quinta-feira, fevereiro 28, 2008

PLANO VERDE

Fotografia Sandra Rocha - Noticías Sábado

Uma entrevista do Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles é sempre um acontecimento.

Uma entrevista do Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles a Pedro Almeida Vieira como a publicada no passado sábado no rescaldo das últimas cheias, é um somatório de alertas e referências a serem levados em consideração por todos nós, pelos nossos autarcas e pelo Ministério do Ambiente.

A entrevista pode ser aqui(clique) lida na íntegra.Sobre ela gostaria ainda de referir o seguinte:

Portugal não pode continuar a ignorar o trabalho, as palavras e os alertas das suas mentes mais brilhantes e a meter na gaveta as conclusões dos seus estudos cientifícos.

Portugal não pode continuar simultâneamente , a ser gerido por vereadores do urbanismo que são serralheiros de formação , em parceria (eles gostam desta palavra) com construtores civís com a 4ª classe, quando o seu único objectivo conjunto, está longe de ser o bem comum e a sustentabilidade do ambiente e do território. Este estado de coisas tem custado vidas humanas , reflete-se no dia a dia de todos nós e custa milhões de euros em recursos.

Gonçalo Ribeiro Telles deixou como alerta a necessidade das autarquias aplicarem Planos Verdes revelando que "autarquias como Loures , Sintra ou Seixal têm esses Planos Verdes feitos mas continuam na gaveta"

Como é isto possível?

Desafio desde já a Câmara do Seixal a disponibilizar a partir de amanhã esse Plano Verde, e torná-lo fácilmente acessível na sua pagina da Internet, a publicá-lo no próximo Boletim Municipal e sobretudo, pô-lo na base de toda a sua politica de ordenamento e de planificação do território.

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Para que saibam do que falo, aí vão duas referências:

- Plano Verde do Concelho do Seixal, no âmbito do Protocolo celebrado entre o ISA e a CM do Seixal (1994/97). Coordenação – Prof. Gonçalo Ribeiro Telles. Direcção de Projecto – Arqt. Pais. Manuela Raposo Magalhães e M. Teresa Alfaiate.

- Estudos e Publicações próprias envolvendo percursos pedonais e cicláveis:

1996: Telles, Gonçalo & Magalhães, Maria Manuela (Junho de 1996); “Plano Verde do Concelho do Seixal – 2ª Fase. Área Nascente”. Secção Autónoma de Arquitectura Paisagista / Instituto Superior de Agronomia.

9 comentários:

Anónimo disse...

As declarações do arquitecto Ribeiro Teles são hoje , actuais como nunca. O desrespeito pela natureza, a construção descontrolada em linhas de água, a crescente impermeabilização dos solos asfixiam as tradicionais linhas de água e quando chove mais do que o normal costumam acontecer tragédias. O arquitecto paisagista tem repetido os avisos, mas os responsáveis políticos quase nunca lhe deram ouvidos. E quando deram, fingiram para captar votos

Anónimo disse...

Os estudos para um plano verde no Seixal foram feitos há mais de dez anos mas postos na gaveta? Porquê?

Anónimo disse...

Primeiramente, há que dizê-lo, G.R.T. será decerto, um dos poucos homens públicos acima de qualquer suspeita, daí o espesso véu de silêncio que sempre o acompanhou ao longo de toda a sua vida política. Telles não interessou a qualquer uma das Situações que viveu. O seu inegável patriotismo e moderníssima visão do porvir a conquistar, tornaram-no incómodo aos Donos do país. Não pactuou jamais com interesses mesquinhos. Denunciou cumplicidades e malfeitorias várias. Não cedeu à simples ambição, desejo de notoriedade e prebendismo fácil que caracteriza a generalidade de quem nos comanda. É um teimoso nas suas certezas e isto é raro, numa época de constante cedência ao interesse do momento. Decerto poderia ter obtido uma audiência muito vasta, mas carregou sempre uma colossal pedra de Sísifo: é monárquico e disso está tão seguro e certo, como da inevitabilidade do reconhecimento da sua posição de salvaguarda do nosso ambiente e património monumental. E nunca cedeu, crime tremendo em Portugal. Nunca cedeu, nem cederá
Num país onde o betonismo se tornou quase em ideologia oficial do regime, a oposição dos autarcas, sempre dependentes das suas clientelas e dos interesses mais escusos das grandes construtoras e empresas afins, levou-o ao longo dos anos, à denúncia de uma situação espúria e que pode ser considerada de crime contra o interesse geral. A construção de muralhas de betão à volta dos antigos centros urbanos, descaracterizou a paisagem, liquidou qualquer resquício de qualidade de vida e ameaçou irremediavelmente a sobrevivência de Portugal, como entidade com características próprias e sui generis. Desta forma, os chamados "interesses inconfessáveis" que tentacularmente tomaram posse de quase todos os organismos vivos do Estado, erigiram G.R.T. como um inimigo a abater.

