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quinta-feira, dezembro 29, 2005
2005 EM BALANÇO - 3
2005 -Junto do já gigantesco Almada Forum nasceram mais duas gigantescas mega superfícies
Continuando este incómodo balanço para alguns que nele reconhecem o revelar das suas fraquezas, tráfico de influências e incompetências, para além dos que a par , temem pela credibilidade da informação aqui dada e devidamente documentada (aliás ainda não fomos acusados de recorrer ao photoshop nas nossa imagens...) analizamos hoje o avançar do modelo comercial das grandes superfícies comerciais a Sul do Tejo com o agravar do estado de saúde do pequeno comércio tradicional que está verdadeiramente moribundo na Margem Sul.
Continua pois a permissividade e massificação no licenciamento de Mega-superfícies comerciais que já entraram na fase da canibalização mútua , enquanto por exemplo em Almada , morrem as lojas que davam vida á cidade, assiste-se geminadas ao Almada Forum ,ao nascimento de mais duas gigantescas superfícies comerciais, uma albergando os Gigantes franceses Leroy & Merlin e Decathlon, e outra um conjunto de lojas que vão do têxtil e pronto a vestir ao ramo de acessórios automóveis.
No Seixal, enquanto o comércio no centro histórico é trocado por lojas de pechinchas Chinezas, o Continente transforma-se no Mega Rio Sul cuja publicidade refere vir a ser maior que o clone Almadense, ainda no Seixal, mas do lado da Amora, nasce novo monstro da distribuição da cadeia Leclerc e em àguas de bacalhau está por enquanto o Carrefour da Cruz de Pau , depois da punição pelo abate de 1200 sobreiros (mas que era garante de obras viàrias pré eleitorais no concelho e que agora se desconhece quem vai pagar...).
No Montijo o Forum roubou a vida da comunidade histórica, e em Alcochete uma megalomania chamada Freeport viu fechado o seu multuiplex de cinema que poucos meses teve de vida como polo cultural de cinema e espéctáculos que era um dos alíbis que pretendiam justificar a invasão daquela àrea que em parte invadiu a Reserva Natural do Estuàrio do Tejo.
Entretanto o definhar da vida nas zonas mais antigas dos centros históricos parece ser um factor que agrada aos autarcas, mais interessados em torná-los centros de diversão nocturna correndo com os mais antigos residentes e resistentes e paralelamente gerando mais valias por alteração do uso do solo fora destes centros urbanos históricos e consolidados, faça ele parte de Reserva Agricola, Reserva Ecológica ou àreas protegidas nos Planos Directores municipais.
O licenciamento discricionário de solo virgem para construção e o licenciamento de grandes superfícies, loteamentos supostamente industriais e urbanos, continua, por esta via, a ser na Margem Sul um factor que destorce uma realidade baseada na ética e nos valores naturais e culturais, para fomentar uma sociedade, baseada em como referimos no primeiro parágrafo, no tráfico de influências , pelo que este modelo urbano de fachada e Centro Comercial (que cria emprego precário e mal pago) que se impõe atravéz das contrapartidas "dadas" pelos grandes grupos económicos, apesar de não ter sustentabilidade nem ecológica nem económica (baseia-se no endividamento das familias) permitiu mais um ano que foi de facto, mais um ano de eleitoralismo rotundista e de gigantismo de Forum Comercial.
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4 comentários:
Infelizmente enquanto Gerónimo de Sousa critica os Belmiros, os Mellos, os Espirito Santo, as autarquias Comunistas da Margem Sul negoceiam alegremente património ambiental retirando daí dividendos para a sua perpetuação no poder, obras de fachada e valor e utilidade duvidosos e quem sabe se ajuda até a financiar o partido do senhor JóJó.
negoceiam claro está com os mesmos Belmiros, Mellos e Espirito Santo...
Hipócrisia e o deitar areia para os olhos do zé povinho.
Estratégias do partido consoante o local onde se discursa.
No Barreiro há que cerrar o punho e gritar contra o fascismo... o pessoal da 3ª idade gostou!
Com os Belmiros o partido negoceia, dizendo ao zé povinho que se vão criar postos de trabalho.
