quinta-feira, dezembro 01, 2005

SEIXAL ,VERGONHOSA FRATERNIDADE












Ponte da Fraternidade, no Seixal, numa noite de Março de 1999 Rogério Filipe de quatro anos desapareceu da vista dos seus pais, apareceu sem vida no dia seguinte no esgoto, na Estação Elevatória perto dali, as investigações concluiram que tinha caído numa caixa de esgoto naquele local que se encontrava aberta e onde morreu afogada - No Esgoto!!! . Em 13 de Julho deste ano terminava um longo julgamento (seis anos depois dos factos), a Câmara era condenada ao pagamento de uma indeminização. A Defesa da Câmara recorreu e alegou haver gravações não audiveis para por esta via obrigar o tribunal a repetir o julgamento...


O julgamento que no passado dia 13 de Julho condenou a Câmara Municipal do Seixal ao pagamento de uma indeminização de 250 mil euros aos pais da criança que morreu ao cair numa caixa de esgoto destapada na Arrentela, terá que ser repetido em consequência do recurso apresentado pela defesa da Autarquia, responsável por aquele equipamento.

Foi na sequência da defesa da Câmara do Seixal ter decidido recorrer do acordão, que em Setembro a advogada da CMS Paula Pinho se decidiu pelo pedido da nulidade do julgamento, por ter verificado que alguns depoimentos estavam mal gravados, sustentando a Drª Paula Pinho "Há algumas cassetes inaudiveis que me impedem exercer recurso sobre matéria de facto".

Quem vê, mesmo por fora, o sofimento dos pais daquela criança morta por uma incúria não assumida, não pode deixar de vislumbrar por parte da Câmara do Seixal uma enorme falta de compaixão e humanidade, as razões técnicas alegadas, se do ponto de vista juridico têm sustentabilidade, do ponto de vista humano são incompreensíveis... já o era o recurso apresentado pela Câmara do Seixal logo após a leitura do acordão bem como a postura dos autarcas.

São estes as fundações humanas (ou falta delas) de quem preside os destinos do Seixal, num caso em que o patamar politico e ético em que se colocam estes autarcas está , a meu ver, muitos pontos abaixo daqueles que nas ultimas eleições apesar de terem contas a ajustar com a justiça insistiram na legitimização dos seus mandatos pela via das urnas. Neste caso, há uma justiça mais profunda e mais humana que é posta em causa pela Câmara do Seixal, mas uma justiça que pelo seu comportamento estarão longe de entender tal a carapaça de indiferença com que governam o seu municipio.Perante tanta hipocrisia deixo as questões:

-Se a criança fosse oriunda de uma qualquer minoria étnica a atitude da Câmara seria a mesma? Teriam um pouco mais de decoro? Ou seria a mesma vergonha e desrespeito pela vida humana?

9 comentários:

k7pirata disse...

Não está em causa se a criança era ou não oriunda de uma qualquer minoria étnica, mas sim a irresponsabilidade por parte da CMS e dos seus técnicos. "Shame on you", diriam os anglo-saxonicos.
Por essas bandas o recorrer a setenças já se tornou um hábito. Vergonhoso mesmo.

Anónimo disse...

Não duvides... é óbvio que se a dita criança fosse de uma qualquer minoria (que brevemente será maioria no nosso próprio território) provavelmente a câmara seria automaticamente acusada de racista e porventura de crimes contra a humanidade, enfim...resta-me apenas desejar que os pais ultrapassem a dor que é perder um ente querido, se bem que seja impossível..
14p

Anónimo disse...

Vergonhoso é o aproveitamento politico que o Ponto Verde está a fazer da situação, mas que o Ponto Verde não tinha ética nem escrupulos já nós sabiamos...

Anónimo disse...

Profundamente triste o não assumir das responsabilidades da Câmara do Seixal. As questões postas são também pertinentes. A justiça é cega, mas a politica não e é uma forma dura e legitima de pôr as coisas. Por muito menos Paris esteve a arder.
Aproveitamento politico do Ponto Verde? esta é boa! Até parece que o Ponto Verde é um orgão eleito ou com aspirações politicas, francamente.

AV disse...

A vergonha é o poder político usar todos os subterfúgios legais para não cumprir com as obrigações morais que obviamente tem.
E há-se fazer tudo para conseguir que o assunto prescreva, como nos Aquaparques e situações afins.

AV1

Anónimo disse...

O que importa é a IMAGEM. Ser condenado é mau para a IMAGEM. O resto que se dane!... Se se tratasse de alguém de uma minoria étnica? Seria o mesmo. A mesma falta de humildade, a mesma falta de compaixão. Nada mudaria. Apenas, o conteúdo dos boatos descaradamente postos a correr num apressado diz que disse destinado a aliviar a suspeita e a lançar poeira para os olhos.

Anónimo disse...

Uma chapada de luva branca neste vergonhoso executivo camarário era montar uma iniciativa junto de todos os habitantes do concelho e, de alguma forma compensar monetariamente a familia substituindo-nos à própria CMS - No fundo fomos nós que os elegemos por isso também temos a nossa quota parte de responsabilidade(ainda que possamos não ter votado neste partido)
Qualquer coisa como 5 Euros por pessoa implicaria arranjar 50.000 cidadãos do concelho dispostos a substituir a Camâra nesta embrulhada.
Deixo aqui a sugestão... não merece a pena criticarmos só por criticar. No fundo a justiça e os políticos que temos não são mais que o produto das nossas próprias decisões! E a cidadania em Portugal, convenhamos, também anda muito por baixo.

Anónimo disse...

É por estas e por outras que a justiça está como está, o comentário de AV toca no cerne da questão. Anda-se de recurso em recurso e o básico não se resolve.Depois há o lado humano da questão, o sofrimento dos pais e senhores autarcas, já estão condenados moralmente pelo POVO, mais que façam para protelar a situação, mais perdem o respeito como instituição. É por estas e por outras que os politicos têm a imagem que têm. Essa senhora advogada não tem um lado humano meus senhores?

Anónimo disse...

E se a criança fosse filha ou familiar de um alto funcionário da Câmara?

Ou de um advogado da Câmara?

Ou de um funcionário do PCP?

Ía haver recurso numa situação dessas? Ou pedido de anulamento de julgamento?

Expliquem como se fossemos todos muito burros!