segunda-feira, outubro 08, 2007

IMOBILIÁRIO - A DONA BRANCA DO BETÃO


Agradeço o enriquecimento da discussão e aceito como é óbvio outras opiniões, e acho até que a construção em altura nomeadamente nos USA e Canadá resulta, até pela forma como as cidades estão estruturadas e como são os suburbios uns e outros têm valências , valores com exactamente a conotação inversa de Portugal ...(é que ao contrário de Portugal , lá dá-se alto valor ao território , mesmo e sobretudo aquele fora da cidade - aos chamados "suburbios").

Em Almada e restante margem-sul não concordo com a construção em altura! Nem sequer no que as autarquias estão a promover no momento, a implantação em zonas de habitação unifamiliar, de prédios de três e mais pisos, por exemplo, Alto do Moinho, Sobreda, Pinhal dos Frades, Marisol...

Outra grande questão e fundamental é :

a) - Na realidade precisamos de mais milhares e milhares de fogos?
b) - E tem essa habitação (supostamente em falta?) que ser construída maioritáriamente na Margem Sul?

Relembro que por exemplo, o Seixal é o Município do país com maior número de fogos em comercialização e em trinta anos o numero de habitantes subiu de 30 000 para 165 000!!!


A resposta é óbvia, para quem olha para as nossas ruas cheias de cartazes com apartamentos à venda. Mesmo antes do inicio da grande crise do imobiliário iniciada com a crise do crédito nos Estados Unidos e as questões de sobreconstrução em Espanha !!! Era obvia a insustentabilidade desta filosofia.

O imobiliário funcionou nos ultimos anos como uma verdadeira Dona Branca, e esse esquema piramidal, e por vezes mafioso (tráfico de influência e enriquecimentos ilicitos em alterações de uso do solo) chegou a um beco sem saída pelos milhares e milhares de apartamentos em oferta , que não têm procura!!!

Mas a questão é ainda mais grave Urbanisticamente e socialmente porque a construção para além das necessidades de fogos novos, afasta a necessidade urgente que há de reabilitar as zonas de construção mais antiga (refiro-me até aquela construída em péssima qualidade na margem-sul há trinta e vinte anos).

Será também um erro avançar isoladamente como se está a fazer com os projectos Lisnave/Siderurgia/Quimiparque, quer não os relacionando entre si, não os relacionando com as várias realidades conjunturais de mercado,quer com o ordenamento e necessidades de mais habitação, não só em toda a margem-sul, mas com toda a AML e com o país!!!

1 comentário:

Anónimo disse...

Talvez seja desta que, muito em breve, vou conseguir alugar um apartamento ao preço da chuva...

Osvaldo Lucas