Anónimo disse...

Como disse Gonçalo Ribeiro Teles, «a culpa é toda da acção humana,Intempéries sempre houve ». ora, as questões que se põem são: quem deixou e/ou mandou construir determinados prédios, obras de vulto ou fachada? quem mandou construir a rede de esgotos e de águas pluviais? quando foram construídas tiveram em atenção a densidade populacional do século passado ou a actual? quem define e altera o planeamento urbano? aqui, a resposta é fácil...os politicos que agora fogem da responsabilidade como quem foge do fogo, podem-se queimar e perder o "tacho".até quando?

Anónimo disse...

Limpar as matas no Inverno e desentupir as sarjetas no Verão - eis o que nos pouparia a algumas desgraças...

Anónimo disse...

Gonçalo Ribeiro-Telles avisou pela enésima para não encanarem ribeiras e não impermeabilizarem solos, riem-se dele. Depois torcem a orelha. Mas é bom para os construtores civis e as negociatas, reparar os estragos. Deve ter sido por isso que Santana Lopes, o "seriozinho", afastou Ribeiro-Telles da C.M.L.

Anónimo disse...

Será possível, para que fique a constar em acta, que os senhores Vereador Samuel Cruz e Dr.Edson da Cunha , numa das próximas reuniões de Câmara ou de Assembleia Municipal, questionem os autarcas eleitos sobre a "gaveta" onde se encontra o Plano Verde do Seixal, ou o que a autarquia pretende fazer desse plano.

Sabem o que foi decidido para lisboa ? Foi o seguinte:

Plano Verde, de Ribeiro Teles, aprovado por unanimidade

A Assembleia Municipal de Lisboa (AML) aprovou por unanimidade a actualização do Plano Verde da cidade, concebido pelo arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, e a inclusão no projecto de medidas preventivas que impeçam a construção.
A proposta do Bloco de Esquerda prevê que a Estrutura Ecológica Municipal «seja apresentada para aprovação pela Assembleia Municipal na forma de medidas provisórias durante o processo de revisão do Plano Director Municipal».
Primeiro, os serviços municipais, nomeadamente o de Planeamento e Ambiente e Espaços Verdes, vão fazer a avaliação do Plano Verde e emitir pareceres «numa perspectiva actualista, num prazo máximo de dois meses».
Os deputados municipais aprovaram hoje igualmente que o plano seja sujeito a um processo de discussão pública na Assembleia Municipal, igualmente durante durante dois meses.
O Plano Verde deve, depois, ser «incorporado no actual processo de revisão PDM, nos termos da lei».
O vereador com o pelouro dos Espaços Verdes na autarquia, José Sá Fernandes, congratulou-se com a aprovação do projecto, sublinhando que «finalmente há uma deliberação a recomendar que haja uma estrutura ecológica de plano verde».
O corredor de Monsanto, «uma determinada zona do Parque Periférico», em Carnide, a zona do Parque Oriental, que inclui o Vale de Chelas são algumas das áreas que poderão ficar sujeitas a «medidas provisórias», de forma a impedir construção, adiantou Sá Fernandes.
«Têm de ser vistos os compromissos que há na Câmara», salvaguardou, contudo, o autarca.
Para Sá Fernandes, «deve-se marcar terreno, fazer pequenas intervenções nestes locais e ano a ano vai-se concretizando o plano».
A aprovação, por unanimidade, do plano verde na AML é para o autarca «a prova de que é indiscutível aquilo que o arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles anda a dizer há anos»

Unknown disse...

Cara Ana Lima,

A primeira reunião de Câmara depois da publicação deste seu comentário realiza-se hoje e lá levarei esta sua (nossa) preocupação.
Atentamente,

Anónimo disse...

Mais do mesmo,ele é monarquia ele é bloco de esquerda o que é preciso é estar na crista da onda, tem graça que so falam dos planos que sao do próprio,grande ordenamento este.