sábado, novembro 08, 2008

O DESCALABRO 10 - ALCOCHETE




De Almada para Alcochete, da Ponte 25 de Abril, para a Ponte Vasco da Gama, de um extremo para o outro do "Arco Ribeirinho" , o que vemos é estarem a ser cometidos os mesmos erros na exploração do filão imobiliário à sombra de uma ligação rápida com Lisboa.

E isto ainda sem o anúncio da localização do Novo Aeroporto na Margem Sul , depois disso a pressão urbana vem-se a acentuar , e antes da crise financeira, foi mesmo notório uma subida dos preços .

Para além disso não retiro ou acrescento nem uma vírgula a um post aqui publicado em Maio de 2005 :


Em plenos campos de cultivo , de uma qualidade impar para a agricultura, junto à Reserva Natural do Estuàrio do Tejo o Betão caminha avassalador sem que haja um nexo ou uma linha de qualidade residencial, uma necessidade evidente de construir , é tão só mais um dormitório.


Se no interior da vila mete dó o avanço de prédios iguais em todo o lado face à arquitectura caracteristica da região, ainda quem lá compra poderá desfrutar do casco historico ou da marginal, na urbanização da imagem, entre Alcochete e o Samouco, é pura aberração em termos de ordenamento.

A arquitectura é Má, muito má mesmo!!! e a volumetria dos agora em voga quatro pisos (o limite para surgirem novos problemas e encargos como seja o elevador) são literalmente um mamarracho dentro de um campo de cebolas.

A vista até que deve ser boa, lá dentro de onde se não vêm estes edificios, mas o impacto negativo que têm nessa mesma paisagem é avassalador.


Depois, tanto esta como outras urbanizações têm a caracteristica de que quem lá vive está totalmente dependente do automóvel, não há um café, uma padaria, uma mercearia, um pequeno supermercado ou loja de conveniência, é preciso saír dali para fazer tudo e depois apesar do terreno ser plano como no Montijo, Barreiro ,Moita, Seixal... não se criaram alternativas válidas ao automóvel e essas alternativas passam por veículos tão simples, acessiveis e generalizados em toda a Europa (Rica) como é a bicicleta!


Mas por cá as estradas são estreitas, sem bermas e sem ciclovias , com muitas rotundas mas sem ciclovias (assim vêmos entre os nossos jovens crescer a obesidade e os problemas cardiovasculares) a dependência nesta margem (plana, de um clima excepcional, urbanizada em terreno virgem) face ao automóvel é total apesar de investimentos como a linha férrea da Fertagus que serviu mais para criar novas urbanizações junto às novas estações (onde também não há ciclovias a ligá-las com as zonas urbanas nem parques para bicicletas) que aproximem as já existentes de um transporte alternativo e menos poluente e encurtar o tempo de ida/volta a Lisboa e entre si.


Face a estes cenários , novas urbanizações como esta da imagem em Alcochete são puros dormitórios, obras primas de pato-bravo influentes, mas que só existem com a permissividade de técnicos incapazes no seio das autarquias e com autarcas que são de uma ignorância total...ou escondem outros interesses por detrás dos seus cargos e do seu papel de "eleitos"

2 comentários:

Anónimo disse...

Alcochete é uma vila linda, pitoresca e "arranjadinha". Portanto penso que deveria haver por parte de quem de direito a preocupação de manter o estilo arquitéctónico da mesma.

Quando falamos em Alcochete pensamos em moradias e casas térreas, vá lá, no máximo, prédios com dois andares. Penso que neste momento para responder à sede da construção tem sido permitido tudo e mais alguma coisa..

Por favor não permitam que se contrua mais nada do género do Cerrado da Praia que tapa a bela vista que tinhamos ao vir do centro da vila! Não destruam a beleza de Alcochete com betão e mais betão!!

Anónimo disse...

Será que os patos bravos andaram atrás dos vereadores com uma pistola, obrigando-os a assinar os protocolos que o executivo da câmara de Alcochete deliberou aprovar, em 21 de Fevereiro, por unanimidade, para a elaboração de estudos urbanísticos da quinta da Coutadinha (Alcochete) e da Lagoa da Cheia (São Francisco)?