terça-feira, dezembro 26, 2006

PARAÍSO



















«Vale a pena lembrar que o que rende milhões não é tanto, como vulgarmente se pensa, a construção civil, que é a fase final e visível do processo,
mas sim a transformação de um solo rústico em urbano ou urbanizável, ou o aumento dos índices de ocupação muito para lá do inicialmente autorizado

Helena Roseta; Arquitecta (revista Visão)

A senhora Bastonária, ex. autarca, deputada, deve saber do que fala, por aqui temos chamado a isso a facilidade suprema de uma autarquia fabricar o seu próprio "papel moeda", como se de uma cidade estado se tratasse.


O Grande problema é que essa capacidade não é nem legal, nem democrática, nem supervisionada, é sim resultado de uma complicada teia de interesses, de poderes , de corrupção e tráfico de influências, logo, não reverte na sua maioria para o bem público , ou , muito menos o representa.


É uma capacidade discricionária, que permite em alguns casos lavagens ilicitas de capital, com recurso, ou não, a sociedades off-shore , quantas vezes com financiamentos partidário ilegais à mistura, no desejo de manter ou pôr , nos lugares chave, as figuras ideais e fiéis para manter o sistema a funcionar.

A permissão pública deste sistema tem feito Portugal regredir sistemáticamente, são modelos que não traduzem evolução, sustentabilidade ou muito menos enriquecimento do país, são parte de uma economia paralela ao todo nacional, que para ele não contribui, mas que dele se alimenta formando um estado sombra onde não cabem as leis de todos, o PIB ou os impostos como o comum dos mortais conhece.

Há finalmente sinais de que a sociedade está farta deste modelo mafioso, desta teia que manipula de forma inadmissivel, do futebol aos concursos publicos e o Ambiente, o eterno e no fundo, sempre perdedor nesta lei do mais forte em que o Estado de Direito se acagassa e se demite, e com ele , se demitem também os cidadãos , de uma participação activa na vida publica !

Batemos no fundo. É bom mudar o rumo!

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo em absoluto com todo o post. No entanto uma realidade não pode ser escamoteada: No Portugal pós 25A o poder e responsabilidade que advém dele são partilha das populações... No entanto, e como se vê... o caciquismo perdura; existe assim co-responsabilidade entre eleitos e eleitores. É necessário que nós mudemos para mudar esses senhores autarcas...

Anónimo disse...

Sendo hoje em dia tão facil aceder a documentos que nos fornecem uma imagem detalhada do tecido urbano das ´reas onde vivemos (desde os tempos do site das fotos aéreas do SNIG até ao popularíssimo Google Earth), torna-se evidente que o crescimento urbano da margem sul tem sido sompletamente desordenado. Basta olhar para o molho de espargete dos arruamentos e acessos para constatar a total inexistência de qualquer tipo de planeamento, em qualquer que fosse a fase de urbanização, desde as primeiras ondas de crescimento após a construção da ponte sonbre o tejo, até às mais recentes, já impulsionadas pelo comboio e restantes "acessibilidades". Basta olhar, de cima, e ver. Não é possível traçar um caminho em linha recta por mais de duzentos metros em 99% das vias. Isto é obra de Engenheiros? Isto foram planos de arquitectos? Isto são frutos de planos de desenvolvimento e urbanismo? Não me parece. A mim faz-me mais lembrar uma carcaça de animal retalhada por abutres esfaimados.
http://en.wikipedia.org/wiki/Manhattan