Enfim, estratégias para se manterem agarrados ao poder.
Sem querer interferir na linha editorial deste meio de comunicação independente, tomo a liberdade de relembrar, também em jeito de balanço do ano que agora finda, ALGUMAS das declarações proferidas A-NORTE por alguém que, certamente com conhecimento de causa ( e dos riscos que corre ) não hesitou em tornar público o que à boca pequena é comentado por todo o país :
"( ... )Morais diz que chumbou "vigarices" de 550 milhões
Paulo Morais voltou a pôr o dedo na ferida.
O ex-vereador do Urbanismo da Câmara do Porto afirmou que enquanto esteve no pelouro chumbou "vigarices" na ordem dos 550 milhões de euros.
Em entrevista à Rádio Festival, emitida ontem, o ex-autarca não explicou que projectos ilegais rejeitou, mas dedicou grande parte do tempo a falar sobre a corrupção nas autarquias.
E acusou de novo as estruturas partidárias de fazerem pressões ilegítimas para aprovarem projectos urbanísticos que não cumprem as regras de planeamento dos concelhos.
Depois de se ter remetido ao silêncio na sequência de uma entrevista polémica à revista "Visão" (publicada a 25 de Agosto), de ter sido ouvido no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e questionado pela Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT) sobre as suspeitas que levantou, Paulo Morais voltou a atacar.
"Quando cheguei ao pelouro não fazia ideia que o tráfico de influências atingisse aquele nível", referiu à Festival, ressalvando que no seu tempo, bem como no do seu antecessor, Ricardo Figueiredo, "não houve quaisquer cedências".
O ex-autarca começou por explicar que a "política em Portugal está nas mãos dos mercenários, que dependem dela para ficarem ricos, dos medrosos e dos resistentes, que vão dizendo a bandalheira em que isto se tornou".
O Portugal dos "sacanas"
Assumindo-se como um resistente, Morais admitiu que ganhou inimigos desde que pôs a boca no trombone - "quem assume as verdades desta forma está sujeito a levar com as consequências. Há muita gente a quem a verdade incomoda". Mas, acrescentou o antigo vereador, "o estado a que chegámos também se deve ao facto de ninguém se revoltar. Já o rei D. Carlos dizia que Portugal é um país de bananas governado por sacanas".
Voltando à corrupção, o ex-autarca afirmou que há muitas influências das "estruturas do poder" nos pelouros do Urbanismo de todo o país. E insistiu que os promotores imobiliários "financiam as campanhas dos partidos e também a vida privada de alguns políticos que dependem disso para sobreviver". Favores que acabam por ser pagos com pressões ilegítimas.
"Quem está neste lugar tem de ter o máximo cuidado para que nada se aprove sem cumprir as regras de planeamento", avisou, salientando que existe uma "aliança perversa" que assenta num tripé de promotores imobiliários, arquitectos e escritórios de advogados. Os promotores financiam os partidos, os arquitectos dão nome a projectos que são "perfeitas aberrações" e os advogados "formatam juridicamente todo o processo", explicou.
"Não é por acaso que as casas no Porto são tão caras, não é por acaso que se constrói em locais que não eram para construir", acrescentou Morais, ciente de que "não há uma solução única para o problema". A resolução pode, contudo, estar na "simplificação da legislação do urbanismo", afirmou, desafiando o Governo e o Parlamento a simplificar a legislação.( ... )"
E A-SUL ?
Vamos deixar este homem a falar sozinho ??
Vamos continuar a achar que, por exemplo, as discussões públicas sobre os instrumentos de ordenamento do território QUE A TODOS (INCLUINDO AQUELES DE QUEM NINGUÉM SE QUER LEMBRAR - OS VINDOUROS )dizem respeito distorcem, como alguns defendem, a representatividade resultante do acto eleitoral autárquico ?
Espero que nos próximos tempos as consciências se agitem e desmascarem de vez os poderes ocultos que nos empurram para a indigência cultural e económica.
Não vai ser fácil e é preciso não deixar esmorecer todas as esperanças de mudança que foram criadas num ano vivido em campanha eleitoral permanente.
Para finalizar um voto :
Paulos Morais do continente e Ilhas , UNI-VOS
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