos antifascistas do país para o trabalho com vista à utilização das possibilidades legais em toda uma série de organizações existentes no país envolvendo as largas camadas populares, pequeno-burguesas, etc.

Trata-se em primeiro lugar da utilização das Casas do Povo (que envolvem camponeses e trabalhadores agrícolas) e dos sindicatos agrícolas que incluem muitos camponeses médios; das organizações mutualistas que agrupam mais de 500 000 membros e das cooperativas, das associações comerciais e de retalhistas, das associações de locatários, etc"
.
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"Entrega aos assalariados rurais e aos cam-
poneses pobres (proprietários, rendeiros e
parceiros) das terras expropriadas. Divisão

e distribuição, nuns casos da terra para
ser explorada individualmente ou em coo-
perativas e estabelecimentos noutros casos (...)
tendo em conta a vontade das massas
camponesas." PCP 1974 a Reforma Agrária

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Afinal ao cooperativas eram só um meio para atingir outros fins...tal como o ambiente (certamente pensando na criação, "Os Verdes") a quem Àlvaro Cunhal se referia na sua luta pelo socialismo como "contra poder" : "Movimentos em defesa do meio ambiente, contra o poder e as decisões dos países mais ricos e directamente contra a “globalização”.

O curioso é que quando são as autarquias a ter o "poder" cerciam os movimentos ambientalistas de cidadãos (possivelmente porque são primeiro considerados erradamente "contra poder" e só depois "ambientalistas") , mesmo a sua forma mais básisa de expressão e manifestação, ridicularizando as suas propostas, ignorando as suas queixas e tomando partido afinal por quem supostamente deveriam normalizar em prole do bem comum...e da tal sociedade "sem classes"...

Afinal não é só o cooperativismo que esta gente põe na gaveta, é a honestidade e a coerência, se é isto uma "Democracia Avançada no limiar do século XXI" o que é que será um regime corrupto e oligárquico?



7 comentários:

Anónimo disse...

O QUE NOS DIRÁ... o Paulo Silva
...sobre o cooperativismo nos trinta anos de poder comunista na margem sul.
????????

Anónimo disse...

Grande ecologista o senhor da imagem, certamente também ele um acérrimo defensor do arrefecimento Global como essa referência autárquica Moiteira , Nuno Cavaco

Anónimo disse...

Para que o ponto verde conheça o trabalho cooperativo existente no Distrito de Setubal:
PLURICOOP Setúbal apresenta projecto
DIETA, ACTIVIDADE FÍSICA E SAÚDE

Melhorar o conhecimento dos consumidores sobre os alimentos a ingerir e orientá-los numa escolha saudável, é o desafio a que a PLURICOOP - Cooperativa de Consumo, CRL se propõe, com o lançamento do projecto “Dieta, Actividade Física e Saúde”.
Uma alimentação equilibrada, que suprima as necessidades nutricionais diárias do organismo, nem sempre é fácil de conseguir, sobretudo devido ao ritmo de vida acelerado dos nossos dias, o qual nos faz optar, muitas vezes, por "refeições rápidas" e nutricionalmente mais desequilibradas.


O projecto tem como objectivos informar e formar os consumidores sobre a importância de uma alimentação saudável, fomentar a prática do exercício físico, facultar aos consumidores regras para uma dieta equilibrada, que permitam a alteração de hábitos alimentares incorrectos; transmitir uma visão integral dos nutrientes que constituem os alimentos e da função que exercem no nosso organismo; bem como criar instrumentos didácticos úteis e práticos para o exercício esclarecido dos direitos do consumidor.

No dia 13 de Outubro de 2006, realiza-se o Seminário de apresentação do Projecto, na Sede da PLURICOOP, Av. António Sérgio, em Setúbal, com início às 14:00H, com o objectivo de apresentar ao público (autarcas, cooperadores, conselheiros de consumo, docentes e consumidores em geral) os objectivos do projecto, bem como das suas valências: Roteiro Nutricional; Consultas de Nutrição; Implementação da prática do exercício físico; Lições do Consumidor.

nunocavaco disse...

Bem sei que não lhes interessa uma resposta mas penso que agora deve ser dada. Em primeiro lugar este texto é digno de ser apresentado no Levanta-te e Ri. Mistura alhos com bogalhos e demonstra que quem o escreveu percebe tanto de licenciamentos de superfícies comerciais como do próprio P.C.P. A informação é poder mas as regras da nossa democracia são gerais e também se aplicam na Península de Setúbal. Vivemos num país em que as regras são feitas à medida e as autarquias de gestão comunista têm de as cumprir. Penso que percebem isto. As superfícies comerciais instalam-se nos concelhos não porque os concelhos a chamam mas, porque a lei permite. Mude-se a lei. Eu também concordo que deveriam de haver menos mas quem o pode fazer é o governo P.S.

O coorporativismo está a ser atacado por isto e nós não podemos fazer nada. Não podemos deixar de cumprir a lei, a democracia é isto. Ainda que não se esteja de acordo as coisas são assim.

Quanto ao moiteiro agradeço a referência mas agradecia que não me imputasse essa do arrefecimento global porque o que existe são arrefecimentos e aquecimentos regionais, pelo menos é o que está provado e comprovado. Mas também não é o que queria ouvir não é?

Ponto Verde disse...

Caro Nuno Cavaco, o que nos preocupa não é o corporativismo nesta discussão presente , esse espera-se que seja denunciado pelos autarcas e aplicada a lei, de acordo com o facto de os autarcas serem o garante do bem público.

Bem sabe que o que se passa com as grandes superfícies não é o que acabou de referir, e que há todo um jogo de contrapartidas, nomeadamente de acessibilidades e quiçá de outros financiamentos por detrás de cada um desses projectos.

O caro amigo desiludiu ao não explicar porque é tão dispoare a teoria programática do PCP e a sua prática, e porque razão se abandonou o cooperativismo na Margem Sul, não sem que alguns cooperantes tivessem feito grandes negócios, inclusivé com apoio das respectivas autarquias, mas esse é um tema que o senhor não gostará de ver sequer aflorado e aqui toca no ponto em que o corporativismo incomoda, não só a mim, como a toda a sociedade e daí o descrédito pelos politicos e as politicas, mesmo de um partido residual e agit-prop como é o PCP.

Duvido que este tema lhe dê vontade de rir...

Anónimo disse...

Pois é. Mas quando o MEI - DRLVT(Ministério da Economia e Inovação) pede a opinião Às Câmaras Municipais, elas dão o Ok. Não dizem que não.
Veja-se o caso do licenciamento do PLUS em Alhos Vedros.
Os técnicos dão parecer favorável, e o VicePrsidente aprova.
Mais. O assunto vai à Comissão Municipal respectiva que:

Acta da Comissão Municipal da Moita 8ª de 26/01/2006
Parecer favorável por unanimidade
Presentes os representantes:
CMM – Rui Garcia (Vice-Presidente CDU)
Assembleia Municipal – Vicente Merendas (Deputado da CDU na Assembl da República)
Representante da Dir Reg Economia

Ausentes- Assoc Comerc Barreiro Moita e DECO

Portanto, têm oportunidade para dizer que não. Mas..

nunocavaco disse...

E os prazos? Será que as Câmaras Municipais podem dizer que não só por dizer? Ficam as perguntas.

Quanto ao cooperativismo, este não depende do P.C.P., depende das pessoas. Nós não deixamos morrer nada apenas apoiamos esta forma de associação.

Quanto ao P.C.P. ser um partido residual e agit-prop é uma opinião e concerteza que eu me encarregarei de a levar a discussão no partido. Quando quiser contribuir nós agradecemos.