Faz hoje quarenta anos que foi aberta ao público a então Ponte Salazar que novos ventos de ilusão de mudança baptizaram com o novo nome que hoje tem.
Este dia marcou um início que , afinal , sem grandes alterações , foi agravando sempre o que de mal se estava a fazer, aqui foi só o início, quem dera tivessemos ficado pelas asneiras feitas nos anos sessenta e setenta onde em termos de "obra" se destacou António Xavier de Lima, o rei do betão e das negociatas imobiliárias da Margem Sul.
Nas últimas décadas, com o abastardamento do chamado Poder Local e com a ditadura instalada a Sul do Tejo, tem sido um não acabar de "fartar vilanagem" agora com recurso a mais sofisticadas formas de financiamento, usando capitais off-shore e empresas imobiliárias de capitais estrangeiros...leasings a pagar pelas futuras gerações... mas a finalidade tem sido a mesma , explorar até à exaustão a capacidade de betonizar a esmo e sem critério.
Já neste início do século XXI, e com outra Ponte na paisagem, e quando tudo levaria a crer que se tinha aprendido com os erros do passado, o que se vê é o patrocinio autárquico à machadada na qualidade ambiental da Margem Sul com o único fito de servir clientela , e cumprir compromissos assumidos empenhando o bem público.
Quarenta anos é na realidade periodo longo para quem se tem empenhado e sido cumplice em degradar e enriquecer à custa de uma paisagem com milhares de milhões de anos de beleza natural. Nesse prisma temporal geológico, é um lapso de tempo em que ocorreu como que uma uma explosão destruidora, no entanto à história humana também é um periodo breve, mas tão tristemente arrazador e de tão graves consequências, que os culpados , perfeitamente identificáveis , serão julgados pelas futuras gerações, a quem prestarão contas, pelos desmandos e pela pesada herança que lhes legam .
Mesmo que mudem os nomes das placas, antes como hoje, a história cá estará para os julgar.
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Do Blogue Alhos Vedros ao Poder passo a citar:
"Para os incrédulos... ... da teoria da betonização, eis a demonstração do que se tem dito: mesmo se a agregação de concelhos é feita com critérios algo estranhos (juntar o Barreiro e Alcochete é algo disparatado, sendo mais lógico usar as unidades Barreiro/Moita e Montijo/Alcochete), as evidências são, seo lá..., evidentes. No Seixal (dando toda a razão ao Ponto Verde) existe um afã betonizador assinalável, apesar do assassinato já antes existente no eixo Amora-Corroios, enquanto o eixo Moita/Montijo vem logo a seguir num "honroso 2º lugar em matéria de oferta de fogos.
Se ligarem estes dados ao facto de ser a zona de Moita/Montijo a que apresenta, em média, o valor mais baixo por metro quadrado de construção, chega-se facilmente às conclusões que aqui há quase 3 anos se afirmam, ou seja, isto é terra queimada para transformar em dormitório de 3ª e 4ª categoria.
AV1 (com o destacável sobre "Imobiliário" incluído no Público) "
E acrescento do mesmo trabalho acima citado pelo AV :
" O Concelho do Seixal é o que possui, neste momento, mais fogos em comercialização"...
2 comentários:
E depois os mentirosos são os cidadãos que defendem o ambiente e se opõem à betonização do Seixal e da Margem Sul, pois ...pois...
A periurbanização para a Margem Sul do Tejo antevia-se inevitável aquando da construção desta Ponte, essencial para a Região e para o país. O problema foi a forma como tudo isto se processou.
Não foi mau, foi péssimo. E tudo continua na mesma toada, na lógica de que tudo é aceitável porque os Concelhos a Norte do Tejo também o fizeram, e alguns até pior !
Então fico mais descansado...
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