domingo, setembro 14, 2008

A CRISE DO BETÃO PERTO DE SI



O Fenómeno no imobiliário inebriou governos, autarcas e cidadãos nos ultimos anos , anos em que o Betão foi teóricamente um dos motores de crescimento .


Mas sinais vieram dos Estados Unidos com a crise do sub-prime , um conjunto complexo de permissas que estão a levar desde cidadãos , até grandes bancos à falência.

As familias,a quem foram dados empréstimos sem critério nem grande controlo e que deparadas com um aumento dos juros , e da descida do preco das habitacões, simplesmente deixaram de poder assumir os seus compromissos , foram as primeiras vitimas.

Nos Estados Unidos há hoje casas a metade do preco de há um ou dois anos, o que como é lógico não permite aos proprietários endividados em desespero de causa possam , vendendo as casas, fazer capital que lhes permita , não , ganhar dinheiro , mas sim alienar simplesmente a dívida.

Se o problema fossem os Capitalistas Americanos , dormiriamos bem...mas não é . Mercados que nos são proximos comecam-se a debater com o mesmo fenómeno, nomeadamente Inglaterra, e sobretudo Espanha.

O mercado espanhol é para nós particularmente preocupante não só porque o desempenho da economia espanhola afecta muito directamente a nossa , não só porque há empresas espanholas a actuar no mercado nacional (foi aqui dado um exemplo ontem) , mas porque em Portugal cometemos os mesmos erros agravados com outros factores únicos .


E os erros foram não só ao nível da facilitacão do acesso ao crédito e ao sobreendividamento descontrolado das familias , mas paralelmente a um boom descontrolado em construcão de habitacão fomentado por muitas autarquias .

Há hoje em Portugal uma crise instalada neste sector que continua a caminhar para o abismo e a arrastar-nos incompreensívelmente e com a cumplicidade e silêncio dos nossos autarcas para esse mesmo abismo , pois tem criado problemas ambientais e socias muito graves.

O regabofe tem sido total , muitas autarquias, muitas empresas , muitas empresas imobiliárias e de construcão ganharam muito dinheiro mas desde já há milhares de familias sobreendividadas e que não conseguem vender as suas casas que entretanto têm desvalorizado, à medida inversa do que as prestacões com o banco têm aumentado e num mercado inundado de habitacões à venda.

O mercado tem uma overdose de habitacão nova para venda e idêntica quantidade de casas usadas vazias à espera também de comprador.
Esta questão vai caír com estrondo sobretudo na Margem Sul , onde se construíu brutalmente nos últimos anos e onde se continua a caír no mesmo erro, com o patrocínio do Governo (projectos de habitacão para a Siderurgia, Quimiparque e Lisnave) e das autarquias que têm autorizado a construcão de forma perfeitamente esquizofrénica.

Quanto aos juros... esses não param de subir...Vem aí borrasca !

3 comentários:

Daniel Geraldes disse...

Estes comunas são tão burros, que não percebem que ao aumentarem o nr de licenças de construção e a construção propriamente dita, só descapitalizam o concelho em todos os sentidos, e vão criar a longo prazo problemas de rupturas dos serviços básicos.

Anónimo disse...

Caro Daniel, são tb. contraproducentes, decapitalizam familias e alimentam grandes grupos do betão e banca. Tb tiram valor ás casas já construídas, sobretudo as mais antigas.

Anónimo disse...

Câmaras têm enriquecido criminosamente para a economia das familias e do ambiente, com crescimento para fora das zonas urbanas.