domingo, agosto 03, 2008

NOVOS BAIRROS , VELHOS BAIRROS


Numa altura em que tanto se discutem as politicas de alojamento social e os aglomerados denominados Bairros Sociais, seria interessante que houvesse um estudo oficial comparativo entre os vários tipos de alojamento social construídos desde a 1ª República , até agora.


A politica de habitação social em Portugal iniciou-se durante o periodo de 1914/ 1918 , durante a Primeira Guerra Mundial, tendo ficado inacabados por falta de verbas. A conclusão destes bairros foi feita já durante o Estado Novo e tinham uma estrutura arquitectónica de habitação unifamiliar ou bifamiliar com jardim , muito ao traço de Raúl Lino.

É um conceito urbano em que a família é o centro , em que se valoriza a casa isolada em deterimento ao alojamento colectivo.

Na Margem Sul são construídas habitações deste cariz . No período Marcelista são depois massificados nas primeiras urbanizações plurifamiliares onde nascem os primeiros problemas de conflitos sociais e étnicos.

Como referi no início, seria bom , agora que as orientações do Governo em termos de habitação social são contrárias à massificação e guetização , havendo propostas no sentido de reconversão de prédios degradados no centro das cidades , como forma de integrar, mas também de não desertificar o centro das cidades, de ser conduzido um amplo estudo da habitação construída , e dos modelos aplicados na construção de habitação social, do Estado Novo, até agora.

Mais do que outra coisa, os habitantes dos Bairros mais recentes , alguns mesmo com menos de dez anos, referem o estigma associado ao local onde vivem como um peso que têm que transportar à partida e que contribuí para tudo menos para uma posição de igual na sociedade e na cidade, factor primordial de integração.

O modelo de construção em altura utilizado de há pouco mais de três décadas para cá pode ser também uma das razões dos problemas gerados , uma forma demasiado simplista de arrumar habitantes de origens e culturas diferentes e também ela conducente a um espirito de rejeição de um local onde nunca poderão óbviamente chamar de Lar.

Há que ponderar tudo isto, e sobretudo não repetir os erros do passado, tanto mais que o passado recente nos tem dado provas de que o modelo aplicado está errado e conduzirá , mais tarde ou mais cedo aos problemas a que repetidamente temos assistido.

Sendo a politica de realojamento aplicada a familias de baixos rendimentos e ainda com ligações muito estreitas à agricultura, não seria humanamente aceitável recuperar modelos do Estado Novo , a tal casa com quintal de forma a haver, quer uma ocupação ludico-produtiva na horta ?

Numa altura de alta dos bens alimentares e redução dos meios financeiros disponíveis, não fará isto sentido ?

Afinal ter CASA não é só ter UM TECTO!

Nota - (na imagem Bairro Pica Pau Amarelo - Almada)

4 comentários:

Anónimo disse...

Casa a 4 euros, Plasma, videos, Mercedes à porta e computadores à borla para os filhoe k não querem ir à escola Rendimento Social e a classe média que pague isto TUDO!

Anónimo disse...

Fazem o que querem e ninguém os põe na linha. Até o MAI tem medo deles. E assim não vamos a lado nenhum. Não têm dinheiro para pagar valores simbólicos pelas casas mas têm dinheiro para telemóveis topo de gama, automóveis mais a gasolina e o mecânico. A não ser que o telemóvel seja roubao o que não é nada para admirar.

Anónimo disse...

Pois é por situações destas que o país está assim. Casas, subsídios, só para quem efectivamente necessita, não é para qualquer malandro, que não quer trabalhar, porque assim é mais fácil. Não é possível um pais sustentar tanto subsidiodependente.

CDU Moita disse...

Boa Tarde